quinta-feira, 16 de maio de 2024

Marfrig reverte prejuízo e tem lucro líquido de R$ 62,6 milhões no 1º trimestre

 


Unidade frigorífica da Marfrig em Promissão, São Paulo

 

Estadão Conteúdoi

A Marfrig Global Foods encerrou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 62,6 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 634 milhões de igual período de 2023, informou a companhia nesta quarta-feira, 15, depois do fechamento do mercado.

O Ebitda subiu 94,8% ante o primeiro trimestre de 2023, de R$ 1,358 bilhão para R$ 2,646 bilhões. Já a margem Ebitda ficou em 8,7%, 4,1 pontos porcentuais acima de um ano antes. A receita líquida aumentou 3,8%, de R$ 29,258 bilhões para R$ 30,371 bilhões de janeiro a março deste ano.

A proteína bovina – foco das operações da Marfrig na América do Sul e na América do Norte – representou 56% da receita líquida total da empresa no trimestre. Produtos derivados de proteínas de aves e suínos – mercados nos quais a BRF está entre as líderes globais – tiveram participação de 44% nas vendas.

De acordo com a empresa, a dívida líquida fechou o primeiro trimestre de 2024 em R$ 36,209 bilhões, queda de 10% ante igual período de 2023. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, passou de 3,50 vezes ao fim de março de 2023 para 3,43 vezes no término do primeiro trimestre deste ano. O fluxo de caixa operacional atingiu R$ 1,5 bilhão de janeiro a março. Os investimentos consolidados no primeiro trimestre foram de R$ 854,7 milhões.

Operações

A operação América do Norte, capitaneada pela National Beef, registrou receita líquida de US$ 2,830 bilhões, alta de 9,6% em relação a igual período de 2023. O Ebitda ficou em US$ 58 milhões, queda de 42,6%. A margem Ebitda da operação foi de 2,1%, contra 3,9% um ano antes. O volume total comercializado pela unidade foi de 477 mil toneladas, alta de 2,4%. Do total, 415 mil toneladas foram destinadas ao mercado interno e outras 62 mil toneladas ao mercado externo.Já na operação América do Sul, a receita líquida aumentou 11%, para R$ 3,078 bilhões no primeiro trimestre de 2024. O Ebitda alcançou R$ 290 milhões, alta de 7,4%, enquanto a margem Ebitda ficou em 9,6%. O volume de vendas foi de 165 mil toneladas, 13% maior na comparação anual. Foram 60 mil toneladas exportadas e 105 mil toneladas destinadas ao mercado interno.

A partir do primeiro trimestre de 2024, a administração da Marfrig passou a apresentar exclusivamente os resultados das operações continuadas na América do Sul (complexos industriais e unidades no Brasil, no Uruguai e na Argentina).

A companhia destacou que o resultado da BRF, com receita líquida de R$ 13,3 bilhões, Ebitda de R$ 2,1 bilhões e margem Ebitda de 15,9%, foi um dos impulsionadores do seu desempenho no primeiro trimestre de 2024.

“Não podemos abrir novos poços de petróleo”, alerta Carlos Nobre

 

O climatologista de renome internacional diz que projetos de lei para que se desmate e degrade mais o ambiente não podem ser aprovados

Por 
— De São Paulo


Nobre: “Eventos assim sempre existiram no planeta, mas não nesta frequência, com estes extremos e com quebra de recordes. Isso é o que a ciência mostra com toda a clareza: é o aquecimento global” — Foto: Carol Carquejeiro/Valor
Nobre: “Eventos assim sempre existiram no planeta, mas não nesta frequência, com estes extremos e com quebra de recordes. Isso é o que a ciência mostra com toda a clareza: é o aquecimento global” — Foto: Carol Carquejeiro/Valor

“Nenhum de nós, cientistas climáticos, dá qualquer apoio para aumentar a exploração de combustíveis fósseis. Com o que já existe, não vamos manter a temperatura a 1,5°C. Vamos superar 2,5°C em 2050. Não se podem abrir novas minas de carvão, poços de petróleo e gás natural e não podemos usar o que já está aberto. Tem que reduzir o uso do que já está aberto.” A explicação, para que a humanidade evite o pior, é do climatologista brasileiro Carlos Nobre, um dos mais reconhecidos cientistas globais. “Vamos ver se agora, com esses eventos climáticos extremos que aconteceram no Brasil - maior seca da história da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal, a maior chuva do Rio Grande do Sul- se o setor de combustíveis fósseis ajuda e não atrapalha.”

Nobre é enfático: “Todos os cientistas climáticos dizemos que o gigantesco desafio é não deixar a temperatura passar de 1,5°C. Porque com 1,5°C já estamos vendo o que está acontecendo no mundo.”

Segundo ele, quem contribui para as emissões, do setor de petróleo à agricultura, terá que contribuir mais para ajudar na adaptação aos impactos do clima e aumentar a resiliência. “O Fundo Clima não deveria ser só para financiamentos para indústrias que farão a transição energética. Precisa de muitos recursos para adaptação e aumentar a resiliência aos eventos extremos.”

O cientista avisa: “Não tem volta. Na escala de gerações até dos meus tetranetos - estamos em 2024, tenho um neto de 12 anos, até ele ter um filho, e o filho dele ter filho, e o filho dele ter filho- estamos falando do século XXII, não tem volta. Cada molécula do gás carbônico, o principal gás-estufa, dura 150 anos. Por mais que a gente crie mecanismos de retirar CO2 via restauração florestal ou sugestões de geoengenharia, se tivermos sucesso de não deixar a temperatura passar de 1,5°C em 2050, ainda assim a temperatura vai continuar aumentando até o próximo século”. A seguir os principais pontos da entrevista ao Valor:

 

Desastre “natural”


Uso há alguns anos a palavra natural entre aspas. O que aconteceu no Rio Grande do Sul é um fenômeno meteorológico que sempre existiu. Mas o de agora, está claro, foi a maior chuva do registro histórico do Rio Grande do Sul. Isso se deve ao aquecimento global.

Não reconstruir no mesmo lugar


Não faz sentido reconstruir no mesmo lugar que foi completamente inundado e as casas e ruas, destruídas. No vale do Taquari, várias daquelas áreas já haviam sido destruídas em setembro.

Votar direito, comer menos carne


Tenho dito que temos que escolher prefeitos e vereadores em outubro-novembro que não sejam negacionistas de mudanças climáticas. Escolher políticos com agendas ambientais. Também comer menos carne e voar menos, até os aviões todos terem combustível renovável ou elétricos.

Entre aspas


Fui eu quem deu o nome do Cemaden - Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. Não chamo mais de natural porque os negacionistas gostam de dizer que nada disso é causado pelo homem. Quando falamos “desastres naturais”, negacionistas dizem: “Sim, isso sempre existiu no planeta. Não somos nós que estamos fazendo isso. Por isso, não precisamos fazer nada”.

Eles não admitem eventos de ondas de calor em que a temperatura aumenta 3°C a 5°C nem eventos de chuva que 60 anos atrás aconteciam uma vez a cada dez anos e agora acontecem uma vez a cada dois anos. E tudo isso batendo recordes, no Brasil e no mundo. Isso é o que a ciência mostra com toda a clareza: é o aquecimento global.

Temos que escolher políticos com agendas ambientais, comer menos carne e voar menos” 
 

Os anos mais quentes


O ano de 2023 bateu o recorde de aquecimento. Ou seja, 1,49 °C mais quente do que a média de 1850-1900. O Instituto Copernicus, da Europa, mostrou que essa foi a temperatura mais alta desde o último período interglacial, há 125 mil anos. Os últimos dados, de março de 2023 a fevereiro de 2024, indicam que o aumento da temperatura já subiu para 1,56°C.

 

Preocupação gigantesca


Essa é uma gigantesca preocupação: as projeções climáticas que foram feitas alguns anos atrás, nunca colocaram que os oceanos estariam tão quentes quanto estão. Isso foi uma surpresa. Há o branqueamento de praticamente todos os recifes de corais, com o risco enorme de extinção. Branqueamento significa que estão ficando doentes. As projeções dos modelos climáticos diziam que o aquecimento do oceano aconteceria na próxima década, não agora.

 

Sem sirenes


São pouquíssimas as cidades no Brasil que têm sirenes, e as que têm, estão concentradas em áreas de risco de deslizamento. É ridículo cidades no Estado de São Paulo com tantas áreas de risco, na serra do Mar e na serra da Mantiqueira, ter tão poucas sirenes. E não consigo me lembrar nenhuma região sujeita a inundação de rios com sirenes, inclusive Porto Alegre. São cidades planas, em áreas próximas de rios, que se expandiram em várzeas e não poderiam.


Tirar as pessoas do risco


Precisa colocar sirenes em todas essas áreas: são mais de 3 milhões de brasileiros morando em áreas de altíssimo risco de deslizamento de inundações. E sistemas de alerta quando começar a subir o nível do rio. E as pessoas precisam saber para onde correr e se proteger em áreas mais altas, que não terão inundações, e áreas fora das áreas de deslizamento. É um gigantesco desafio, mas tem que ser feito.

E lógico: essas pessoas não podem continuar vivendo nessas áreas de risco. É um desafio de centenas e centenas de bilhões de reais. Um estudo do Cemaden de 2019, agora sendo refeito, dizia que havia 825 municípios com 2 milhões de brasileiros morando em áreas de risco de deslizamento e inundações. Agora devem ser mais de 3 milhões e mais de 1.900 municípios têm altíssimo risco de deslizamentos e inundações.


Como mitiga?


Há duas escalas de tempo de redução do risco de mortes e feridos. O primeiro é o sistema de alerta a ser colocado, com sirenes. Ter lugares para a população se abrigar fora da área de risco de inundação e deslizamento. E precisa educar as pessoas. Assim salvam-se vidas. Isso no curtíssimo prazo, a ser feito em semanas e meses. Custa dinheiro e tem que ser feito já.

A médio prazo - não deixar passar de uma década - serão mais de 3 milhões de brasileiros que têm que deixar as áreas de risco. É população supervulnerável. Vamos supor que sejam 3 milhões de pessoas -cada família tem quatro pessoas, em média, são 700 mil novas casas. Cada casa vai custar entre R$ 150 mil, R$ 200 mil ou mais, Serão centenas de bilhões de reais. E tem que se achar o terreno em lugar seguro, há o desafio de infraestrutura. É um enorme desafio, mas as populações que moram em áreas de altíssimo risco não podem continuar ali.

 

Quem polui tem que pagar


Neste ano, pela primeira vez o Fundo Clima terá R$ 10 bilhões, pelo menos R$ 1bilhão vai para a restauração da Floresta Amazônica. Mas muitos destes bilhões deveriam ir para adaptação e não só para redução das emissões. Lógico que o Fundo Clima terá que crescer muito: R$ 10 milhões é muito pouco. Esse fundo terá que crescer para mais de R$ 50 bilhões. E quem contribui para as emissões, desde o setor de petróleo à agricultura, terá que contribuir mais. O Fundo Clima não deveria ser só para financiamentos com juros baixos para indústrias que farão a transição energética. Precisa de muitos recursos para adaptação e aumentar a resiliência das populações aos eventos extremos.

 

Não deixar passar de 1,5°C


Todos os cientistas climáticos dizemos que o gigantesco desafio é não deixar a temperatura passar de 1,5°C. Porque com 1,5°C já estamos vendo tudo o que está acontecendo no mundo. Nenhum de nós dá qualquer apoio para aumentar a exploração de combustíveis fósseis. Com o que já existe, não poços ou minas novos, não vamos manter a temperatura a 1,5°C. Vamos superar 2,5°C em 2050. Não só não se pode abrir novas minas de carvão, poços de petróleo e gás natural, mas não podemos usar nem o que já está aberto. Tem que reduzir o uso do que já está aberto. Vamos ver se agora, com esses eventos climáticos extremos que aconteceram no Brasil, maior seca da história da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal, a maior chuva do Rio Grande do Sul, vamos ver se o setor de combustíveis fósseis ajuda e não atrapalha.

 

Não tem volta


O Brasil tem todas as condições de se tornar o grande líder global do combater à emergência climática. Nós respondemos por 4% das emissões globais. Chegamos em 2021 à emissão per capita de 11 toneladas de CO2 equivalente, isso é mais do que a China. Nos EUA a emissão per capita é 16, 5 toneladas de CO2 equivalente. Mas o Brasil tem enorme dever. Temos, como tem sido dito, que zerar o desmatamento de todos os biomas até 2030, fazer grandes restaurações florestais, praticar agricultura regenerativa. Assim se melhora muito a qualidade de vida das pessoas. Esse tem que ser o caminho do Brasil. Projetos de lei para que se desmate e degrade mais não podem ser aprovados.

Até o meu tetraneto


Na escala de gerações até dos meus tetranetos - estamos em 2024 tenho um neto de 12 anos, até ele ter um filho, e o filho dele ter filho- estamos falando do início do século XXII, não tem volta. Cada molécula do gás carbônico, o principal gás-estufa, dura 150 anos. Por mais que a gente crie mecanismos de retirar CO2, via restauração florestal ou sugestões de geo engenharia, se tivermos sucesso de não deixar a temperatura passar de 1,5°C em 2050, ainda assim essa temperatura vai continuar aumentando até o próximo século.

 

 https://valor.globo.com/google/amp/brasil/noticia/2024/05/15/nao-podemos-abrir-novos-pocos-de-petroleo-alerta-carlos-nobre.ghtml#amp_tf=De%20%251%24s&aoh=17158626325962&csi=0&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com

IA generativa ameaça economia dos meios de comunicação

 


Um ciclista na sede do Google em Mountain View, Califórnia, em 27 de junho de 2022 - AFP/Arquivos

Ao apresentar uma resposta escrita por inteligência artificial (IA) às buscas dos internautas, o sistema de busca do Google ameaça parte do modelo econômico da internet, especialmente o dos meios de comunicação, já bastante enfraquecidos.

Os links tradicionais para páginas da internet não desapareceram, mas com o AI Overviews, um programa apresentado na terça-feira (14), são ofuscados pelo texto proposto pela IA generativa, cujo conteúdo provavelmente satisfaz apenas a curiosidade dos usuários.

“Isto terá um impacto negativo nas marcas e nos sites que produzem conteúdo e dependem do tráfego dos motores de busca”, disse Paul Roetzer, do Marketing AI Institute. “Mas não sabemos até que ponto podemos fazer algo a respeito, nem o que poderíamos fazer”.

A consultora Gartner prevê que o volume gerado pelos sistemas de busca tradicionais diminuirá em 25% até 2026, com o surgimento de aplicativos de IA generativa.

Apesar desta revolução, o Google não pode dispensar a publicidade e adaptará sua oferta aos anunciantes. “Do contrário, terá cortado as pernas com a IA”, afirma o consultor David Clinch, da Media Growth Partners.

Hema Budaraju, da equipe de busca do Google, garante que durante os testes realizados no Overview, os sites e links envolvidos na resposta “se beneficiaram de um maior tráfego” do que na antiga fórmula de busca.

“A pergunta é: quem escolhe esses links?”, questiona Clinch. “Como posso garantir que meus links, meu site e meu conteúdo estejam incluídos nesses resultados?”, continua. “Imagino que será necessário pagar, que não será tão diferente do que existe até agora”.

Com os Overviews, o Google reforçará sua posição como intermediário entre os internautas e os sites da web.

– A importância das fontes –

“O Google enfrenta uma pressão imensa”, afirma David Clinch. “Outros atores já demonstraram que a IA generativa, que responde em uma linguagem simples e cotidiana às solicitações feitas a ela, ‘poderia funcionar sem links nem publicidade’, como é o caso do ChatGPT”.

Clinch considera que está se ampliando a brecha entre os grandes atores da web e os pequenos, ou seja, publicações, empresas, criadores, “que já não dispunham de meios suficientes para melhorar suas referências” no mecanismo de busca.

O crescente controle dos gigantes tecnológicos sobre a publicidade já sufocou muitos veículos da nova geração, desde o BuzzFeed até a Vice, passando pelo The Daily Beast, Quartz e Huffington Post, cuja venda de espaço para anunciantes é sua principal fonte de receita.

Mas as publicações locais ou regionais também foram afetadas, muitas das vezes não conseguindo converter um número suficiente de leitores em assinantes para reduzir sua dependência e equilibrar as contas.

Apenas alguns veículos de importância nacional ou internacional, como o New York Times e o Wall Street Journal, conseguiram sair ilesos.

Para Paul Roetzer, os criadores de conteúdo, mídia ou outros, devem “diversificar” os canais de distribuição e os meios de geração de tráfego, especialmente através das redes sociais, YouTube, TikTok, mas também podcasts, “se ainda não o fizeram”.

De qualquer forma, o uso da IA generativa como interface de pesquisa ainda não se consolidou.

Desde o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, há uma crescente discussão sobre os erros ou “alucinações” dos “chatbots” em suas respostas.

Tanto os Overviews quanto o mecanismo de busca Bing da Microsoft (impulsionado por IA ou ChatGPT) ainda precisam provar que são confiáveis.

“As fontes vão ganhar mais importância do que nunca”, adverte o professor de jornalismo na Universidade Pública de Nova York (CUNY), Jeff Jarvis. “A questão é se os meios de comunicação podem disponibilizar suas informações para esses sistemas para ganhar exposição”.

“Isso mudaria o modelo econômico, mas acho que é uma oportunidade” para a imprensa, afirmou.

Até agora, a maioria dos meios de comunicação empreenderam ações legais contra os grandes modelos de IA generativa, aos quais acusam de terem saqueado seus conteúdos.

“Isso é cada um por si”, lamenta Jeff Jarvis, “quando poderíamos nos unir para pensar em como este novo ecossistema pode funcionar”.

Após 10 dias, Tramontina reabre fábricas no RS e diz que ‘prioridade é manter empregos’

 


Tramontina deu férias coletivas e fechou duas fábricas em decorrência das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul

Tramontina deu férias coletivas e fechou duas fábricas em decorrência das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul (Crédito: Divulgação)

A Tramontina retoma nesta quinta-feira, 16, as operações de duas fábricas na cidade de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul, após 10 dias de suspensão das atividades em decorrência das chuvas que atingiram o estado.

A reabertura marca a volta de 4 mil funcionários, que correspondem a quase metade da força de trabalho da empresa (10 mil empregados no total). As unidades paradas são responsáveis pelas atividades de funilaria e tecnologia e pesquisa. Além delas, a Tramontina tem outras 7 fábricas no país, sendo cinco no Rio Grande do Sul, uma em Belém (PA) e outra em Recife (PE).

A decisão de fechar as fábricas foi para dar segurança aos funcionários que moram em outras cidades. “Como tivemos estradas muito afetadas, nos dava muita insegurança trazer esses funcionários para a empresa”, conta o diretor Executivo, José Paulo Medeiros.

A companhia optou por utilizar 10 dias de férias coletivas acumuladas no ano passado.

Segundo o diretor, a parada foi estratégica também do ponto de vista logístico porque, com as estradas comprometidas, a empresa não conseguiu receber insumos e matérias-primas necessárias para o funcionamento das fábricas, como gases para os fornos.

Apesar de não ter tido danos materiais e de infraestrutura por estar localizada em um município alto, a Tramontina prevê atrasos na operação logística nos próximos dias.

“Nossas maiores dificuldades hoje são a chegada de matéria-prima e insumos, que são feitos principalmente por meio rodoviário, e o escoamento, feito por via rodoviária e marítima”, diz o diretor executivo da Tramontina, José Paulo Medeiros.

Operações das fábricas da Tramontina em Carlos Barbosa (RS) ficaram suspensas por 10 dias (Crédito:Divulgação)

Prejuízo ainda não foi contabilizado

O estabelecimento de vias alternativas no estado vai ajudar no transporte de mercadorias, mas a empresa prevê que as entregas levem um dia mais do que o que normalmente levavam antes das enchentes se não houver ocorrência de novos eventos extremos. Com a estimativa de mais chuvas e a água “que demora a baixar”, é difícil ter uma estimativa precisa, ressalta o diretor.

A contabilidade dos prejuízos só vai ser feita no fechamento do mês, diz Medeiros, uma vez que a empresa ainda não sabe como será o ritmo de produção após a retomada. “Teremos um impacto tanto financeiro quanto de produção, mas ainda não conseguimos dimensionar”, diz.

‘Prioridade é manter empregos’

Segundo o diretor, durante os dias de paralisação, a empresa manteve um grupo estudando como minimizar os desafios logísticos para que o nível das atividades volte ao ritmo anterior. “A prioridade é manter os empregos”, disse Medeiros.

Até o momento, a empresa doou 65 toneladas para o Banco de Alimentos de Porto Alegre e o Centro Regional de Doações de Garibaldi, 130 mil litros de água para o Banco de Alimentos e o Hospital Santa Casa de Misericórdia, 40 mil ferramentas para limpeza das regiões afetadas e móveis plásticos para os pontos de acolhimento e abrigo de desalojados.

Segundo a empresa, os funcionários do estado também receberam auxílio financeiro, cestas básicas, produtos de higiene e limpeza.

Na visão do porta-voz, a recuperação do estado vai precisar de ajuda nacional no investimento em obras, uma vez que “o Rio Grande do Sul não vai conseguir suportar sozinho” essa conta.

 

 https://istoedinheiro.com.br/apos-10-dias-tramontina-reabre-fabricas-no-rs-e-diz-que-prioridade-e-manter-empregos/

Corteva inaugura sua maior estação de pesquisa integrada do mundo no Brasil

 Careers | Corteva


A empresa de sementes e agroquímicos Corteva, dos Estados Unidos, inaugurou, na quarta-feira, 15, de um novo laboratório multidisciplinar em Mogi Mirim (SP). Com o investimento de R$ 23 milhões, a empresa consolida a unidade como o maior Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Integrado de Campo para Proteção de Cultivos e Biotecnologia da empresa no mundo, disse em entrevista o líder de pesquisa e desenvolvimento para proteção de cultivos e proteínas para a América Latina, Rodrigo Neves.

As instalações são preparadas para a condução de pesquisas nas áreas de biotecnologia (sementes), proteção de cultivos e biológicos.

“A gente fala em integração porque a hora em que saímos do laboratório estamos pisando no barro”, justificou Neves. A estação tem 74 hectares de área agricultável, o que permite que a companhia aplique em campo o que está sendo feito de pesquisa. A unidade pode atender até 46 culturas, com foco em cultivos primários para o Brasil, como soja, café e cana-de-açúcar. “Se tivermos que fazer alguma coisa específica, como para o tomate na região de Goiás, por exemplo, nós também conseguimos plantar tomate aqui em Mogi Mirim e tratar das dores do tomateiro brasileiro”, exemplificou.

O laboratório poderá, ainda, realizar experimentos para outras regiões em que a Corteva está no mundo além da América Latina, como Ásia, Europa e Estados Unidos.

Segundo Neves, o novo laboratório aumenta em até quatro vezes a capacidade operacional laboratorial de Mogi Morim. “Traduzindo em miúdos, significa que estamos conseguindo entender mais rapidamente as novas potenciais moléculas que estamos recebendo aqui de uma maneira integrada, que não só o biológico, a proteína ou o agroquímico, mas tudo isso em conjunto.”

Conforme o executivo, a unidade também é a principal porta de entrada para qualquer agroquímico que será desenvolvido no País pela Corteva.

O Brasil é o segundo maior mercado da companhia, atrás apenas dos Estados Unidos. No País, tem 28 unidades e investiu US$ 150 milhões em expansão e modernização das suas unidades de produção e pesquisa brasileiras nos últimos cinco anos.

Além de Mogi Mirim, alguns dos principais aportes foram para a unidade de produção de biológicos de Cosmópolis (SP) e R$ 250 milhões para a planta de formulação em proteção de cultivos de Franco Rocha (SP).

A nova unidade já está em operação e com um pedaço da estrutura de fitopatologia em atividade, mas ainda dependente de autorizações do governo para o registro de novas moléculas. A expectativa de Neves é de que essa autorização aconteça “nos próximos meses”.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Rede MrBeast Burger, do maior youtuber do mundo, desembarca no Brasil só para delivery

 


MrBeast Burger, rede de youtuber americano, chega ao Brasil disponível para delivery em São Paulo e Curitiba

MrBeast Burger, rede de youtuber americano, chega ao Brasil disponível para delivery em São Paulo e Curitiba (Crédito: Divulgação)

A rede de hamburguerias MrBeast Burger, do famoso youtuber, foi lançada no Brasil nesta quarta-feira, 15, sob o comando da startup colombiana Foodology, que opera marcas de restaurante apenas para o delivery.

Com 258 milhões de inscritos no seu canal do Youtube, Jimmy Donaldson, conhecido como MrBeast, é o maior criador de conteúdo da plataforma de vídeos e o youtuber bem-sucedido do mundo, de acordo com a lista Forbes Top Creators 2023.

Ele criou a rede de hambúrgueres em 2020 na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, junto com amigos. Hoje, a rede está presente também em países da Europa, Oriente Médio, Sudeste Asiático e na América Latina.

A MrBeast Burger funciona apenas por delivery, seja em site próprio ou por plataformas de entrega, e opera por meio de cozinhas já existentes. Esse modo de operação “permite que os donos de restaurantes adicionem uma nova fonte de receita sem impactar a operação”, diz a rede. Na prática, restaurantes, lanchonetes ou empresas de delivery podem fazer parcerias para produzir os hambúrgueres da marca.

No Brasil, os hambúrgueres serão vendidos por meio de aplicativos como iFood e Rappi e produzidos nas cozinhas operadas pela Foodology. Neste primeiro dia de operação, o hambúrguer mais barato no aplicativo custava R$ 24,90.

A empresa trabalha com o modelo de cloud kitchen. Também conhecido como dark kitchen, cozinha comercial ou cozinha fantasma, ele funciona da seguinte maneira: cozinhas comensais são usadas para preparar alimentos para diferentes restaurantes que operam apenas por entrega, sem espaço físico para receber os clientes.

Segundo a Foodology, a expectativa é vender mais de 60 mil hambúrgueres em seu primeiro mês. Os lanches serão preparados nas 14 cozinhas presentes no país, sendo 13 em São Paulo e uma em Curitiba. A startup já havia lançado a marca americana no Peru em agosto do ano passado.

Página do MrBeast Burger Brasil no Instagram
Página do MrBeast Burger Brasil no Instagram (Crédito:Reptodução)

Lula cria Secretaria para apoio à reconstrução do RS sob coordenação de Pimenta

 

Este é Paulo Pimenta - 14/05/2023 - Paulo Pimenta ...

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira, 14, uma Medida Provisória (MP) que cria a Secretaria para apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul diante das enchentes que acometem o Estado, que terá como coordenador o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. Tal Secretaria terá status de ministério.

Com a nova função, Pimenta terá que se afastar da chefia da Secom. Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o jornalista Laércio Portela deve ser o ministro interino da pasta.

A previsão inicial é que Pimenta fique no cargo de quatro a seis meses, mas o período pode se estender. Enquanto isso, porém, Pimenta ficará na ponte aérea entre Brasília e Porto Alegre e deve manter a estrutura de seu gabinete no Palácio do Planalto.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira, durante evento do governo federal de anúncio de medidas de assistência da gestão relacionadas ao Rio Grande do Sul. O evento ocorre em São Leopoldo, onde Lula cumpre agenda nesta quarta. No evento, Lula assinou a MP do “Vale Reconstrução” de R$ 5.100.

Ao assinar o termo de posse como secretário da reconstrução do Estado, Pimenta afirmou que o governo tem trabalhado “em sintonia” com o governo do Rio Grande do Sul. Segundo ele, Lula o pediu para colaborar com o governo estadual e prefeituras.

Na cerimônia, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que Pimenta ficará no Estado para ajudar a coordenar os trabalhos. “Não será executor das obras, porque cada ministério fará a sua obra, mas ele terá a função nobre de articular com a sociedade, empresários e prefeitos para fazer as coisas acontecerem aqui”, disse. O ministro da Casa Civil classificou Pimenta como um “homem apaixonado por seu Estado”.

Pimenta é gaúcho e tem sua trajetória política no Rio Grande do Sul. Seu nome é tido como potencial candidato aos cargos majoritários no Estado em 2026. É o ministro do Planalto que mais acompanha as ações em solo gaúcho.

Diante do destaque que o ministro tem tido em relação às ações do governo federal no Estado, o governo do Rio Grande do Sul, sob a gestão de Eduardo Leite (PSDB), recebeu com preocupação seu nome. Na avaliação da gestão estadual, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria apostando na figura política de Pimenta para capitalizar o nome do ministro a algum cargo majoritário no Estado em 2026.

A indicação do ministro da Secom pelo governo federal escancara a divergência entre as gestões Lula e Leite, que está presente desde o início do terceiro mandato do petista.

Apesar de estar sendo exigido um trabalho conjunto entre ambos diante da tragédia no Rio Grande do Sul, a avaliação do entorno dos dois é que isso não deve representar uma aproximação entre os políticos. Com a indicação de Pimenta, então, tal alinhamento se tornou ainda mais improvável.