terça-feira, 30 de outubro de 2018

Governo autoriza 100% de capital estrangeiro nas fintechs

Governo autoriza 100% de capital estrangeiro nas fintechs




As fintechs de crédito no Brasil poderão contar com 100% de aporte de capital estrangeiro, a partir apenas de autorização do Banco Central para operar dentro do Sistema Financeiro Nacional (SFN). O decreto nº 9.544, assinado pelo presidente Michel Temer e publicado no Diário Oficial da União, abriu essa possibilidade ao declarar o interesse do Brasil a essa participação. 

“A medida incentiva a entrada de novas instituições, estimulando a concorrência, e promove o processo de inovação”, informou o Banco Central na nota. A medida desta terça-feira faz parte da Agenda BC+, de ações da autarquia no pilar “Sistema Financeiro Mais Eficiente”. 

De acordo com o BC, o decreto reconhece que é de interesse do governo brasileiro a participação estrangeira, em até 100%, no capital social de todas as instituições que forem constituídas como Sociedades de Crédito Direto (SCD) e Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) e que apresentarem pedido ao BC para funcionar.

Atualmente, a participação de estrangeiro no capital de instituições financeiras somente é possível se ela for reconhecida como de interesse do Brasil. “Dessa forma, cada instituição que pretende se instalar no País e que tenha participação de capital estrangeiro, além de passar por um processo de autorização no Banco Central, precisa esperar a manifestação de interesse do governo, por meio de decreto assinado pelo presidente da República”, informou o BC. 

Em abril deste ano, o Conselho Monetário Nacional (CMN) criou a SCD e a SEP como denominações a serem usadas pelas fintechs de crédito para operar no Brasil. Na prática, as fintechs com participação estrangeira também estariam sujeitas ao reconhecimento do interesse do governo.
“Com o decreto, o processo de autorização se torna mais célere, de maneira compatível com a natureza dos investimentos estrangeiros em fintechs, produzindo benefícios para o País”, defende o BC. “A realização de investimentos estrangeiros nas fintechs é fundamental para fomentar avanços contínuos em inovações tecnológicas e para permitir que tais instituições ampliem o leque de produtos financeiros diferenciados e inovadores”, acrescentou a autarquia. 

A SCD é uma instituição que realiza operações de empréstimo, financiamento e aquisição de direitos creditórios por meio de plataforma eletrônica, com o uso de capital próprio. Já a SEP viabiliza a realização de operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio eletrônico – é o chamado peer-to-peer (ponto-a-ponto).



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Gastos da União com estatais superam receitas em R$ 9,3 bilhões

Prejuízo da União com estatais é superior a receita em R$ 9,3 bilhões

A União gastou, no ano passado, R$ 9,3 bilhões a mais com empresas estatais do que arrecadou, divulgou hoje (29) o Tesouro Nacional. Segundo o Boletim das Participações Societárias da União de 2017, o Tesouro recebeu R$ 5,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio das estatais federais no ano passado, mas desembolsou R$ 14,8 bilhões em gastos com pessoal, investimento ou custeio (manutenção) dessas empresas. 
 
A arrecadação melhorou em relação a 2016, quando essas receitas tinham somado R$ 2,8 bilhões. Para 2018, o Tesouro projeta ingressos de R$ 7,1 bilhões. As despesas, no entanto, subiram de R$ 13,3 bilhões, em 2016, para R$ 14,8 bilhões no ano passado. Desde 2012, quando totalizaram R$ 6,5 bilhões, os gastos com a subvenção de estatais saltaram 127% em valores nominais e 44,44% descontando a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Segundo o Tesouro, os gastos superaram as receitas das estatais em todos os anos de 2012 a 2017, com a exceção de 2014. O boletim mostrou que as subvenções (repasses do Tesouro) correspondem a mais de 80% da receita total em 14 estatais, sendo que, em quatro delas, os aportes somam 100% da receita.

O relatório recomenda a redução da dependência das estatais, com aumento de receitas e redução de custos. “Os benefícios sociais devem ser mais bem quantificados e explicitados para possível avaliação da melhor forma de intervenção do setor público”, destaca o documento.

Patrimônio

 

Conforme o boletim, cinco empresas – Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa, Eletrobras e Petrobras – concentravam 90% do patrimônio líquido das estatais (quando se subtraem as obrigações, os passivos, dos ativos). No entanto, nove empresas apresentaram patrimônio líquido negativo, das quais os Correios estão em pior situação.
A Empresa Brasialeira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que também tinha patrimônio líquido negativo, saiu do grupo no ano passado depois de receber um aporte de capital da União.

Estatísticas

 

No fim do ano passado, o governo federal tinha participação em 148 estatais controladas direta e indiretamente. Desse total, 47 empresas são de controle direto, número igual ao do fim de 2016.

Das estatais de controle direto, 20 empresas são sociedades de economia mista, 26 empresas públicas e uma de controle compartilhado. E há mais 98 estatais que são controladas indiretamente por outras estatais, cinco empresas a menos do que em 2016.
Em dezembro de 2017, a União detinha 58 participações minoritárias em empresas, além de cotas em sete fundos de natureza especial e em 14 organismos internacionais.

Na divisão por ramos de atuação, 17% das empresas sob controle direto da União atuavam em energia e outras 17% em portos. Em seguida, vêm bancos e serviços financeiros, com 13%.

“Ao todo, para 14 empresas, as subvenções do governo respondem por mais de 80% de sua receita total. Para quatro delas, as subvenções somam 100% de sua receita”, diz o levantamento.

De acordo com o levantamento, realizado pelo segundo ano consecutivo, a situação do Tesouro Nacional exige a redução dessa dependência.
“Os benefícios sociais devem ser melhor quantificados e explicitados para possível avaliação da melhor forma de intervenção do setor público”, diz o documento.


 https://www.istoedinheiro.com.br/gastos-da-uniao-com-estatais-superam-receitas-em-r-93-bilhoes/

Governo encaminhará projeto para dar independência ao BC, reafirma Guedes

Governo buscará independência para o BC, afirma Paulo Guedes

O economista Paulo Guedes, principal assessor econômico do presidente eleito Jair Bolsonaro, reafirmou nesta terça-feira, 30, que o futuro governo mandará um projeto para dar independência ao Banco Central (BC). Segundo Guedes, a atual transição de governo será a última em que haverá incerteza sobre o comando da autoridade monetária. 

“Daqui para a frente, como vamos aprovar a independência do Banco Central (BC), saberemos que essa fonte de incerteza o comando do BC será eliminada. Essa é a ultima transição que tem essa incerteza”, afirmou Guedes, em entrevista a jornalistas pouco antes de entrar na casa do empresário Paulo Marinho, no Rio, onde está reunido com Bolsonaro. 

Guedes frisou que a independência do BC será aprovada em projeto de lei. “A essência desse projeto são mandatos não coincidentes”, disse o economista. 

O assessor de Bolsonaro, já indicado como ministro da Fazenda, elogiou o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn. 

Guedes disse, porém, que um convite para sua permanência no cargo ainda não foi feito.


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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Pesquisas revelam que mulheres em cargos de liderança aumentam o lucro de empresas

Segundo estudos da McKinsey, companhias com mulheres em seus conselhos tem retorno financeiro 15% acima da média nacional de sua indústria

 

Pesquisas revelam que mulheres em cargos de liderança aumentam o lucro de empresas
Cristina Kerr, idealizadora do evento, durante Fórum Diversidade no Conselho


Aconteceu na última terça-feira (23) a primeira edição do Fórum Diversidade no Conselho. O evento divulgou diversos dados sobre a participação de mulheres em cargos de conselho de empresas. Os resultados comprovaram que além da responsabilidade social, a diversidade de gênero e raça também importa na hora da performance financeira.

Segundo estudos da McKinsey, companhias que incentivam a diversidade de gênero em seus conselhos em retorno financeiro 15% acima da média nacional de sua indústria. O número é ainda maior para empresas que buscam diversidade de raça, que chegam a ter 35% a mais de lucro que a média nacional de seus setores.

Já o retorno sobre o patrimônio líquido das empresas com mulheres em cargos de liderança também foi 44% maior do que nas companhias que não tem esse tipo de prática. Quando o assunto é rentabilidade, organizações que aumentaram a presença de mulheres em até 30% nos cargos de alta liderança cresceram 15% de acordo com pesquisa do Instituto Peterson de Economia Internacional.


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Vendas no Tesouro Direto superam resgates em R$ 839,3 milhões


Os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados à taxa Selic, cuja participação atingiu 40,8%

Por Agência Brasil

redacao@amanha.com.br
Vendas no Tesouro Direto superam resgates em R$ 839,3 milhões


As vendas do Tesouro Direto superaram os resgates em R$ 839,3 milhões em setembro. De acordo com os dados do Tesouro Nacional, as vendas do programa atingiram R$ 1,761 bilhão no mês passado. Já os resgates totalizaram R$ 921,9 milhões. Todos os resgates são de recompras de títulos públicos. Não houve resgates relativos a vencimentos, ou seja, quando o prazo do título acaba, e o Tesouro precisa reembolsar o investidor com juros.

Os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados à taxa Selic (juros básicos da economia), cuja participação nas vendas atingiu 40,8%. Os títulos corrigidos pela inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA) corresponderam a 32,9% do total das vendas, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 26,3%. O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 51,6 bilhões no fim de setembro, um aumento de 2,32% em relação a agosto (R$ 50,4 bilhões) e de 8,36% em relação a setembro do ano passado (R$ 47,6 bilhões).

Em relação ao número de investidores, 133.877 novos participantes cadastraram-se no programa no mês passado. O número total de investidores atingiu 2.660.585. Nos últimos 12 meses, o total de investidores acumula alta de 60%. O número de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 696.514, aumento de 28,5% em 12 meses. A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas até R$ 5 mil. Foram realizadas, no mês de setembro, 275.564 operações de venda de títulos a investidores, sendo que 82,9% correspondem a essa faixa de investimento. O valor médio por operação foi de R$ 6.391,30. Os investidores continuam preferindo papéis de prazo mais curto. Os títulos de um a cinco anos concentraram 46,9% das vendas. Os papéis de cinco a dez anos corresponderam a 36,4%, e os de mais de dez anos de prazo representaram 16,7% das vendas.

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só precisa pagar uma taxa à corretora responsável pela custódia dos títulos. A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados. Desde o fim de maio, as vendas do Tesouro Direto têm sido paralisadas por diversos períodos. O ritmo, entretanto, vem diminuindo. Em setembro, foram apenas três paralisações para atualização de preços e taxas. Segundo o Tesouro Nacional, a suspensão dos leilões é necessária para proteger os investidores das turbulências do mercado.


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Renner destaca retomada do bom ritmo de vendas


Rede de lojas soma receita de R$ 4,8 bilhões até setembro, enquanto lucro salta quase 45% 

 

Por Marcos Graciani

 

graciani@amanha.com.br
Renner destaca retomada do bom ritmo de vendas entre julho e setembro


No acumulado do ano, a Lojas Renner (foto) alcançou crescimento de receita líquida de 11,7%, para R$ 4,8 bilhões. Já as vendas em mesmas lojas avançaram 5,1%. "Essa performance evidencia consistentes ganhos de participação de mercado ao longo do ano, uma vez que o setor recuou 1,6% entre janeiro e agosto, conforme dados do Índice PMC - Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, para vestuário e calçados", destaca a Renner. 

Segundo a companhia, o terceiro trimestre foi marcado pela retomada do bom ritmo de vendas e também ao mix de produtos adequado à transição da coleção. "As vendas em mesmas lojas voltaram aos patamares do início do ano, mesmo com os níveis de confiança do consumidor ainda influenciados pelo ambiente macroeconômico", avalia a Renner em suas demonstrações financeiras divulgadas nesta quinta-feira (25). 

O lucro líquido entre janeiro e setembro soma R$ 580,4 milhões, valor 44,8% maior da soma alcançada em igual período do ano passado. Já  no terceiro trimestre, a última linha do balanço totalizou R$ 194,2 milhões, valor 38,4% maior do total alcançado entre julho e setembro de 2017. Em continuidade com o plano de expansão da companhia, foram inauguradas 14 lojas no trimestre, sendo três da Renner, seis da Camicado, duas da Youcom e três da Ashua Curve & Plus Size. Assim, em setembro, a Renner operava 340 unidades, incluindo cinco no Uruguai e três da Ashua, a Camicado, 107 lojas, e a Youcom, 90 unidades.


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terça-feira, 23 de outubro de 2018

‘Brasil deve ficar neutro em guerra comercial’, diz Marcos Troyjo



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Conselheiro para temas de economia internacional e comércio do eventual superministro de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, o professor da Universidade Columbia Marcos Troyjo recomenda que o Brasil se mantenha neutro na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Em vez de escolher um lado, deve explorar as oportunidades oferecidas pelos dois.
 
“A suposta guerra comercial é mais um movimento de acomodação do que algo que vá escalar outras áreas para além da economia e, portanto, tornar necessário fazer algum tipo de alinhamento”, disse. “Ter de escolher lados de maneira automática e irreversível não é olhar esse quadro de maneira realista.”

Troyjo ressaltou, ao conversar com o jornal O Estado de S. Paulo, que expressava suas opiniões pessoais e não as da equipe de um eventual governo de Jair Bolsonaro. Ele relativizou o peso da visita que o candidato fez, no início do ano, a Taiwan, ilha que não reconhece o predomínio da China continental. A iniciativa foi criticada numa carta enviada pela embaixada da China no Brasil ao DEM e publicada nas redes sociais pelo vereador César Maia (RJ).

“Duvido que ter uma boa relação com Taiwan vá criar obstáculos mais elevados na relação com Pequim”, disse o professor, que é codiretor do laboratório dos Brics na universidade. Ele acrescentou que a Alemanha, por exemplo, tem excelentes relações com Pequim e intensas trocas comerciais com Taiwan.
Troyjo disse ainda que os chineses “não estranhariam” caso o Brasil viesse a impor limites à presença estrangeira em determinadas áreas. “Eles também fazem isso”, observou. A proibição, porém, teria de ser aplicada a todos os países, e não à China especificamente.
O candidato do PSL já fez restrições à compra pelos chineses dos ativos de geração de energia da Eletrobrás. Há também preocupação com a compra de terras por investidores do país asiático. Segundo auxiliares de Bolsonaro, é a esse problema que ele se referia quando disse que os chineses estão “comprando o Brasil.”


Metamorfose


Para o professor, é importante não perder de vista que a China tem passado por uma “metamorfose”. De geradora de grandes superávits comerciais, ela tem transitado para um outro perfil de atuação: a de fonte de empréstimos governo a governo, origem de investimentos estrangeiros diretos. “Não vamos descuidar da parte comercial, mas temos de prestar atenção nas outras coisas”, disse. “Há um casamento entre oportunidade e necessidade na área de infraestrutura no Brasil em que vamos ter de lidar com os chineses.”
Troyjo acha, por exemplo, que o Brasil deveria ter um escritório na China para vender as oportunidades de investimento no setor. Hoje, só as grandes empresas estão presentes lá.

Para eles, as prioridades de uma política em relação à China deveriam ser: adensar a relação, sofisticar a pauta de exportação, aumentar o fluxo de investimentos e, eventualmente, criar “uma ou outra seletividade, para resguardar o interesse nacional.” E o mesmo deveria ser feito em relação aos EUA, afirmou. “Não existe maior deseconomia no mundo do que o baixo volume de intercâmbio comercial entre os EUA e o Brasil.”

Na sua avaliação, a declaração do presidente Trump que o País tem tarifas elevadas e “está entre os mais duros do mundo, talvez o mais duro” é, na verdade, um “convite para melhorar” a relação comercial. Não um passo no fechamento do mercado, como pode parecer. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.