Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Unidade frigorífica da Marfrig em Promissão, São Paulo
Estadão Conteúdoi
A
Marfrig Global Foods encerrou o primeiro trimestre de 2024 com lucro
líquido de R$ 62,6 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 634
milhões de igual período de 2023, informou a companhia nesta
quarta-feira, 15, depois do fechamento do mercado.
O Ebitda subiu
94,8% ante o primeiro trimestre de 2023, de R$ 1,358 bilhão para R$
2,646 bilhões. Já a margem Ebitda ficou em 8,7%, 4,1 pontos porcentuais
acima de um ano antes. A receita líquida aumentou 3,8%, de R$ 29,258
bilhões para R$ 30,371 bilhões de janeiro a março deste ano.
A
proteína bovina – foco das operações da Marfrig na América do Sul e na
América do Norte – representou 56% da receita líquida total da empresa
no trimestre. Produtos derivados de proteínas de aves e suínos –
mercados nos quais a BRF está entre as líderes globais – tiveram
participação de 44% nas vendas.
De acordo com a empresa, a dívida
líquida fechou o primeiro trimestre de 2024 em R$ 36,209 bilhões, queda
de 10% ante igual período de 2023. A alavancagem, medida pela relação
entre dívida líquida e Ebitda ajustado, passou de 3,50 vezes ao fim de
março de 2023 para 3,43 vezes no término do primeiro trimestre deste
ano. O fluxo de caixa operacional atingiu R$ 1,5 bilhão de janeiro a
março. Os investimentos consolidados no primeiro trimestre foram de R$
854,7 milhões.
Operações
A operação América do Norte,
capitaneada pela National Beef, registrou receita líquida de US$ 2,830
bilhões, alta de 9,6% em relação a igual período de 2023. O Ebitda ficou
em US$ 58 milhões, queda de 42,6%. A margem Ebitda da operação foi de
2,1%, contra 3,9% um ano antes. O volume total comercializado pela
unidade foi de 477 mil toneladas, alta de 2,4%. Do total, 415 mil
toneladas foram destinadas ao mercado interno e outras 62 mil toneladas
ao mercado externo.Já
na operação América do Sul, a receita líquida aumentou 11%, para R$
3,078 bilhões no primeiro trimestre de 2024. O Ebitda alcançou R$ 290
milhões, alta de 7,4%, enquanto a margem Ebitda ficou em 9,6%. O volume
de vendas foi de 165 mil toneladas, 13% maior na comparação anual. Foram
60 mil toneladas exportadas e 105 mil toneladas destinadas ao mercado
interno.
A partir do primeiro trimestre de 2024, a administração
da Marfrig passou a apresentar exclusivamente os resultados das
operações continuadas na América do Sul (complexos industriais e
unidades no Brasil, no Uruguai e na Argentina).
A companhia
destacou que o resultado da BRF, com receita líquida de R$ 13,3 bilhões,
Ebitda de R$ 2,1 bilhões e margem Ebitda de 15,9%, foi um dos
impulsionadores do seu desempenho no primeiro trimestre de 2024.
O
climatologista de renome internacional diz que projetos de lei para que
se desmate e degrade mais o ambiente não podem ser aprovados
Por
Daniela Chiaretti— De São Paulo
“Nenhum de nós, cientistas climáticos, dá qualquer apoio para
aumentar a exploração de combustíveis fósseis. Com o que já existe, não
vamos manter a temperatura a 1,5°C. Vamos superar 2,5°C em 2050. Não se
podem abrir novas minas de carvão, poços de petróleo e gás natural e não
podemos usar o que já está aberto. Tem que reduzir o uso do que já está
aberto.” A explicação, para que a humanidade evite o pior, é do
climatologista brasileiro Carlos Nobre, um dos mais reconhecidos
cientistas globais. “Vamos ver se agora, com esses eventos climáticos
extremos que aconteceram no Brasil - maior seca da história da Amazônia,
do Cerrado e do Pantanal, a maior chuva do Rio Grande do Sul- se o
setor de combustíveis fósseis ajuda e não atrapalha.”
Nobre é
enfático: “Todos os cientistas climáticos dizemos que o gigantesco
desafio é não deixar a temperatura passar de 1,5°C. Porque com 1,5°C já
estamos vendo o que está acontecendo no mundo.”
Segundo
ele, quem contribui para as emissões, do setor de petróleo à
agricultura, terá que contribuir mais para ajudar na adaptação aos
impactos do clima e aumentar a resiliência. “O Fundo Clima não deveria
ser só para financiamentos para indústrias que farão a transição
energética. Precisa de muitos recursos para adaptação e aumentar a
resiliência aos eventos extremos.”
O
cientista avisa: “Não tem volta. Na escala de gerações até dos meus
tetranetos - estamos em 2024, tenho um neto de 12 anos, até ele ter um
filho, e o filho dele ter filho, e o filho dele ter filho- estamos
falando do século XXII, não tem volta. Cada molécula do gás carbônico, o
principal gás-estufa, dura 150 anos. Por mais que a gente crie
mecanismos de retirar CO2 via restauração florestal ou sugestões de
geoengenharia, se tivermos sucesso de não deixar a temperatura passar de
1,5°C em 2050, ainda assim a temperatura vai continuar aumentando até o
próximo século”. A seguir os principais pontos da entrevista ao Valor:
Desastre “natural”
Uso
há alguns anos a palavra natural entre aspas. O que aconteceu no Rio
Grande do Sul é um fenômeno meteorológico que sempre existiu. Mas o de
agora, está claro, foi a maior chuva do registro histórico do Rio Grande
do Sul. Isso se deve ao aquecimento global.
Não reconstruir no mesmo lugar
Não
faz sentido reconstruir no mesmo lugar que foi completamente inundado e
as casas e ruas, destruídas. No vale do Taquari, várias daquelas áreas
já haviam sido destruídas em setembro.
Votar direito, comer menos carne
Tenho
dito que temos que escolher prefeitos e vereadores em outubro-novembro
que não sejam negacionistas de mudanças climáticas. Escolher políticos
com agendas ambientais. Também comer menos carne e voar menos, até os
aviões todos terem combustível renovável ou elétricos.
Entre aspas
Fui
eu quem deu o nome do Cemaden - Centro Nacional de Monitoramento e
Alertas de Desastres Naturais. Não chamo mais de natural porque os
negacionistas gostam de dizer que nada disso é causado pelo homem.
Quando falamos “desastres naturais”, negacionistas dizem: “Sim, isso
sempre existiu no planeta. Não somos nós que estamos fazendo isso. Por
isso, não precisamos fazer nada”.
Eles não admitem eventos de
ondas de calor em que a temperatura aumenta 3°C a 5°C nem eventos de
chuva que 60 anos atrás aconteciam uma vez a cada dez anos e agora
acontecem uma vez a cada dois anos. E tudo isso batendo recordes, no
Brasil e no mundo. Isso é o que a ciência mostra com toda a clareza: é o
aquecimento global.
Temos que escolher políticos com agendas ambientais, comer menos carne e voar menos”
Os anos mais quentes
O
ano de 2023 bateu o recorde de aquecimento. Ou seja, 1,49 °C mais
quente do que a média de 1850-1900. O Instituto Copernicus, da Europa,
mostrou que essa foi a temperatura mais alta desde o último período
interglacial, há 125 mil anos. Os últimos dados, de março de 2023 a
fevereiro de 2024, indicam que o aumento da temperatura já subiu para
1,56°C.
Preocupação gigantesca
Essa é uma
gigantesca preocupação: as projeções climáticas que foram feitas alguns
anos atrás, nunca colocaram que os oceanos estariam tão quentes quanto
estão. Isso foi uma surpresa. Há o branqueamento de praticamente todos
os recifes de corais, com o risco enorme de extinção. Branqueamento
significa que estão ficando doentes. As projeções dos modelos climáticos
diziam que o aquecimento do oceano aconteceria na próxima década, não
agora.
Sem sirenes
São pouquíssimas as cidades
no Brasil que têm sirenes, e as que têm, estão concentradas em áreas de
risco de deslizamento. É ridículo cidades no Estado de São Paulo com
tantas áreas de risco, na serra do Mar e na serra da Mantiqueira, ter
tão poucas sirenes. E não consigo me lembrar nenhuma região sujeita a
inundação de rios com sirenes, inclusive Porto Alegre. São cidades
planas, em áreas próximas de rios, que se expandiram em várzeas e não
poderiam.
Tirar as pessoas do risco
Precisa
colocar sirenes em todas essas áreas: são mais de 3 milhões de
brasileiros morando em áreas de altíssimo risco de deslizamento de
inundações. E sistemas de alerta quando começar a subir o nível do rio. E
as pessoas precisam saber para onde correr e se proteger em áreas mais
altas, que não terão inundações, e áreas fora das áreas de deslizamento.
É um gigantesco desafio, mas tem que ser feito.
E lógico: essas
pessoas não podem continuar vivendo nessas áreas de risco. É um desafio
de centenas e centenas de bilhões de reais. Um estudo do Cemaden de
2019, agora sendo refeito, dizia que havia 825 municípios com 2 milhões
de brasileiros morando em áreas de risco de deslizamento e inundações.
Agora devem ser mais de 3 milhões e mais de 1.900 municípios têm
altíssimo risco de deslizamentos e inundações.
Como mitiga?
Há
duas escalas de tempo de redução do risco de mortes e feridos. O
primeiro é o sistema de alerta a ser colocado, com sirenes. Ter lugares
para a população se abrigar fora da área de risco de inundação e
deslizamento. E precisa educar as pessoas. Assim salvam-se vidas. Isso
no curtíssimo prazo, a ser feito em semanas e meses. Custa dinheiro e
tem que ser feito já.
A
médio prazo - não deixar passar de uma década - serão mais de 3 milhões
de brasileiros que têm que deixar as áreas de risco. É população
supervulnerável. Vamos supor que sejam 3 milhões de pessoas -cada
família tem quatro pessoas, em média, são 700 mil novas casas. Cada casa
vai custar entre R$ 150 mil, R$ 200 mil ou mais, Serão centenas de
bilhões de reais. E tem que se achar o terreno em lugar seguro, há o
desafio de infraestrutura. É um enorme desafio, mas as populações que
moram em áreas de altíssimo risco não podem continuar ali.
Quem polui tem que pagar
Neste
ano, pela primeira vez o Fundo Clima terá R$ 10 bilhões, pelo menos R$
1bilhão vai para a restauração da Floresta Amazônica. Mas muitos destes
bilhões deveriam ir para adaptação e não só para redução das emissões.
Lógico que o Fundo Clima terá que crescer muito: R$ 10 milhões é muito
pouco. Esse fundo terá que crescer para mais de R$ 50 bilhões. E quem
contribui para as emissões, desde o setor de petróleo à agricultura,
terá que contribuir mais. O Fundo Clima não deveria ser só para
financiamentos com juros baixos para indústrias que farão a transição
energética. Precisa de muitos recursos para adaptação e aumentar a
resiliência das populações aos eventos extremos.
Não deixar passar de 1,5°C
Todos
os cientistas climáticos dizemos que o gigantesco desafio é não deixar a
temperatura passar de 1,5°C. Porque com 1,5°C já estamos vendo tudo o
que está acontecendo no mundo. Nenhum de nós dá qualquer apoio para
aumentar a exploração de combustíveis fósseis. Com o que já existe, não
poços ou minas novos, não vamos manter a temperatura a 1,5°C. Vamos
superar 2,5°C em 2050. Não só não se pode abrir novas minas de carvão,
poços de petróleo e gás natural, mas não podemos usar nem o que já está
aberto. Tem que reduzir o uso do que já está aberto. Vamos ver se agora,
com esses eventos climáticos extremos que aconteceram no Brasil, maior
seca da história da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal, a maior chuva do
Rio Grande do Sul, vamos ver se o setor de combustíveis fósseis ajuda e
não atrapalha.
Não tem volta
O Brasil tem
todas as condições de se tornar o grande líder global do combater à
emergência climática. Nós respondemos por 4% das emissões globais.
Chegamos em 2021 à emissão per capita de 11 toneladas de CO2
equivalente, isso é mais do que a China. Nos EUA a emissão per capita é
16, 5 toneladas de CO2 equivalente. Mas o Brasil tem enorme dever.
Temos, como tem sido dito, que zerar o desmatamento de todos os biomas
até 2030, fazer grandes restaurações florestais, praticar agricultura
regenerativa. Assim se melhora muito a qualidade de vida das pessoas.
Esse tem que ser o caminho do Brasil. Projetos de lei para que se
desmate e degrade mais não podem ser aprovados.
Até o meu tetraneto
Na
escala de gerações até dos meus tetranetos - estamos em 2024 tenho um
neto de 12 anos, até ele ter um filho, e o filho dele ter filho- estamos
falando do início do século XXII, não tem volta. Cada molécula do gás
carbônico, o principal gás-estufa, dura 150 anos. Por mais que a gente
crie mecanismos de retirar CO2, via restauração florestal ou sugestões
de geo engenharia, se tivermos sucesso de não deixar a temperatura
passar de 1,5°C em 2050, ainda assim essa temperatura vai continuar
aumentando até o próximo século.
Um ciclista na sede do Google em Mountain View, Califórnia, em 27 de junho de 2022 - AFP/Arquivos
AFPi
Ao
apresentar uma resposta escrita por inteligência artificial (IA) às
buscas dos internautas, o sistema de busca do Google ameaça parte do
modelo econômico da internet, especialmente o dos meios de comunicação,
já bastante enfraquecidos.
Os links tradicionais para páginas da
internet não desapareceram, mas com o AI Overviews, um programa
apresentado na terça-feira (14), são ofuscados pelo texto proposto pela
IA generativa, cujo conteúdo provavelmente satisfaz apenas a curiosidade
dos usuários.
“Isto
terá um impacto negativo nas marcas e nos sites que produzem conteúdo e
dependem do tráfego dos motores de busca”, disse Paul Roetzer, do
Marketing AI Institute. “Mas não sabemos até que ponto podemos fazer
algo a respeito, nem o que poderíamos fazer”.
A consultora Gartner
prevê que o volume gerado pelos sistemas de busca tradicionais
diminuirá em 25% até 2026, com o surgimento de aplicativos de IA
generativa.
Apesar desta revolução, o Google não pode dispensar a
publicidade e adaptará sua oferta aos anunciantes. “Do contrário, terá
cortado as pernas com a IA”, afirma o consultor David Clinch, da Media
Growth Partners.
Hema Budaraju, da equipe de busca do Google,
garante que durante os testes realizados no Overview, os sites e links
envolvidos na resposta “se beneficiaram de um maior tráfego” do que na
antiga fórmula de busca.
“A
pergunta é: quem escolhe esses links?”, questiona Clinch. “Como posso
garantir que meus links, meu site e meu conteúdo estejam incluídos
nesses resultados?”, continua. “Imagino que será necessário pagar, que
não será tão diferente do que existe até agora”.
Com os Overviews, o Google reforçará sua posição como intermediário entre os internautas e os sites da web.
– A importância das fontes –
“O
Google enfrenta uma pressão imensa”, afirma David Clinch. “Outros
atores já demonstraram que a IA generativa, que responde em uma
linguagem simples e cotidiana às solicitações feitas a ela, ‘poderia
funcionar sem links nem publicidade’, como é o caso do ChatGPT”.
Clinch
considera que está se ampliando a brecha entre os grandes atores da web
e os pequenos, ou seja, publicações, empresas, criadores, “que já não
dispunham de meios suficientes para melhorar suas referências” no
mecanismo de busca.
O crescente controle dos gigantes tecnológicos
sobre a publicidade já sufocou muitos veículos da nova geração, desde o
BuzzFeed até a Vice, passando pelo The Daily Beast, Quartz e Huffington
Post, cuja venda de espaço para anunciantes é sua principal fonte de
receita.
Mas as publicações locais ou regionais também foram
afetadas, muitas das vezes não conseguindo converter um número
suficiente de leitores em assinantes para reduzir sua dependência e
equilibrar as contas.
Apenas alguns veículos de importância
nacional ou internacional, como o New York Times e o Wall Street
Journal, conseguiram sair ilesos.
Para Paul Roetzer, os criadores
de conteúdo, mídia ou outros, devem “diversificar” os canais de
distribuição e os meios de geração de tráfego, especialmente através das
redes sociais, YouTube, TikTok, mas também podcasts, “se ainda não o
fizeram”.
De qualquer forma, o uso da IA generativa como interface de pesquisa ainda não se consolidou.
Desde
o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, há uma crescente
discussão sobre os erros ou “alucinações” dos “chatbots” em suas
respostas.
Tanto os Overviews quanto o mecanismo de busca Bing da
Microsoft (impulsionado por IA ou ChatGPT) ainda precisam provar que são
confiáveis.
“As fontes vão ganhar mais importância do que nunca”,
adverte o professor de jornalismo na Universidade Pública de Nova York
(CUNY), Jeff Jarvis. “A questão é se os meios de comunicação podem
disponibilizar suas informações para esses sistemas para ganhar
exposição”.
“Isso mudaria o modelo econômico, mas acho que é uma oportunidade” para a imprensa, afirmou.
Até
agora, a maioria dos meios de comunicação empreenderam ações legais
contra os grandes modelos de IA generativa, aos quais acusam de terem
saqueado seus conteúdos.
“Isso é cada um por si”, lamenta Jeff
Jarvis, “quando poderíamos nos unir para pensar em como este novo
ecossistema pode funcionar”.
Tramontina deu férias coletivas e fechou duas fábricas em decorrência
das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul (Crédito: Divulgação)
Thaís Matosi
A
Tramontina retoma nesta quinta-feira, 16, as operações de duas fábricas
na cidade de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul, após 10 dias de
suspensão das atividades em decorrência das chuvas que atingiram o
estado.
A reabertura marca a volta de 4 mil funcionários, que
correspondem a quase metade da força de trabalho da empresa (10 mil
empregados no total). As unidades paradas são responsáveis pelas
atividades de funilaria e tecnologia e pesquisa. Além delas, a
Tramontina tem outras 7 fábricas no país, sendo cinco no Rio Grande do
Sul, uma em Belém (PA) e outra em Recife (PE).
A
decisão de fechar as fábricas foi para dar segurança aos funcionários
que moram em outras cidades. “Como tivemos estradas muito afetadas, nos
dava muita insegurança trazer esses funcionários para a empresa”, conta o
diretor Executivo, José Paulo Medeiros.
A companhia optou por utilizar 10 dias de férias coletivas acumuladas no ano passado.
Segundo
o diretor, a parada foi estratégica também do ponto de vista logístico
porque, com as estradas comprometidas, a empresa não conseguiu receber
insumos e matérias-primas necessárias para o funcionamento das fábricas,
como gases para os fornos.
Apesar de não ter tido danos materiais
e de infraestrutura por estar localizada em um município alto, a
Tramontina prevê atrasos na operação logística nos próximos dias.
“Nossas
maiores dificuldades hoje são a chegada de matéria-prima e insumos, que
são feitos principalmente por meio rodoviário, e o escoamento, feito
por via rodoviária e marítima”, diz o diretor executivo da Tramontina,
José Paulo Medeiros.
Operações das fábricas da Tramontina em Carlos Barbosa (RS) ficaram suspensas por 10 dias (Crédito:Divulgação)
Prejuízo ainda não foi contabilizado
O
estabelecimento de vias alternativas no estado vai ajudar no transporte
de mercadorias, mas a empresa prevê que as entregas levem um dia mais
do que o que normalmente levavam antes das enchentes se não houver
ocorrência de novos eventos extremos. Com a estimativa de mais chuvas e a
água “que demora a baixar”, é difícil ter uma estimativa precisa,
ressalta o diretor.
A contabilidade dos prejuízos só vai ser feita
no fechamento do mês, diz Medeiros, uma vez que a empresa ainda não
sabe como será o ritmo de produção após a retomada. “Teremos um impacto
tanto financeiro quanto de produção, mas ainda não conseguimos
dimensionar”, diz.
‘Prioridade é manter empregos’
Segundo o
diretor, durante os dias de paralisação, a empresa manteve um grupo
estudando como minimizar os desafios logísticos para que o nível das
atividades volte ao ritmo anterior. “A prioridade é manter os empregos”,
disse Medeiros.
Até o momento, a empresa doou 65 toneladas para o
Banco de Alimentos de Porto Alegre e o Centro Regional de Doações de
Garibaldi, 130 mil litros de água para o Banco de Alimentos e o Hospital
Santa Casa de Misericórdia, 40 mil ferramentas para limpeza das regiões
afetadas e móveis plásticos para os pontos de acolhimento e abrigo de
desalojados.
Segundo a empresa, os funcionários do estado também receberam auxílio financeiro, cestas básicas, produtos de higiene e limpeza.
Na
visão do porta-voz, a recuperação do estado vai precisar de ajuda
nacional no investimento em obras, uma vez que “o Rio Grande do Sul não
vai conseguir suportar sozinho” essa conta.
A
empresa de sementes e agroquímicos Corteva, dos Estados Unidos,
inaugurou, na quarta-feira, 15, de um novo laboratório multidisciplinar
em Mogi Mirim (SP). Com o investimento de R$ 23 milhões, a empresa
consolida a unidade como o maior Centro de Pesquisa e Desenvolvimento
Integrado de Campo para Proteção de Cultivos e Biotecnologia da empresa
no mundo, disse em entrevista o líder de pesquisa e desenvolvimento para
proteção de cultivos e proteínas para a América Latina, Rodrigo Neves.
As
instalações são preparadas para a condução de pesquisas nas áreas de
biotecnologia (sementes), proteção de cultivos e biológicos.
“A
gente fala em integração porque a hora em que saímos do laboratório
estamos pisando no barro”, justificou Neves. A estação tem 74 hectares
de área agricultável, o que permite que a companhia aplique em campo o
que está sendo feito de pesquisa. A unidade pode atender até 46
culturas, com foco em cultivos primários para o Brasil, como soja, café e
cana-de-açúcar. “Se tivermos que fazer alguma coisa específica, como
para o tomate na região de Goiás, por exemplo, nós também conseguimos
plantar tomate aqui em Mogi Mirim e tratar das dores do tomateiro
brasileiro”, exemplificou.
O laboratório poderá, ainda, realizar
experimentos para outras regiões em que a Corteva está no mundo além da
América Latina, como Ásia, Europa e Estados Unidos.
Segundo Neves,
o novo laboratório aumenta em até quatro vezes a capacidade operacional
laboratorial de Mogi Morim. “Traduzindo em miúdos, significa que
estamos conseguindo entender mais rapidamente as novas potenciais
moléculas que estamos recebendo aqui de uma maneira integrada, que não
só o biológico, a proteína ou o agroquímico, mas tudo isso em conjunto.”
Conforme
o executivo, a unidade também é a principal porta de entrada para
qualquer agroquímico que será desenvolvido no País pela Corteva.
O
Brasil é o segundo maior mercado da companhia, atrás apenas dos Estados
Unidos. No País, tem 28 unidades e investiu US$ 150 milhões em expansão
e modernização das suas unidades de produção e pesquisa brasileiras nos
últimos cinco anos.
Além de Mogi Mirim, alguns dos principais
aportes foram para a unidade de produção de biológicos de Cosmópolis
(SP) e R$ 250 milhões para a planta de formulação em proteção de
cultivos de Franco Rocha (SP).
A nova unidade já está em operação e
com um pedaço da estrutura de fitopatologia em atividade, mas ainda
dependente de autorizações do governo para o registro de novas
moléculas. A expectativa de Neves é de que essa autorização aconteça
“nos próximos meses”.
MrBeast Burger, rede de youtuber americano, chega ao Brasil disponível
para delivery em São Paulo e Curitiba (Crédito: Divulgação)
Da redaçãoi
A
rede de hamburguerias MrBeast Burger, do famoso youtuber, foi lançada
no Brasil nesta quarta-feira, 15, sob o comando da startup colombiana
Foodology, que opera marcas de restaurante apenas para o delivery.
Com 258 milhões de inscritos no seu canal do Youtube,
Jimmy Donaldson, conhecido como MrBeast, é o maior criador de conteúdo
da plataforma de vídeos e o youtuber bem-sucedido do mundo, de acordo
com a lista Forbes Top Creators 2023.
Ele
criou a rede de hambúrgueres em 2020 na Carolina do Norte, nos Estados
Unidos, junto com amigos. Hoje, a rede está presente também em países da
Europa, Oriente Médio, Sudeste Asiático e na América Latina.
A
MrBeast Burger funciona apenas por delivery, seja em site próprio ou
por plataformas de entrega, e opera por meio de cozinhas já existentes.
Esse modo de operação “permite que os donos de restaurantes adicionem
uma nova fonte de receita sem impactar a operação”, diz a rede. Na
prática, restaurantes, lanchonetes ou empresas de delivery podem fazer
parcerias para produzir os hambúrgueres da marca.
No
Brasil, os hambúrgueres serão vendidos por meio de aplicativos como
iFood e Rappi e produzidos nas cozinhas operadas pela Foodology. Neste
primeiro dia de operação, o hambúrguer mais barato no aplicativo custava
R$ 24,90.
A empresa trabalha com o modelo de cloud
kitchen. Também conhecido como dark kitchen, cozinha comercial ou
cozinha fantasma, ele funciona da seguinte maneira: cozinhas comensais
são usadas para preparar alimentos para diferentes restaurantes que
operam apenas por entrega, sem espaço físico para receber os clientes.
Segundo
a Foodology, a expectativa é vender mais de 60 mil hambúrgueres em seu
primeiro mês. Os lanches serão preparados nas 14 cozinhas presentes no
país, sendo 13 em São Paulo e uma em Curitiba. A startup já havia
lançado a marca americana no Peru em agosto do ano passado.
Página do MrBeast Burger Brasil no Instagram (Crédito:Reptodução)
O
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta
quarta-feira, 14, uma Medida Provisória (MP) que cria a Secretaria para
apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul diante das enchentes que
acometem o Estado, que terá como coordenador o ministro da Secretaria de
Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. Tal Secretaria terá status
de ministério.
Com a nova função, Pimenta terá que se afastar da chefia da Secom. Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o jornalista Laércio Portela deve ser o ministro interino da pasta.
A
previsão inicial é que Pimenta fique no cargo de quatro a seis meses,
mas o período pode se estender. Enquanto isso, porém, Pimenta ficará na
ponte aérea entre Brasília e Porto Alegre e deve manter a estrutura de
seu gabinete no Palácio do Planalto.
O anúncio foi feito
nesta quarta-feira, durante evento do governo federal de anúncio de
medidas de assistência da gestão relacionadas ao Rio Grande do Sul. O
evento ocorre em São Leopoldo, onde Lula cumpre agenda nesta quarta. No
evento, Lula assinou a MP do “Vale Reconstrução” de R$ 5.100.
Ao
assinar o termo de posse como secretário da reconstrução do Estado,
Pimenta afirmou que o governo tem trabalhado “em sintonia” com o governo
do Rio Grande do Sul. Segundo ele, Lula o pediu para colaborar com o
governo estadual e prefeituras.
Na cerimônia, o ministro da
Casa Civil, Rui Costa, afirmou que Pimenta ficará no Estado para ajudar
a coordenar os trabalhos. “Não será executor das obras, porque cada
ministério fará a sua obra, mas ele terá a função nobre de articular com
a sociedade, empresários e prefeitos para fazer as coisas acontecerem
aqui”, disse. O ministro da Casa Civil classificou Pimenta como um
“homem apaixonado por seu Estado”.
Pimenta
é gaúcho e tem sua trajetória política no Rio Grande do Sul. Seu nome é
tido como potencial candidato aos cargos majoritários no Estado em
2026. É o ministro do Planalto que mais acompanha as ações em solo
gaúcho.
Diante do destaque que o ministro tem tido em
relação às ações do governo federal no Estado, o governo do Rio Grande
do Sul, sob a gestão de Eduardo Leite (PSDB), recebeu com preocupação
seu nome. Na avaliação da gestão estadual, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva estaria apostando na figura política de Pimenta para
capitalizar o nome do ministro a algum cargo majoritário no Estado em
2026.
A indicação do ministro da Secom pelo governo federal
escancara a divergência entre as gestões Lula e Leite, que está
presente desde o início do terceiro mandato do petista.
Apesar
de estar sendo exigido um trabalho conjunto entre ambos diante da
tragédia no Rio Grande do Sul, a avaliação do entorno dos dois é que
isso não deve representar uma aproximação entre os políticos. Com a
indicação de Pimenta, então, tal alinhamento se tornou ainda mais
improvável.