sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Para onde vai o Walmart?


Com integração das operações físicas e digitais, a maior varejista global tenta reverter histórico de maus resultados no Brasil. Ao mesmo tempo, o mercado cogita que a rede já teria um prazo definido para deixar o País

 Para onde vai o Walmart?

A gigante nunca conseguiu superar os concorrentes Carrefour e Grupo Pão de Açúcar, e ir além da terceira posição no setor. A subsidiária tampouco alcançou destaque no contexto global do Walmart, dono de um faturamento de US$ 486 bilhões. Quase irrelevante, a participação do Brasil nesse indicador costuma variar entre 1% e 2%. Para efeito de comparação,a operação brasileira do Carrefour representa uma fatia de 16% da receita global e é o segundo maior negócio, atrás apenas da matriz francesa.
Troca constante: o histórico de mudanças no Brasil não está resrito ã marca da varejista. Flávio Cotini é o quarto CEO da empresa no país desde 2008 (Crédito:Felipe Gombossy/Divulgação e Robson Fernandjes/Ae)
Na terça-feira 5, as tentativas do Walmart para reverter esse quadro e estabelecer uma trajetória bem-sucedida no Brasil ganharam um novo capítulo. Em linha com um modelo que vem sendo adotado pela matriz americana, a empresa anunciou a integração de suas operações de lojas físicas e de comércio eletrônico. Inaugurado no País em 2012, o Walmart.com.br era, até então, um braço independente. Com uma receita de R$ 554,8 milhões no ano passado, o canal funcionava com equipe e sede próprias, instaladas em Alphaville, na região metropolitana de São Paulo. A transição para o novo modelo será conduzida por Paulo Silva, CEO da divisão de e-commerce. Após a conclusão do processo, o negócio será comandado por Flávio Cotini, presidente do Walmart no Brasil.
A notícia da integração foi antecipada pela coluna MOEDA FORTE, de Carlos Sambrana, no portal da DINHEIRO, que entrevistou ainda um grande fornecedor da companhia. Segundo o executivo, que pediu anonimato, a varejista reuniu diversos parceiros, na segunda-feira 4, para informar que o grupo deixará o Brasil até julho de 2018. No encontro, a companhia teria se prontificado a pagar uma multa milionária a esses parceiros por quebra de contrato.

Na mesma data, durante um evento realizado, em São Paulo, para acionistas, investidores e representantes do mercado financeiro, os executivos da Via Varejo foram questionados acerca de um possível interesse na compra do Walmart no Brasil. No dia seguinte, na sede da Via Varejo em São Caetano do Sul, na região do ABC paulista, eram fortes os rumores de que a rede americana venderia seus estoques para a concorrência. Procurada, a Via Varejo afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que não comenta rumores de mercado.

Grande equívoco?: a insistência em priorizar as lojas nos formatos de hipermercados é um dos erros apontados por analistas na trajetória local do Walmart (Crédito:Evelson de Freitas / AE)
Seja quais forem as medidas a serem tomadas, o clima é de apreensão nos corredores do Walmart. Conforme apurou o blog BASTIDORES DAS EMPRESAS, de Ralphe Manzoni Jr., no portal da DINHEIRO, a rede varejista pode demitir até 80% dos mil funcionários que compõem o time das operações online no Brasil. Procurado, o Walmart não concedeu entrevista. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa negou que irá deixar o mercado brasileiro e disse que não faria comentários sobre demissões. Em nota, o grupo ressaltou que a decisão de integrar as operações offline e online “irá proporcionar mais agilidade e eficiência ao negócio e trazer mais opções de produtos e serviços aos clientes”.
O Walmart informou ainda que a sua estratégia online no País passará a priorizar o modelo de marketplace, um formato que fez a fama e a fortuna de gigantes como a chinesa Alibaba e a americana Amazon, que está reforçando sua operação no Brasil. Desde 2013, grandes nomes locais do setor, como Magazine Luiza, Via Varejo e B2W, dona das marcas Submarino e Americanas.com, também passaram a investir nesse filão. Os marketplaces funcionam como uma espécie de shopping virtual, no qual o site de um varejista concentra as ofertas de uma gama de pequenos e médios lojistas. Nesse caso, a receita vem das taxas cobradas para que esses parceiros divulguem seus produtos nesse “bazar digital”. A abordagem é atrativa para as grandes empresas, que conseguem diluir custos e, ao mesmo tempo, extrair maior rentabilidade de seus ativos, entre eles, o volume de consumidores que acessam os seus portais.

DE SAÍDA? Para um ex-alto executivo da companhia no País, a saída da varejista do Brasil é uma questão de tempo. Ele cita um prazo de três anos que o CEO global Doug McMillon teria dado, em 2015, para que a subsidiária estancasse suas perdas e gerasse resultados. Caso o objetivo não fosse alcançado, a venda do negócio no País seria uma alternativa na mesa. A fonte ressalta que, há no mínimo 10 anos, a operação não é lucrativa e que se fosse preciso fechar as lojas que dão prejuízo, mais da metade delas teria esse destino. “O Walmart patina, patina e não sai do lugar. Eles sabem o caminho que precisam seguir, mas não são capazes de executar”, diz a fonte. Sua visão é de que há muitos erros de estratégia. O principal deles é que os executivos locais precisam seguir estritamente as regras ditadas pela matriz americana. “E a cabeça americana tem um viés muito equivocado sobre o varejo brasileiro”, afirma.
Separados: atualmente, o Walmart conta com 25 centros de distribuição para a operação de lojas físicas e 2 unidades para o canal de e-commerce (Crédito:Keiny Andrade/AE)
 
Sob esse modelo de gestão, o executivo aponta outros equívocos cometidos pela rede no Brasil, como a insistência em priorizar os hipermercados e supermercados, em detrimento de formatos que ganharam escala no País nos últimos anos. Encaixam-se nesse contexto as lojas de proximidade e os atacarejos, que cresceram em virtude de fatores como a recessão econômica e os novos hábitos de consumo. “O Walmart faz exatamente o oposto do que todos os seus rivais estão fazendo no País”, afirma. Em atacarejos, por exemplo, o Assaí, do Grupo Pão de Açúcar, possui 124 lojas e é o maior foco da expansão da varejista brasileira, inclusive com a conversão de lojas de hipermercados para esse formato. Enquanto isso, o Maxxi Atacado e o Sam’s Club, bandeiras do Walmart nessa categoria, possuem, juntas, 71 pontos de venda.

Outro alvo das críticas é a estratégia, em curso, para rebatizar marcas regionais adquiridas nos últimos anos, como BIG e Mercadorama, na região Sul, e Bompreço, no Nordeste, sob o nome Walmart. “O Bompreço, por exemplo, é uma marca muito forte por lá e está sumindo do mapa”, afirma o executivo. Ele coloca em xeque ainda a unificação das operações físicas e de e-commerce, alegando que as duas estruturas são precárias e apoiadas por softwares de gestão pouco eficientes. “O Walmart não tem sistemas, não tem gente e não entende do Brasil.”

Para analistas consultados pela DINHEIRO, a demora para integrar as estruturas dos negócios de lojas físicas com o canal digital é uma das questões que justificam o desempenho aquém das expectativas da empresa no mercado brasileiro. “Nessa frente, eles terão dificuldades tanto no varejo alimentar quanto no segmento de eletroeletrônicos”, diz Ana Paula Tozzi, CEO da consultoria AGR, especializada em varejo. Ela cita o GPA e o Magazine Luiza como competidores que já registram avanços significativos nessas categorias, respectivamente, e na exploração de estratégias multicanais. Tozzi não acredita que o Walmart deixará o país.
Transição: CEO do Walmart.com.br, Paulo Silva será responsável por comandar o processo de integração dos negócios offline e online (Crédito:Nilton Fukuda/Estadão)


Para reforçar essa visão, a rede, por sua vez, afirma que estabeleceu um plano de investimentos de R$ 1,5 bilhão para o Brasil nos próximos quatro anos. O argumento, no entanto, também é questionado.

 “O fato de divulgar esse aporte pode ser uma estratégia para valorizar o ativo no mercado”, diz um executivo do setor. Batizado de Reinvention, o projeto busca remodelar os hipermercados e supermercados da companhia no País, o que inclui desde o layout das lojas até o sortimento ofertado. 

A princípio, a iniciativa é considerada positiva, pelo fato de atacar alguns dos equívocos cometidos pela varejista no mercado local, como a simples importação de seu modelo americano de lojas e a oferta uniforme de produtos em todas as unidades. “O Brasil é um mercado com muitas nuances de consumo. As ofertas precisam ser regionalizadas e eles demoraram muito para entender esse conceito”, diz Tozzi, da AGR.

Para Eugênio Foganholo, diretor da Mixxer Consultoria, outro fator que dificultou a jornada do Walmart no País e segue prejudicando a operação brasileira é a manutenção da aposta no lema “Preço Baixo Todo Dia”, pelo qual a rede americana tornou-se conhecida. “O consumidor brasileiro tem uma cultura de promoções pontuais”, afirma Foganholo. “Só assim ele consegue enxergar valor quando tem algum desconto”, diz o especialista. O analista, no entanto, enxerga boas perspectivas na guinada digital do Walmart. E cita como referência os bons resultados que a rede começa a colher nos Estados Unidos, especialmente a partir da compra, em 2016, por US$ 3,3 bilhões, da Jet.com, cujo CEO, Marc Lore, foi nomeado presidente da divisão de comércio eletrônico da varejista nos Estados Unidos.

No terceiro trimestre, o segmento registrou um crescimento de receita de 50%, na comparação com igual período, um ano antes. Nesse intervalo, a rede triplicou, por exemplo, para 70 milhões, a oferta de produtos em seu marketplace no mercado americano. E dobrou, para 1,1 mil lojas, o número de pontos de venda que já fazem entregas de pedidos realizados via e-commerce. Outra decisão anunciada pela operação americana, na quarta-feira 6, foi a mudança do nome para marcar esse novo foco em um modelo multicanal. O que antes era Wal-Mart Stores se tornou Walmart Inc., mais alinhado com a rival Amazon. “Nada impede que o Walmart recupere o tempo perdido e encontre seu rumo também no Brasil”, diz Foganholo. Enquanto a matriz tiver paciência, é claro.



Colaborou: Rodrigo Caetano

Canada Pension Plan Investment Board e Votorantim Energia formam joint venture no Brasil

Divulgação

(Reuters) - O Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) e a unidade de energia do grupo Votorantim formaram uma joint venture que comprará dois parques eólicos operacionais no nordeste do Brasil, informaram em comunicado conjunto.
A joint venture prevê investimento de mais de 3 bilhões de reais no setor de geração de energia do Brasil, de acordo com o documento. 

Em outubro, a Reuters havia noticiado que a Votorantim Energia estava em negociações com os grandes fundos de pensão e fundos soberanos para criar uma joint venture integrada para investimentos em energia eólica, solar e pequenas hidrelétricas.


Por Kanishka Singh em Bengaluru

 https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN1E90U5-OBRBS

Canadense CPPIB planeja novos aportes no Brasil após acordo com Votorantim

Resultado de imagem para Logo da  CPPIB

SÃO PAULO (Reuters) - O CPPIB, maior fundo de pensão do Canadá, planeja novos investimentos bilionários em infraestrutura no Brasil nos próximos anos após firmar uma joint venture com a Votorantim Energia com foco em renováveis, disse um alto executivo para a América Latina nesta sexta-feira. 

Com a parceria 50/50 entre o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) e o braço de energia do conglomerado Votorantim, anunciada nesta sexta-feira, os dois grupos deverão investir nos próximos anos mais de 3 bilhões de reais em energia renovável no país. 

Todavia, o CPPIB está de olho também em outros setores, como saneamento, afirmou à Reuters Ricardo Szlejf, head de infraestrutura do fundo na América Latina. 

“Já temos investimento em infraestrutura no Chile, Peru e México (na América Latina), e este (acordo com a Votorantim) é o primeiro investimento no Brasil, estamos inaugurando... no setor de energia renovável, que é um dos que a gente considera o mais atraente”, afirmou o executivo. 

Mas “o Brasil é grande e importante, e temos acompanhado oportunidades em outros setores”, acrescentou ele, lembrando que o fundo já investe em portos, linhas de transmissão, gasodutos e distribuição de energia em outras partes do mundo. 

O fundo já tem investimentos de 5 bilhões de dólares em infraestrutura na América Latina.

Com a parceria com a Votorantim, o executivo ressaltou que o fundo está estudando também investimentos em outras fontes de geração de energia, além da eólica --o foco do investimento inicial, marcado pela compra de dois projetos no Nordeste. 

O executivo afirmou que as futuras aquisições podem envolver empreendimentos hidrelétricos e solares, “tanto projetos em desenvolvimento quanto aquisição de ativos em operação”. 

E não descartou novos negócios com a própria Votorantim. 

“É uma possibilidade... A Votorantim é um dos maiores investidores em geração, e a gente poderia sim contemplar, tanto ativos que fazem parte do grupo quanto novos ativos...” 

A Votorantim Energia é a segunda maior comercializadora de energia do Brasil e opera 23 usinas hidrelétricas, sete parques eólicos e nove consórcios, com uma capacidade total de 2,2 GW.

O ACORDO


O CPPIB fará aporte inicial de aproximadamente 690 milhões de reais na joint venture, que anunciou a aquisição do projeto eólico Ventos do Araripe III, localizado na divisa do Piauí e Pernambuco, com capacidade instalada de aproximadamente 359 megawatts.

No acordo, a Votorantim Energia ainda transferiu para a joint venture o parte Ventos do Piauí I, localizado no Piauí, com capacidade de aproximadamente 206 megawatts de energia.

O anúncio da parceria do fundo canadense com a Votorantim nesta sexta-feira confirmou reportagem da Reuters publicada em outubro, com base em fontes com conhecimento do assunto, que apontaram para negociações entre as empresas.

O movimento evidencia o crescente interesse estrangeiro na indústria de energia do Brasil, especialmente de renováveis, à medida que o país tenta impulsionar a contratação de usinas eólicas e solares e deixa de lado uma política que nos últimos anos priorizou grandes hidrelétricas.

“O Brasil é muito competitivo em renováveis, principalmente em energia eólica. Tem bom fator de capacidade, terras disponíveis e também um marco regulatório bom; leilões organizados e bons retornos com risco baixo”, declarou o executivo.

Ele comentou que o fundo tem visão de longo prazo, e incertezas relacionadas às eleições em 2018, por exemplo, não são motivos mudanças de planos.


Gigante no Nordeste, Hapvida prepara IPO para abril de 2018

Gigante no Nordeste, Hapvida prepara IPO para abril de 2018
Depois de analisar a possibilidade de vender uma fatia da companhia, a operadora de saúde Hapvida, gigante no Norte e Nordeste, partirá para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), já programada para ocorrer em março ou abril do próximo ano. O Conselho de Administração da empresa deu o aval para a operação na quarta-feira, dia 13, e o sindicato de bancos já está selecionado: Bank of America Merrill Lynch (BofA), BTG Pactual e Goldman Sachs. A avaliação preliminar da empresa está entre R$ 14 bilhões e R$ 16 bilhões – esse valor muda de banco para banco.


Timing. 


As projeções indicam que a empresa alcance, em 2018, um lucro líquido de mais de R$ 800 milhões, o que deve representar, se cumprido, um aumento de cerca de 20% em relação aos ganhos deste ano, de pouco menos de R$ 700 milhões. No mercado, a percepção até aqui é de que a janela para emissão de ações esteja aberta até abril. Depois disso, a maré do mercado pode virar por conta do ano eleitoral.

A empresa chegou ao final de outubro com 2,2 milhões de beneficiários de planos médicos, crescimento de cerca de 11% na comparação com o ano passado. No mesmo período, o mercado como um todo encolheu 1%. Procurada, a Hapvida afirmou que não comenta rumores de mercado.


 https://www.istoedinheiro.com.br/hapvida-prepara-ipo-para-2018/

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Acordo de planos econômicos promete pagar honorários a advogados


 





A Advocacia-Geral da União fechou acordo com representantes de bancos e poupadores para resolver impasse sobre os índices de correção monetária dos planos econômicos durante as décadas de 1980 e 1990, após mais de duas décadas de litígio. Os termos devem ser protocolados ainda nesta terça-feira (12/12) no Supremo Tribunal Federal, com pedido de homologação.

Segundo a AGU, esse é o maior acordo judicial do país e encerrará mais de um milhão de processos judiciais. O valor é estimado em R$ 12 bilhões. O texto, ainda não divulgado na íntegra, define que terão direito a reparação somente os poupadores que ingressaram com ações coletivas e individuais para cobrar valores referentes às correções.

Quem tem direito:
> Autores de ações individuais
(não prescritas)
> Autores de execução de
sentença coletiva (até 2016)
Honorários:
> 10% sobre o valor da causa
em ação individual
> 5% em execução de
sentença coletiva


Prazo de adesão:

 
> 24 meses (poupadores)
> 90 dias (outros bancos)
O pagamento deve ocorrer em no máximo três anos. A princípio, cinco instituições financeiras participam: Itaú, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Outras poderão aderir em até 90 dias.

No caso das ações individuais, serão beneficiados poupadores (ou herdeiros) que acionaram a Justiça dentro do prazo prescricional (20 anos da edição de cada plano). Ainda poderão aderir os poupadores que, com base em ações civis públicas, entraram com execução de sentença coletiva até 31 de dezembro de 2016, dentro do prazo prescricional de cinco anos.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que teve assento na mesa de negociações, garantiu que advogados envolvidos nos processos vão receber honorários de sucumbência: 10% sobre o valor de cada caso concreto, nas ações individuais.

Já os profissionais do Direito que patrocinaram execuções de sentença coletiva ficarão com 5%. A outra metade será destinada, mediante cessão, à Frente Brasileira dos Poupadores (Febrapo), que participou das rodadas de negociações.

Os honorários serão pagos pelo banco réu de cada processo. O presidente da Febraban, Murilo Portugal, disse que ficou garantido o direito de defensores mesmo reconhecendo-se que nem sempre os recursos entram nesse tipo de acordo.

Também será dos advogados o papel de cadastrar seus clientes em banco de dados digital, previsto para ser criado depois que o STF homologar as condições. Será preciso apresentar cópia de extratos bancários ou declaração do Imposto de Renda para comprovar a existência e o saldo da conta de poupança.

Quem se encaixar nos requisitos pode se inscrever em até 24 meses. Após aderir, a ação será extinta.


Prazos e procedimentos
 

O pagamento deve ser dividido em 11 lotes, separados de acordo com o ano de nascimento dos poupadores. O objetivo é que mais velhos recebam antes dos demais. Não será necessário se dirigir ao banco para receber.


Pagamentos:
 
> Até R$ 5 mil: à vista
> De R$ 5 mil a R$ 10 mil:
três parcelas
> Acima de R$ 10 mil:
cinco parcelas
Descontos:
> Até R$ 5 mil: nenhum
> De R$ 5 mil a
R$ 10 mil: 8%
> De R$ 10 mil a
R$ 20 mil: 14%
> Acima de R$ 20 mil:
19%
O pagamento será feito em conta-corrente do poupador ou por meio de depósito judicial, de acordo com as faixas de valor a receber: receberá à vista quem tem direito a até R$ 5 mil (estima-se que 60% dos envolvidos).

Entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, uma parcela à vista e duas semestrais. A partir de R$ 10 mil, uma à vista e quatro semestrais. A correção dos valores será feita pelo IPC-A.

Não haverá qualquer desconto para poupadores que tenham a receber até R$ 5 mil. Para valores entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, haverá 8% de abatimento. Na faixa de R$ 10 mil a R$ 20 mil, o desconto será de 14%. Já quem receber mais de R$ 20 mil, terá 19% do valor descontado.
Arte: AGU
A AGU afirma que todas as adesões estarão submetidas a auditoria e procedimentos para evitar fraudes.

"Temos a confiança de que a homologação desse acordo representará ânimo renovado para o mercado, porque são alguns milhões que ingressam para reaquecer a economia", afirmou nesta terça a advogada-geral da União, Grace Mendonça. 

Para o diretor do Banco Central, Isaac Sidney, o acordo representa ganhos variados, que transcendem a resolução do conflito. "Reduz as incertezas que permeiam os balanços das instituições que compõe o sistema financeiro nacional. Além disso, a redução da litigiosidade dá maior previsibilidade aos negócios no ambiente financeiro nacional e evita perdas futuras por demandas." Por isso, segundo ele, os bancos podem inclusive aumentar a oferta de créditos.

No caso de bancos comprados por outras instituições em regime de aquisição global, o comprador fica responsável pelo pagamento. Se a aquisição ocorreu em regime de liquidação ou por meio do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, de 1997, o banco adquirente fica responsável apenas pela parte ativa.

Em relação à parte passiva, as ações continuam até que o Superior Tribunal de Justiça dê uma resposta a isso.


Longa jornada
 

Há 13 meses, a AGU tenta chegar a um consenso com representantes dos bancos, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e da Frente Brasileira dos Poupadores, em mais de 50 reuniões. O acordo já havia sido anunciado em novembro, sem muitos detalhes.

A discussão gira em torno da correção de aplicações na poupança durante a entrada em vigor dos planos econômicos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 2 (1991), quando foram criados índices de correção monetária menores que os da inflação do período.

A controvérsia, portanto, era se os poupadores têm direito à diferença entre a correção da poupança e a inflação registrada na época, os chamados expurgos inflacionários.

As instituições financeiras não reconhecem o direito, porque afirmam ter cumprido a lei, mas calculavam que, se perdessem a discussão em julgamento no Supremo Tribunal Federal, teriam de desembolsar não “apenas” R$ 12 bilhões, e sim mais de R$ 50 bilhões — até R$ 150 bilhões, na visão mais pessimista.

O plano Collor 1 não entra no acerto porque o Superior Tribunal de Justiça já apresenta jurisprudência em favor dos bancos. Portanto, as instituições preferem que essas ações continuem em andamento.

O STF já iniciou o julgamento de pelo menos alguns desses processos em 2013, com leitura de relatório e sustentações orais, mas nenhum ministro votou aindaCom informações da Assessoria de Imprensa da AGU.

* Texto atualizado às 21h35 do dia 12/12/2017 para acréscimo de informações.

 é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico



 https://www.conjur.com.br/2017-dez-12/acordo-planos-economicos-promete-pagar-honorarios-advogados

Liberais devem sair de suas bolhas e dialogar com o resto do Brasil


Por Luan Sperandio, publicado pelo Instituto Liberal


A dedicação e o trabalho de alguns indivíduos e instituições, a crise econômica e institucional pela qual o Brasil vive desde 2013 e a internet fizeram o incipiente movimento liberal brasileiro progredir.

No entanto, a despeito disso, nada garante que ele continuará crescendo a ponto de influenciar as massas, o que nos demanda um diagnóstico e proposições do que deve ser feito.
Nos últimos anos podemos listar entre as conquistas recentes do liberalismo:
  • a criação de centenas de grupos de estudos liberais pelo país afora;
  • a publicação de diversos livros de ciência política que se tornaram best-sellers;
  • a vitória de algumas chapas liberais em eleições para DCE em universidades brasileiras;
  • a organização de centenas de eventos e palestras com a promoção de debates com viés liberal;
  • a quebra do monopólio da esquerda nas manifestações de rua, influenciando no processo de impeachment de Dilma Rousseff;
  • o retorno da agenda de reformas com a aprovação da PEC do Teto dos Gastos e da Reforma Trabalhista, além de estar em trâmite a Reforma da Previdência e a Reforma Tributária;
  • o surgimento de partidos com viés liberal, como o Novo e o Livres, ala do PSL.
Todos esses eventos são importantes e fundamentais, devendo ser comemorados, mas os liberais devem sair de suas bolhas políticas, estimuladas pelas redes sociais, se quiserem dar os próximos passos.

Basicamente, algoritimos selecionam conteúdos conforme a atividade dos usuários, o que além de eventualmente limitar o debate de ideias na internet dão a falsa impressão de que todo mundo concorda com você. Assim, se vê na timeline um exacerbado otimismo com os rumos do movimento liberal.

Ao que parece, o pré-candidato a presidência pelo partido Novo, João Amoedo, é o nome mais “purista” dentre os que aspiram estar no Palácio do Planalto em 2019. Ter um candidato que defenda uma pauta liberal é um enorme avanço. Nas eleições de 2014 Pastor Everaldo, do PSC, afirmou em rede nacional que se eleito iria privatizar a Petrobrás. O discurso destoou da covardia de Geraldo Alckmin 8 anos antes, e colocou uma vaca sagrada em debate. Embora apenas um quarto dos brasileiros se declararam favoráveis a venda da estatal em 2015, o percentual aumentou com estimativas anteriormente realizadas.


Assim, estar no páreo alguém cuja proposta é privatizar todas as estatais, é animador. A depender do impacto da candidatura, essas ideias podem influenciar o debate público e forçar outros candidatos a incluírem algumas propostas em suas agendas.

Contudo, não me parece que será em 2018 que os liberais terão um candidato competitivo. Ao que tudo indica, o Novo não participará dos debates presidenciais e terá menor exposição que Levy Fidelix nas eleições passadas. Naquela oportunidade ele conseguiu aumentar em 8 vezes sua votação de 2010, mas ainda assim registrou menos de 500 mil votos. Amoedo fará mais de um milhão de votos? É possível. Chegará a 5% dos votos válidos? É bastante improvável.

É bom salientar que o maior desafio do Novo e do Livres em 2018 é conseguirem eleger uma bancada no parlamento a fim de mostrar trabalho e terem maior capilaridade nas eleições de 2020 e 2022. Ainda assim, para mim está claro que a apuração das urnas em 2018 evidenciará um descompasso das expectativas alimentadas por liberais desde 2014 e a realidade eleitoral. Paciência. Certas coisas são como vinho e uísque, levam tempo para ficarem boas.

Porém, mais do que essa desarmonia de expectativas, há um abismo entre o que os liberais vivem e seus discursos com as preocupações presentes no “Brasil real” – e isso é importante destacar pois ainda é possível reajustar isso.

Debater sobre reserva fracionária ser fraude ou não, sobre as aplicabilidades do Princípio da Não Agressão (PNA) e a volta da Monarquia, tudo isso são exercícios bastante interessantes, todavia essas temáticas não possuem qualquer eco fora dessa bolha. Ao produzirem conteúdo sobre isso, se dialoga apenas com um nicho, não com o Brasil.

O Brasil real é aquele em que metade dos domicílios sequer possui coleta de esgoto; é a nação em que um terço de seus habitantes ainda não possui acesso à internet, é aquele em que as classes populares que a utilizam sequer estão interessadas em mobilização política. As pessoas estão preocupadas se o posto de saúde ficará aberto o dia todo, se a rua será asfaltada, se haverá vagas na creche no ano que vem para a mãe poder voltar ao mercado de trabalho e ajudar no sustento da casa.

Não significa que apenas os liberais estejam falhando nesse sentido: há muito tempo a esquerda está presa em sua própria bolha. O fracasso do PT em 2015 e 2016 em muito se deveu a isso.

A lição que fica é a de que liberais devem ocupar espaços e ser agentes de mudanças nesses ambientes, seja na iniciativa privada, em cargos públicos ou no terceiro setor. Mas, para isso, espera-se um discurso que vá muito além da privatização de estatais.


 http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/liberais-devem-sair-de-suas-bolhas-e-dialogar-com-o-resto-brasil/?utm_medium=feed&utm_source=feedpress.me&utm_campaign=Feed%3A+rconstantino

Cade autoriza Changi a comprar fatia da Odebrecht no Galeão

Cade autoriza Changi a comprar fatia da Odebrecht no Galeão



O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (13) pedido de autorização precária e liminar para consumação antecipada de operação entre a Excelente B.V, do grupo Changi, e a Rio de Janeiro Aeroportos.

Na operação, a Excelente adquiriu 60% das ações da Rio de Janeiro Aeroportos que eram detidas pela Odebrecht, o que elevou a participação do grupo asiático a 100% das ações da companhia, que controla a concessionária do Aeroporto Internacional Carlos Jobim (Galeão). 

Inicialmente, a participação da Odebrecht seria adquirida pela chinesa HNA Infrastructure, operação que chegou a ser aprovada pelo Cade e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A HNA, porém, não obteve todas as autorizações exigidas pelo governo chinês para a operação, o que levou a Odebrecht a conceder direito de preferência à Excelente.
A operação já havia sido aprovada pela superintendência do Cade na terça-feira, 12, mas ainda estava correndo o prazo de 15 dias em que algum interessado poderia questionar a aprovação, o que levaria a análise do negócio ao tribunal do conselho. 

As empresas, no entanto, pediram para fechar a operação antes do fim desse prazo alegando que haveria prejuízos financeiros, já que o prazo concedido pela Anac para pagamento da primeira parcela pela concessão do Aeroporto do Galeão, de R$ 1,167 bilhão, vencerá em 20 de dezembro de 2017. 

“Caso a operação não fosse realizada, a Concessionária Aeroportos não receberia a capitalização devida e necessária ao pagamento, o que poderia interromper as atividades no Aeroporto do Galeão”, informou o Cade.