O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, defendeu
a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) durante audiência na
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa, comandada pelo filho do
presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). É a primeira participação de
Ernesto Araújo no colegiado.
O chanceler defendeu também uma mudança na política comercial
com a China – com maior defesa dos interessas nacional – e o acordo de
salvaguardas tecnológicas com Estados Unidos para o uso da base de
Alcântara. “É um mercado de mais de US$ 200 bilhões. Se tivermos uma
parcela de 1% disso já seria incrível”, afirmou o ministro.
Durante a visita aos Estados Unidos na semana passada, além do
acordo com os EUA, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o País
aceitaria abrir mão de vantagens dadas a emergentes na Organização
Mundial do Comércio (OMC) em troca do apoio dos EUA à entrada do País na
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Para o ministro, o órgão precisa ser atualizado. “Na política
comercial, o Brasil não vinha usando corretamente sua capacidade
negociadora. Em muitos relacionamentos havia uma tendência de aceitar
determinados paradigmas de comércio sem negociar ao nosso favor”,
afirmou completando: “Brasil vinha preso a certos dogmas de atuação.”
Segundo Araújo, a reforma do OMC é necessária nos próximos anos. “Inevitável”, afirmou aos parlamentares presentes na reunião.
O ministro abriu a exposição defendendo nove pontos de atuação
do Itamaraty que vão desde da defesa da “grandeza” do País no mundo,
mudança da política em busca da “visão correta” do mundo e defesa da
democracia no País e na região – em referência a Venezuela. “O regime
Maduro alberga organizações criminosas e terroristas de toda forma bem
ao lado da nossa fronteira.”, afirmou.
O convite atende a requerimentos dos deputados Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP), presidente da comissão; Claudio Cajado (PP-BA);
Perpétua Almeida (PCdoB-AC); Alessandro Molon (PSB-RJ); Tadeu Alencar
(PSB-PE); Glauber Braga (PSOL-RJ) e Vanderlei Macris (PSDB-SP).
Alguns pontos centrais devem entrar na pauta com perguntas da
oposição: cessão da base de Alcântara aos Estados Unidos, liberação de
vistos sem reciprocidade e a transferência da embaixada brasileira em
Israel para Jerusalém. O assessor especial da Presidência Felipe G.
Martins também acompanha a audiência.
O chanceler afirmou que a defesa da democracia tem seu ponto
fundamental da política externa brasileira. “É o pilar fundamental de
tudo que fazemos. Um princípio a nos guiar com o exterior. Um País
democrático tem o direito de promover a democracia na sua região e ao
redor do mundo”. Ele afirmou ainda a defesa da liberdade, uso da
política externa para contribuir no aquecimento economia, fortalecimento
do bilateralismo.
Estão presentes ainda na sessão os embaixadores de Luxemburgo, Uruguai, Espanha e diplomatas americanos.