segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Frente do Livre Mercado defende autocustódia de criptomoedas e teme que BC imponha restrições

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A menos de 20 dias para o encerramento da consulta pública do Banco Central sobre criptoativos, a Frente Parlamentar Pelo Livre Mercado (FPLM) manifestou hoje preocupação com possíveis restrições ao direito de autocustódia desses ativos virtuais. Para a FPLM, que deve se pronunciar publicamente ainda hoje sobre o tema, movimentações regulatórias do governo podem comprometer a descentralização do setor no Brasil.

O BC abriu a consulta em novembro do ano passado e as sugestões podem ser enviadas até o fim deste mês.

Depois das manifestações, a autoridade monetária deve incluir as atividades ou operações das prestadoras de serviços de ativos virtuais (“VASPs”) no mercado de câmbio e traçar regras de como essas instituições deverão se submeter à regulamentação de capitais brasileiros no exterior e capitais estrangeiros no Brasil.

O alerta da FPLM é feito num momento em que a Câmara ainda se ajusta à nova presidência e quando apenas pautas de consenso, sem polêmicas, têm sido colocadas em votação.

Na quinta-feira passada, 6, a deputada federal e membro da Frente Julia Zanatta (PL-SC) apresentou o Projeto de Lei 311/2025, que garante a proteção legal da autocustódia de ativos virtuais, assegurando que os usuários possam armazenar e gerenciar seus próprios bens digitais sem a necessidade de intermediários.

Na avaliação da FPLM, a consulta pública do BC sugere restrições à autocustódia, especialmente para stablecoins. A Frente alega que especialistas, como o advogado Pedro J. T. C. Torres, alegam que essas medidas ferem princípios constitucionais, como a livre iniciativa e o direito de propriedade, além de subestimar a capacidade dos cidadãos de gerenciar seus próprios recursos.

Julia ressalta a importância do projeto para a garantia da liberdade econômica e da segurança jurídica no setor. “A autocustódia de ativos virtuais é um direito fundamental dos cidadãos e está diretamente ligada ao direito de propriedade, à liberdade econômica e à privacidade. Esse PL impede que normas infralegais dificultem a transferência de ativos para carteiras privadas ou imponham conversões forçadas para moedas digitais estatais”, explicou.

O diretor-executivo do Instituto Livre Mercado (ILM) e que secretaria a Frente, Rodrigo Marinho, também alertou para os riscos de intervenções excessivas no setor. “A tentativa de restringir a autocustódia fere princípios do livre mercado e da autonomia privada. A descentralização é a essência da criptoeconomia, e qualquer movimento que obrigue os usuários a dependerem de intermediários representa um retrocesso perigoso”, afirmou.

Na tarde de sexta-feira, a criptomoeda mais conhecida do mundo, a bitcoin, subiu impulsionada pelo otimismo dos investidores quanto a possíveis cortes na taxa de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), ainda que de forma gradual, após a divulgação de um relatório de emprego abaixo do esperado.

Mudanças regulatórias no setor de criptos são aguardadas em todo o mundo e em várias direções. Há quase um mês, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) registrou que, com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, as moedas virtuais devem ser uma das prioridades de seu governo.

EUA são os maiores compradores de aço do Brasil e top 3 de alumínio; veja ranking

 

Os Estados Unidos são o principal destino em valores exportados de aço e o segundo de alumínio brasileiro, apontam dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No último domingo, 9, o presidente Donald Trump, disse que anunciaria nesta segunda-feira, 10, uma alíquota de 25% para o aço e o alumínio importados.

Em valores exportados, dados do MDIC apontam que os R$ 163 milhões em alumínio vendidos aos EUA ficaram atrás apenas dos R$ 387 milhões pagos pelo Japão.

Em relação ao aço, um relatório produzido pelo Instituto Aço Brasil, a partir de dados do MDIC, aponta que foram enviados aos EUA 5,81 bilhões de quilos do metal, a maior quantidade enviada para um único país em 2024, destaca o Instituto. Essa quantia corresponde a R$ 4,14 bilhões. Segundo o documento, o Brasil é o maior produtor de aço na América Latina e o sétimo maior no mundo.

Veja os principais destinos do aço brasileiro em valores

1 – Estados Unidos – US$ 4,14 bilhões
2 – Mercosul – US$ 702 milhões
3 – União Europeia – US$ 644 milhões

Veja os principais destinos do alumínio brasileiro em valores

1 – Japão – US$ 387 milhões
2 – Estados Unidos – US$ 163 milhões
3 – Países Baixos – US$ 145 milhões
4 – Argentina – US$ 141 milhões
5 – Chile – US$ 95 milhões

No recorde em volume, os Estados Unidos ficam em terceiro no ranking de destino do alumínio brasileiro, com 48,5 milhões de quilos, atrás do Japão (164,6 milhões de quilos) e da Holanda (60,4 milhões).

As ameaças de Trump

O presidente Donald Trump falou a jornalistas no domingo, 9, sobre os planos de introduzir novas tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os EUA. O Instituto Aço Brasil, a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e o MDIC não quiseram comentar as ameaças.

Durante seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, mas depois concedeu a vários parceiros comerciais cotas isentas de impostos, incluindo Canadá, México e Brasil. O ex-presidente Joe Biden estendeu essas cotas para Reino Unido, Japão e União Europeia, e a utilização da capacidade das usinas siderúrgicas dos EUA tem caído nos últimos anos.

Na sexta-feira, Trump anunciou que imporia tarifas recíprocas – elevando as taxas dos EUA para igualar as dos parceiros comerciais – sobre muitos países nesta semana. Ele não identificou os países, mas as tarifas seriam impostas “para que sejamos tratados de forma igualitária com outros países”.

Taxações como forma de negociação

Professor de Pós-Graduação em Finanças do Ibmec, Gilberto Braga destaca que a taxação do aço e do alumínio anunciada é a primeira neste mandato que não recai sobre um país, porém sobre um setor como um todo. “Ele tinha aparentemente um foco primeiro mais geopolítico econômico, em que o e regionalidade se sobressaía, e agora ele entra numa questão comercial sem tanto peso político”, diz.

No começo do seu mandato, Donald Trump chegou a assinar taxas de 25% sobre importações do México e Canadá, mas concedeu a ambos um adiamento de 30 dias em 3 de fevereiro, após ambos os países concordarem em reforçar a segurança de suas fronteiras contra o tráfico de drogas e a imigração ilegal.

Economista, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Conselheira do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), Carla Bruni destaca que as bravatas de Trump são justamente uma estratégia de negociação, além de uma forma de manter sua base política aquecida. “O objetivo do Trump é esse: ser notícia todos os dias”, diz.

Na prática, no entanto, Bruni destaca que uma taxação assim ainda esbarraria nos contratos já firmados para venda dos produtos entre os dois países, além de possíveis impactos na economia dos EUA. Ela destaca, por exemplo, que importamos muito carvão dos EUA para usar na indústria do aço. “A gente precisa ter um pouco de tranquilidade na hora que a gente escuta esse noticiário, porque as coisas não têm esse imediatismo”, diz.

Governo vai aguardar, diz Haddad

A colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, publicou que o governo Lula estaria estudando taxar plataformas digitais norte-americanas se o presidente dos Estados Unidos confirmar o novo imposto.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, utilizou uma rede social para negar que uma retaliação à taxação do aço e do alumínio esteja em estudo. “Não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil”, disse.

“O governo brasileiro tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. Vamos aguardar a orientação do presidente”, complementou Haddad.

A adoção de taxas sobre as plataformas já está sendo discutida há vários meses no Brasil. Em setembro, o Ministério da Fazenda afirmou que poderia encaminhar ao Congresso ainda no segundo semestre propostas para a taxação das “big techs” caso houvesse alguma frustração de receitas orçamentárias.

A taxação do aço e do alumínio, segundo Trump, será confirmada nos próximos dias.

IA, uma nova frente contra a desinformação

 

Desde deepfakes destinados a influenciar as eleições até os chatbots que espalham notícias falsas, a desinformação surge como um dos grandes perigos do uso crescente da inteligência artificial (IA).

O rápido avanço dessa tecnologia, que foi tema de uma cúpula mundial em Paris, já alimentou, nos últimos anos, o aumento da desinformação, oferecendo novas e poderosas ferramentas.

Na Eslováquia, em 2023, uma gravação causou grande alvoroço: ouvia-se o líder de um partido pró-europeu admitir que as eleições legislativas seriam manipuladas.

Era um deepfake, um conteúdo manipulado graças à IA que influenciou os eleitores.

Em todo o planeta, políticos sofrem regularmente esse tipo de procedimento, que tem grande potencial de viralizar nas redes sociais.

Este é o caso do ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cuja voz foi manipulada para aconselhar eleitores a não votar, ou uma suposta imagem do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, hospitalizado.

– Deepfakes pornográficos –

Mulheres políticas nos Estados Unidos, Itália, Reino Unido e Paquistão também foram vítimas de imagens pornográficas geradas por IA, uma tendência que causa preocupação entre os pesquisadores.

Esses deepfakes de conteúdo sexual também costumam atacar celebridades, como a cantora americana Taylor Swift. Todas as mulheres podem ser agredidas, alerta o American Sunlight Project, um grupo de pesquisa sobre desinformação.

A IA também é usada para grandes operações de interferência digital.

As campanhas pró-russas conhecidas como “doppelgänger” ou “matriochka” são alguns dos exemplos mais destacados: seus autores utilizaram amplamente perfis fraudulentos, ou seja, bots (abreviação de “robôs”), para publicar conteúdos gerados por IA, com o objetivo de minar o apoio do Ocidente à Ucrânia.

“O que é novo é a escala e a facilidade com que uma pessoa com poucos recursos financeiros e tempo pode espalhar conteúdos falsos que, por outro lado, parecem cada vez mais confiáveis e são cada vez mais difíceis de detectar”, detalha Chine Labbé, editora-chefe da organização Newsguard, que analisa a confiabilidade dos sites e conteúdos online.

A IA constitui um “apoio sem precedentes para a criação e gestão de contas falsas nas plataformas online”, tudo “em grande escala”, destaca também o Viginum, a organização francesa de combate às interferências digitais estrangeiras, em um relatório publicado por ocasião da cúpula realizada em Paris.

– “Contaminação da internet” –

Nenhum campo escapa dos conteúdos falsos, como, por exemplo, videoclipes musicais fraudulentos, assim como falsas fotos de eventos históricos criadas em poucos cliques.

No Facebook, multiplicam-se imagens apelativas geradas por IA para obter recursos ou engajamento.

O objetivo não é necessariamente espalhar informações falsas, mas captar a atenção com fins comerciais ou até mesmo preparar fraudes.

No final de dezembro, enquanto a história de um homem que ateou fogo em uma mulher no metrô de Nova York dominava as manchetes nos Estados Unidos, uma suposta foto da vítima viralizou.

A imagem havia sido gerada por IA e o drama foi instrumentalizado para direcionar os usuários a sites de criptomoedas.

“Além do risco de desinformação, existe o risco da contaminação da internet: nunca se sabe se estamos diante de um conteúdo que foi verificado, editado por um ser humano, ou se foi gerado por uma IA sem que ninguém se preocupe com sua veracidade”, alerta Chine Labbé.

Cada evento noticioso provoca um fluxo de imagens criadas online, como os grandes incêndios em Los Angeles no início de 2025, durante os quais fotos falsas do letreiro de Hollywood em chamas ou uma estátua do Oscar entre as cinzas deram a volta ao mundo.

Os chatbots da moda, como o americano ChatGPT, também podem contribuir para espalhar notícias falsas, aponta Labbé: “Eles têm a tendência de citar primeiro fontes geradas por IA, o que cria um ciclo vicioso”.

A chegada do chinês DeepSeek, que reflete as posições oficiais chinesas em parte de suas respostas, apenas reforça a necessidade de estabelecer marcos para essas ferramentas, argumenta a especialista.

É necessário “ensinar a distinguir fontes confiáveis das de propaganda”, acrescenta.

Governo aguardará decisão oficial dos EUA sobre tarifas para se manifestar, diz Haddad

 

BRASÍLIA (Reuters) – O governo Luiz Inácio Lula da Silva vai aguardar a eventual oficialização de novas medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na área tarifária para posteriormente se manifestar, disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos”, disse Haddad em entrevista a jornalistas.

Trump disse no domingo que introduzirá novas tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os EUA, em outra grande escalada de sua reforma da política comercial do país. O Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os EUA.

(Por Bernardo Caram)

Petrobras assina contrato de R$ 707 milhões para ampliar produção em terra na Bahia

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A Petrobras informou que assinou contratos no valor de R$ 707 milhões para novas sondas de perfuração terrestres com foco na ampliação da produção onshore (em terra) de óleo e gás na Bahia. A licitação havia sido lançada em abril do ano passado.

Os contratos foram assinados com as empresas EBS e Conterp, disse a estatal.

Em uma rede social, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, declarou que com as novas sondas, “a empresa vai multiplicar a produção na Bahia, de forma rentável e ampliando o potencial de novas descobertas. Lucratividade, emprego e renda na nossa Bahia , estado berço do petróleo no Brasil”.

Segundo a Petrobras, as contratações podem chegar a 65% de realização de conteúdo local, considerando o histórico para a prestação deste tipo de serviço, e podem proporcionar a geração/manutenção de 530 empregos diretos e indiretos durante a vigência, conforme projeção informada pelas empresas.

“As sondas contratadas participarão da próxima campanha de perfuração terrestre, prevista para o período de setembro de 2025 a junho de 2029. A empresa EBS Perfurações prestará serviços de perfuração de poços terrestres com profundidade de até 5 mil metros, enquanto a empresa Conterp será responsável pela perfuração de poços com profundidade de até 4 mil metros”, informou a estatal.

Haddad no X: não é correta informação de que governo deve taxar techs se EUA impuser tarifa

 Fernando Haddad – Wikipédia, a enciclopédia livre

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta segunda-feira, 10, que o governo brasileiro tenha a intenção de taxar empresas de tecnologia, caso os Estados Unidos decidam impor tarifas aos produtos brasileiros. A declaração foi feita em publicação na rede social X, na qual Haddad reforçou que o Executivo só irá se manifestar com base em “decisões concretas”.

“Para não deixar dúvida, não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil. No mais, o governo brasileiro tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. Vamos aguardar a orientação do presidente”, disse Haddad.

Nesta segunda, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que o governo taxaria plataformas digitais norte-americanas caso Donald Trump oficialize o anúncio de elevar em até 25% as tarifas para o aço e o alumínio de todos os países.

Mais cedo, a jornalistas, Haddad já havia afirmado que o governo tomou a decisão de só se manifestar “oportunamente”, com base em decisões concretas, e não em anúncios que, na avaliação do ministro, podem ser mal interpretados ou revistos. “Então o governo vai aguardar decisão oficialmente antes de qualquer manifestação”, disse a jornalistas.

A regulamentação econômica das big techs é um tema que já estava na agenda do Ministério da Fazenda antes da posse de Donald Trump e das ameaças de sobretaxas do presidente americano. O tema foi apresentado inclusive no documento de prioridades da Fazenda ao novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A proposta ainda não foi enviada ao Congresso e está em elaboração pelo Executivo.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) no início do ano, há uma avaliação no governo, de acordo com fontes, de que o debate para a tributação das big techs já estaria maduro e alinhado às discussões no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

BC informa instabilidade no Pix por problemas na rede do SFN; situação retorna à normalidade

 Fotos Pagamento Pix | Freepik


O Banco Central informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que instabilidades no sistema Pix registradas por algumas instituições nesta sexta-feira, 7, foram provocadas por problemas na rede do Sistema Financeiro Nacional (SFN) ao acessar sistemas da autoridade monetária. A situação já está retornando à normalidade.

“Os sistemas do BC funcionam normalmente. Alguns participantes enfrentaram dificuldades de acesso aos sistemas do BC por conta de problemas na Rede do Sistema Financeiro Nacional. Os planos de contingência de rede foram acionados. A situação já está retornando à normalidade”, informou o BC.