segunda-feira, 27 de março de 2023

Ibovespa avança com apoio externo e expectativa de regra fiscal


Ibovespa avança com apoio externo e expectativa de regra fiscal

Bolsa de Valores B3

 

Por Paula Arend Laier

 

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, com o viés positivo de praças acionárias no exterior apoiando a recuperação após cinco semanas seguidas de baixa no pregão paulista, enquanto agentes financeiros aguardam novidades sobre nova regra fiscal do país.

Às 11:20, o Ibovespa subia 0,91%, a 99.726,06 pontos. O volume financeiro somava 3,9 bilhões de reais.

Tal performance ocorre após o Ibovespa acumular cinco semanas de queda, período em que caiu cerca de 9,5%.

Na visão da XP Investimentos, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva -que adiou viagem à China por motivos de saúde- e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Brasil, aumentam as chances de o novo arcabouço fiscal ser anunciado nesta semana.

Sobre a pauta brasileira, a equipe da plataforma de investimentos também afirmou que a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, prevista para terça-feira, é bastante aguardada.

Na semana passada, o Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano e esfriou expectativas de um corte em breve, o que motivou uma forte correção no mercado local, contaminando o Ibovespa.

Para estrategistas do JPMorgan, há pouca possibilidade de o mercado brasileiro de ações engatar uma tendência de alta na ausência de juros mais baixos, ou sem ao menos uma expectativa de que exista caminho para isso.

No exterior, as atenções devem ficar voltadas para discursos de autoridades do Federal Reserve, com agentes financeiros buscando sinais sobre os próximos passos da política monetária, mas também a dados econômicos e a situação no setor bancário.

Em Wall Street, nesta segunda-feira, o S&P 500 subia 0,5%, após acordo de compra dos depósitos e empréstimos do falido Silicon Valley Bank.

DESTAQUES

– VIA ON mostrava alta de 3,21%, a 1,93 reais, e MAGAZINE LUIZA ON subia 1,93%, a 3,36 reais, endossadas pelo relativo alívio na curva de juros, que também ajudava outras ações de varejo. PETZ ON valorizava-se 2,89%, após desabar 11,7% na semana passada.

– RAÍZEN PN avançava 3,32%, a 2,49 reais, no segundo pregão de recuperação, após atingir mínimas históricas na última quinta-feira. O JPMorgan reiterou recomendação “overweight” para os papéis, citando valuation, mas cortou previsão para o Ebitda e citou falta de gatilhos no curto prazo.

– BRASKEM PNA subia 3,3%, a 18,45 reais, conforme persistem expectativas atreladas ao controle da petroquímica. Mais cedo, a Petrobras informou que não houve mudanças em seu plano de venda de sua participação na Braskem. Os papéis também atingiram na semana passada mínimas desde abril de 2020.

– COGNA ON caía 3,24%, a 1,79 reais, ampliando a perda da semana passada e renovando mínimas desde 2011, apesar de perspectivas positivas sinalizadas por executivos do grupo de educação. No setor, YDUQS ON perdia 3,18%, a 7 reais, após saltar mais de 10% na sexta-feira.

– BRF ON recuava 2,59%, a 6,02 reais, corrigindo parte da alta da última sexta-feira, quando disparou 11,35%. A companhia busca reabilitação de suas duas maiores fábricas pela China, afirmaram fontes à Reuters na semana passada.

– PETROBRAS PN registrava acréscimo de 1,23%, a 23,07 reais, em sessão de alta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent subindo 2,01%.

– VALE ON tinha alta de 0,24%, a 78,86 reais. Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura se recuperaram nesta segunda-feira, mas os ganhos foram limitados pela decepção dos traders principalmente com a fraca demanda por produtos de aço para construção na China.

– ITAÚ UNIBANCO PN avançava 1,72%, a 23,62 reais, e BRADESCO PN valorizava-se 1,89%, a 12,95 reais, endossando a recuperação na bolsa paulista.

– CEMIG PN ganhava 1,79%, a 10,82 reais, após anunciar projeção de investimentos de 42,2 bilhões de reais para o período entre 2023 e 2027, maior plano de investimentos da sua história. A elétrica mineira também encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido de 1,4 bilhão de reais.

– DASA ON, que não está no Ibovespa, subia 7,5%, a 8,17 reais, após divulgar que engajou os bancos BTG Pactual, Bradesco BBI e Itaú BBA para uma potencial oferta primária de ações de 1,5 bilhão de reais a ser lançada depois da divulgação do balanço da companhia, esperada para o dia 28 deste mês.


sexta-feira, 24 de março de 2023

Coface/Krause: Economias desenvolvidas devem puxar desaceleração do PIB global

Coface/Krause: Economias desenvolvidas devem puxar desaceleração do PIB global

A economista da Coface para América Latina, Patrícia Krause, confirmou nesta quinta-feira, 23, a revisão da previsão que a empresa fez no final de 2022 de um crescimento de 3,1% da economia global em 2023 para uma atual de 1,9%. A nova projeção consta do Barômetro de Risco País e Setorial, um estudo mundial produzido pelos economistas da companhia e que o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, antecipou na terça-feira, 21.

Essa desaceleração deve ser puxada principalmente pelos países desenvolvidos”, disse a economista agora há pouco durante a ‘Conference Risk 2023’, evento anual da Coface, que depois de três anos sendo feito virtualmente por causa da pandemia voltou a ser presencial nesta edição.

Neste contexto em que os países desenvolvidos é que devem puxar a desaceleração do PIB mundial, Patrícia destaca a Europa no centro da questão energética, evitando o pior com a benesse de um inverno menos rigoroso do que se esperava inicialmente.

“Foi evitado um pior cenário de racionamento que poderia levar à recessão, mas ainda assim os custos seguiram elevados por causa da importação de gás liquefeito, que tem um preço maior que o do gás que chegava via gasodutos e segue sob atenção”, disse a economista.

Nos Estados Unidos, segundo ela, há a expectativa de forte aperto das taxas juros e desaceleração econômica. A Coface prevê alta de 0,8% do PIB americano contra uma expansão de 2,1% em 2022.

“Contrariamente, em poucos mercados, como a China, a gente espera aceleração, mas mesmo assim uma expansão fraca, saindo de 3% no ano passado para 4%. Essa alta, em decorrência da reabertura da economia chinesa deverão ajudar a partir do segundo semestre”, disse.

A economista disse ver ainda a Índia crescendo em um nível elevado este ano e contribuindo para a taxa de crescimento global.

Pensando em Brasil, a economista da Coface disse que é interessante que a China cresça mais, mas que desta vez o crescimento chinês se dará mais por meio da expansão do setor de serviços, o que não influi muito nos preço das commodities, que são as principais mercadorias brasileiras comercializadas entre os dois países. A previsão da Coface é de um crescimento de 0,7% para o País em 2023...

 

 

Nubank pode impedir que funcionário fale mal da empresa? Especialista comenta o caso


Crédito: Divulgação / Nubank

Um grupo de pessoas teria sido demitida com a promessa de um salário adicional e uma extensão de três meses do plano de saúde (Crédito: Divulgação / Nubank )

 

Edda Ribeiro

 

 Falar mal da empresa gera consequências? Para evitar qualquer relato negativo, o Nubank se adiantou e adicionou cláusula para os seus funcionários: desde a admissão, quem trabalha na empresa assina um contrato que garante “obrigações de confidencialidade e de não-difamação”.

Conforme relatos apurados pelo Valor Investe, um grupo de pessoas teria sido demitida da empresa com a promessa de um salário adicional e uma extensão de três meses do plano de saúde para aceitar o termo. 

Segundo Flávio Monteiro, professor de Direito Trabalhista do Ibmec BH, para este tipo de cláusula ser válida, não pode haver nenhum tipo de coação sobre o trabalhador. 

“Ele tem que ter liberdade para aceitar ou não esse tipo de contrato. Além disso, tem que haver transparência e boa fé entre as partes: ele tem que ter clareza sobre o que está recebendo e o compromisso que está assumindo”, explica o professor. 

Veja abaixo a nota completa do Nubank sobre as demissões: 

 “O Nubank, como todas as empresas, avalia constantemente sua estrutura e realiza contratações, desligamentos e transferências internas de acordo com as demandas do negócio, performance, necessidade de equipe, entre outros motivos. O Nubank segue contratando, no ritmo adequado para seus planos de negócios em 2023.

Em respeito ao sigilo e proteção de dados dos seus funcionários, a empresa não comenta publicamente casos específicos, mas reitera que segue à risca a legislação trabalhista. As obrigações de confidencialidade e de não-difamação são recíprocas e praticadas por diversas empresas do setor. Elas constam nos nossos contratos de trabalho desde o momento de admissão e são reiteradas nos acordos de desligamento.”

Segundo Monteiro, é necessário que haja proporcionalidade e razoabilidade no contrato.

“O banco não pode colocar uma condição dessa na rescisão de forma que o funcionário não possa nunca mais falar nada de negativo sobre a empresa; deve ter uma limitação temporal para que seja razoável”, explica, acrescentando que, em casos semelhantes, a jurisprudência tem entendido que algo como 12 meses de vigência da cláusula.

 

O professor também alerta: a cláusula não pode ser usada para impedir relatos ou denúncias a órgãos oficiais, como a Justiça do Trabalho. No entanto, uma vez assinado o contrato, é preciso ficar atento, pois até mesmo relatos verdadeiros sobre assédio ou outro tipo de denúncia devem ser evitados em redes sociais.


"A igreja da tecnologia pode destruir as democracias", diz Miguel Nicolelis


Cientista afirma que o cérebro humano não pode ser reduzido a um algoritmo

www.brasil247.com - Miguel Nicolelis
Miguel Nicolelis (Foto: Evilyn Guedes)


O cientista Miguel Nicolelis afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, que a inteligência artificial não é nem inteligente nem artificial. "São sistemas computacionais baseados em grandes bancos de dados. O cérebro humano não pode ser reduzido a um algoritmo", disse ele.

Na entrevista, ele afirmou que os usuários, seres humanos, estão treinando o chat GPT e falou sobre o diferencial do cérebro humano. "É ele que nos provê a interpretação de tudo que vemos à nossa volta. O cérebro é um camaleão e existe para maximizar a nossa chance de sobrevivência. Meu medo é a gente se comportar como um sistema digital", afirmou. "Na Finlândia há discussões sobre retirar o computador da sala de aula. O desenvolvimento criativo está sendo afetado. Fora isso, os índices de fraudes nos exames têm sido cada vez maiores", alertou.

Nicolelis disse ainda que o cérebro humano pode se tornar menos capaz com excesso de inteligência artificial. "A interação humana na educação é o grande passo do aprendizado e o chat GPT na redação pode matar a capacidade de expressão do ser humano", apontou. "Vivemos o movimento de maior tribalização da história da humanidade e a igreja da tecnologia pode destruir as democracias", disse ainda Nicolelis.

 

 https://www.brasil247.com/entrevistas/a-igreja-da-tecnologia-pode-destruir-as-democracias-diz-miguel-nicolelis

Analistas avaliam impacto nos mercados do adiamento da ida de Lula à China

 


Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma eventual ausência de Lula na viagem à China, ou mesmo do poder, pode impactar os mercados diz analista (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Lula (PT) foi diagnosticado com pneumonia leve na noite desta quinta-feira (23) e irá atrasar sua ida à China, anteriormente marcada para amanhã (25). Em princípio, a viagem está remarcada para domingo.

Segundo a assessoria do presidente, Lula passou por exames no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, nesta quinta-feira. A previsão é de que o presidente fique na China até o dia 30, quando visitará o Banco dos BRICS acompanhado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que assumirá a presidência da Instituição.

A perspectiva de a doença do presidente se agravar, adiando a ida à China ainda mais ou mesmo mantendo-o fora do poder por algum tempo, pode impactar os mercados. Analista consideram essa possibilidade um risco para o andamento das atividades financeiras e da estabilidade política e econômica do país.

Percepção dos analistas

“Eu trabalho com a criação de cenários alternativos e certamente um cenário que se deve levar em consideração seria termos a ausência do Lula e isso realmente traria problemas muito sérios ao Brasil. Mesmo que você tivesse o Geraldo Alckmin assumindo a presidência, que tem um perfil mais voltado ao mercado, as turbulências das forças políticas que elegeram o Lula seriam muito grandes. No curto prazo, certamente qualquer adoecimento do Lula pode ser um problema para a economia no sentido de que é mais um fator de turbulência interferindo nos negócios”, afirma Carlos Honorato, economista, mestre e PhD em Administração pela FEA-USP e professor da FIA Business School.

O economista Alcântara Macedo considera que a saúde de um dirigente de uma nação como o Brasil sempre traz impacto nos mercados. “No caso do presidente Lula, a fragilidade da sua saúde, seja pela idade ou saúde, já está precificada nos mercados brasileiros. Em relação à não ida a China, temos que esperar 24 horas, no máximo 72 horas, para avaliar o peso disso nos mercados e o impacto da leitura por parte do mercado”.

Para Honorato, o que precisa ser observado é que o Brasil se encontra em um ambiente de muita turbulência. “Temos o interesse de mercado de pressionar o Banco Central e as políticas econômicas para uma mudança, então qualquer fator adicional de instabilidade pode impactar os mercados até porque o clima já não está muito bom”.

“Em relação à viagem da China, pode ser uma pena dependendo de quando isso for adiado, porque dentro do nosso campo estratégico ir a China e ter o encontro com o presidente Xi Jinping realmente nos colocaria num alinhamento desse novo pano de fundo global. As pessoas podem não encarar isso, mas a aliança China e Rússia está dando o tom de uma nova geopolítica global em que o Brasil tem espaços para se aproveitar disso para fazer um pouco de barganha entre os dois lados. Portanto, a não ida dele imediatamente pode nos atrasar um pouco em relação à inserção nesta nova ordem para barganhar dos dois lados”, diz o professor da FIA Business School.

Segundo dados do governo, a China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, a corrente de comércio atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões.

O M&A do colágeno: Farmax compra a Sanavita

Imagem 1 de 3 de Ácido Hialurônico Colageno Verisol Sanavita Cranberry/ Limão

A Farmaxa fabricante de produtos de personal care que se tornou uma investida da Vinci Partners há um ano e meio – acaba de fazer o maior M&A de sua história.

A empresa comprou a Sanavita, um dos três maiores players de suplementos alimentares do País, fabricando produtos como whey protein e liderando em categorias como colágeno e ácido hialurônico oral, que é naturalmente produzido pelo organismo e contribui com a elasticidade da pele.

A Farmax comprou 100% do negócio, que faturou R$ 80 milhões no ano passado. O valor da aquisição não foi revelado – mas as transações nesse setor tipicamente saem a um múltiplo de 10x a 12x EBITDA.

A Sanavita nasceu há mais de 40 anos quando uma professora de nutrição da USP, Jocelem Mastrodi, começou a fabricar produtos para o emagrecimento num pequeno galpão em Piracicaba.

A empresa foi uma das pioneiras no mercado de suplementação alimentar no Brasil e hoje vende seus produtos principalmente pelo ecommerce e o chamado ‘canal verde’, essencialmente lojas de produtos naturais como o Mundo Verde.

Uma das principais sinergias da transação será na distribuição, o CEO da Farmax, Ronaldo Ribeiro, disse ao Brazil Journal.

O M&A do colágeno: Farmax compra a Sanavita

A Farmax está presente em 94% das 91 mil farmácias brasileiras, e a ideia é passar a distribuir os produtos da Sanavita nessas lojas. Segundo ele, a ideia é levar os produtos da Sanavita para 5-10% da base de farmácias já no primeiro ano pós-aquisição, e depois aumentar essa penetração gradativamente.

Com isso, a Farmax espera elevar o faturamento da Sanavita para R$ 100 milhões este ano, um crescimento de 25%.

Do outro lado, a Farmax também deve se beneficiar dos canais de distribuição da Sanavita, passando a vender alguns produtos, como óleos essenciais, no ‘canal verde’, bem como usar a expertise da Sanavita na venda digital para desenvolver mais o ecommerce da Farmax, que ainda é muito pequeno.

Ronaldo disse que a transação endereça dois dos três pilares estratégicos desenhados junto com a Vinci: crescer em canais além do farmacêutico, em novas geografias e em novas categorias.

 

Reestruturação do Negócio - Saraiva quer abrir 10 livrarias em 2023


 

 

 

  Na fase final de sua recuperação judicial, a rede de livrarias Saraiva pretende reformular suas operações físicas e digitais. O plano inclui a revitalização do site e a retomada da agenda de eventos, além do reposicionamento e da inauguração de lojas. Para este primeiro semestre, a varejista também estrutura um projeto de franquias com a marca Siciliano. "Nossa expectativa é abrir dez unidades até o fim de 2023. 
 
Com 32 lojas espalhadas pelo país, o plano da rede é melhorar a presença em cidades menores para atender demandas regionais, com espaços aderentes ao perfil de cada região, público-alvo e com maior venda e rentabilidade por m²", revela Marcos Guedes, CEO da Saraiva. A rede tem como foco cidades que têm mais de 100 mil habitantes, fora do eixo Rio/São Paulo, nas quais estudantes representem mais de 25% da população. 
 
 
 https://www.gironews.com/redes-shopping/reestruturacao-do-negocio-71309/