A Passaredo Linhas Aéreas anunciou, nesta quarta-feira, 20, a
aquisição de 100% do controle societário da MAP Linhas Aéreas,
companhia com atuação no Amazonas e no Pará. O valor do negócio não foi
divulgado e o foco da Passaredo, segundo seu presidente, José Luiz
Felício Filho, são as operações no Aeroporto de Congonhas em São Paulo.
De acordo com o empresário, como a fatia das duas empresas no mercado
brasileiro soma 1%, o negócio não necessita de autorização do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade), apenas do comunicado à
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Com a recente redistribuição dos slots da Avianca Brasil no aeroporto
da capital paulista, a Azul Linhas Aéreas recebeu 15 autorizações, a
Passaredo obteve 14 e a MAP, mesmo com atuação exclusiva nos dois
Estados da Região Norte, conseguiu 12. Com a incorporação anunciada
nesta quarta, a Passaredo terá 26 operações de pouso e decolagem diárias
em Congonhas. “A operação dá ganho de escala e sinergia em Congonhas”,
disse.
Segundo Felício, com a aquisição, a Passaredo passa a ter 11
aeronaves ATR 72-500, cinco já operadas da empresa com sede em Ribeirão
Preto (SP) e seis da MAP. Três aviões da MAP serão remanejados da Região
Norte para operar em Congonhas e mais três novas aeronaves devem ser
incorporados até o final do ano, elevando a frota para 14.
A Passaredo prevê iniciar os voos em Congonhas em 26 de outubro.
Enquanto a Azul priorizou a ponte aérea Rio-São Paulo, os destinos
iniciais da companhia regional serão o interior de São Paulo, além de
Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul. Até o anúncio dos novos
destinos, as companhias seguirão a operação nas 37 cidades atuais
atendidas por ambas e não há a previsão de cortes nos postos de
trabalho. Entre os novos destinos previstos estão Araçatuba, Bauru e
Marília, no Estado de São Paulo, Uberaba (MG), Ipatinga (MG), Dourados
(MS) e Ponta Grossa (PR).
“A operação de São Paulo (Congonhas) pode oferecer serviço para o
passageiro ir e voltar no mesmo dia para a capital paulista, o que não
ocorre atualmente para esse aeroporto a partir de cidades do interior
paulista, por exemplo”, afirmou Felício. “As operações (da MAP) no Norte
continuam da mesma forma e acredito que após a implementação de
Congonhas possamos intensificar a integração da malha, já que temos
operações da Passaredo em Tocantins”, completou.
Apesar da dificuldade financeira após o final da recuperação judicial
da Passaredo, em 2017, o empresário garante que o financiamento “para a
aquisição da MAP e para capital de giro vieram dentro de forma mista,
de parceiros operacionais, comerciais e bancos”. Antes da autorização
para voar em Congonhas, a Passaredo estimava investir US$ 4,5 milhões,
cerca de R$ 18 milhões, para ampliar as operações para a capital
paulista.
Além do acordo, a Passaredo anunciou também uma nova identidade
visual, a Voepass. Já a MAP Linhas Aéreas, segue, por enquanto, com
mesmo nome e operações independentes na região Norte.
Com sede na cidade do interior paulista, a Passaredo opera rotas nas
regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, com 28 destinos. A
companhia da família Felício transportou, em 2018, 570 mil passageiros,
com aproximadamente 14 mil decolagens.
Com sede em Manaus (AM), a MAP, de propriedade da família Pacheco,
opera há apenas seis anos e atende 14 municípios do Amazonas e Pará, e
transporta por ano mais de 140 mil passageiros. Com a operação, a
Passaredo terá 800 funcionários, 500 já na empresa e 300 da MAP.
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