quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Mercado começa a se conformar que ciclo de juros altos ainda está longe de terminar

 

O Banco Central do Brasil deve manter a Selic inalterada nesta quarta-feira, 5, no maior patamar em quase duas décadas. A mensagem é clara: o ciclo de juros altos ainda está longe de terminar, e os investidores começam a se conformar com a ideia de que o custo do dinheiro continuará elevado por mais tempo do que se imaginava.

Sob a liderança de Gabriel Galípolo, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve preservar a taxa básica em 15% pelo terceiro encontro consecutivo segundo a maior parte das opiniões do mercado. O consenso reflete uma virada de percepção: não se trata mais de quando os cortes começarão, mas por quanto tempo o Banco Central vai segurar as rédeas.

+ Mercado reduz projeção para inflação pela 6ª semana e vê IPCA em 4,55% em 2025

Nos bastidores, a visão é que Galípolo e seus colegas do conselho ainda estão desconfortáveis com a inércia inflacionária. Programas sociais e estímulos fiscais do governo ampliam a pressão sobre os gastos públicos, e qualquer sinal de afrouxamento prematuro poderia reacender a inflação.

Mesmo que o BC reconheça uma melhora marginal nas expectativas de preços, o tom seguirá restritivo. A maior questão é se isso abrirá caminho para um corte em dezembro. Os dados até permitem essa hipótese, mas acreditamos que o BC evitará sinalizar qualquer movimento antes que a inflação esteja claramente dentro da meta.

Economia resiliente, mas custo alto

O mercado de trabalho continua aquecido: a criação formal de empregos superou as projeções em setembro, e o desemprego segue em 5,6%, um dos menores níveis históricos. Essa resiliência, paradoxalmente, dá margem para o BC manter o aperto por mais tempo.

Desde o início do ciclo, o Banco Central elevou a Selic sete vezes seguidas, somando 4,5 pontos percentuais de alta, antes de interromper o movimento em junho. O objetivo era observar os efeitos do aperto sobre o custo de vida e, por enquanto, os resultados começam a aparecer.

A inflação de meados de outubro ficou em 4,94% em 12 meses, o menor nível desde o início de 2025. As projeções para 2025 a 2028 recuaram levemente, sinalizando que a trajetória caminha na direção certa.

Para o Índice Bovespa a decisão já está no preço, o mercado buscou máxima histórica no dia do COPOM e sobe mais de 25% no ano. A oportunidade está em setores de exportação e empresas dolarizadas (papel e celulose, mineração, proteína), que tendem a se beneficiar de eventual desvalorização cambial e desaceleração doméstica.

Do outro lado da moeda, um BC mais duro mantém o real relativamente forte, já que o diferencial de juros com os EUA segue alto. Isso atrai carry trade via USDJPY, mas não garante fluxo de capital para a bolsa.

Cautela até 2026

Ainda assim, a mensagem do Copom deve ser firme: a convergência da inflação à meta vem antes de qualquer afrouxamento. A ideia de um corte antecipado perde força a cada nova reunião.

Em outras palavras, o Brasil pode conviver com juros de dois dígitos por boa parte de 2026. E, para um mercado que se acostumou a sonhar com cortes rápidos, a realidade é que o Banco Central agora está sob um novo comando, mas o mesmo pragmatismo não parece disposto a correr riscos.


Zamp anuncia o novo presidente do Burger King no Brasil

 Imagem destaque: Zamp anuncia o novo presidente do Burger King no Brasil


A Zamp, holding que controla as marcas Burger King, Popeyes, Subway e Starbucks no Brasil, anunciou a nomeação de Gabriel Guimarães como novo presidente da operação do Burger King no país. Até então CFO da companhia, Guimarães assume o cargo de forma definitiva, com a missão de acelerar o crescimento e aprimorar a execução da marca no mercado nacional. Gabriel Guimarães está há 11 anos na Zamp. Nos últimos seis anos, esteve à frente da área financeira, conduzindo movimentos estratégicos relevantes — como as aquisições da Starbucks e da Subway, que consolidaram a atual estrutura da Zamp. A mudança na liderança do Burger King é acompanhada pela chegada de Ricardo Camiz, que assume a presidência da Subway no Brasil.

 

 

 https://gironews.com/food-service/zamp-anuncia-o-novo-presidente-do-burger-king-no-brasil/

 

BRAZIL JOURNAL: Cosan levanta R$ 9 bi; institucionais demandam 10x book

 

A Cosan acaba de concluir a precificação de seu follow-on anunciado em setembro, levantando R$ 9 bilhões que vão ajudar a holding dona da Raízen, Rumo e Compass a reduzir sua alavancagem, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.

A oferta — 100% primária — foi desenhada para dar entrada ao BTG Pactual e à Perfin, que concordaram em investir R$ 4,5 bilhões e R$ 2 bilhões, respectivamente. Rubens Ometto, o controlador da companhia, colocou outros R$ 750 milhões por meio de seu family office Aguassanta.

A oferta — a R$ 5 por ação — é um desconto de quase 20% em relação ao preço de tela.Os R$ 900 milhões restantes foram distribuídos para investidores institucionais, que colocaram ordens de quase R$ 10 bilhões — cerca de 10x o book. Considerando a oferta total de R$ 9 bi, a demanda foi de 2x book.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal. 

 

Ibovespa renova máxima histórica e dólar cai à espera do Copom

O Ibovespa segue na sequência de recordes nesta quarta-feira, 5, dia de decisão sobre juros no Brasil. Por volta de 12h06, o principal índice da bolsa operava em alta de 0,86%, aos 152.210,43 pontos, renovando máxima histórica.

Investidores aguardam para o final do dia mais uma série de balanços nesta quarta, incluindo os números de Axia Energia (ex-Eletrobras), Rede D’Or e Minerva, além da decisão de política monetária do Banco Central.

Mais cedo, chegou a abrir com viés negativo, com o noticiário corporativo ocupando as atenções, com a repercussão de resultados de empresas como Itaú e CSN, bem com anúncio de que Nippon Steel e Mitsubishi venderam suas participações restantes na Usiminas.

Já o dólar operava em queda de 0,48% por volta de 12h10, cotado a R$ 5,370. Veja cotações.

 


Brasil e EUA farão nova reunião para discutir tarifas na próxima semana

 

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, terá um novo encontro com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, na próxima semana, no Canadá, às margens de uma reunião ministerial do G7.

“As negociações continuam, seguem, têm havido reuniões virtuais de equipes técnicas e continuará acontecendo. E eu estarei na próxima semana em uma reunião do G7 no Canadá, onde estará também o secretário de Estado e eu continuarei mantendo os contatos que tenho tido regularmente com ele”, afirmou Vieira em Belém, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na conferência climática das Nações Unidas COP30.

O governo espera para breve uma reunião mais ampla de negociação não apenas com Vieira e Rubio, mas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin. A expectativa é que aconteça até a semana que vem, mas ainda não há nada marcado.

Após um encontro presencial entre Lula e o presidente dos EUA, Donald Trump, na Malásia, no mês passado, os governos brasileiro e norte-americano se comprometeram a realizar novas rodadas de negociações após Trump impor tarifas comerciais de 50% a uma série de importações brasileiras para os Estados Unidos.

Na terça-feira, em entrevista à Reuters e outras agências internacionais, Lula afirmou que espera para breve a ida dos seus negociadores a Washington. Disse ainda que vai esperar até o final da COP30, onde está para a cúpula de líderes, para verificar se há avanços nas negociações. Se isso não acontecer, afirmou, irá telefonar diretamente para Trump para tentar acelerar as coisas.

Perguntado se nas conversas com Rubio irá entrar também a questão da Venezuela, Vieira afirmou que as conversas têm se restringido às questões comerciais.

O ministro confirmou ainda a ida de Lula à Cúpula da Comunidade dos Estados Iberoamericanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia, nos próximos dia 9 e 10, e que essa reunião vai tratar de Venezuela. Segundo Vieira, será um encontro de “solidariedade” à Venezuela e para ressaltar que a América Latina é uma região de paz, após os ataques militares dos EUA contra embarcações no Caribe, perto da costa venezuelana, que Washington alega se tratar de navios transportando drogas.

Empresas de streaming criticam texto aprovado pela Câmara que regulamenta taxação do setor

 

A Strima, associação que representa os principais serviços de streaming no Brasil, criticou nesta quarta-feira, 5, a versão final do texto -base do projeto aprovado pela Câmara dos Deputados que regulamenta a taxação do setor.

“O texto aprovado amplia obrigações, cria distorções entre segmentos do mesmo mercado e rompe com diálogos estabelecidos ao longo de anos junto a representantes do setor, produtores independentes e o Poder Público”, afirmou a Strima, em nota assinada pelo diretor executivo Luizio Felipe Rocha. Leia aqui a íntegra.

O projeto se arrasta há anos e provoca divisões no mercado do audiovisual por envolver novas regras sobre tributação, cotas e fomento à produção brasileira. Os destaques apresentados pelos partidos na tentativa de mudar trechos do texto ainda serão analisados nesta quarta-feira, 5.

O principal ponto de discordância entre os agentes e empresas do setor no chamado PL do streaming diz respeito à taxação a ser aplicada sobre os serviços de vídeo sob demanda, conhecido comercialmente como “video on demand” ou VoD, a exemplo do Netflix, Amazon Prime, Globoplay e Disney+; serviço de televisão por apps, como Claro TV+; e serviço de compartilhamento de conteúdo audiovisual, como YouTube.

Segundo a associação, o substitutivo aprovado estabeleceu regras não isonômicas, fixando alíquota de Condecine-Streaming cinco vezes mais alta para as empresas de streaming em comparação com as as plataformas de compartilhamento de vídeo como o YouTube.

“O substitutivo ainda amplia as finalidades do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), permitindo que criadores de conteúdo digital para essas mesmas plataformas utilizem recursos do Fundo, afastando-o de seu objetivo original de apoiar a produção audiovisual no Brasil”, criticou a Strima.

“Além disso, o novo texto aumenta as cotas obrigatórias de conteúdo nacional, desconsiderando dados oficiais sobre a capacidade de “produção e a oferta de obras independentes no país. Ademais, o relatório não permite que obras que foram objeto de investimentos robustos financiados exclusivamente pelos provedores de streaming, e com grande repercussão de audiência nacional e internacional, produzidas em parceria com equipes, elencos e produtoras brasileiros, sejam consideradas para efeito de cumprimento de cota”, acrescentou.

Como será a taxação

O projeto estabelece que as empresas pagarão a contribuição de até 4% da receita bruta anual. O relator anterior da proposta, André Figueiredo (PDT-CE), previa 6% de incidência da chamada Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional). Produtores independentes defendiam um alíquota de no mínimo 8%.

Pelo texto aprovado, as empresas que prestam esses serviços pagarão a contribuição de 0,1% a 4% da receita bruta anual, excluídos os tributos indiretos incidentes e incluídas receitas com publicidade. Os percentuais são progressivos conforme a receita anual, havendo isenção para aquelas com receita até R$ 4,8 milhões (teto para empresa de pequeno porte no Simples Nacional). Remessas ao exterior de lucros ficam de fora da tributação.

Vídeo sob demanda e televisão por app pagarão de 0,5% a 4%, com parcelas dedutíveis fixas de R$ 24 mil a R$ 7,14 milhões em cinco faixas. Já o serviço de compartilhamento pagará alíquotas de 0,1% a 0,8%, com parcelas dedutíveis de R$ 4,8 mil a R$ 1,4 milhão.

Foi aprovada permissão de abatimento de até 60% da tributação anual devida para investimentos diretos das próprias plataformas. Na versão anterior à votada, o percentual de desconto era de 70%. O benefício valerá para os serviços de vídeo sob demanda e para os apps de televisão. Esse era um dos pontos que provocaram críticas de produtores, uma vez que o mecanismo concentra e subsídios para fora da cadeia produtiva independente.

Na versão de última hora, o relator introduziu nova regra para permitir a redução da Condecine em 75% caso mais de 50% da totalidade de conteúdos audiovisuais ofertados sejam brasileiros. Os critérios sobre mensuração da quantidade serão definidos em regulamento.

PL do streaming: entenda o projeto de taxação e cota de tela aprovado na Câmara

 

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira, 4, o texto-base do projeto que regulamenta os serviços de streaming.

Foi aprovado em plenário o texto do relator, deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), para o Projeto de Lei 8889/17, o chamado PL do streaming. Os destaques apresentados pelos partidos na tentativa de mudar trechos do texto ainda serão analisados nesta quarta-feira, 5.

O projeto se arrasta há anos e provoca divisões no mercado do audiovisual por envolver novas regras sobre tributação, cotas e fomento à produção brasileira.

O principal ponto de discordâncias entre empresas e produtores do setor diz respeito à taxação a ser aplicada sobre os serviços de vídeo sob demanda, conhecido comercialmente como “video on demand” ou VoD, a exemplo do Netflix, Amazon Prime, Globoplay e Disney+; serviço de televisão por apps, como Claro TV+; e serviço de compartilhamento de conteúdo audiovisual, como YouTube.

Como será a taxação

O projeto estabelece que as empresas pagarão a contribuição de até 4% da receita bruta anual. O relator anterior da proposta, André Figueiredo (PDT-CE), previa 6% de incidência da chamada Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional). Produtores independentes defendiam um alíquota de no mínimo 8%.

Pelo texto aprovado, as empresas que prestam esses serviços pagarão a contribuição de 0,1% a 4% da receita bruta anual, excluídos os tributos indiretos incidentes e incluídas receitas com publicidade. Os percentuais são progressivos conforme a receita anual, havendo isenção para aquelas com receita até R$ 4,8 milhões (teto para empresa de pequeno porte no Simples Nacional). Remessas ao exterior de lucros ficam de fora da tributação.

Vídeo sob demanda e televisão por app pagarão de 0,5% a 4%, com parcelas dedutíveis fixas de R$ 24 mil a R$ 7,14 milhões em cinco faixas. Já o serviço de compartilhamento pagará alíquotas de 0,1% a 0,8%, com parcelas dedutíveis de R$ 4,8 mil a R$ 1,4 milhão.

Foi aprovada permissão de abatimento de até 60% da tributação anual devida para investimentos diretos das próprias plataformas. Na versão anterior à votada, o percentual de desconto era de 70%. O benefício valerá para os serviços de vídeo sob demanda e para os apps de televisão. Esse era um dos pontos que provocaram críticas de produtores, uma vez que o mecanismo concentra e subsídios para fora da cadeia produtiva independente.

Na versão de última hora, o relator introduziu nova regra para permitir a redução da Condecine em 75% caso mais de 50% da totalidade de conteúdos audiovisuais ofertados sejam brasileiros. Os critérios sobre mensuração da quantidade serão definidos em regulamento.

Cota de tela

O projeto prevê cotas para para conteúdos brasileiros nos catálogos das empresas, mas ainda é preciso aguardar a votação dos destaques para a definição sobre a redação do texto final que prevalecerá.

Segundo o relator, foi criado teto de 700 obras nacionais em catálogo por plataforma como limite para seguirem o percentual mínimo de 10% de conteúdo brasileiro. Assim, catálogos que superem essa quantidade ficam dispensados da observância do percentual.

As produtoras independentes defendiam cota mínima de 20% de obras nacionais, mas no Senado a cota tinha sido fixada em 5%.

O relator propôs um prazo de 9 anos de transição para a aplicação das cotas, mas para o Ministério da Cultura defende a redução do prazo de transição das cotas para seis anos.

Quem fica fora da tributação e da regulação

Segundo o texto, a futura lei não se aplica a serviços que ofertam conteúdos audiovisuais de diversos tipos, como aqueles:

  • sem fins lucrativos ou de caráter religioso ou jornalístico;
  • de difusão de eventos esportivos ou com finalidade estritamente educacional;
  • de comunicação pública ou de jogos eletrônicos;
  • que tornem disponível conteúdos audiovisuais de forma incidental ou acessória, integrada à oferta de outros conteúdos;
  • cujo serviço de vídeo sob demanda não seja atividade econômica autônoma ou preponderante e se refira a conteúdo audiovisual exibido anteriormente por até um ano em serviço de TV por assinatura; e
  • em serviço de televisão por app quando conteúdos e grades de programação forem coincidentes com os dos canais.
    Protesto contra o texto do PL do Streaming, na Cinemateca Brasileira em SP
    Protesto contra o texto do PL do Streaming, na Cinemateca Brasileira em SP (Crédito:Paulo Pinto/Agencia Brasil)

Críticas e divergências

Em nota, a STRIMA, associação que representa os principais serviços de streaming, criticou o texto aprovado.

O substitutivo amplia as finalidades do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), permitindo que criadores de conteúdo digital para essas mesmas plataformas utilizem recursos do Fundo, afastando-o de seu objetivo original de apoiar a produção audiovisual no Brasil. Além disso, o novo texto aumenta as cotas obrigatórias de conteúdo nacional, desconsiderando dados oficiais sobre a capacidade de produção e a oferta de obras independentes no país”, criticou a associação.

O relator do projeto, deputado Doutor Luizinho, afirmou que a proposta assegura equilíbrio entre ambiente justo de concorrência e um ecossistema audiovisual dinâmico, que garante a soberania cultural, o desenvolvimento da produção de conteúdos brasileiros e regionais e a geração de emprego e renda no país.

Parlamentares da oposição criticaram a taxação dos streamings porque, segundo eles, vai acabar aumentando o preço pago pelo consumidor final.

Nos últimos dias, associações do setor se mobilizaram contra diversos pontos do projeto, sobretudo no que diz respeito as diferenças de tributação para plataformas de streaming e serviços de compartilhamento de conteúdo.

Cineastas, roteiristas, produtores e técnicos do audiovisual protestaram em diversas capitais na segunda-feira, 3, contra o texto do relator. De acordo com o movimento, o relatório “representa um risco histórico de desmonte da indústria audiovisual nacional”, por contrariar o parecer técnico da Ancine e os consensos construídos com a sociedade civil, e favorecer grandes empresas estrangeiras do setor.

“Este projeto é contra a economia da indústria do audiovisual. Como está só favorece as big techs”, disse Walkíria Barbosa, produtora de cinema e TV e presidente da Federação da Indústria e Comércio Audiovisual (Fica).

Quando se fala big techs, leia-se Google, Meta, entre outros.

Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), que tem entre seus associados as principais operadoras e programadoras do setor, criticou decisão do relator de incluir a oferta dos canais obrigatórios da da TV por assinatura (Lei do SeAC)  nas plataformas de streaming. A ABTA argumenta que essa medida é “comercialmente inviável” e prejudicaria a experiência do consumidor.

Mas teve também apoiadores do texto do relator. Em carta, 96 produtoras, entre elas CineFilmes, Paris Produções, O2 e Paranoid, manifesta apoio ao parecer do relator. Segundo as empresas, o texto “representa um avanço pragmático e robusto na regulamentação”.

“Não aprovar este texto agora significa perder pelo menos mais dois a três anos sem a lei, perpetuando a situação atual de desequilíbrio e fazendo o jogo daqueles que preferem não regular o mercado”, defenderam as produtoras.

Não há um número oficial sobre o valor potencial da arrecadação. O texto prevê que 30% do valor recolhido para o fundo setorial será destinado a produtoras brasileiras estabelecidas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Estudo realizado em 2024 pela Oxford Economics mostrou que o audiovisual nacional gerou 608 mil empregos diretos e indiretos em 2024 e movimentou R$ 70,2 bilhões.

Com informações da Agência Câmara