Você já ouviu falar da loja de parede? O conceito ficou mais conhecido no Brasil depois que o grupo O Boticário lançou, em setembro de 2021, uma campanha utilizando este formato de venda em alguns dos pontos mais movimentados de São Paulo, como a Linha 4 Amarela do Metrô.
O novo formato multicanal é bem semelhante às vitrines normais da loja física, mas ao invés dos produtos físicos, são inseridas as fotografias, descrições e os códigos das mercadorias. Caso se interesse por algum item, o consumidor pode direcionar a tela do seu celular para o QR Code disponível no anúncio e ter acesso a plataforma do e-commerce, onde será possível finalizar a compra em poucos segundos.
Acessível e eficaz, loja de parede oferece vários benefícios aos empreendedores
Para o diretor comercial da Gigatron Tecnologia, Victor Ruiz, a estratégia de vendas é uma ótima solução para quem deseja divulgar um bem ou serviço sem gastar muito: “a loja de parede possui um formato muito eficiente porque segue o comportamento atual do ser humano, que quer tudo na hora e sem complicações. Ao colocar a propaganda no metrô, por exemplo, é possível atingir um público que antes não tinha sido impactado”, explica o diretor comercial.
Com foco na elaboração de ações tecnológicas que atendam às necessidades do novo perfil de consumidor, mais exigente, moderno e impaciente, a loja de parede possui a inovação do varejo phygital e oferece diversos benefícios aos empreendedores e clientes, conforme aponta o especialista em estratégias de negócios, Adriano Santos: “para a empresa existe uma redução de custos não só com relação a estocagem como também quanto a proteção de produtos perecíveis”, inicia o profissional, que complementa: “na minha opinião, o mais importante nesse modelo de negócio de lojas na parede é o UX, ou seja, a experiência do usuário ao realizar a compra. Isso porque nota-se diversos benefícios nesta prática, como a velocidade, a praticidade e a possibilidade de comprar vários itens em um curto período de tempo”, argumenta Adriano Santos.
“Assim, além da redução de custos para as empresas, vejo que as lojas de parede melhoram a experiência do cliente, já que trazem uma economia de tempo para o público-alvo, o que acarreta o aumento do seu engajamento com as marcas”, continua o especialista em estratégias de negócios, que também aponta como vantagem a redução dos custos com mão de obra.
Desafios da loja de parede giram em torno da humanização
Como nem tudo são flores, existem também os percalços a serem enfrentados pela loja de parede: “a principal falha desse modelo multicanal é a falta de humanização durante o atendimento ao cliente, já que o ser humano sempre será insubstituível”, inicia Adriano Santos, que completa: “diante de dúvidas sobre algum produto ou serviço, o contato com um atendente pode nos ajudar muito mais do que uma explicação virtual ou escrita na parede. CNPJ não vende para CNPJs e sim para pessoas”, pontua o profissional.
A técnica, apesar de ter ganhando o mercado brasileiro a pouco tempo, já é muito utilizada pelo marketing internacional, conforme recorda o estrategista de negócios: “no final de 2019, em outubro, estive na China e tive duas experiências interessantes com o modelo de loja na parede. A primeira delas foi nos restaurantes, já que ao escanear o QR Code das fotos dos pratos, o público recebia a comida no próprio local de vendas ou via delivery. A segunda experiência foi em uma loja física do Alibaba, onde era possível escanear a imagem do produto e agendar o horário da entrega e o endereço conforme o desejado. Era uma compra híbrida”, finaliza o entrevistado.
Outras estratégias tecnológicas que estão em alta
Além da loja de parede, há uma diversidade de estratégias tecnológicas que mesclam os benefícios das lojas físicas e digitais e atendem as demandas do varejo de forma personalizada.
O Digital out of home, por exemplo, utiliza painéis de LED ou telas em ambientes de espera ou de fluxo intenso, como elevadores e metrôs. O uso de QR Codes também é bem-vindo nos empreendimentos, já que possibilita o acesso a conteúdos digitais nas lojas físicas, como ocorre com os cardápios nos ambientes gastronômicos.
Há ainda o surgimento do metaverso, que através de tecnologias como a realidade virtual e aumentada, cria um mundo virtual completamente diferente de tudo o que os consumidores viram até hoje. Gigantes da moda, como a Gucci e a Prada, por exemplo, já investiram em provadores com realidade aumentada e em vendas virtuais de roupa e de NFTs, como foi o caso da Vans e da Dolce & Gabbana, respectivamente.
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