sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Balança comercial de janeiro tem saldo positivo de US$ 2,1 bilhões, mas cai em relação a 2024

 


Balança Comercial

Foto: Freepik

 

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou na tarde desta sexta-feira, 7, o saldo da balança comercial do mês de janeiro de 2025. As exportações somaram US$ 25,18 bilhões e as importações, US$ 23,016 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,164 bilhões. 

Na comparação com janeiro de 2024, houve queda de 5,7% nas exportações totais, passando de US$ 26,7 bilhões para US$ 25,18 bilhões. Em relação às importações houve crescimento de 12,2% na comparação entre o mês de Janeiro de 2025 (US$ 23,02 bilhões) com o mês de Janeiro de 2024 (US$ 20,51 bilhões). Isso significou uma queda do superávit na comparação com janeiro de 2024 de 65%, de US$ 6,2 bilhões para US$ 2,1 bilhões.

Também na comparação entre janeiro de 2025 e 2024, o desempenho dos setores que mais exportaram foi o seguinte: queda de US$ -0,43 bilhões (-10,1%) em Agropecuária; queda de US$ -1,12 bilhões (-13,6%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 0,01 bilhões ( 0,1%) em produtos da Indústria de Transformação.

A queda de exportação no agro foi puxada pela soja ( -70,1% com queda de US$ -1,02 bilhões); Milho não moído, exceto milho doce ( -29,9% com queda de US$ -0,33 bilhões) e Trigo e centeio, não moídos ( -39,0% com queda de US$ -0,08 bilhões).

Já na importação, os dados são: crescimento de US$ 0,1 bi ( 20,3%) em Agropecuária; queda de US$ -0,11 bi ( -9,1%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 2,49 bilhões ( 13,4%) em produtos da Indústria de Transformação.

Trump diz que anunciará tarifas sobre muitos países na próxima semana

 


Presidente dos EUA, Donald Trump

O presidente Donald Trump disse nesta sexta-feira, 7, que planeja anunciar tarifas recíprocas sobre muitos países na próxima semana, acrescentando que os impostos adicionais poderiam ajudar a reduzir o déficit orçamentário do país.

A medida cumpriria uma promessa de campanha de Trump de impor tarifas “recíprocas” sobre as importações norte-americanas – iguais às taxas que os parceiros comerciais impõem às exportações norte-americanas. Não ficou imediatamente claro quais países seriam afetados.

Trump disse a parlamentares republicanos sobre seus planos durante as discussões orçamentárias na Casa Branca na quinta-feira, três fontes familiares com o plano disseram à Reuters. Trump e seus principais assessores têm dito que planejam usar tarifas mais altas sobre as importações para ajudar a pagar a extensão dos cortes de impostos de 2017 de Trump.

O aumento das tarifas poderia compensar parte desse custo, embora elas tenham representado apenas cerca de 2% das receitas anuais nos últimos anos.

Trump anunciou tarifas de 25% sobre o Canadá e o México no sábado, mas adiou a aplicação delas após uma reação negativa dos investidores. Os dois maiores parceiros comerciais dos EUA concordaram em aumentar os esforços de fiscalização na fronteira, uma das principais prioridades de Trump.

Wall Street ampliou as perdas nesta sexta-feira após a notícia da Reuters sobre a discussão de Trump com os parlamentares.

STF retoma julgamento de R$ 22 bi sobre tributação de lucros da Vale no exterior

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O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta sexta-feira, 7, o julgamento que discute a incidência de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre os lucros obtidos no exterior por controladas e coligadas de empresas brasileiras. O caso concreto, que trata das controladas da Vale na Dinamarca, na Bélgica e em Luxemburgo, disputa R$ 22 bilhões, de acordo com estimativa da Receita Federal.

O valor contempla um ano de não recolhimento e a devolução de tributos relativos aos últimos cinco anos.

Até o momento, o placar está empatado em 1 a 1. A análise será feita no plenário virtual e a conclusão está prevista para a próxima sexta, 14, se não houver pedido de vista ou destaque.

A ação não tem repercussão geral, ou seja, o resultado não deverá ser seguido automaticamente pelas instâncias inferiores em processos semelhantes. Mas o caso preocupa a União porque pode alterar a jurisprudência do Supremo, que é favorável à União desde 2013.

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que tramitam cerca de 40 ações na Justiça sobre o tema.

De acordo com nota da Receita de fevereiro de 2023, os desdobramentos desse julgamento podem causar um impacto da ordem de R$ 142,5 bilhões, levando em consideração os anos de 2017 a 2021, e de R$ 28,5 bilhões anuais futuros.

A Corte discute se o artigo 7º de tratados firmados pelo Brasil com outros países para evitar a bitributação impede a Receita Federal de cobrar IRPJ e CSLL sobre lucros auferidos por controladas de empresas brasileiras localizadas em território estrangeiro.

Os tratados estabelecem que os lucros devem ser tributados no país de localização da controlada, exceto se houver um estabelecimento permanente no Brasil.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) defende que o lucro é da empresa controladora com sede no Brasil, independentemente de os valores terem sido distribuídos, e não da controlada no exterior. Por isso, de acordo com a União, a regra do tratado internacional não se aplica.

A discussão tem gerado posições controversas na Justiça desde uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, segundo a PGFN, contrariou precedentes do STF favoráveis à tributação dos lucros de controladas no exterior.

Parte da Justiça Federal têm aplicado a posição do STJ como um precedente válido. Já no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), a União tem vencido por voto de qualidade.

O julgamento do caso que envolve a Vale no STF começou em maio. O relator, André Mendonça, entendeu que a discussão é infraconstitucional e que a palavra final, portanto, deve ser do STJ. Para Mendonça, os precedentes citados pela União são distintos porque não foram debatidos à luz dos tratados internacionais.

Já o ministro Gilmar Mendes acolheu o argumento da União. “Quem está sendo tributado é a empresa investidora brasileira, relativamente aos rendimentos auferidos por meio de um investimento no exterior”, afirmou em seu voto.

Para o ministro, os tratados internacionais não se aplicam na situação da Vale. “No caso brasileiro, o sistema tributário adota o critério da residência para fins de tributação universal corporativa. Sendo assim, uma pessoa jurídica residente no Brasil deve reportar ao Brasil todo o seu rendimento auferido mundialmente.”

Transação negociou R$ 1,9 bilhão

Em 2023, o governo lançou transação sobre a tributação de lucros no exterior com a expectativa de encerrar processos que discutem o tema e, em contrapartida, oferecer melhores condições de pagamento da dívida.

Na época, a Receita Federal identificou cerca de 150 processos no Judiciário que poderiam chegar a R$ 54 bilhões, e outras 50 disputas administrativas no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), de até R$ 14 bilhões.

A oferta de acordo, contudo, não animou contribuintes, que têm obtido decisões favoráveis na Justiça devido ao precedente do STJ. A PGFN disse ao Broadcast que foram negociados R$ 1,9 bilhão, mas afirmou que ainda não tem os dados dos valores efetivamente recuperados.

Revolução da IA, um novo desafio para as mulheres

 


Segundo números da Unesco, as mulheres representam apenas 12% dos pesquisadores de IA e 6% dos programadores em todo o mundo - AFP

 

Como em outros campos da engenharia e tecnologia, a inteligência artificial (IA) representa um desafio para as mulheres, pouco representadas no setor da computação e codificação.

Segundo números da Unesco, as mulheres representam apenas 12% dos pesquisadores de IA e 6% dos programadores em todo o mundo.

“Se nada for feito, isso significa que mais da metade da humanidade será deixada de fora das mudanças atuais e das que estão por vir”, declarou à AFP Hélène Deckx van Ruys, corresponsável pelo grupo de mulheres e IA no Laboratório da Igualdade francês.

A inteligência artificial se tornou um setor-chave em apenas alguns anos.

Considerada a nova revolução industrial, espera-se que ela gere grandes mudanças econômicas e transforme profundamente algumas profissões.

Para tentar reverter a situação, especialistas do setor concordam com a importância da conscientização desde o ensino fundamental, período em que os estereótipos de gênero relacionados a determinadas profissões devem ser desconstruídos.

No campo digital, duas vezes mais estudantes do sexo feminino dizem se sentir desestimuladas porque consideram que estas não são “profissões para mulheres” (33% das entrevistadas, de acordo com o último barômetro GenderScan publicado no início de 2024).

“Há um verdadeiro desafio na educação e na orientação”, insiste Deckx van Ruys.

Para Elyès Jouini, titular da disciplina Mulheres e Ciência na Unesco na Universidade Paris Dauphine, “os orientadores devem estar particularmente atentos”, assim como “professores, diretores e famílias”.

– Preconceitos sexistas –

Até o momento, devido à sub-representação das mulheres nestes setores, “88% dos algoritmos são criados por homens”, ressalta Deckx van Ruys.

“E, consciente ou inconscientemente, os homens reproduzirão seus preconceitos”, acrescenta.

Em março de 2024, a Unesco alertou em um estudo os preconceitos sexistas transmitidos “sem ambiguidade” pelas ferramentas desenvolvidas pela OpenAI e pela Meta.

“Estes novos aplicativos de IA têm o poder de moldar sutilmente as percepções de milhões de pessoas, de tal forma que até mesmo pequenos preconceitos de gênero no conteúdo que geram podem ampliar significativamente as desigualdades no mundo real”, de acordo com a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.

A organização das Nações Unidas lançou uma rede para IA ética (Women4Ethical AI).

Simultaneamente, foram feitos apelos para incentivar os programadores a “codificar a igualdade”, ou seja, escrever a igualdade no próprio código.

“É possível agir em nível técnico para corrigir o curso. Mas as soluções reais são soluções sociais, e isso levará tempo”, explica Tanya Perelmuter, da fundação francesa Abeona.

Haddad: Dólar perde força e governo adota medidas para ‘um patamar mais adequado’

 

Foto mostra Fernando Haddad falando e gesticulando. Ele une o dedo indicador e polegar, como se segurasse uma moeda imaginária


O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na manhã desta sexta-feira, 7, que a queda do dólar irá ajudar a baixar o preço dos alimentos no médio prazo. “A política que estamos adotando para trazer o dólar para um patamar mais adequado terá reflexo nas próximas semanas”, disse em entrevista à Rádio Cidade, de Pernambuco.

Apesar da fala, o ministro não especificou quais são as iniciativas tomadas para mexer com o câmbio. Ele falou no entanto que a eleição de Trump teria sido responsável pela alta da moeda estadunidense no final de 2024, e que “o dólar já está perdendo força, e isso também colabora para a redução dos alimentos no médio prazo”.

Em 2024, o dólar acumulou alta de 27,36% perante ao real, fechando o ano na cotação de R$ 6,179. Já neste ano, a moeda estadunidense teve quedas consecutivas, e fechou o pregão da última quinta-feira, 6, no menor patamar desde 18 de novembro do ano passado: R$ 5,76 reais.

Colheita será melhor, diz Haddad

Os preços dos alimentos subiram 7,69% em 2024, acima da inflação oficial do país, que fechou o ano 4,83%. A alta é apontada por alguns analistas como motivo para a recente queda de popularidade do governo. Pela primeira vez, o presidente Lula tem maior rejeição do que aprovação, segundo pesquisa realizada pela Quaest.

Questionado sobre os preços elevados, o ministro afirmou esperar impactos também de uma colheita melhor, a ser alcançada graças ao plano Safra. “A safra vai ser recorde, nós vamos colher alimentos como nunca colhemos”, disse.

O Plano Safra 24/25 ampliou o acesso de produtores rurais a crédito, ao disponibilizar R$ 400,59 bilhões para agricultura empresarial, segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.

“Vamos continuar com políticas para aumentar o salário mínimo, corrigir tabela do IR, melhorar o poder de compra do salário, baixar o dólar e melhorar a safra para combater os preços altos”, afirmou Haddad.

Ao longo da entrevista, Haddad buscou contrapor dados da atual gestão com os do governo anterior, repetindo que indicadores da presidência de Jair Bolsonaro foram piores do que os observados neste momento, citando preços de combustíveis, inflação em geral e política tributária.

O ministro ainda disse que o governo tem tentado corrigir distorções no déficit das contas públicas e citou que um dos focos de Lula é reduzir benefícios ficais da fatia mais rica da população.

Alta da Selic

O ministro afirmou também que “o remédio para corrigir inflação é muitas vezes aumentar juros para corrigir altas dos preços”. Complementou no entanto que “a política monetária tem que ter muita sabedoria, você não pode criar um problema de crescimento da economia, não pode jogar o país numa recessão”.

“Tudo tem que ser feito na dose certa”, disse. “Às vezes você aumenta (os juros) para desaquecer um pouco a economia, porque se tiver muito aquecida os preços vão aumentar. Em economia, não existe um remédio para toda hora, é para aquela hora, e na dose certa.”

O ministro esquivou-se assim de avaliar diretamente o patamar alto da Selic, criticado pelo presidente Lula em diferentes ocasiões ao longo dos primeiros dois anos de seu terceiro mandato. Durante o período, o Banco Central esteve sob a presidência de Roberto Campos Neto, indicado ao cargo por Jair Bolsonaro.

Em 2025, já sob o comando do presidente indicado por Lula, Gabriel Galípolo, o BC manteve em janeiro uma política de aumento nos juros. A continuidade já estava prevista em atas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) publicadas no ano passado. Em 29 de janeiro, foi anunciada uma elevação de 1 ponto percentual na Selic, a 13,25%. O órgão indicou ainda que fará mais uma alta da mesma magnitude em março.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Primeiro vertiporto da América Latina será instalado em São José dos Campos

 


Aeroporto de SJC será o primeiro Vertiporto da América Latina
(Foto: Reprodução/PMSJC/Adenir Britto) Vertiporto 

 

 

O Aeroporto Internacional de São José dos Campos (SJK Airport) foi escolhido para a instalação do primeiro vertiporto da América Latina.

A iniciativa, conduzida em parceria com a VertiMob Infrastructure, faz parte do sandbox regulatório da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), ambiente experimental que permitirá a avaliação de normas para o funcionamento desses terminais aéreos voltados para aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOLs).

O vertiporto será instalado na área de testes de motores do aeroporto, local já pavimentado e estruturado para esse tipo de operação.

A escolha pelo Aeroporto de São José dos Campos se deve à sua localização próxima aos principais polos econômicos do estado de São Paulo. Outro ponto destacado é a infraestrutura existente, que possibilita a implementação e testes das operações experimentais.

Protótipo do carro voador da Embraer em escala real
Protótipo do carro voador da Embraer em escala real. Foto: Divulgação/Eve Air Mobility

 

O objetivo do projeto é estabelecer parâmetros para a regulamentação dos vertiportos no Brasil e contribuir para o desenvolvimento da mobilidade aérea urbana.

O espaço será utilizado para avaliar padrões de segurança, viabilidade operacional e logística das futuras operações comerciais dos eVTOLs.

A previsão é de que a infraestrutura esteja pronta para testes iniciais, incluindo simulações operacionais, antes da possível autorização para voos experimentais em 2026.

Essa medida permitirá a validação das tecnologias envolvidas e a preparação do mercado para a introdução dos eVTOLs como meio de transporte urbano.

 

Pavel Cardoso: Abic denunciou produto com ‘sabor café’ como fraude

 


A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) denunciou às autoridades a comercialização de produtos preparados com “sabor café”, classificando a prática como fraude contra o consumidor. Segundo o diretor executivo da associação, Pavel Cardoso, a Abic já notificou o Ministério da Agricultura e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de comunicar parceiros do setor supermercadista.

“Já denunciamos para as autoridades competentes, o Ministério da Agricultura, a Anvisa, e também fizemos notificações muito amistosas aos nossos costumeiros parceiros comerciais, como a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), a Abad, que representa o atacarejo, e as associações estaduais de supermercados”, afirmou, nesta quarta-feira, em evento sobre os resultados da indústria do café em 2024. Cardoso destacou que um dos principais focos recentes das fraudes ocorreu em São Paulo, identificado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas).

A principal preocupação da Abic é de que esses produtos utilizam componentes que não são café, mas são vendidos como tal. “A composição declarada por eles como polpa do café nada mais é do que a absoluta impureza. Isso é fraude ao consumidor e um risco à saúde, pois não se sabe a qual categoria esse produto pertence”, alertou Cardoso. Ele ainda ressaltou que “não há qualquer registro desse produto na Anvisa”.

A entidade também reforçou que a prática prejudica a cadeia produtiva do café no Brasil. “Essa é uma fraude que desrespeita os mais de 330 mil produtores do País e as mais de 1.300 indústrias que trabalham arduamente para entregar qualidade”, afirmou Cardoso. Além do impacto econômico, ele chamou a atenção para os danos à reputação do Brasil no mercado global. “É um desserviço à população e uma imagem muito ruim para um país que produz 40% do café do mundo.”