60% das companhias globais encontram questões significativas de compliance em aquisições ou investimentos realizados por elas.
O dado foi apontado em uma nova pesquisa global, ‘Connected
Compliance: fte global case for integration’, realizada pela Baker
McKenzie, uma banca global que tem no compliance uma de suas principais
práticas.
A empresa consultou cerca de 1300 líderes de negócios do Canadá,
Estados Unidos, China e Hong Kong, Alemanha, Espanha e Brasil sobre os
seus approachs e preocupações em relação ao tema, além de dados de uma
pesquisa realizada em 2017, que abordou as práticas de compliance de
mais de 500 companhias com receitas superiores a um bilhão de libras no
Reino Unido.
O estudo revela que as companhias estão assumindo riscos de
compliance quando buscam operações de aquisição ou fusão. 60% das
empresas pesquisadas dizem que adquiriram ou fizeram investimentos em
empresas com questões de compliance já conhecidas. Um quarto das
companhias pesquisadas tem uma meta ‘agressiva’ de crescimento e dois
terços das empresas assumem um risco calculado na busca por esse
crescimento.
Apesar de sua importância estratégica em aquisições e operações de
M&A de grande vulto, menos de metade dos respondentes, 43%, dizem
que envolvem os times de compliance de forma substantiva no planejamento
e na implementação de operações de M&A multibilionários.
Um ponto interessante apontado pelo estudo é que o Brasil é o país
com o maior envolvimento de profissionais de compliance no planejamento
das operações de M&A, com presença em 57% dos casos. Na outra ponta
estão os britânicos, que em apenas 38% dos casos chamam os times de
compliance para o processo de planejamento da operação.
Globalmente, 49% dos respondentes descobriram um problema de
compliance após a aquisição. Entre os entrevistados baseados nos Estados
Unidos, 67% deles relataram fazer investimentos em empresas com
problemas de compliance desde o início e praticamente o mesmo
percentual, 68%, em casos de problemas relativos à conformidade
descobertos posteriormente.
Mas, existe um motivo pelo qual os norte-americanos, supostamente,
assumem mais riscos do que as empresas em outros mercados pesquisados.
“Sabemos que os EUA têm algumas das indústrias mais reguladas do mundo e
estão sujeitas a análises e escrutínios incrivelmente rigorosos.
Portanto, é provável que as empresas dos EUA estejam lidando com mais
questões de conformidade – desde um pequeno problema de saúde e
segurança até o cumprimento de sanções internacionais – do que seus
pares globais”, reconhece William Devaney, co-presidente do grupo global
de Compliance & Investigations do Baker McKenzie. Exemplificando,
na China e em Hong Kong, 48% dos entrevistados estão dispostos a
realizar investimentos em empresas com problemas de conformidade
conhecidos.
“Como mostra o nosso relatório, as empresas que não envolvem equipes
de compliance em decisões críticas para os negócios podem estar causando
danos (pessoais inclusive) consideráveis e aumentando
significativamente sua exposição ao risco, especialmente no contexto de
fusões e aquisições”, diz Devaney. Para o advogado do Baker McKenzie, em
vez de considerar o compliance como um mal necessário, os líderes de
negócios devem perceber os benefícios de envolver as equipes da área
desde o início.
Mas, apesar da sua importância cada vez mais reconhecida, a pesquisa
traz um dado nada alentador. De que mais de 40% dos líderes de negócios
estão tomando medidas para reduzir os serviços de compliance para
atender aos negócios. Um risco significativo para que o compliance, de
fato, funcione.
Originariamente publicado na Revista LEC com o título Problema com os M&A’s
Imagem: Freepik
http://www.lecnews.com.br/blog/problemas-de-compliance-em-fusoes-e-aquisicoes/?utm_campaign=compliance_news_2819&utm_medium=email&utm_source=RD+Station
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