quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Problemas de compliance em fusões e aquisições




60% das companhias globais encontram questões significativas de compliance em aquisições ou investimentos realizados por elas.


O dado foi apontado em uma nova pesquisa global, ‘Connected Compliance: fte global case for integration’, realizada pela Baker McKenzie, uma banca global que tem no compliance uma de suas principais práticas.

A empresa consultou cerca de 1300 líderes de negócios do Canadá, Estados Unidos, China e Hong Kong, Alemanha, Espanha e Brasil sobre os seus approachs e preocupações em relação ao tema, além de dados de uma pesquisa realizada em 2017, que abordou as práticas de compliance de mais de 500 companhias com receitas superiores a um bilhão de libras no Reino Unido.

O estudo revela que as companhias  estão assumindo riscos de compliance quando buscam operações de aquisição ou fusão. 60% das empresas pesquisadas dizem que adquiriram ou fizeram investimentos em empresas com questões de compliance já conhecidas. Um quarto das companhias pesquisadas tem uma meta ‘agressiva’ de crescimento e dois terços das empresas assumem um risco calculado na busca por esse crescimento.

Apesar de sua importância estratégica em aquisições e operações de M&A de grande vulto, menos de metade dos respondentes, 43%, dizem que envolvem os times de compliance de forma substantiva no planejamento e na implementação de operações de M&A multibilionários.

Um ponto interessante apontado pelo estudo é que o Brasil é o país com o maior envolvimento de profissionais de compliance no planejamento das operações de M&A, com presença em 57% dos casos. Na outra ponta estão os britânicos, que em apenas 38% dos casos chamam os times de compliance para o processo de planejamento da operação.

Globalmente, 49% dos respondentes descobriram um problema de compliance após a aquisição. Entre os entrevistados baseados nos Estados Unidos, 67% deles relataram fazer investimentos em empresas com problemas de compliance desde o início e praticamente o mesmo percentual, 68%, em casos de problemas relativos à conformidade descobertos posteriormente.

Mas, existe um motivo pelo qual os norte-americanos, supostamente, assumem mais riscos do que as empresas em outros mercados pesquisados. “Sabemos que os EUA têm algumas das indústrias mais reguladas do mundo e estão sujeitas a análises e escrutínios incrivelmente rigorosos. Portanto, é provável que as empresas dos EUA estejam lidando com mais questões de conformidade – desde um pequeno problema de saúde e segurança até o cumprimento de sanções internacionais – do que seus pares globais”, reconhece William Devaney, co-presidente do grupo global de Compliance & Investigations do Baker McKenzie. Exemplificando, na China e em Hong Kong, 48% dos entrevistados estão dispostos a realizar investimentos em empresas com problemas de conformidade conhecidos.

“Como mostra o nosso relatório, as empresas que não envolvem equipes de compliance em decisões críticas para os negócios podem estar causando danos (pessoais inclusive) consideráveis e aumentando significativamente sua exposição ao risco, especialmente no contexto de fusões e aquisições”, diz Devaney. Para o advogado do Baker McKenzie, em vez de considerar o compliance como um mal necessário, os líderes de negócios devem perceber os benefícios de envolver as equipes da área desde o início.

Mas, apesar da sua importância cada vez mais reconhecida, a pesquisa traz um dado nada alentador. De que mais de 40% dos líderes de negócios estão tomando medidas para reduzir os serviços de compliance para atender aos negócios. Um risco significativo para que o compliance, de fato, funcione.


Originariamente publicado na Revista LEC com o título Problema com os M&A’s

Imagem: Freepik


 http://www.lecnews.com.br/blog/problemas-de-compliance-em-fusoes-e-aquisicoes/?utm_campaign=compliance_news_2819&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Governo nomeia nova diretora jurídica da Itaipu Binacional


Resultado de imagem para logo do Itaipu Bilateral




O Ministério de Minas e Energia nomeou Mariana Favoreto Thiele para exercer o cargo de diretora jurídica da Itaipu Binacional, com mandato até 16 de maio de 2022. Mariana Thiele assume o posto no lugar de Cezar Eduardo Ziliotto, exonerado nesta terça-feira, 6.

As mudanças estão publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça.



 https://www.istoedinheiro.com.br/governo-nomeia-nova-diretora-juridica-da-itaipu-binacional-2/

Randon lança programas focados em inovação e empreendedorismo


Na visão de Daniel Ely, as iniciativas aliam desenvolvimento de equipes à busca por soluções mais ágeis

 

Da Radação


redacao@amanha.com.br


As Empresas Randon lançam nesta semana duas iniciativas dedicadas a inovação que envolvem desenvolvimento de equipes e busca por soluções mais ágeis. Ambas fazem parte do escopo do Instituto Hercílio Randon (IHR), instituição mantida pelas Empresas Randon para apoiar suas unidades no fortalecimento da cultura de inovação. 

A Randon Exo – que já teve outras duas edições em outro formato – será ampliada contemplando pela primeira vez profissionais de todas as nove unidades diretamente controladas pelas Empresas Randon, totalizando 15 pessoas. A Randon Exo consiste em uma célula de inovação composta por funcionários de diferentes áreas e formações, que são deslocados de suas áreas e empresas de origem para buscar soluções conectadas a startups para demandas internas da companhia. Ao mesmo tempo, contribui para o desenvolvimento dos envolvidos, qualificando-os para os atuais, e possivelmente futuros, desafios do mercado de trabalho. A expectativa é de que em até seis meses haja 15 novos projetos de inovação em andamento ou soluções compartilhadas para desafios comuns entre todas as unidades do grupo. O início desta fase do programa ocorre nesta terça-feira (6).

Também ligado à inovação, na quinta-feira (8) será lançado o Empreende Randon – Programa de Intraempreendedorismo, promovido em parceria com o Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul (UCS) – TecnoUCS. Serão envolvidos 15 funcionários do Grupo de diferentes áreas de todas as unidades do conglomerado. Neste programa, diferentemente do Randon Exo, os profissionais seguem atuando em suas áreas, porém dedicam parte do tempo para se qualificarem enquanto empreendedores, com foco em identificar problemas, validar hipóteses e prototipar soluções e serviços da empresa. A proposta é que desta forma, este grupo contribua para que a organização encontre ou crie soluções para desafios reais. 

Para o diretor de Planejamento e RH das Empresas Randon, Daniel Ely (foto), os programas dão capilaridade para uma das principais estratégias da companhia atualmente, que é buscar velocidade na solução de desafios internos e potencializar o desenvolvimento de novos negócios e soluções, ao mesmo tempo em que contribui para a disseminação na organização de uma nova mentalidade de atuação dos profissionais. “Sabemos que o futuro do trabalho nos reserva uma série de disrupções, tendo em vista todas as tendências que cada vez se aproximam com mais velocidade, como a inteligência artificial, os avanços tecnológicos e a reinvenção dos negócios como um todo. É papel das companhias contribuir para que os profissionais possam se desenvolver para estarem aptos a atender aos comportamentos que serão cada vez mais necessários. À medida que conseguimos proporcionar que mais pessoas das nossas empresas participem de programas como esses, contribuímos para que os ganhos se disseminem em toda a organização. Assim, geramos os resultados que precisamos como companhia e damos espaço para perfis profissionais diversos”, garante. 


http://www.amanha.com.br/posts/view/7903

Até onde vai Guedes?


Depois da venda da BR Distribuidora, o ministro da economia tenta cumprir uma ambiciosa agenda de privatizações, mas há dúvidas sobre o avanço e o impacto dessa estratégia

 

Crédito: Intervenção sobre foto: Evandro Rodrigues
Petrobras baixou de 71,2% para 37,5% a sua participação na distribuidora, agora uma “corporation” (Crédito: Intervenção sobre foto: Evandro Rodrigues)


Bancos públicos deveriam ser privatizados, o BNDES deveria ser extinto e a Petrobras também privatizada.” A fala do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, durante evento em março, no Rio de Janeiro, ilustra bem como seria o seu mundo ideal. No entanto, ele admitiu que isso tudo é muito difícil de acontecer. “É como a música dos Rolling Stones: ‘You can’t always get what you want’” (“você nem sempre pode ter o que quer”), completou. As credenciais liberalizantes da equipe econômica são bastante conhecidas. Além de Castello Branco, também defendem a venda de estatais o empresário mineiro Salim Mattar, escolhido como secretário de desestatização e desinvestimento e, em especial, o chefe de todos eles: o ministro da economia, Paulo Guedes. Este último chegou a prometer, durante a campanha presidencial, levantar R$ 1 trilhão com a venda de ativos federais. Mas, para quem esperava um avanço agressivo logo de cara, a filosofia “rollingstoniana” promete ser a tônica do governo. “Há diversos processos caminhando, e à medida que cada um estiver pronto, nós vamos divulgar ao mercado”, disse Mattar à DINHEIRO. “O processo de privatização será feito de forma cuidadosa, gradual e constante, buscando maximizar o valor para o pagador de impostos.”

O empresário também revelou que a meta de US$ 20 bilhões deve ser atingida já neste mês com a venda da Liquigás. O objetivo é conseguir o máximo de vendas possível, ao mesmo tempo em que se contorna dificuldades impostas pelo Congresso e por posturas menos liberais de dentro do próprio governo. Ao menos é o que indica a estratégia adotada para a venda do controle da BR Distribuidora pela Petrobras. Enquanto o governo e parlamentares ainda festejavam a aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência na Câmara, a petrolífera estatal anunciava, no dia 23 de julho, a venda em leilão na B3 do controle da distribuidora. 

Com o negócio, a Petrobras baixou de 71,25% para 37,5% a sua participação na BR, levantando R$ 9,6 bilhões. Apesar de a estatal se manter como maior acionista, a distribuidora deixou de ter um controlador majoritário. Agora, a BR passa a ser uma empresa de capital pulverizado, uma “corporation”. Trata-se de um modelo pouco comum no Brasil até mesmo entre as empresas privadas com ações cotadas na B3. Os exemplos são a Lojas Renner, a Equatorial e a Raia Drogasil.
Depois da venda da BR Distribuidora, Guedes tenta cumprir uma ambiciosa agenda de privatizações, mas há dúvidas sobre o avanço e o impacto dessa estratégia
Paulo Guedes: para o ministro da Economia, as palavras de ordem agora são “emprego e renda”. O plano de privatizações também terá maior ênfase já neste semestre (Crédito:Mateus Bonomi)
Quem mais aumentou a participação na BR foi o Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Ele teria dobrado a sua participação para 4%, pagando R$ 600 milhões. Dessa forma, a influência política na empresa pode se manter. “O risco está minimizado, mas se o governo quiser pressionar para a empresa praticar um preço baixo, ele conseguirá”, diz Sérgio Lazzarini, professor do Insper. “O governo Bolsonaro já demonstrou que não é tão liberal quanto se pensava, ao dar declarações sobre preços do combustível e intervir em propaganda do Banco do Brasil.” Na prática, o governo pode continuar dando as cartas na maior distribuidora de combustíveis do País. Mas, pelo menos por enquanto, ele pretende se eximir da responsabilidade de controle.

Segundo o novo estatuto da BR, o número de assentos no conselho de administração cairá de 10 para nove. E a Petrobras diminuirá a sua presença de quatro para, no máximo, três conselheiros. “Como tudo na vida, o equilíbrio é o ponto ótimo. No novo conselho, queremos ter todos os perfis e estou conversando diretamente com os investidores para trazermos gente da área de distribuição, gente de finanças, especialistas em turnaround estratégico, de varejo, de tecnologia e de meios de pagamentos”, disse Rafael Grisolla, presidente da BR Distribuidora, na quinta-feira, dia 1º, em conferência com os analistas.

De qualquer forma, a venda da BR Distribuidora poucos dias depois do avanço da Previdência no Congresso indica um novo capítulo da agenda do ministério da Economia. Na terça-feira 30, Guedes havia declarado que “a palavra de ordem logo após a reforma é ‘emprego e renda’”. Dentro dessa estratégia de induzir a retomada econômica, um dos pontos centrais é colocar a distribuição de gás na agenda de privatizações. Ao defender o novo mercado de combustíveis, Paulo Guedes afirmou que, depois de “10 anos com energia mais barata, o PIB industrial vai aumentar mais 10%”, ajudando na reindustrialização do País. Antes da BR Distribuidora, a Petrobras já havia negociado, em junho, 90% da TAG (Transportadora Associada de Gás) com o grupo francês Engie e para o fundo canadense CDPQ. O negócio levantou R$ 33,5 bilhões. Castello Branco promete que a Petrobras ficará focada na exploração de águas profundas. O próximo passo de sua gestão será a conclusão da venda da Liquigás, já em agosto. Depois, buscará negociar oito das 13 refinarias da empresa, 15 usinas térmicas, a rede de postos em outros países e campos de petróleo em terra e águas rasas.
Depois da venda da BR Distribuidora, Guedes tenta cumprir uma ambiciosa agenda de privatizações, mas há dúvidas sobre o avanço e o impacto dessa estratégia
Castelo Branco: Segundo o presidente da Petrobras, depois da venda do controle da BR Distribuidora, virão as da Liquigás, de oito refinarias, como a Abreu e Lima (PE), e 15 usinas térmicas (Crédito:Mauro Pimentel / AFP)
Como parte do esforço para diminuir a presença da Petrobras no setor de gás, a estatal planeja a venda completa da TBG, dona do gasoduto Brasil-Bolívia, e da fatia de 10% que tem nas transportadoras NTS e TAG, além da participação na Gaspetro.

Em outra frente, o governo promete para 6 de setembro o lançamento do edital, por parte da Agência Nacional do Petróleo (ANP), de vendas do excedente da cessão onerosa, que pode render bônus de R$ 107 bilhões. Trata-se do volume de petróleo descoberto que ultrapassa os cinco bilhões de barris previstos no contrato de cessão entre a União e a Petrobras em 2010. O governo espera que até 11 empresas estrangeiras disputem esse leilão.


DESESTATIZAÇÃO


A Petrobras lidera o processo de desestatização, mas não é a única envolvida. O BNDES deve ter um papel ainda mais relevante nessa estratégia. O novo presidente do banco de fomento, Gustavo Montezano, tem a fama de ser um experiente privatizador. O BNDES e o BNDESpar, o seu braço de participações em empresas, possuem

R$ 50,52 bilhões em ações. No montante há fatias significativas de empresas como Petrobras, JBS, Copel e Cemig. Com um portfólio de tamanho volume, a ideia é se livrar das participações em dois ou três blocos. Para o segundo semestre, o BNDES pode levar R$ 35 bilhões de ações ao mercado, para que a venda não impacte muito fortemente o preço das ações dessas empresas. Montezano já se encontrou com líderes dos grandes bancos para apresentar os seus planos.
Salim Mattar: o secretário de desestatização afirma que não tem uma lista de empresas e que as privatizações acontecerão uma a uma, para que tragam o maior valor para a sociedade (Crédito:Segio Zacchi/Valor )
Ao adotar o modelo de “corporation” para a BR Distribuidora, em vez de vender para outra holding, a Petrobras agilizou o processo de venda — que vinha sendo estudada desde a passagem de Pedro Parente pela presidência da estatal, durante o governo Michel Temer. Além disso, evitou dois riscos. Se a venda fosse realizada para uma empresa que já atua em distribuição no Brasil, como a Raízen ou a Ipiranga, o negócio dificilmente seria aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Por outro lado, se a opção fosse negociar o controle com uma empresa estrangeira, como a ExxonMobil ou Shell, a oposição ganharia argumentos nacionalistas para atacar o processo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu há dois meses que o governo federal só pode vender estatais com o aval do Congresso e na forma de licitação sempre que o negócio provocar a perda de controle acionário da União. A regra, no entanto, não vale para subsidiárias, como a BR e a TAG. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, chegou a declarar, em abril, que a venda da Eletrobras será mais difícil de ser aprovada do que a Reforma da Previdência. A desestatização também encontra certa resistência na sociedade. Segundo pesquisa da Ipsos, realizada há um ano, 68% dos brasileiros são contrários às privatizações.

Uma vez contornada essas questões espinhosas, o foco na BR é o desempenho de negócios. “O governo tirou a bola de ferro do pé da BR Distribuidora”, afirma Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). “Ela pode escapar das ineficiências de uma estatal, com rentabilidade menor do que suas concorrentes, e agora pode fazer licitações mais ágeis, contratar melhor e criar novos negócios.”
Com isso, a expectativa é valorizar a empresa e alcançar um valor ainda maior caso a Petrobras resolva vender os 37,5% de participação restantes. “A aposta é que, se o modelo de ‘corporation’ funcionar, ele possa ser aplicado em privatizações futuras, como a da Eletrobras”, diz Pires. No entanto, a economista Elena Landau, que conduziu como diretora do BNDES o plano de privatizações do presidente Fernando Henrique Cardoso na década de 1990, lembra que esse modelo não é o mais eficiente. “As vendas da BR e da TAG foram bem feitas, mas esse não é o modelo que eu usaria”, afirma. “Se o governo vendesse primeiro o controle e depois as participações, a Petrobras já estaria agora ganhando mais em ofertas secundárias.

Ao inverter a ordem e dar um jeitinho para a privatização passar sem ser percebida, a venda de fato pode acabar nunca acontecendo.” A economista acredita que o governo, ao não dar força às privatizações já no início do ano, pode ter perdido o timing mais favorável. “Até agora não vi nenhum programa de privatização. É preciso uma governança. Se uma lista de empresas a serem privatizadas não for apresentada com um cronograma, as vendas em pílulas vão enfrentar resistências uma a uma”, diz. “Tenho certeza que Salim Mattar quer vender quase tudo. mas o presidente quer que quase nada seja vendido. E Onyx Lorenzoni (ministro da Casa Civil) nunca fala sobre o assunto.”
Na Fila: enquanto a privatização da Eletrobras (à esq.) ainda deve levantar quentes debates, a da Liquigás deve ser concluída já em agosto (Crédito:Divulgação)
Integrantes do governo também podem estar desidratando o portflólio de privatizações. O comando da Empresa Brasileira de Comunicações (EBC), por exemplo, parece ser do interesse da comunicação do governo, que sofre forte influência do filho do presidente e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro. A estatal de ferrovias Valec e a EPL (Empresa de Planejamento em Logística) interessam ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Por isso, há quem acredite que a Valec tem mais chances de ser extinta do que vendida. Já a Ceitec, que produz chips, está na zona de influência de Marcos Pontes, o ministro da Ciência e Tecnologia.

Críticas à esquerda ao programa do governo alegam que as privatizações, apesar de trazerem receita de curto prazo, podem desequilibrar as contas no médio prazo. Num passado não tão distante, em um momento de economia mais dinâmica, os cinco principais grupos estatais ajudavam o Tesouro a fechar no azul. Em 2012, contribuíram com R$ 30,4 bilhões. É um volume relevante para um País que ainda finaliza a Reforma da Previdência que promete trazer uma economia entre R$ 800 milhões e R$ 900 milhões em 10 anos. Os economistas liberais defendem que dividendos de estatais não deveriam ser importantes para fechar as contas do governo. “O capital empatado nas estatais pode trazer mais retorno se for direcionado para saneamento, educação e segurança”, diz Lazzarini, do Insper.

Há um consenso de que o governo federal administra muitas empresas. No fim de 2018, o Brasil possuía 134 estatais enquanto outros países latino-americanos, como Argentina e Colômbia, detinham 59 e 39 estatais, respectivamente, segundo dados compilados em 2015 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Os países mais liberais, EUA e Reino Unido, possuem 16 cada. “Mas estudos mostram que países, em especial, europeus, estão revertendo privatizações de empresas de saneamento e energia elétrica, porque a iniciativa privada apenas aproveitou o capital instalado e não reinvestiu, causando perda de qualidade de serviços”, afirma Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Desde 2000, ao menos 884 serviços foram reestatizados pelo mundo, segundo estudo do TNI (Transnational Institute), centro holandês de estudos em democracia e sustentabilidade — 89% dos casos aconteceram a partir de 2019.
Agenda: o novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, já apresentou aos bancos privados as suas ideias de como se desfazer da carteira de participações detida pelo banco estatal (Crédito:Antonio Cruz/Agência Brasil)
FILÉ MIGNON Outro risco do programa do governo é vender as melhores empresas, que dão resultados positivos, e ficar com as piores, que exigem mais injeção de capital e podem não interessar às iniciativas privadas. “Qual o sentido de vender o filé mignon e ficar com a carne de pescoço?”, diz Lúcio. A Infraero, por exemplo, passou a dar prejuízo para o governo a partir de 2013, depois de vender alguns dos seus melhores aeroportos, como o do Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), mantendo operações em localidades de menor interesse para o mercado.

A expectativa, tanto entre as vozes que acreditam que o plano de Guedes é mais agressivo do que deveria ser quanto entre as que defendem que ele jamais conseguirá cumprir as promessas feitas, é que avanços devem acontecer nos próximos meses. O difícil é prever se o movimento privatizador será longo, constante e profundo, conforme o desejo do ministro. Pelo lado da equipe econômica, o negócio da BR Distribuidora indica que um certo pragmatismo deve imperar nas próximas operações. 

Afinal, como ensinaram Mick Jagger e Keith Richards, não se pode ter tudo o que se quer.

https://www.istoedinheiro.com.br/ate-onde-vai-guedes/

Banco Inter confirma compra de participação de 8,1% pelo Softbank


O Softbank desembolsou R$ 760 milhões por 19 milhões de units ofertadas pelo Banco Inter no final de julho

 

Banco Inter confirma compra de participação de 8,1% pelo Softbank

O Banco Inter confirmou nesta terça-feira (6) através de fato relevante, que o Softbank, fundo de investimentos em tecnologia fundado no Japão, comprou 8,1% de participação na empresa através de units – “pacotes” da ação que incluem uma ação ordinária e duas preferenciais. Os investidores desembolsaram R$ 760 milhões por 19 milhões de units ofertadas no final de julho.

Por conta dos rumores da chegada do Softbank como um dos acionistas do Inter, o valor das units da empresa explodiram nos últimos dias, tendo um crescimento de quase 30% de seu valor entre terça-feira (30) e quarta-feira (31) da última semana. Se sabia da chegada dos investidores, mas não os termos da aquisição.

No fato relevante divulgado hoje (6), a compra do Softbank foi feita através de sua unidade de investimentos sediada em Miami, LA BI Holdco LLC.

“A participação adquirida tem como objetivo o investimento de longo prazo e não visa alterar a composição de seu controle acionário ou estrutura administrativa”, disse LA BI Holdco em correspondência ao Banco Inter comunicado sobre a operação.
https://www.istoedinheiro.com.br/banco-inter-confirma-compra-de-participacao-de-81-pelo-softbank/

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

BRDE planeja investimentos de R$ 1 bilhão no PR neste ano


Alvo é fomentar ainda mais as cooperativas e o agronegócio 

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Wilson Bley Lipski, diretor de operações do BRDE

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) planeja viabilizar investimentos na ordem de R$ 1 bilhão no Paraná até dezembro. O intuito é fomentar ainda mais as cooperativas, o agronegócio e o ecossistema de inovação, além de atuar como órgão auxiliar das demais secretarias para concretizar políticas públicas voltadas ao desenvolvimento das cidades e das cadeias produtivas. A projeção foi apresentada pelo diretor de operações do BRDE, Wilson Bley Lipski (foto), ao governador Carlos Massa Ratinho Junior durante reunião de secretariado nesta terça-feira (30).

“Foi uma encomenda do governador tornar o BRDE mais conhecido e que pudéssemos interiorizar a instituição para conhecer as realidades de todo o Estado, e a partir disso customizar linhas de crédito para gerar mais emprego, renda e tributos”, afirmou Lipski. A instituição financeira conta uma carteira com 35,3 mil clientes ativos e um histórico de R$ 13,4 bilhões em contratações nos últimos cinco anos, com cobertura em 90% dos municípios da região Sul. Neste ano já foram contratados R$ 1,08 bilhão em crédito nos três estados – sendo que o Paraná representa 36% dessas captações. O Banco tem 47 linhas de crédito e é parte integrante do sistema paranaense de fomento, que conta com a Fomento Paraná e a Agência Paraná de Desenvolvimento. O diretor de operações do BRDE destacou que a instituição tem importância vital para a retomada da economia paranaense, com oferta de crédito personalizado para os empresários. Segundo ele, essa possibilidade de incremento de renda ainda possibilita transformar aspectos sociais locais com mais velocidade. 

Lipski também recordou que o banco é o maior repassador de linhas de crédito de inovação no Brasil, além de ter sido responsável por 59% dos repasses do Fundo Clima (vinculado ao BNDES) em 2018. Também é um agente credenciado pelo Ministério do Turismo para operar o Fundo Geral de Turismo, beneficiando a infraestrutura desse setor no Paraná. “Nesses seis meses tivemos participação nas Parcerias Público-Privadas, na desestatização, no processo de inovação, turismo, e reafirmamos nossa vocação maior que é a agricultura. Esse apoio que damos ao setor agropecuário faz toda a diferença porque 60% da nossa carteira é vocacionada às cooperativas e agricultores. Queremos fortalecer esses setores, fundamentais para o Estado”, completou. Lipski ainda disse que a instituição trabalha paulatinamente para diminuir a dependência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com possibilidade de captar recursos de outras instituições. Essa mudança de postura trouxe perto de 130 milhões de euros para dentro do banco nos últimos meses, e capacidade de oferta de crédito mais barato ao empresariado.

O intuito do BRDE para os próximos anos é abrir ainda mais a participação na economia paranaense com parcerias e programas de irrigação para o agronegócio, iluminação pública e oferta de recursos para a Defesa Civil e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano levarem soluções para as áreas mais impactadas por intempéries. Além disso, contribuirá com a formatação de programas estaduais de emprego, com possibilidade de oferta de juros personalizada para empresas que tenham compromisso com abertura de vagas. A instituição ainda prepara o lançamento de um aplicativo em parceria com a Celepar para facilitar o acesso a simulações de crédito.


 http://www.amanha.com.br/posts/view/7883

Startup que substitui Correios lança solução para microempreendedores


A Pegaki, criada em 2016, oferece entregas para grandes comércios eletrônicos. Agora, atenderá quem tem até 20 encomendas por dia




A startup de logística Pegaki cresceu dando aos clientes a opção de retirarem seus produtos em locais próximos à sua residência — uma estratégia que gigantes como a Magazine Luiza já praticam por meio da disseminação de suas lojas. Agora, a Pegaki busca expandir fazendo o movimento contrário: ajudar microempreendedores a terem mais opções ao despacharem seus produtos.

A Pegaki contou de forma exclusiva a EXAME que lançará um serviço de drop off points, ou pontos de deixa da mercadoria pelos quais transportadoras passarão. Para isso, a startup de logística aproveitará sua estrutura de 600 pontos parceiros. O objetivo é oferecer mais uma opção aos microempreendedores para o despacho de suas encomendas. Eles dependem principalmente da estatal Correios, que enfrenta uma greve de funcionários.

Até o final do ano, a Pegaki projeta atender 1.000 microempreendedores — valor que pode aumentar com a expansão dos pontos e com a negociação de um novo investimento para a startup de logística.

 

Do grande ao micro


Os empreendedores João Cristofolini, Ismael Costa e Daniel Frantz fundaram a Pegaki no final de 2016. Com sede em Blumenau, o negócio surgiu inicialmente com a necessidade de atender à demanda de Frantz, que tinha um e-commerce e muitos problemas para lidar com insucesso de entregas e da logística reversa (devoluções de produtos).



 https://exame.abril.com.br/pme/startup-que-substitui-correios-lanca-solucao-para-microempreendedores/