sexta-feira, 26 de maio de 2017

As ações em que o BNDES investe (e as que causam perdas ao banco)

 

Levantamento mostra as 28 empresas nas quais o BNDES tem participação direta

 







 
 


São Paulo — Desde o começo do ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) perdeu 5,24 bilhões de reais com a oscilação do preço das ações das empresas nas quais é sócio. 
 
O número faz parte de um estudo da empresa de serviços financeiros Economatica, que listou as 28 companhias nas quais o banco tem participação direta, através do BNDESPar. No levantamento, foram usados dados dos formulários de referência.
 
A produtora de alimentos Marfrig é a empresa que possui maior participação do BNDES. No total, o banco detém 32,5% dos papéis da companhia. Em seguida, aparece a Lupatech, com 29,6% das ações nas mãos do banco, e a AES Tietê, com 28,3%. Veja mais abaixo:
 

 
 

Perdas

 

Entre as companhias que compõem a carteira do BNDES,  a JBS foi a que provocou a maior perda no ano, de 2,8 bilhões de reais
 
As ações da empresa de alimento foram impactadas pela operação Carne Fraca, deflagrada em março, e pela crise política desencadeada após a delação premiada dos controladores da companhia.
 
A segunda maior perda do BNDES, de 2,5 bilhões de reais, é com a Petrobras. Em terceiro, aparece a Eletrobras, com perda de 1,5 bilhão de reais.



BC pode forçar Batistas a venderem parte do Banco Original


Mudança de controle seria recomendada diante da regra do BC de que acionistas e executivos de bancos mantenham boa reputação

 




Uma regra do Banco Central pode pressionar Joesley e Wesley Batista a vender suas participações no Banco Original, depois que os irmãos donos da JBS fecharam acordo de delação premiada admitindo a prática de corrupção.

A mudança de controle seria recomendada diante da regra do BC de que acionistas e executivos de bancos mantenham boa reputação, segundo pessoas familiares ao caso e que não estão autorizadas a falar em público.

Nenhuma intervenção está sendo planejada pelo BC e a liquidez do banco não é um problema, dizem as fontes.

O BC disse, por e-mail, que a “administração do banco segue em normalidade. A condição de controladores de instituição financeira não é afetada automaticamente pelo andamento de eventuais processos judiciais”. O Original não quis comentar o assunto e a J&F não respondeu ao pedido de resposta da Bloomberg.

O Banco Central não interfere diretamente em negociações privadas de compra e venda de instituições e pode, apenas, analisar demandas das partes interessadas, disse uma fonte.

Um auditor do BC está monitorando as finanças do banco. O Original tinha R$ 8,72 bilhões em ativos assim como em dezembro, de acordo com dados do BC.


Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Bloomberg.

Brasil tenta evitar briga com China na OMC por causa do açúcar

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O Brasil espera evitar que um confronto com a China por causa do açúcar se transforme em uma batalha na Organização Mundial do Comércio.

Autoridades do governo do Brasil estão negociando com a China na esperança de criar um trato comercial que possibilitaria uma quota de importação do açúcar brasileiro isenta de taxas adicionais, disse Eduardo Leão, diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em entrevista por telefone.

As "condições do acordo estão sendo negociadas pelos dois governos", disse Leão.

A iniciativa surge depois que a China impôs, nesta semana, mais taxas à importação do açúcar, além do imposto atual de 50 por cento sobre as compras acima das quotas estipuladas, para tentar proteger sua indústria nacional. O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar do mundo e também é o principal fornecedor da China. As novas tarifas implicariam uma redução de cerca de 800.000 toneladas por ano das remessas brasileiras ao país asiático, disse Leão, no dia 22 de maio. Ele acrescentou que as taxas adicionais "não se justificam".

O gabinete do Ministro das Relações Exteriores do Brasil não quis comentar imediatamente as negociações.

Se as negociações atuais entre o Brasil e a China sobre um novo acordo não forem bem-sucedidas, o setor açucareiro vai "deixar claro" ao governo que uma queixa deve ser apresentada à OMC, disse Leão.

Impostos chineses


A China impôs uma taxa adicional de 45 por cento que será cobrada por 12 meses, informou o Ministério do Comércio no dia 22 de maio. A taxa cairá para 40 por cento no ano que começa em 22 de maio de 2018 e para 35 por cento no ano seguinte, segundo o Ministério.

A China começou a investigar as importações em setembro depois que as remessas dispararam e prejudicaram a indústria local. O país também ampliou medidas contra o contrabando de açúcar nas principais regiões fronteiriças, inclusive Myanmar. A China estipulou uma quota anual de importação de 1,95 milhão de toneladas para este ano, a mesma de 2016. O país importou 3,1 milhões de toneladas em 2016, segundo dados alfandegários. Estima-se que um volume de 2 milhões de toneladas entre por ano no país asiático através do contrabando, de acordo com Leão.

O setor brasileiro gostaria que a quota fosse de 3 milhões de toneladas anuais, com impostos em torno de 15 por cento, disse Leão. Essa quantidade equivaleria à metade dos 6 milhões de toneladas que o país asiático precisa importar a cada ano, disse ele.

Taxas mais pesadas não vão mudar a demanda chinesa pela commodity, disse Bruno Lima, diretor de açúcar da INTL FCStone, em entrevista por telefone.

"As necessidades do país persistirão, e essa quantidade de açúcar vai entrar de qualquer jeito, inclusive por contrabando", disse Lima (Bloomberg, 25/5/17)

 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/brasil-tenta-evitar-briga-com-china-na-omc-por-causa-do-acucar.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/


Açúcar: Brasil pode mudar cenário de preços no mercado internacional





Mudança do mix para etanol, produção de matéria prima abaixo das previsões iniciais e menor ATR em função do envelhecimento dos canaviais são alguns fatores que podem influenciar na redução de oferta do açúcar.

A China pode aumentar sua taxa de importação, o que afetaria diretamente o açúcar brasileiro. Hoje, o Brasil tem uma cota a ser enviada para o país que dá conta de uma cobrança de 15% em cima dos impostos.

De acordo com Arnaldo Luiz Corrêa, sócio-diretor da Archer Consulting, a China tem tentado fazer um programa interno de incentivo à produção de açúcar, mas não tem conseguido aumentar sua produção. Por isso, tem importado para atender sua demanda.

Ele acredita que o Brasil recebeu essa questão com bastante surpresa, mas acha que é uma atitude desesperada por parte da China para apoiar a indústria interna. Comprar açúcar mais barato, com o imposto de importação, se tornaria mais lucrativo para a China.

Em termos de mercado, ele não vê isso com um grande fator, mas a longo prazo, isso deve ser construtivo, uma vez que o Brasil está estagnado na produção de cana. Corrêa vê que, nos próximos anos, o Brasil não terá cana suficiente para manter o mesmo mercado que possui hoje e um possível aumento de demanda de combustíveis. Se houvesse uma retomada da economia, segundo Correa, este momento mudaria.

Quanto aos preços, o sócio-diretor visualiza que as mínimas já foram atingidas no mês anterior. Em contrapartida, o dólar traria um efeito para a gasolina, o que diretamente afetaria o etanol. Assim, não haveria mais espaço para a queda neste mercado.

Considerando o mix de açúcar, Corrêa acredita que terá uma redução ou não cumprimento na expectativa de 36 milhões de toneladas para a próxima safra, com uma redução de 1,8 milhão de toneladas, o que é, justamente, o superávit esperado pelo mercado, que mantém os preços em baixa, tendo em vista que a produção está estreita no Brasil.

A crise do setor, na visão de Corrêa, ainda não acabou. Há um endividamento grande impactado pela crise e o setor, hoje, está devendo cerca de 87 bilhões de reais, cerca de 140 reais por tonelada. 

Entretanto, no ano passado, houve uma redução de endividamento, devido ao aproveitamento de parte de algumas usinas do mercado em alta .

(Notícias Agrícolas, 25/5/17)

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Fachin pede redistribuição de inquéritos sem relação com a Petrobras




A colaboração premiada, por si só, não é critério para concentração de competência. Esse foi o entendimento do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin ao pedir a redistribuição de três inquéritos relativos a delações da Odebrecht.


As delações foram feitas por integrantes da empreiteira na operação "lava jato", que apura um esquema de corrupção na Petrobras. Como o ministro é relator das ações da operação no Supremo, os casos foram distribuídos a ele.

Segundo Fachin, os inquéritos não têm relação com a corrupção na Petrobras e, por isso, devem ser redistribuídos.
Nelson Jr./SCO/STF
 
No entanto, segundo Fachin, os inquéritos não têm qualquer relação com a corrupção na Petrobras e, por isso, devem ser distribuídos livremente. Em seus despachos, o ministro ressalta que o Supremo já definiu que a colaboração premiada, por si só, não é critério de definição de competência.

Os inquéritos envolvem deputados citados na delações. No Inquérito 4.435, o deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ) e o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo da Costa Paes foram citados como destinatários de valores do Grupo Odebrecht, o qual buscava facilitação em contratos relativos às Olimpíadas de 2016.

Já no Inquérito 4.430, o deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP) e outros ex-parlamentares são investigados por suposta atuação junto à Caixa de Previdência de Funcionários do Banco do Brasil (Previ), no ano de 2012, para que esta adquirisse imóveis de empreendimento construído e comercializado pela Odebrecht, recebendo valores como contrapartida dessas ações.

Por fim, o Inquérito 4.446, que tem como um dos envolvidos o deputado federal Betinho Gomes (PSDB/PE), trata do repasse de valores ao parlamentar e a outros candidatos a cargos eletivos, nos anos de 2012 a 2014, na busca de favorecimento no empreendimento Reserva do Paiva, situado no Cabo de Santo Agostinho (PE). Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.


Clique aqui, aqui e aqui para ler os despachos.

 http://www.conjur.com.br/2017-mai-25/fachin-redistribuir-inqueritos-relacao-petrobras

Mercado vislumbra futuro sem Temer e com reformas


Sem ver maiores chances de sobrevivência de Temer, os investidores passam a vislumbrar mudança rápida de governo que preserve a agenda de reformas






São Paulo – Uma semana após o abalo causado pelo áudio de conversas entre Michel Temer e o empresário Joesley Batista, o pessimismo no mercado dá sinais de refluxo.

Sem ver maiores chances de sobrevivência do presidente, os investidores passam a vislumbrar uma mudança rápida de governo que preserve a agenda de reformas.

Bolsa e taxas de juros devolvem parte da oscilação da última quinta-feira, o pior dia do mercado brasileiro desde 2008, enquanto o câmbio dá alguns sinais de moderação.

As incertezas, contudo, seguem muito altas e os ativos brasileiros estão longe de retomar os níveis anteriores à crise.

“Tudo reforça o nosso cenário de que o governo poderá cair rapidamente, em um ou dois meses”, diz Christopher Garman, cientista político da Eurasia Consultoria, em Nova York, que prevê 70% de chances de Temer cair.

Para ele, a crise pode ter desfecho ainda mais rápido caso Temer decida não recorrer a uma possível decisão do TSE de cassar a chapa Dilma-Temer.

Essa seria uma “saída honrosa” para o presidente, que sairia por irregularidades eleitorais, sem vincular a saída ao escândalo atual, como ocorreria em caso de renúncia.

A solução da crise vai depender das articulações para escolha do novo presidente, por via indireta, que já começaram mas ainda estão em estágio inicial, diz Garman.

Para ele, o mais provável é que surja um nome de consenso da própria base governista atual, que é majoritária no Congresso, o que significa que a agenda de reformas também seria preservada.

Garman mantém a previsão de que as reformas trabalhista e previdenciária serão aprovadas, embora, diante do cenário mais desafiador, seja provável que haja mais “diluição”, sobretudo nas mudanças das aposentadorias.

Consenso está em que a política econômica não seja modificada, ainda que não haja um nome natural e óbvio para o mercado, dentre os tantos cogitados para eventualmente suceder Temer, diz Carlos Kawall, economista do banco Safra.

“Não se está discutindo um vácuo que nos levasse de volta a uma política populista. Crise é grande, mas as instituições funcionam e o Congresso está mantendo um mínimo de atividade na agenda.”

As incertezas, contudo, ainda são enormes. Entre os nomes citados pela mídia recentemente como possíveis candidatos a presidente estão alguns que são potenciais defensores das reformas, como FHC, que tentou sem sucesso mudar a Previdência em seu governo, seu correlegionário Tasso Jereissati, Henrique Meirelles, Rodrigo Maia e Nelson Jobim.

Para Garman, não existe candidato perfeito. Será sempre uma questão de “trade-off”, diz o analista. 

Ou seja, o melhor candidato será aquele que reunir uma média de condições em termos de preparo e em relação à Justiça, mas também que tenha condições de angariar apoio no Congresso.

Qualquer solução terá que ser rápida, não apenas para que ainda haja tempo para tocar as reformas este ano, mas também para que a situação esteja pacificada antes das eleições de 2018.

Relatório da Goldman Sachs alerta que a manutenção de uma incerteza política ampla e de longa duração seria “altamente corrosiva” para os preços dos ativos e para a economia.

Entre as consequências macroeconômicas, o banco cita o risco de a recuperação esperada ser interrompida e, no extremo, haveria um duplo mergulho na recessão.


Gráfico Bloomberg "Câmbio entre o susto e o alívio"
Gráfico Bloomberg “Câmbio entre o susto e o alívio” (Gráfico/Bloomberg)

O que era improvável no setor de cartões deu certo

 

A PagSeguro, processadora de operações com cartões controlada pelo UOL, conseguiu crescer num mercado dominado por gigantes — mas a concorrência acordou

 







São Paulo – Até alguns anos atrás, poucos setores eram tão hostis ao surgimento de novas empresas quanto o de cartões. O mercado de processamento de operações com cartões é dominado por duas- gigantes, que, por sua vez, são controladas pelos maiores bancos do país. A Cielo, cujos maiores acionistas são Bradesco e Banco do Brasil, é a líder. A Rede, do Itaú, vem em segundo lugar. Ambas têm margens de lucro elevadas, superiores a 30% ao ano.

Suas maquininhas estão espalhadas pelas principais lojas do país, e as duas empresas têm capital de sobra para investir em marketing e novas tecnologias — e, se for o caso, derrubar preços para ganhar clientes. Para completar, até 2010 havia uma reserva de mercado: os cartões da bandeira Visa só podiam ser usados nas maquininhas da Cielo;  os da Mastercard, nas da Rede. Montar um negócio do zero para concorrer com essas companhias parecia loucura — mas foi exatamente isso que uma empresa de internet, o UOL, decidiu fazer. Em 2007, lançou a processadora PagSeguro, que tinha tudo para dar errado, mas deu certo.

O modelo de negócios da Cielo e da Rede é, essencialmente, voltado para grandes empresas, que pagam um aluguel mensal para ter as maquininhas de cartões em suas lojas e uma taxa variável sobre cada venda. Mas esse sistema acaba custando caro demais para muitos pequenos empresários e trabalhadores autônomos. Pagar um aluguel mensal pode não compensar para quem recebe boa parte dos pagamentos em dinheiro, como taxistas e donos de food truck. “Sabíamos que tínhamos de chegar a esses clientes para continuar crescendo, só não sabíamos como fazer isso”, diz um executivo do setor de cartões.

Fundada como uma processadora de pagamentos online, a PagSeguro criou um modelo em 2013: em vez de aluguel, os clientes compram a maquininha (que custa de 118 a 838 reais, e o valor pode ser parcelado) e pagam uma taxa por venda. Com o custo fixo menor para os pequenos clientes (já que não pagam aluguel), a maquininha colou. A empresa também vende cartões pré-pagos que podem ser usados para fazer e receber pagamentos por quem não tem conta em banco.

Com isso e pesados investimentos em marketing, a empresa conseguiu cerca de 500 000 clientes (além de 250 000 no segmento online), segundo estimativas da consultoria Boanerges, especializada no setor de cartões (a PagSeguro não divulga números nem deu entrevista). Analistas acreditam que ela fature menos de um décimo da Cielo, cujas receitas alcançaram 12 bilhões de reais em 2016, mas o potencial de crescimento levou a PagSeguro a se preparar para abrir o capital — de acordo com executivos do mercado financeiro, o banco Goldman Sachs foi contratado para assessorá-la.

Uma pesquisa do banco UBS, que ouviu 505 varejistas de 2015 a 2017, mostra que mais empresários estão usando a Moderninha, nome do principal serviço da PagSeguro: o percentual passou de 1% para 5% nesse período, a maior expansão entre as empresas pesquisadas. “Não vemos a PagSeguro roubando espaço da Cielo e da Rede, mas desbravando um novo mercado em que o principal concorrente é o pagamento em dinheiro”, diz Frederic de Mariz, diretor executivo de análise de empresas financeiras do UBS.

 

Mais concorrência


Diante do novo cenário, os concorrentes resolveram se mexer. Cielo e Rede passaram a vender um pacote com um valor fixo mensal, que cobre os custos da maquininha e das taxas de transação e oferece sistemas de controle de recebimentos. O Santander, dono da processadora Getnet, lançou a máquina Vermelhinha, que pode ser usada por profissionais liberais (a tradicional só pode ser utilizada por empresas com CNPJ).

Os clientes da Vermelhinha pagam uma mensalidade menor, mas a taxa por transação é maior do que a dos usuários da Getnet, e têm acesso a serviços financeiros, como antecipação de recebíveis. A startup Stone, que foi fundada em 2014 e comprou em 2016 a operação brasileira da processadora americana Elavon, uma das maiores do mundo, decidiu criar dois modelos: é possível alugar a maquininha, como no sistema tradicional da Cielo e da Rede, ou comprá-la.

A PagSeguro já sofre com o aumento da concorrência. Depois de liderar o mercado de pagamentos online, com 60% de participação, a empresa perdeu espaço para a brasileira MundiPagg, que tem entre seus clientes as varejistas B2W e Ponto Frio, e para a holandesa Adyen, que opera com os aplicativos iFood e Uber e com o serviço de distribuição de filmes Netflix, por exemplo.

Como opera num segmento instável  por natureza, a PagSeguro tem de lidar com a rotatividade dos clientes — pequenos varejistas que quebram, taxistas que migram para o Uber, gente que desiste quando a maquininha quebra. Por isso, o modelo de negócios só se mantém de pé com fortes investimentos em marketing, necessários para atrair novos clientes e compensar os que se vão. Segundo executivos do setor, isso faz a margem de lucro da PagSeguro ser, necessariamente, muito menor do que a das grandes do setor.

Além do aumento da concorrência, outro risco para a PagSeguro é ver as empresas que são suas clientes crescer e precisar de outros serviços bancários, como crédito e seguro. Caso a abertura de capital saia, a PagSeguro terá mais dinheiro para fazer frente aos desafios de um mercado ainda bastante concentrado. Mas, desta vez, os concorrentes parecem estar mais atentos.