sexta-feira, 30 de agosto de 2024

BC vende U$1,5 bi em leilão à vista e Campos Neto atribui intervenção a fluxo atípico

 


Sede do Banco Central, em Brasília

Por Fernando Cardoso

 

(Reuters) – O Banco Central vendeu 1,5 bilhão de dólares nesta sexta-feira em leilão à vista da moeda norte-americana realizado entre as 9h30 e 9h35, informou a autarquia em comunicado, com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmando que a ação se deu para lidar com um “fluxo atípico” de dólares decorrente de um rebalanceamento de índice do mercado.

O BC havia anunciado a realização do leilão na véspera, acrescentando que a venda seria referenciada na taxa Ptax e que seriam vendidos até 1,5 bilhão de dólares.

O leilão ocorreu após quatro dias de forte alta do dólar à vista, que chegou a 5,6227 reais na quinta-feira, acumulando elevação de 2,61% nas últimas quatro sessões.

Em evento promovido pela XP Investimentos, Campos Neto disse que as atuações ocorrem em momentos de disfuncionalidade no mercado, indicando ainda que se for preciso fazer mais intervenções no câmbio, “assim faremos”.

“A gente está tendo um movimento de fluxo atípico por um rebalanceamento de um índice… cabe ao BC mapear qual o tamanho desse desbalanceamento, quanto precisa para suprir esse fluxo que é atípico, e a gente também está olhando a diferença do que a gente entende que é um descolamento muito grande dos fundamentos, às vezes por critério de liquidez, às vezes por ruídos de curto prazo”, disse.

A afirmação se deu em meio ao rebalanceamento do Morgan Stanley Capital International, um dos principais índices de referência para investidores que aplicam em bolsas de valores internacionais.

Campos Neto ressaltou que o Banco Central tem reservas suficientes para fazer intervenções cambiais quando for necessário.

Esta foi a segunda intervenção no câmbio realizada pelo BC desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo a primeira no mercado à vista.

O BC não interveio no mercado quando o dólar chegou a superar os 5,85 reais durante a sessão de 5 de agosto.

A instituição, por outro lado, entrou no mercado em 1º de abril deste ano, quando o dólar estava em 5,0888 reais, ofertando 20.000 contratos de swap cambial (1 bilhão de dólares). Na época, o BC informou que a operação buscava atender parte da demanda gerada pelo resgate do título NTN-A3, previsto para 15 de abril.

Como a NTN-A3 era indexada ao dólar, o vencimento estava gerando demanda adicional por hedge (proteção) no mercado de câmbio. A venda de swap cambial é uma operação cujo efeito é equivalente à oferta de dólares no mercado futuro.

Após iniciar a sessão desta sexta em tendência de queda, refletindo certa cautela no exterior e na espera do leilão, o dólar passou a disparar novamente frente ao real.

A moeda norte-americana atingiu a mínima da sessão logo após o fim do leilão, às 9h40 (-0,72%), mas não sustentou a queda e passou a avançar logo depois, chegando a subir mais de 1% em um determinando momento.

Às 12h57, o dólar à vista subia 0,19%, a 5,6333 reais na venda.

Desemprego cai para 6,8% em julho, menor taxa da história para o mês

 


Pessoas olham avisos de vagas de emprego no centro de São Paulo

A taxa de desemprego caiu para 6,8% em julho, segundo divulgou o IBGE nesta sexta-feira, 30. Essa foi a menor taxa para um trimestre encerrado em julho na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, iniciada em 2012.

O desemprego recuou 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre de fevereiro a abril (7,5%) e caiu 1,1 ponto percentual frente ao mesmo trimestre móvel de 2023 (7,9%).

O número de desempregados no país caiu para 7,4 milhões, menor contingente de pessoas procurando por uma ocupação no país desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

O número total de trabalhadores bateu novo recorde, chegando a 102,0 milhões. Houve recordes tanto no número de empregados com carteira quanto no contingente dos sem carteira de trabalho assinada: 38,5 milhões e 13,9 milhões, respectivamente.

O resultado foi idêntico à mediana das previsões de analistas colhidas pelo Projeções Broadcast. O intervalo das estimativas ia de 6,7% a 7,0%.

A menor taxa de desemprego de toda a série histórica foi registrada em 2014, quando chegou a 6,5%. Veja gráfico abaixo:

A taxa de desocupação (6,8%) no trimestre encerrado em julho de 2024
A taxa de desocupação ficou em 6,8% no trimestre encerrado em julho de 2024

Massa de rendimentos cresce

O rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.206, com estabilidade frente ao trimestre móvel anterior e alta de 4,8% na comparação anual.

Já a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 322,4 bilhões, mostrando altas de 1,9% no trimestre e de 7,9% na comparação anual.

O resultado evidencia a força do mercado de trabalho no país em um momento em que o Banco Central tem reiterado surpresa com a força da atividade econômica.

O BC tem reforçado em sua comunicação que o mercado de trabalho tem apresentado dinamismo maior do que o esperado. Nesta semana, o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, apontou que já há sinais “ainda incipientes, mas mais claros” de que o aperto no emprego possa estar sendo transmitido para os preços de serviços “de uma forma mais prolongada”.

O BC se reunirá em meados de setembro para deliberar sobre os juros e a aposta do mercado é de alta da taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

PF vê indícios de empresa de ônibus ser cliente de fintech usada pelo PCC para fugir de penhora

 

UPBus Qualidade em Transportes

A empresa UPBus, que presta serviço de transporte público na capital paulista, é suspeita de ser cliente de uma fintech para escapar de possíveis penhoras, aponta trecho da Operação Concierge, deflagrada nesta quarta-feira, 28, pela Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF). A empresa já é investigada no âmbito da Operação Fim da Linha por suposta lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC) e está sob intervenção da Prefeitura de São Paulo, ao lado de outra empresa, a Transwolff, depois de determinação das 1ª e a 2º Varas de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.

De acordo com a investigação da PF, pessoas físicas e jurídicas teriam criado contas invisíveis nas operadoras de pagamentos T10 Bank e I9Pay para evitar rastreamento das autoridades públicas, o que permite lavagem de dinheiro e evita bloqueio de valores. As fintechs, segundo a PF, mantinham-se hospedadas em instituições financeiras de grande porte autorizadas pelo Banco Central (Bonsucesso e Rendimento). O método é chamado de “conta bolsão”, o que era utilizada pela facção criminosa PCC. Procuradas, a T10 Bank não respondeu até a publicação desta matéria. A I9Pay negou as acusações. Os bancos afirmaram que colaboram com as autoridades (leia mais abaixo). O Estadão não conseguiu contato com a defesa da UPBus. O espaço está aberto para manifestação.

A motivação para criação de subconta junto ao T10 Bank, suspeitam os investigadores, é a dívida milionária da empresa com a União. A operação financeira, portanto, seria para evitar possíveis bloqueios judiciais. “O fato de a empresa UPBus possuir mais de R$ 61 milhões em débitos tributários inscritos em dívida ativa da União, justificaria (indícios) a utilização dos ‘serviços’ fornecidos pela T10 Bank, de ‘impenhorabilidade’ de suas contas bancárias”, diz trecho da investigação citada na decisão da juíza Valdirene Ribeiro de Souza Falcão, da 9ª Vara Criminal Federal de Campinas, que determinou prisões preventivas, temporárias e buscas e apreensões.

“A autoridade policial explica que por se tratar de uma conta bolsão, a seguinte informação deve ser entendida como: a empresa UPBus Qualidade em Transportes S.A. enviou, por meio de suas contas, R$ 3.011.419,98 para clientes que mantêm uma subconta na T10 Bank. Além disso, a UPBus recebeu, nas contas referidas, R$ 1.554.231,00 que tiveram como origem clientes da T10 Bank. Essas transações ocorreram no curto período de tempo de 14 de setembro de 2023 a 30 de novembro de 2023?, cita trecho da decisão.

A UPBus é apontada como a 11ª no ranking de maiores remetentes da T10 Bank. “Observou-se, portanto, que ao que tudo indica a subconta da UPBus no T10 Bank serviu como intermediária à movimentação dos recursos, quebrando a cadeia de análise do percurso dos recursos, considerando que, para o sistema financeiro oficial, a conta era titularizada pelo T10 Bank e não pela UPBus”, diz trecho do documento.

Como funcionava suposto esquema, segundo a investigação

De acordo com a Receita Federal, uma pessoa física A tem uma conta de pagamento garantida aberta com a fintech e comanda suas operações através de um aplicativo digital. A fintech, por sua vez, tem uma conta corrente, do tipo bolsão, em seu próprio nome em um banco comercial. A pessoa física A, de seu aplicativo, comanda uma transferência de R$150 mil para pessoa física B. Como a pessoa física A não tem vínculo com o banco comercial, seu nome não aparecerá no extrato, mas sim a fintech, titular da conta. A transferência para pessoa física B aparece no extrato tendo como origem a fintech e não a pessoa física A. Neste esquema, a pessoa física A é invisível a um bloqueio judicial e pode manter seu patrimônio livre de restrições.

Quando a Justiça determinava bloqueio de bens de um investigado, por exemplo, não havia como rastrear contas pelo fato de ficarem invisíveis. “As fintechs serviram aos interesses de pessoas jurídicas sonegadoras contumazes que, por causa de suas altas dívidas tributárias, fraudavam a execução fiscal usando as fintechs especialmente pelo oferecimento de uma ‘conta garantida'”, diz a Receita.

A Operação Concierge atingiu pessoas físicas e jurídicas localizadas nas cidades de São Paulo, São Caetano do Sul, Osasco, Barueri, Santana de Parnaíba, Embu-Guaçu, Jundiaí, Valinhos, Paulínia, Campinas, Americana, Sorocaba, Votorantim, Ilhabela e Belo Horizonte (MG).

A UPBus foi alvo da operação Fim da Linha deflagrada em abril último, ao lado da Transwolff. As empresas são acusadas de serem criadas com o dinheiro do PCC. A operação do primeiro semestre deste ano foi a maior já feita até hoje contra a infiltração do crime organizado no poder público municipal no País. Trata-se do resultado de uma investigação de quatro anos feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), pela Receita Federal e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Na ocasião, foi decretado o bloqueio de R$ 684 milhões em bens dos investigados para o ressarcimento das vítimas e em razão de danos coletivos provocados pela atuação das empresas. À época, a defesa da UPBus informou que a origem financeira é lícita e comprovaria o fato no decorrer das investigações.

Com a palavra, a Inove Global Group

Os advogados do Inove Global Group ainda não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação. A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa. Também ressalta total disposição em colaborar com as investigações. Importante ressaltar que o Inove Global Group é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento. E não uma Instituição financeira e nem banco digital.

Com a palavra, o BS2 (antigo Banco Bonsucesso)

O Banco BS2 informa que está colaborando com fornecimento de informações à Polícia Federal e Receita Federal relativas a movimentações financeiras de um cliente. Estamos prestando todos os esclarecimentos demandados pelas autoridades competentes e reafirmamos nossa atuação em conformidade com a regulamentação vigente.

Com a palavra, o Banco Rendimento

O Banco Rendimento segue todas as regulamentações do Banco Central e órgãos competentes, também aplicadas desde o início da relação com a T10 Bank, onde todas as avaliações recomendadas foram executadas. No momento da operação realizada hoje, o Banco Rendimento já não prestava mais os serviços mencionados para a T10 Bank. O Banco Rendimento está colaborando com as investigações.

BNDES assina contrato com organizações negras para financiar ‘Pequena África’, no Rio

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou na quarta-feira, 28, um contrato com um consórcio de organizações negras para financiar de forma não reembolsável e capitalizar projetos de valorização da região conhecida como “Pequena África”, na região central do Rio de Janeiro. Serão R$ 10 milhões aportados pelo BNDES e advindos do seu Fundo Cultural, e outros R$ 10 milhões captados com instituições privadas.

O consórcio em questão é formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), pela PretaHub e pela Diaspora.Black. Participaram do evento, na sede do BNDES no Rio, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a diretora Socioambiental do Banco, Tereza Campello, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, além do Conselheiro Estratégico do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), Ivanir dos Santos e representantes das referidas organizações.

A iniciativa está inserida em um plano de ação proposto pelo BNDES no Grupo de Trabalho Interministerial, coordenado pelos ministérios da Cultura e da Igualdade Racial, e motivado pelo reconhecimento do sítio arqueológico Cais do Valongo como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco em 2017. O Brasil recebeu cerca de quatro milhões de africanos escravizados, durante os mais de três séculos de escravização de pessoas negras.

Além da proposta de ações de fortalecimento da memória africana na região, o projeto vencedor do edital irá articular uma rede de instituições do território e mapear outros territórios representantes da memória e herança africanas no Brasil para futuras ações. A ideia, segundo Campello, é fortalecer a memória viva. Mas há, também, a intenção de se construir um museu.

A promessa de um museu sobre a herança africana e cultura afro-brasileira foi feita pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em sua posse no cargo ainda em fevereiro de 2023. Pouco mais de dois meses depois, em maio daquele ano, a instituição anunciou que a inauguração do centro cultural está prevista para 2026.

“As pessoas nos perguntam muito sobre o museu. Vamos fazer toda uma discussão sobre o museu vivo e reforma arquitetônica. A gente acaba ficando congelado na discussão estrutural, que tem que ser feita e está em processo de construção. Mas queria lembrar que começamos algo muito inovador, que vai mudar totalmente o resultado final, que é escutar a região. Estamos entregando hoje, ao assinar o contrato, o que a gente chama de primeira fase”, disse Tereza Campello.

Magazine Luiza lança parcelamento sem juros em 21 vezes

 

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O Magazine Luiza lançou uma promoção com parcelamento em 21 vezes sem juros. A campanha vai até sábado, 31 de agosto, e é válida para os clientes que comprarem no site, aplicativo e na loja com o Cartão Luiza ou Cartão Magalu. Para pagamento com outros cartões de crédito, o parcelamento pode ser feito em até 10 vezes sem juros.

Na propaganda veiculada na televisão, a “Lu”, influenciadora digital da companhia, usa o slogan “Faz um 21” – bordão usado na antiga propaganda da Embratel. A campanha segue, segundo a varejista, a tendência de trazer referências dos anos 90 para os dias atuais.

O anúncio segue o plano já anunciado pelo CEO da companhia, Frederico Trajano, no Expo Magalu, evento da empresa. Ele disse que a companhia iria retomar com força a concessão de crédito e afirmou que, hoje, 40% de tudo o que a companhia vende nas lojas é financiado com crédito próprio da varejista, por meio do crediário e do cartão de crédito da Luizacred, financeira em parceria com o Itaú.

Ainda neste mês, a empresa lança crédito pré-aprovado para 3 milhões de clientes na internet. “Vocês lembram do carnezinho gostoso que ficou famoso? Então, nós vamos lançar agora o carnezinho gostoso na internet também”, afirmou Trajano na ocasião.

Operação federal resgata 593 pessoas submetidas a trabalho escravo

 

O que é trabalho escravo - Repórter Brasil

 

Servidores de seis órgãos públicos que participam da quarta edição da Operação Resgate libertaram 593 pessoas encontradas em condições semelhantes ao trabalho escravo ao longo do último mês. Entre as vítimas, há, ao menos, 18 crianças ou adolescentes submetidos ao trabalho infantil ilegal – 16 delas eram forçadas a realizar serviços em condições degradantes, sem receber qualquer quantia em troca.

Os resgates ocorreram em 11 (AM, DF, GO, MG, MS, MT, PA, PE, RJ, RS e SP) das 27 unidades federativas brasileiras, entre os dias 29 de julho e 28 de agosto. Os maiores números de ocorrências foram registrados em Minas Gerais (292 pessoas libertadas), São Paulo (142), Pernambuco (91) e Distrito Federal (29). Já as atividades econômicas com maior incidência de trabalho escravo foram a agricultura (especificamente os cultivos de cebola, café e alho), a construção civil e serviços (restaurantes, bares e condomínios).

Clínica de reabilitação

Um dos casos que mais chamou a atenção dos fiscais ocorreu em Pernambuco, onde 18 pacientes de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos eram submetidos a trabalho forçado. “Todos eram pacientes internados e realizavam as atividades laborais compulsoriamente, como parte do processo de internação”, comentou o coordenador-geral de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravo e Tráfico de Pessoas, André Roston, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ao apresentar, hoje (29), o balanço preliminar da Operação Resgate IV.

“A clínica tinha 63 internos e simplesmente não tinha nenhum empregado registrado. Toda a mão de obra, todo o funcionamento do estabelecimento era extraído do trabalho forçado de parte dos internos, a título de isso fazer parte da reabilitação”, acrescentou Roston, explicando que os 18 resgatados na clínica realizavam, gratuitamente, de atividades administrativas ao serviço de porteiro, vigilância e preparação de alimentos, entre outros.

Operação Resgate  IV

A Operação Resgate IV, de combate ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas, é resultado do esforço concentrado de seis instituições: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Este ano, foram libertadas 11,6% mais pessoas do que na edição anterior, de 2023, quando 532 trabalhadores foram resgatados.

A operação também resultou no resgate da pessoa mais idosa já encontrada na condição de escravizada.

Uma senhora de 94 anos de idade foi resgatada em Mato Grosso, na casa de uma família para a qual ela trabalhou por 64 anos, sem salário. Impedida de constituir família e de estudar, ela continuava cuidando da atual patroa, de 90 anos e com Alzheimer.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, a trabalhadora poderá permanecer morando na casa onde passou os últimos anos, com todas as despesas pagas pela família da empregadora, que terá de custear inclusive um cuidador de idosos e um salário-mínimo mensal à senhora.

Outro caso de trabalho escravo doméstico foi identificado no estado de São Paulo. Uma mulher, hoje com 58 anos, foi encontrada na casa de uma família para a qual trabalhava desde seus 11 anos de idade. “Ela foi levada para a casa onde passou a trabalhar graças a uma tutela judicial provisória que nunca se tornou definitiva, supostamente para ser integrada em um novo lar, mas passou a trabalhar compulsoriamente, em condições análogas à escravidão, até ser libertada no âmbito da Operação Resgate”, afirmou o coordenador-geral de fiscalização.

Outro aspecto destacado durante a apresentação dos resultados foi a libertação de trabalhadores estrangeiros. Em Anta Gorda (RS), quatro trabalhadores argentinos foram encontrados sem documentos pessoais ou visto para o trabalho, em condições degradantes na extração, corte e carregamento de lenha de eucalipto.

Em Mato Grosso do Sul, as equipes de fiscalização tiveram que usar caminhonetes com tração, lanchas e até um helicóptero para chegar aos dois estabelecimentos onde 13 paraguaios foram flagrados em situação degradante, submetidos à servidão por dívida.

“O isolamento geográfico, a dificuldade de acesso das equipes de fiscalização, contribuem para a vulnerabilização dos trabalhadores”, comentou Roston.

Até o momento, os responsáveis por submeter os trabalhadores a condições semelhantes à escravidão já tiveram que desembolsar mais de R$ 1,91 milhão apenas para saldar verbas rescisórias.

Segundo o coordenador, os órgãos responsáveis seguem buscando o pagamento de outros deveres trabalhistas e custos.

“Este valor total vai ser maior, pois ainda há muitas equipes em campo, realizando as cobranças dos pagamentos. E se não conseguirmos os pagamentos neste ciclo operacional, teremos, eventualmente, a judicialização destas cobranças”, acrescentou o coordenador destacando a importância de punir também financeiramente os responsáveis.

“O principal motor da exploração do trabalho escravo é o fato de que há um grande benefício econômico ao se adotar esta estratégia de violação dos direitos humanos para exploração do trabalho. No cerne, emprega-se o trabalho escravo contemporâneo porque esta ainda é uma conta economicamente benéfica para os exploradores”, concluiu Roston.

BRAZIL JOURNAL: Azzas anuncia saída de Rony Meisler e de outros fundadores da Reserva



Rony Meisler, cofundador da Reserva. (Crédito:Divulgação)

A Azzas 2154 anunciou a saída de Rony Meisler e dos outros três fundadores da Reserva que lideravam a unidade de negócios de vestuário, a AR&Co, desde a aquisição da marca carioca pela Arezzo em agosto de 2020.

A saída de Rony já era especulada pelo mercado desde que ele vendeu mais de R$ 80 milhões em ações da companhia no início do ano passado, mas a saída dos quatro fundadores ao mesmo tempo é que foi uma surpresa.

A Azzas disse que o negócio de vestuário agora será liderado por Ruy Kameyama, que hoje é membro do conselho de administração da Azzas e antes já era conselheiro do Soma. A AR&Co é responsável pelas marcas Reserva, Reserva Mini, Oficina, Reserva Ink, Reserva Go, Reversa, Simples, Baw e Foxton.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal.