quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Regionalização do Pix pode ser bem-sucedida para diminuir dependência a uso do dólar, diz ex-BC

 

A estratégia de regionalização do Pix pode ser bem-sucedida para diminuir a dependência regional ao pagamento em dólar, avalia Luiz Awazu Pereira, ex-diretor de Política Econômica do Banco Central (BC) e ex-secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.

“Pix pode ser estratégia não apenas doméstica, mas se tornar infraestrutura de liquidação e pagamento em comércio intrarregional”, afirmou ele, durante webinar da Fundação FHC nesta quarta-feira, 19, sobre “A economia internacional e o futuro do dólar”.

Awazu considera que o Pix entrou na mira do governo Donald Trump porque é uma tecnologia barata, instantânea, segura e que consegue se desenvolver em nível regional. “Então obviamente é olhado com certa desconfiança por quem quer manter a dominação da própria moeda, mesmo marcando gol contra toda semana”, acrescenta, pontuando que Trump tem tomado atitudes contrárias à própria valorização de sua moeda a partir de desdobramentos financeiros, fiscais, comerciais e políticos.

Stablecoins como alternativa ao dólar

O uso de stablecoins, criptomoedas pareadas em algum ativo ou cesta de ativos estáveis, aparentemente pode ser uma alternativa ao pagamento em dólar direto. Contudo, paradoxalmente – inclusive sendo uma estratégia alternativa do governo Donald Trump -, a stablecoin é uma espécie de dolarização 2.0, porque aumenta a demanda de ativos em dólar para lastreio, afirma Luiz Awazu Pereira. “Stablecoin em dólar só demanda mais dólar como lastro” seja em caixa ou em algum ativo de risco zero, como Treasuries, disse durante webinar da Fundação FHC nesta quarta-feira, sobre “A economia internacional e o futuro do dólar”.

Segundo Awazu, o dólar segue no centro do sistema internacional porque domina três características: uso como reserva cambial, uso em transações comerciais, e uso no sistema financeiro.

Na mesma linha, Otaviano Canuto, ex-diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ex-secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, reforça que a tendência de ter stablecoin baseado em dólar tende a aumentar a demanda por títulos do Tesouro dos EUA, favorecendo a divisa norte-americana.

Obra de Klimt é vendida por R$ 1,2 bilhão e conquista posto de segunda mais cara dos leilões

 


A obra “Retrato de Elisabeth Lederer”, do artista austríaco Gustav Klimt, se tornou a segunda obra de arte mais cara já vendida em um leilão. O retrato foi arrematado por US$ 236,4 milhões (R$ 1,25 bilhão na cotação atual) nesta terça-feira, 18, em Nova York, nos Estados Unidos.

A Sotheby’s, uma das maiores casas de leilões de arte e bens de luxo do mundo, que coordenou a venda, não revelou a identidade do comprador.

Segundo informações da Agência France Presse (AFP), seis compradores disputaram durante 20 minutos a obra “Retrato de Elisabeth Lederer” (pintada entre 1914 e 1916) – que havia sido avaliada em US$ 150 milhões, que representa a filha do principal mecenas de Klimt em um vestido imperial chinês branco, diante de uma tapeçaria azul de inspiração asiática.

 

Mas por que vale tanto?

Assim como este quadro, os grandes retratos de corpo inteiro pintados pelo artista austríaco durante seu período de maior destaque (entre 1912 e 1917) são “extremamente raros”, explicou a Sotheby’s em um comunicado. A maioria integra coleções dos grandes museus e poucos pertencem a colecionadores privados.

Até agora, o recorde em um leilão para uma obra de Klimt era do quadro “Dama com Leque” (1917-1918), vendido por 85,3 milhões de libras (US$ 108,8 milhões, R$ 579 milhões) em Londres em 2023.

A venda recorde acontece em um cenário de queda de 33,5% do produto mundial dos leilões de obras de arte em 2024, a US$ 9,9 bilhões, o menor valor registrado desde 2009, segundo o relatório anual da Artprice publicado em março. A causa, além de um contexto econômico difícil, é a falta de obras de grande valor.

O magnata das obras de arte

A obra leiloada nesta terça fazia parte de uma extensa coleção de arte do bilionário Leonard Lauder, herdeiro do império de cosméticos Estée Lauder, que faleceu em junho deste ano.

Lauder (Foto: Reprodução)

Lauder começou a colecionar arte ainda bem novo, comprando cartões postais com a mesada que ganhava dos pais. Sua primeira aquisição significativa foi aos 30 anos: uma colagem do alemão Kurt Schwitters.

Após a morte dele, diversas casas especializadas em obras de arte disputaram seu acervo. Vitória da Sotheby’s.

20 empresas da B3 tiveram lucro superior a R$ 1 bi no 3º tri; veja ranking

 

Segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria, no acumulado do terceiro trimestre do ano de 2025, um total de 20 empresas registraram lucro líquido acima de R$ 1 bilhão, sendo um grupo de empresas que se mostrou mais resiliente do que o restante da bolsa – que, por sua vez, teve queda mais intensa nos lucros olhando para a base anual.

O lucro destas 20 empresas, no total, somou R$ 99,8 bilhões, recuo de 2,6% ante igual etapa do ano anterior, ao passo que o restante da bolsa de valores teve queda de mais de 9% no lucro.

Apesar disso a maioria das empresas analisadas teve alta na última linha do balanço, com 15 delas ampliando lucro no comparativo anual e somente 5 registrando quedas.

O setor de bancos é o mais dominante entre as empresas que tiveram lucros bilionários – Itaú Unibanco, Bradesco, Santander Brasil, BTG Pactual e Banco do Brasil apareceram na lista e, juntos, responderam por cerca de 31% de todo o lucro consolidado da amostra.

Além dos bancos, nomes de peso como Petrobras, Vale, Ambev, TIM, Telefônica, Rede D’Or, Sabesp, Suzano, Gerdau, B3 e Weg compõem o grupo das gigantes bilionárias.

Veja maiores altas e maiores quedas de lucro

Maiores altas

• Motiva (+191,9%)
• TIM (+50,1%)
• BTG Pactual (+41,4%)
• Ambev (+37,1%)
• Rede D’Or (+28,6%)

Maiores baixas

• Banco do Brasil (-66,0%)
• Sabesp (-64,7%)
• Suzano (-39,4%)
• Gerdau (-19,9%)

 

 https://istoedinheiro.com.br/lucro-empresas-b3-ranking

 

BRB vai contratar auditoria externa para apurar fatos da operação Compliance Zero e negócios com Master

 

O BRB anunciou nesta quarta-feira, 19, que seu conselho de administração decidiu contratar uma auditoria externa especializada para apurar os fatos apontados pela operação Compliance Zero, da Polícia Federal, que levaram ao afastamento por decisão judicial do presidente do banco, Paulo Henrique Costa, por 60 dias.

“O BRB reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado, e que o conselho de administração seguirá acompanhando de forma contínua os desdobramentos dos fatos, mantendo seus acionistas e o mercado devidamente informados”, disse o banco estatal de Brasília.

Na terça-feira, a PF prendeu o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e várias outras pessoas na Compliance Zero, que apura crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. No mesmo dia, o Banco Central determinou a liquidação extrajudicial do Master.

Em setembro, o Banco Central bloqueou a aquisição planejada do Master pelo BRB, após meses avaliando se o BRB tinha capacidade suficiente para sustentar a nova estrutura de capital.

Antes mesmo da tentativa de compra do Master, o BRB vinha comprando, desde 2024, parte da carteira de crédito do Master e, segundo uma das fontes, é a investigação sobre essas operações que gerou a operação da terça.

Americanas e Magazine Luiza iniciam integração em marketplaces

 Imagem destaque: Americanas e Magazine Luiza iniciam integração em marketplaces



 Em uma parceria que busca reforçar a competição no mercado de marketplaces, o Magazine Luiza iniciou, nesta terça-feira (18), a oferta de produtos da Americanas em sua plataforma digital. O mesmo deve acontecer na plataforma da Americanas nas próximas semanas. "A parceria combina um mix complementar e sinérgico de produtos", afirmaram as empresas em comunicado à imprensa. Após o início de seu processo de recuperação judicial, a Americanas decidiu dar prioridade a categorias de preços mais baixos, como bomboniere, alimentos, limpeza, higiene pessoal e utilidades domésticas.


  Enquanto isso, o Magazine Luiza afirma "liderar o mercado em linha branca, áudio e vídeo, telefonia, móveis e portáteis". Neste momento, 50 lojas físicas da Americanas - localizadas em 15 capitais brasileiras - estarão disponibilizando seus produtos no marketplace. Assim como o Magazine Luiza passará a oferecer produtos próprios no site da Americanas. "O projeto terá início com um grupo piloto de lojas físicas, mas a expectativa é de rápida expansão", afirmaram as empresas. Segundo as informações da CNN, até dezembro, o objetivo da parceria é integrar todas as lojas da Americanas com serviço de entrega a partir dos pontos de venda física.

 

 

 https://gironews.com/varejo-digital/americanas-e-magazine-luiza-iniciam-integracao-em-marketplaces/

 

Parcela da população em home office cai para 7,9% dos trabalhadores

 

Por dois anos seguidos, caiu a proporção de pessoas que trabalhavam em casa, o chamado home office. Em 2024, eram quase 6,6 milhões de pessoas que realizavam as atividades profissionais onde moravam. Em 2022, esse número superava 6,7 milhões.

Em termos de proporção, a redução foi de 8,4% para 7,9% dos trabalhadores. O ponto de inflexão foi em 2023, quando 6,61 milhões estavam trabalhando em casa (8,2% do total).

A constatação representa uma inversão na tendência crescente que tinha sido acentuada pela pandemia de Covid-19 e faz parte de uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira, 19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo traz dados anuais desde 2012, exceto de 2020 e 2021, por causa da pandemia de covid-19 que inviabilizou a coleta de dados. As proporções apontadas pelo IBGE se referem ao universo de 82,9 milhões de trabalhadores em 2024. Por critério do instituto, esse conjunto exclui empregados no setor público e trabalho doméstico.

Efeito pandemia

Segundo o analista da pesquisa, William Kratochwill, a classificação trabalho no domicílio de residência vale também para pessoas adeptas do coworking (escritórios compartilhados). “As pessoas falam: ‘eu trabalho de casa’, mas não necessariamente ela vai trabalhar em casa, ela pode escolher ir a um coworking”, pondera.

O levantamento mostra que as mulheres eram a maioria em home office. Elas somavam 61,6% dos trabalhadores nessa condição. Observando o total de trabalhadores por sexo, 13% das mulheres estavam em home office. Entre os homens, a parcela era de 4,9%.

O pesquisador do IBGE afirma que o trabalho no domicílio de residência “claramente deu uma arrancada depois da pandemia”. Em 2012, a parcela das pessoas nessa condição era de 3,6%. Em 2019, figurava em 5,8%, alcançando o ponto mais alto em 2022 (8,4%), antes de regredir nos dois últimos anos.

“Mas ainda está em um nível superior ao que tínhamos antes do período pandêmico e das novas tecnologias”, assegura Kratochwill.

Insatisfação dos funcionários

A diminuição do home office é um movimento que tem causado insatisfação em algumas empresas. No começo deste mês, o Nubank, um dos maiores bancos do país, anunciou regressão gradual no trabalho de casa.

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A insatisfação terminou com a demissão de 12 funcionários, de acordo com o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região.

Em março, funcionários da Petrobras fizeram uma paralisação contra a diminuição do teletrabalho, entre outros motivos.

Veja a parcela de pessoas de acordo com o local de trabalho

  • estabelecimento do próprio empreendimento: 59,4%
  • local designado pelo empregador, patrão ou freguês: 14,2%
  • fazenda, sítio, granja, chácara etc.: 8,6%
  • domicílio de residência: 7,9%
  • veículo automotor: 4,9%
  • via ou área pública: 2,2%
  • estabelecimento de outro empreendimento: 1,6%
  • domicílio do empregador, patrão, sócio ou freguês: 0,9%
  • outro local: 0,2%

Um detalhe é que os trabalhadores que realizam atividade no veículo automotor passaram de 3,7% em 2012 para 4,9% em 2024. Para Kratochwill, esse cenário reflete o surgimento de serviços de aplicativo como Uber e 99.

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“Com certeza há um impacto do transporte de passageiros”, diz. “Mas não se pode desconsiderar essa nova onda de food truck (venda de comida em veículos). Cada um, um pouquinho favorece para isso”, acrescenta.

Na categoria trabalho no veículo, as mulheres são apenas 5,4% do total de trabalhadores.

De todos os homens do universo da pesquisa, 7,5% trabalham no veículo. Entre as mulheres a parcela é de 0,7%.

Dados confirmam que tarifaço não comprometeu exportações do Brasil, diz FGV

 

O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos exportados pelo Brasil tem reduzido as vendas brasileiras para norte-americanos, mas aumentado as remessas para outros parceiros comerciais. No geral, os dados da balança comercial confirmam que o tarifaço, no curto prazo, não comprometeu as exportações totais do Brasil. A avaliação é do relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Considerando os principais produtos de exportação do Brasil, muitos registraram queda nas exportações para os Estados Unidos, mas crescimento nas vendas para terceiros mercados.

“Os dados continuam confirmando que o efeito do tarifaço no curto prazo não comprometeu as exportações totais do Brasil. Nesse período (agosto-outubro), as exportações totais do Brasil aumentaram em 6,4% e para os Estados Unidos recuaram em 24,9%. Como ressaltamos antes, porém, isso não se traduz na hipótese que o mercado dos Estados Unidos não continue sendo relevante para o Brasil e o mundo. Em adição, à medida que os Estados Unidos estão avançando com novos acordos, as margens de preferências do Brasil tendem a cair em terceiros mercados”, ponderou o relatório do Icomex.

Em outubro de 2025, as exportações brasileiras aumentaram 9,1% em valor em relação a outubro de 2024. Em volume, o avanço foi de 11,3% no período. Já as importações recuaram 0,8% em valor em outubro de 2025 ante outubro de 2024, enquanto o recuo em volume foi de 2,5%. No acumulado de janeiro a outubro, o Brasil exportou um volume 4,3% maior que no mesmo período do ano anterior, enquanto o crescimento na importação foi de 8,0%.

A balança comercial brasileira teve um superávit de US$ 7,0 bilhões em outubro. No acumulado do ano até outubro, houve superávit de US$ 52,4 bilhões, US$ 10,4 bilhões a menos que em igual período de 2024. “A queda no saldo da balança comercial no acumulado do ano até outubro está relacionada à redução do superávit com a China de US$ 30,4 bilhões, em 2024, para US$ 24,9 bilhões, em 2025, diferença de US$ 5,5 bilhões. Aumento de US$ 5,4 bilhões do déficit com os Estados Unidos, passando de um déficit de US$ 1,4 bilhão para US$ 6,8 bilhões. Na Argentina, o déficit de US$ 4,7 bilhões passou para um superávit de US$ 5,1 bilhões, um ganho de US$ 9,8 bilhões que não compensa as perdas em dólares do saldo com os Estados Unidos e a China, no valor de US$ 10,9 bilhões”, justificou o Icomex.