A rede de restaurantes e lanchonetes Madero e o fundo
americano Advent estão na disputa pelo parque de diversões Beto Carrero.
A oferta do Madero é de R$ 1,1 bilhão, apurou o ‘Estado’. A proposta do
Advent também está na casa do bilhão de reais.
As negociações para a venda do complexo de entretenimento localizado
em Penha (localizada 115 quilômetros ao norte de Florianópolis)
começaram no fim de novembro. Além do Madero e do Advent, o fundo de
private equity (que compra participações em empresas) Carlyle mostrou
interesse, mas acabou considerando o negócio de pequeno porte para seu
portfólio, de acordo com uma fonte a par das conversas.
A compra do Beto Carrero seria estratégica para o Advent. No setor de
turismo e entretenimento, o fundo detém 50% do Grupo Cataratas, que
administra os parques nacionais das Cataratas do Iguaçu (PR), de
Fernando de Noronha (PE) e da Tijuca (RJ), além do Zoológico do Rio de
Janeiro.
Caso leve o parque de diversões, a intenção do Advent é abrir o
capital do Grupo Cataratas, segundo fontes. O fundo vem estudando fazer
uma operação semelhante com o Walmart Brasil, que passa por uma fase de
reestruturação financeira e de marcas.
O Madero, por sua vez, recebeu em janeiro R$ 700 milhões ao vender
uma fatia de 22% para o Carlyle. Criada em 2005 pelo empresário Junior
Durski, a rede foi avaliada em R$ 3 bilhões na época da operação. Com
175 lojas no País, o Madero deve encerrar o ano com mais 20 unidades,
contando as marcas Madero, Jerônimo e Steak House.
Essa seria a primeira investida do Madero fora do setor de
alimentação. A rede colocaria seus restaurantes e lanchonetes para
dentro do parque. Durski também pretende levar sua empresa à Bolsa. Em
janeiro, quando anunciou o plano de expansão para a rede, o empresário
afirmou ao Estado que a intenção era fazer a abertura de capital já no ano que vem.
Chamariz. Visto como uma companhia com grande potencial no
setor, o Beto Carrero recebeu 2,4 milhões de visitantes no ano passado e
teve geração de caixa de R$ 119 milhões. Para este ano, porém, a
previsão é que haja uma queda desse valor, para R$ 115 milhões. Em
abril, o BNDES liberou R$ 50 milhões para financiar expansão do
complexo.
A mãe, o filho e a irmão de Beto Carrero, que morreu em 2008, são os
atuais donos do parque. A família decidiu se desfazer do negócio por ter
se mudado para os Estados Unidos. Inicialmente, a informação que corria
no mercado era que a empresa estava interessada em abrir seu capital.
Segundo fonte próxima, essa opção nunca esteve na mesa e a decisão
sempre foi de vender o negócios.
No ano passado, a empresa havia afirmado que não investiria mais no
parque porque tinha perdido a isenção fiscal na cidade. A Câmara de
Vereadores de Penha acabou aprovando uma redução do imposto sobre
serviços (ISS) de 5% para 3%.
Procurados, Madero e Advent não comentaram o assunto. A assessoria de
imprensa do Beto Carrero não retornou até o fechamento desta edição.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.