sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Pan American Energy e Comgás firmam acordo para fornecimento de gás natural

 

A Pan American Energy (PAE) e a Comgás (Companhia de Gás de São Paulo), maior distribuidora de gás natural do Brasil, celebraram um acordo de compra e venda de gás natural com vigência até dezembro de 2025. O acordo é resultado da chamada pública realizada pela Comgás em junho de 2024 para aquisição de gás natural e biometano.

A Pan American Energy do Brasil, subsidiária da PAE dedicada à importação, transporte e comercialização de gás natural, participou do processo e foi uma das selecionadas na categoria “flexível”, para o fornecimento de até 1 milhão de metros cúbicos por dia (m³/d) de gás natural por transação.

A vigência do acordo se estende até 31 de dezembro de 2025, podendo ser ajustada à demanda de gás necessária para abastecer os clientes da Comgás. O acordo conta com a aprovação da Agência Reguladora de Serviços de São Paulo (Arsesp).

“A Pan American Energy está trabalhando para garantir a disponibilidade de gás natural de Vaca Muerta (segunda maior reservade shale gás do mundo) para o Brasil, onde já possui presença no mercado de energia renovável e conta com autorizações para exportar gás da Argentina para o Brasil”, informou a PAE em nota.

Campo de Mero atingiu recorde de 500 mil barris de óleo produzidos por dia, informa Petrobras

 No campo de Mero, FPSO Sepetiba atinge topo de produção no ...

O campo de Mero, localizado no pré-sal da bacia de Santos, alcançou nesta sexta-feira, 28, a marca de 500 mil barris de petróleo produzidos diariamente, informou a Petrobras. Com isso, Mero se torna o terceiro campo da estatal em operação a superar esse número.

O bloco de Libra, onde se situa o campo de Mero, foi arrematado pelo Consórcio de Libra em 2013, sendo o primeiro contrato celebrado no regime de partilha de produção no Brasil. Atualmente, existem quatro plataformas em operação no campo, sendo que a primeira delas começou a produzir em 2017 (FPSO Pioneiro de Libra).

“Desde que extraiu seu primeiro óleo, a produção de Mero é marcada por avanços tecnológicos, inovação e recordes de produção. A marca de 500 mil barris diários é fruto do trabalho de várias áreas e das novas tecnologias utilizadas nos nossos projetos e no dia a dia de nossas operações”, disse em nota a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

A operação iniciada em 2017 foi ampliada com os navios-plataforma Guanabara – atualmente a de maior produção do País – Sepetiba e Duque de Caxias. Ainda em 2025, a quinta unidade entrará em operação, o FPSO Alexandre de Gusmão, que deixou a China em dezembro de 2024.

Com a nova plataforma, a capacidade de produção instalada do campo subirá para 770 mil barris de óleo diários. O pré-sal responde, atualmente, por 81% da produção total da Petrobras.

Descoberto em 2010, Mero está localizado em águas ultra profundas (profundidade de 2.100 metros), a 180 km da costa do estado do Rio de Janeiro. O campo é regido pelo Contrato de Partilha de Produção de Libra – operado pela Petrobras (38,6%), em parceria com a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNOOC (9,65%), CNPC (9,65%) e a Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) (3,5%), que, além de gestora do contrato, atua como representante da União na área não contratada (3,5%).

Reforma ministerial de Lula isola Haddad e aumenta incerteza sobre política fiscal

 

As recentes mudanças no ministério feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva podem aumentar o isolamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dentro de um governo em que disputas internas alimentam incertezas sobre a política econômica e temores de uma guinada populista para reavivar a popularidade em queda.

Apesar de manter alguns defensores entre ministros e no Congresso, Haddad tinha o então ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, como seu aliado mais forte dentro do Palácio do Planalto e no entorno mais próximo a Lula, em meio a uma disputa que o coloca em lado oposto ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, de acordo com fontes com conhecimento das conversas dentro do governo.

A entrada no primeiro escalão do governo de Gleisi Hoffmann, uma ferrenha defensora do estímulo econômico impulsionado pelo Estado, coloca Haddad em uma posição quase solitária. A unidade de ideias no Planalto, somada à pressa para tentar recuperar uma popularidade em baixa de Lula antes da eleição do ano que vem, deve unir Costa, Gleisi e o novo ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, em uma posição que tende a ser contrária às políticas econômicas ortodoxas de Haddad, que prega resultados a médio prazo.

Na posição de ministra das Relações Institucionais, Gleisi será responsável pelas principais negociações do governo com o Congresso, inclusive na agenda econômica. Na sua posição de presidente do PT, a agora ministra não poupou críticas, por vezes públicas, às políticas da Fazenda. Chegou a chamar as propostas de Haddad de “austericídio” e criticou duramente o aperto monetário do Banco Central, mesmo com o ministro da Fazenda reconhecendo publicamente a necessidade de desacelerar a economia para evitar desequilíbrios.

“O problema para Haddad é que sua oposição mais forte vem de dentro de seu próprio partido, porque ninguém, inclusive o presidente, acredita que os cortes de gastos devam ser uma prioridade”, disse Ricardo Campos, diretor de investimentos da Reach Capital. “Para este governo, o que importa são os gastos para manter a economia em movimento.

Procurados, o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda se negaram a comentar.

A remodelação do primeiro escalão do Palácio do Planalto fortaleceu um círculo de auxiliares de Lula que, pública ou privadamente, se opõem à agenda de Haddad pelo que consideram um foco excessivo na austeridade fiscal. O grupo, liderado por Costa, tem também o apoio do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Depois da divulgação da pesquisa Datafolha de fevereiro que mostrou queda significativa na popularidade do governo, Lula reuniu Costa, Padilha, Sidônio, Gleisi, Silveira e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), para analisar o resultado, enquanto Haddad estava em viagem oficial no exterior.

Medidas tomadas pelo ministro da Fazenda foram apontadas como as principais causas do desgaste do governo, incluindo a taxação de pequenas importações e a crise do Pix — episódio envolvendo uma norma da Receita Federal, depois revogada, que estabeleceu novos valores para o monitoramento de movimentações financeiras por meio do Pix, que gerou uma onda de notícias falsas acusando o governo de fazer o monitoramento para cobrar impostos sobre os pagamentos por Pix.

De acordo com fontes a par da reunião, Jaques e Padilha foram os únicos que defenderam o ministro.

Haddad evitou conversar sobre o assunto com Lula depois que voltou ao Brasil. O ministro e o presidente já se reuniram algumas vezes desde então, mas fontes próximas ao ministro contaram que ele não levantou o assunto.

Trabalho a fazer

Haddad admite, em seu círculo mais próximo, que está perto de perder o cabo de guerra dentro do governo. Embora seu relacionamento com Lula continue próximo, disseram duas fontes próximas ao ministro, a avaliação é que o presidente fez uma escolha sobre o caminho a seguir e parece ter se inclinando para o grupo que se opõe ao ministro da Fazenda.

“Agora temos que ver quanto tempo Lula e Haddad serão capazes de suportar essa situação”, disse uma das fontes.

Ninguém no grupo próximo a Haddad, no entanto, vê o ministro deixando o governo, seja por iniciativa de Lula ou por decisão própria. “Ele acredita que tem um trabalho a fazer, e o fará da melhor maneira possível. Só não espere vê-lo brigando”, disse a fonte.

A queda de popularidade do governo, no entanto, já fortalece ideias contrárias ao que defende o ministro. Uma das fontes ouvidas pela Reuters relatou pressões por medidas “heterodoxas” para conter o preço dos alimentos, como a taxação das exportações — uma abordagem à qual Haddad se opõe, com apoio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

“Pode até funcionar no curto prazo, mas não se sustenta e não resolve”, disse a fonte em relação às propostas não convencionais para segurar os preços dos alimentos.

Há também quem no governo fale na necessidade de reverter a taxa de importação de pequenos volumes, a chamada “taxa das blusinhas“, que atingiu especialmente as compras pela internet feitas em sites chineses.

“Mesmo que tenha restrições ao ministro, o mercado financeiro reage mal quando ele perde. Existe mais confiança nele do que no governo em geral, e isso tem que ser preservado”, acrescentou a fonte.

André Esteves, presidente do conselho e sócio sênior do BTG Pactual, manifestou publicamente apoio ao ministro da Fazenda em um evento na terça-feira, dizendo estar “orgulhoso de ter Haddad à frente do Ministério da Fazenda” e que “cabe a nós apoiar sua batalha pelo bom senso econômico”.

No entanto, muitos no setor privado têm profundas reservas a Haddad. Embora ele enfatize que as contas públicas podem ser melhoradas, argumenta que o foco não deve ser exclusivamente esse, ressaltando que o governo central registrou no ano passado o melhor resultado primário em uma década graças ao novo arcabouço fiscal.

Excluindo os pagamentos de juros, o déficit primário de 2024 ficou em 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Banco Central — bem abaixo das estimativas iniciais do mercado e uma melhora significativa em relação ao déficit de 2,42% no ano anterior.

Entretanto, o resultado ficou aquém do superávit de 0,55% registrado em 2022, sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A equipe de Haddad argumenta que os números de Bolsonaro foram artificialmente inflados pela suspensão dos pagamentos de precatórios, que foram regularizados sob Lula.

Os críticos afirmam que Lula aumentou permanentemente gastos obrigatórios e depende de receitas maiores, mas incertas, para compensar esse impacto. Como essa compensação ainda não se concretizou, mesmo diante de um crescimento econômico forte e da arrecadação recorde de impostos em 2024, surgem dúvidas sobre quando e como o Brasil estabilizará sua crescente dívida pública.

A tensão entre os defensores de mais gastos públicos e a equipe econômica “é normal em qualquer governo”, afirmou Roberto Ellery, economista da Universidade de Brasília. “Mas há uma percepção de que, no governo atual, a equipe econômica está perdendo mais do que o normal”.

No fim do ano passado, Haddad perdeu uma batalha ao ser convencido a anunciar uma isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês junto com um pacote de cortes de gastos. Mesmo com Haddad contrariado, Lula escolheu o ministro para ser o porta-voz da notícia, que abalou fortemente os mercados.

Apesar da resignação do ministro em ter perdido as disputas internas, há quem defenda que o maior problema do governo é, na verdade, o ministro da Casa Civil. Na semana passada, Lula recebeu Jaques Wagner acompanhado do ex-ministro Walfrido Mares Guia e do ministro da Defesa, José Múcio, todos amigos de longa data do presidente.

A conversa, informal, serviu para os três defenderem Haddad e questionarem o trabalho de Costa, segundo fontes informadas sobre o encontro. Foi até mesmo sugerido ao presidente que colocasse Haddad na Casa Civil, segundo as fontes, mas Lula não está convencido de que Costa seja um problema e defendeu seu ministro da Casa Civil com veemência.

‘Ainda Estou Aqui’ chega a 762 salas de cinema nos EUA; veja números do filme

 

As indicações em três categorias do Oscar são apenas uma das várias conquistas internacionais alcançadas pelo filme “Ainda Estou Aqui”. A obra dirigida por Walter Salles foi exibida em 762 salas de cinema nos Estados Unidos no final de semana dos dias 21 e 23, depois de alcançar 704 salas na semana anterior. Segundo a produção, já é a o maior circuito da história de um filme brasileiro no país.

A plataforma Box Office Mojo estima a arrecadação do filme em US$ $27,4 milhões internacionalmente. Caso esteja correto, o valor já se aproxima dos US$ 30,6 milhões registrados por Cidade de Deus, o filme brasileiro com maior bilheteria na história segundo o Guiness World Records.

No Brasil, o filme também é um fenômeno. Quase quatro meses após o seu lançamento, “Ainda Estou Aqui” segue em exibição em 261 das mais de 3 mil salas do país, segundo dados da Ancine (Agência Nacional do Cinema). Sua bilheteria no país já é a 5ª maior arrecadação financeira e o 7º maior público, com mais de 5 milhões de ingressos vendidos e R$ 104,7 milhões acumulados.

O caminho rumo às conquistas

A concepção do filme teve início em 2015, quando Walter Salles leu o livro homônimo que inspirou o longa-metragem. Lançada em 2014 pelo autor Marcelo Rubens Paiva, a obra literária narra as provações enfrentadas pela mãe do escritor, Eunice Paiva, após o assassinato do pai de Marcelo, o ex-deputado federal Rubens Paiva, por agentes da Ditadura Militar em 1971.

Amigo de Marcelo e de sua família, Salles dedicou-se a fazer uma recomposição o mais fiel possível dos ambientes da época. Uma casa no bairro da Urca, no Rio de Janeiro, foi caracterizada para ficar parecida com a antiga residência dos Paiva. O imóvel encontra-se à venda atualmente por R$ 14 milhões.

Para as filmagens externas, foram utilizados carros da década de 1970. A produção informou a locação de 25 veículos protagonistas e 374 veículos “figurantes” ao longo de 399 diárias nos bairros da Urca, Gamboa, Glória, Centro, Ilha do Governador (Aeroporto), Cosme Velho, São Cristóvão, Engenho de Dentro, Jardim Botânico e Leblon. Houve ainda filmagens em Londres, na Inglaterra, e em São Paulo (SP).

Em uma praia do Rio de Janeiro, pessoas vestem roupas de banho antigas. Na rua atrás da faixa de areia, vemos carros antigos eum enorme veículo do exército em destaque
Cenas exteriores mostram ambientação de época para o filme (Crédito:Reprodução/YouTube)

Os fugurinos foram comprados sobretudo de brechós no Rio e em São Paulo. “Mas quando aparecia uma demanda específica de reprodução (por exemplo, o uniforme das crianças ) as peças eram confeccionadas”, explica a figurinista Claudia Kopke.

As filmagens demoraram quatro meses e meio, com encerramento em 8 de dezembro de 2023. O filme seguiu então para cinco meses de pós-produção na França, e retornou ao Brasil para finalização dos efeitos.

Quanto custou ‘Ainda Estou Aqui’?

O orçamento do filme permanece sob sigilo devido a questões contratuais com seus patrocionadores — seu financiamento ocorreu sem nenhuma verba pública. Alguns veículos de imprensa noticiaram que o custo de produção seria de US$ 1,5 milhão, cerca de R$ 8 milhões. O produtor Rodrigo Teixeira no entanto desmentiu essa informação.

“O filme não custou 1,5 milhão de dólares. Não é verdade. Não custou Duna não custou Wicked obviamente”, disse Teixeira. “Duna 2” e “Wicked” contaram com as produções mais caras desta temporada do Oscar, com orçamentos de R$ 190 milhões e R$ 150 milhões, segundo a revista Variety.

Fontes do setor cinematográfico ouvidas pela IstoÉ Dinheiro estimam que a produção de “Ainda Estou Aqui” custou entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões.

O filme tampouco informa custos de marketing que, segundo a produtora Maria Carlota Fernandes Bruno, ficou a cargo das distribuidoras locais. Tampouco houve um orçamento para a chamada “campanha do Oscar” que, segundo a produtora, consiste apenas em fazer com que o filme seja visto.

“Acho que isso abre um precedente para que a nossa cinematografia seja difundida cada vez mais para o público internacional e que oxigene cada vez mais nosso cinema”, disse Fernandes Bruno.

Os números principais

  • US$ $27,4 milhões em bilheteria internacionalmente
  • R$ 104,7 milhões em bilheteria no Brasil
  • 5 milhões de ingressos vendidos no Brasil
  • 762 salas de cinema nos Estados Unidos em um único final de semana
  • Orçamento estimado entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões
  • 4 meses e meio de filmagens
  • 5 meses de pós-produção

Índia e UE aceitam concluir termos para acordo de livre comércio até final deste ano

 Área de Livre Comércio: o que é, exemplos e características

A Índia e a União Europeia concordaram em finalizar os termos para um acordo de livre comércio, há muito pendente, este ano e impulsionar a cooperação em comércio, tecnologia, conectividade e defesa, após reunião entre o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta sexta-feira, 28.

Segundo Modi disse, muitas decisões foram tomadas para “elevar e acelerar a parceria Índia-UE” na reunião. “A parceria estratégica Índia-UE é natural. Seu núcleo é a confiança e a crença compartilhada em valores democráticos”, disse.

Para Von der Leyen, o acordo pode ser “o maior desse tipo em qualquer lugar do mundo”.

A reunião entre os representantes acontece em um momento em que a União Europeia (UE) intensifica os esforços para fechar um acordo com Nova Délhi, diante de potenciais tarifas dos Estados Unidos.

A Índia e a UE relançaram as negociações sobre o acordo bilateral em 2021, mas questões como acesso ao mercado para produtos como carros e bebidas alcoólicas têm sido pontos de discórdia.

A próxima rodada de negociações está marcada para março. As duas partes cooperam estreitamente em questões como política externa, segurança e tecnologia, e o lado europeu é o maior parceiro comercial da Índia, à frente dos EUA e da China. 

Fonte: Associated Press.

Em acordo, Eletrobras abre espaço para União no conselho e reduz risco com nuclear

 

Após pouco mais de um ano de negociações, a Eletrobras e União chegaram a um acordo para encerrar a disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o limite de poder de voto na companhia, mitigando riscos relevantes que pesavam sobre as ações da elétrica.

Pelo acordo fechado, o governo passará a ter representatividade em conselhos da Eletrobras, enquanto a companhia deixará de ter obrigação de aportar recursos bilionários para a construção da usina nuclear de Angra 3 caso o projeto siga adiante.

A negociação fechada, que ainda precisa ser validada em assembleia de acionistas e homologada pelo STF, reduz riscos para investidores, já que põe fim a um processo judicial que poderia se estender indefinidamente. Além disso, delimita a exposição nos negócios nucleares, embora a empresa ainda seja sócia minoritária via Eletronuclear após a privatização.

As ações da Eletrobras avançavam mais de 5%, por volta das 13h20, após o anúncio do acordo.

Os termos preveem que a União poderá indicar três dos 10 integrantes do conselho de administração — hoje não há vaga cativa para o governo — e um dos cinco representantes do conselho fiscal da Eletrobras.

Com a privatização da companhia elétrica, concluída em 2022 sob o governo Jair Bolsonaro, a União passou a deter 43% do capital da Eletrobras, mas teve seu direito de voto restrito a 10%, como qualquer acionista ou grupo de acionistas.

Isso gerou insatisfação no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quando assumiu em 2023 passou a questionar a perda de influência sobre a companhia, classificando a privatização como um “crime de lesa pátria”, o que levou à ação da AGU no STF.

Agora, para conseguir as cadeiras nos conselhos, o governo vai se comprometer a não questionar mais a cláusula do estatuto da companhia que impõe o limite de voto.

As mudanças poderão ser efetivadas na assembleia ordinária da Eletrobras prevista para abril. Se as aprovações prévias ao acordo não saírem até lá, o conselho de administração da empresa poderá incluir na chapa para eleição três candidatos indicados pela União ao colegiado e um para o conselho fiscal.

“Há anos que recebemos feedback de que Eletrobras é um nome difícil de investir. Isso é algo que ouvimos de investidores estrangeiros, bem como de muitos fundos nacionais de longo prazo. O acordo de hoje mitiga dois importantes riscos finais para equity (governança e Angra 3)”, escreveu a equipe do BTG Pactual, em relatório a clientes.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o acordo com a Eletrobras contribui para a estabilidade econômica do país.

“A conciliação aponta para a tradição brasileira de respeito a contratos e resolução de conflitos na esfera judicial, como prevê a Constituição, demonstrando mais uma vez o respeito que temos às leis do país”, destacou ele, enfatizando que o ideal seria que a Eletrobras não tivesse sendo vendida naquelas condições.

Segundo ele, a solução “impulsiona investimentos fundamentais para impulsionar emprego e renda, além de garantir uma maior participação da União nas decisões estratégicas da Eletrobras”.

Negócios nucleares da Eletrobras

Para a Eletrobras, um dos maiores ganhos foi eliminar riscos e incertezas associados a futuros aportes bilionários na usina nuclear Angra 3 — um projeto controverso que, segundo os últimos estudos, poderia demandar mais de R$30 bilhões para sua conclusão.

Pelo acordo, a Eletrobras se desobriga de investir em Angra 3, mas mantém as garantias de R$6,1 bilhões atualmente prestadas nos financiamentos já concedidos pelo BNDES e Caixa ao projeto nuclear.

Segundo uma fonte que acompanhou as negociações, a estrutura fechada com o governo é positiva para ambas as partes, pois delimita a exposição da Eletrobras no novo projeto nuclear brasileiro, ao mesmo tempo em que ajuda o governo a financiar a extensão da vida útil de Angra 1.

Operada pela Eletronuclear, da qual a Eletrobras é minoritária, a primeira usina nuclear brasileira ganhou aval no fim do ano passado para operar por mais 20 anos e vem realizando investimentos em modernização. Os recursos bilionários envolvidos no projeto exigiria aportes do Tesouro para a estatal do setor.

A Eletrobras se comprometeu a apoiar a extensão de vida útil de Angra 1 com a emissão de R$2,4 bilhões em debêntures conversíveis, com prazo de 10 anos e custo equivalente à NTN-B, que serão adquiridas pela Eletrobras, de acordo com o andamento do projeto.

Dos R$2,4 bilhões, R$1,9 bilhão têm conversão obrigatória em “equity”, com algumas condições, como a Eletronuclear enquadrar seus custos de “PMSO” nos limites regulatórios em Angra 1 e 2, em medida para incentivar uma melhoria de eficiência e saúde financeira da estatal que opera as usinas do setor.

Também será solicitado que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estruture “nova e ampla modelagem” para o projeto da nova nuclear, que enfrenta resistências no governo para avançar.

A avaliação, segundo a fonte, é de que os estudos recentes do banco precisam de aprofundamento e melhor discussão, sem serem realizados num contexto de disputa judicial entre Eletrobras e governo e de pressão por aprovação no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no qual ministros têm apresentado posições divergentes sobre a obra.

Um novo processo de conciliação no STF será instaurado exclusivamente para tratar de Angra 3, no qual Eletrobras e governo discutirão o novo estudo do BNDES, que deverá considerar “equilíbrio econômico-financeiro”, “financiamento em condições de mercado” e “modicidade tarifária”, afirmou a Eletrobras, em comunicado.

No futuro, a Eletrobras poderá desinvestir de sua participação minoritária na Eletronuclear. Pelo acordo, a União deverá envidar esforços para apoiar a Eletrobras nesse processo, com atração de um novo acionista.

Fleury tem lucro líquido de R$ 84 Mi no 4º trimestre de 2024, alta de 3,3% em um ano

 Grupo Fleury

O Fleury registrou lucro líquido de R$ 84 milhões no quarto trimestre de 2024, alta de 3,3% em comparação com os R$ 81,3 milhões registrados no mesmo período de 2023. Já em 2024, o lucro líquido da companhia somou R$ 616,2 milhões, um crescimento de 32% ante 2023. Os dados capturam resultados do Instituto Hermes Pardini a partir de maio de 2023, já que a rede foi adquirida pelo Fleury no fim de abril do mesmo ano.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) registrou alta de 7,9% no quarto trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2023, chegando a R$ 405,5 milhões. No ano de 2024, por sua vez, o Ebitda totalizou R$ 1,9 bilhão, um avanço de 19,6% sobre 2023.

Já a margem Ebitda ficou 22% no trimestre, uma queda de 0,1 ponto porcentual (p.p.) na comparação com o quarto trimestre de 2023. No ano de 2024, porém, a margem Ebitda encerrou em 25,8%, alta de 0,2 p.p. frente a 2023.

Entre outubro e dezembro, o Fleury registrou uma receita líquida de R$ 1,8 bilhão, alta anual de 7,9%. Já no ano passado, a receita líquida atingiu R$ 7,7 bilhões, saltando 18,8% frente ao ano anterior.

A companhia destacou que os resultados do trimestre e do ano passado seguiram refletindo os frutos positivos da integração com o Grupo Pardini e da estratégia da companhia. “Foi um ano muito importante após a combinação de negócios com o Pardini em 2023 e o resultado veio como esperávamos, com crescimento na receita, Ebitda e margem semelhante. Seguimos também bastante disciplinados em termos de custos e despesas”, afirmou a CEO do Grupo Fleury, Jeane Tsutsui, em entrevista ao Broadcast.

O crescimento veio de todas as marcas da companhia, sendo que as marcas de São Paulo cresceram 13% no ano, enquanto as marcas de Minas Gerais registraram altas de 10,4% no ano. Já a Marca Fleury cresceu 4,6% em 2024 e o atendimento móvel seguiu com robusta expansão, atingindo crescimento de 20,4% no ano de 2024 e correspondeu a 7,6% da receita total do grupo.

O resultado financeiro de Fleury representou uma despesa de R$ 103,6 milhões no quarto trimestre, um aumento de 11,8% em relação a despesa de R$ 92,7 milhões registrada no mesmo período de 2023.

Dívida líquida e geração de caixa

Já a dívida líquida da companhia atingiu R$ 2 bilhões ao fim de dezembro, uma alta de 7% frente a dívida visto no fim de setembro. Por outro lado, a alavancagem (dívida líquida/Ebitda ajustado) foi mantida em 1,0 vez ao final do trimestre.

Também em entrevista, o CFO do Fleury, José Antonio Filippo, destacou que, ao longo do ano, foram feitas operações de gestão de dívida que resultaram em redução do custo em 46 pontos base (CDI + 0,95% ante CDI + 1,41%) e alongamento do prazo médio da dívida em 0,7 ano (4,2 anos ante 3,5 anos). Isso também reduziria o impacto da inflação e juros mais elevados atualmente.

“O custo da nossa dívida tem conexão com a inflação, mas está bem gerenciada, o nível de alavancagem é baixo, o impacto dos juros acaba sendo compatível”, disse.

Outro destaque positivo da empresa, na avaliação da diretoria, foi a sua geração de caixa, que totalizou R$ 563,6 milhões no quarto trimestre, um avanço de 33% frente ao mesmo período do ano anterior.

“Tivemos uma forte geração de caixa e fizemos tudo que o planejávamos em termos de integração, capturamos as sinergias esperadas das aquisições feitas no fim do ano. Temos uma estrutura de capital robusta, que nos permite fazer aquisições desde que seja em preço adequado, estamos entregando uma rentabilidade adequada”, disse ainda a CEO.

Governo faz ‘arroz com feijão’ no fiscal e deveria contingenciar gastos, diz Felipe Salto

 

Segundo o economista-chefe da Warren, Felipe Salto, o governo tem feito um ‘uma espécie de arroz com feijão’ em termos de política econômica e deve focar em contingenciar gastos não obrigatórios ainda neste início de ano, após o Orçamento 2025 ser aprovado pelo Congresso. O parlamento deve votar o texto no dia 11 de março.

Salto, que já foi Secretário da Fazenda de São Paulo e diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), avalia que o governo ‘não tem adotado a melhor política fiscal’ e que o ajuste nas contas públicas ainda precisaria melhorar muito para se cogitar um superávit primário e um reequilíbrio da dívida pública.

“O que dá para fazer nessa segunda etapa do jogo [segundo biênio do governo], que costuma ser mais curta porque as eleições do ano que vem já começam a aparecer nas discussões dificultar negociações no Congresso, é contingenciar as despesas discricionárias – que são as não obrigatórias – neste início de ano, assim que aprovar o orçamento, e evitar as bolas divididas”, afirmou à IstoÉ Dinheiro.

O especialista em política fiscal diz ainda que o governo deve se manter austero e não ceder às pressões de expansão de gastos.

“Evitar inclusive que novas bombas fiscais que venham do Congresso ou pressões por gastos que venham do próprio governo ganhem espaço. Essa é a principal tarefa do Ministério da Fazenda.”

As declarações estão em linha com a avaliação de boa parte do mercado de que postura do governo ante os eventos acerca do orçamento de 2026 deve exercer um peso relevante no preço dos ativos e na leitura da macroeconomia.

 

 


 

Datas-chave para o orçamento

O Orçamento de 2025 será votado após o Carnaval, já que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional agendou a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para o dia 11 de março de 2025.

O relator da matéria, o senador Angelo Coronel (PSD-BA), justificou que o adiamento da votação se deve à necessidade de ajustar o texto às mudanças impostas pelo pacote de ajuste fiscal aprovado recentemente.

O Poder Executivo deve encaminhar o PLDO ao Congresso Nacional até 15 de abril de 2025. Este documento estabelece as metas e prioridades para o orçamento do ano seguinte.

Até o dia 17 de julho, o Congresso Nacional precisa aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) referente ao ano de 2026 – texto que dispõe sobre as metas fiscais e prioridades da administração pública.

Até o fim de agosto, o Executivo deve enviar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 – texto que detalha as receitas e despesas previstas para o ano de 2026.

Em relação ao contingenciamento de gastos para 2026, o governo federal já indicou a necessidade de medidas para equilibrar as contas públicas.

Ainda em meados de dezembro de 2024 o Tesouro Nacional divulgou um relatório apontando que, caso o Governo não adote novas medidas de arrecadação, as metas fiscais estabelecidas para o ano de 2026 poderiam não ser cumpridas.

Ampliação de isenção de IR preocupa, diz Felipe Salto

O economista ainda demonstrou preocupação com a medida do governo de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas para quem ganha até R$ 5 mil mensais.

Pelos seus cálculos, a medida implicará em uma renúncia fiscal de R$ 45,8 bilhões, ao menos – e o especialista ainda frisa que essa ‘é uma projeção otimista’.

Nesse sentido, Felipe Salto alerta que as contrapartidas sinalizadas pelo Planalto não são certas e ainda não geram segurança suficiente para conter o impacto fiscal da medida que versa sobre o IRPF.28

Rio Bravo cancela oferta do SHPH11; investidores receberão R$ 20 por cota

 

A gestora Rio Bravo cancelou a oferta pública para aquisição de novas ações do Shopping Pátio Higienópolis, o SHPH11. A decisão foi comunicada no fim da noite de quinta-feira, 27.

Apesar dessa decisão, os cotistas do SHPH11 não tomarão prejuízo. Os investidores receberá R$ 20 por cota, equivalente a um ganho de 2,1%. O valor será pago integralmente aos investidores e está sujeito à conclusão da operação de venda do empreendimento.

A Rio Bravo diz que a decisão de cancelar a oferta foi uma ‘resposta ágil’ diante de um cenário muito estressado para os fundos imobiliários.

“A oferta estava sendo realizada pra que o fundo comprasse mais uma parcela do shopping e aumentasse sua posição, o que seria muito importante para o longo prazo e governança do empreendimento” comenta Anita Scal, sócia e diretora de investimentos imobiliários da Rio Bravo.

“O Shopping Pátio Higienópolis é um ativo icônico e de excelência, que sempre foi muito bem avaliado. Para ter ideia, a TIR (retorno do investimento) do cotista que entrou na inauguração do fundo é de mais de 20% aa. Todos os anos em 25 anos, é um resultado excelente.” afirma.

Apesar disso, Scal analisa que a ‘janela do mercado fechou completamente para esse tipo de estratégia’ e trouxe volatilidade pras cotas do fundo.

O prêmio de R$ 20 por cota do SHPH11 será pago caso todas as condições precedentes sejam devidamente cumpridas.

A oferta, originalmente formalizada por meio de um memorando de entendimentos assinado em 23 de dezembro de 2024, previa a aquisição de até 14,77% adicionais no shopping. Se concretizada, elevaria a participação do fundo para 40,46%.

Para viabilizar essa aquisição, uma emissão de cotas havia sido aprovada em assembleia geral de cotistas em janeiro deste ano.

Cotação do SHPH11

Com o mercado digerindo a novidade, as cotas do SHPH11 sobem 1% nos primeiros minutos de pregão desta sexta-feira, 28. Desde o início do ano os papéis avançam 6,7%, cotados atualmente a R$ 960.

BRAZIL JOURNAL: O batismo de fogo do novo CEO do Carnaval do Rio

 

A eleição aconteceu no ano passado, fazendo de Gabriel, hoje com 27 anos, o mais jovem presidente (de longe) da Liga – e o arquiteto de uma revolução silenciosa, uma que equilibra a tradição centenária do Carnaval com a urgência da inovação.

O trabalho, inicialmente teórico, ganhou corpo quando o então presidente da Liesa, Jorge Castanheira, abriu as portas (e os dados) da entidade. “Os números mostravam uma gestão defasada. A crise já existia antes da pandemia,” Gabriel disse ao Brazil Journal.

Em 2021, assumiu a recém-criada diretoria de marketing da Liesa, um departamento de uma pessoa só: ele mesmo. Seu primeiro movimento foi unificar a identidade do evento sob a marca “Rio Carnaval”, desenvolvida pela agência Tátil, de Fred Gelli (o mesmo da Rio 2016). “Antes, cada grupo usava um nome. Era uma torre de Babel.”

O projeto, inspirado em seu TCC, transformou o Carnaval em um produto global, com logotipo reconhecido em dezenas de países. A mudança foi simbólica mas crucial: pela primeira vez, o Rio falava sobre seu Carnaval com uma só voz.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Magda Chambriard nega que Petrobras esteja montando distribuidora e cita acordo com Vibra

 Magda Chambriard toma posse como presidente da Petrobras ...

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta quinta-feira, 27, que a companhia não está montando uma outra distribuidora após a privatização da BR Distribuidora (atual Vibra). Ela, no entanto, reconheceu que a empresa enxerga oportunidades no aumento da venda direta a grandes consumidores, que escapa ao termo de não competição com a Vibra.

“Não estamos montando uma outra distribuidora. Quando vendemos a BR Distribuidora, assinamos um termo de não competição com eles, não podemos entrar na revenda. Mas esse termo permite a venda direta a grandes consumidores, o que a gente chama de B2B. E é obvio que isso demanda infraestrutura, algumas que a gente tem e outras que não tem”, disse Magda.

A respeito da venda direta, o diretor de Comercialização e Logística da empresa, Claudio Schlosser, afirmou que isso já acontece para enxofre, asfalto, coque e outros produtos e que há vendas, inclusive, para Vale.

Segundo o diretor, há oportunidades de venda direta a serem exploradas em Guarulhos, Uberlândia, além do Centro-Oeste, Sul e Nordeste.

Fiocruz vai produzir insumo para fabricação da insulina glargina

 

O Ministério da Saúde anunciou em 25/02/2025 que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a empresa Biomm, de Nova Lima (MG, vão realizar uma parceria de desenvolvimento produtivo para a fabricação totalmente nacional da insulina glargina.

Com distribuição prevista ao Sistema Único de Saúde (SUS) no segundo semestre de 2025, a medida faz parte do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) e envolve a produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) no Complexo Tecnológico em Insumos Estratégicos (CTIE), planta produtiva que será construída no município do Eusébio, no Ceará, segundo a Agência Fiocruz de Notícias.

Com registro do medicamento na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), atualmente a Biomm realiza as etapas de formulação, envase, rotulagem e embalagem do medicamento com o IFA da empresa chinesa Gan & Lee. Esse arranjo produtivo de importação e distribuição continua até que a produção do insumo na biofábrica do Ceará passe a ser realizada conforme as etapas da transferência de tecnologia forem avançando.

“O IFA será produzido na nossa regional que fica no município do Eusébio, a Fiocruz Ceará, o que irá fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde e incentivar o desenvolvimento regional. Estamos trabalhando em várias frentes pelo fortalecimento do SUS e em prol da população brasileira, que vai se beneficiar diretamente com esta PDP que irá permitir a produção 100% nacional da insulina”, comemora o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.

A insulina glargina é utilizada no tratamento do diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 em adultos e crianças a partir de 2 anos de idade. Trata-se de uma insulina basal de longa duração, o que significa que ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue ao longo do dia e da noite. É administrada por via subcutânea, geralmente no abdômen, coxa ou deltoide.

A farmacêutica Gan & Lee produz a insulina glargina desde 2005 e é detentora e responsável pela transferência da tecnologia para produção em escala industrial do IFA e do medicamento formulado. As documentações, os treinamentos e o suporte para a implementação de todos os processos serão feitos pela entidade chinesa. A PDP inicia com redução de 5% no preço praticado na última compra pelo Ministério da Saúde e terá uma redução de 1% ao ano.

A parceria público-privada, que pode atingir 70 milhões de unidades anuais ao final do projeto, garante que essa seja a primeira planta produtiva de IFA de insulina da América Latina e terá papel estratégico para reduzir a dependência de importação. A implementação assegura ao Brasil, portanto, uma cadeia produtiva completa para o abastecimento do SUS e maior segurança no abastecimento do produto.

O diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Mauricio Zuma explica que o Brasil possui a quinta maior população diabética do mundo (faixa de 20 a 70 anos) e as projeções indicam que tal posição se manterá nos próximos 20 anos.

“A PDP da insulina glargina é um importante marco para a saúde pública brasileira, pois Bio-Manguinhos e Biomm serão os únicos produtores nacionais desse medicamento. A parceria visa ampliar o acesso de pacientes hoje não são tratados pelo SUS, oferecendo um produto que traz a vantagem de ter uma liberação estável e sustentada da insulina, durante um período prolongado, o que ajuda a controlar a glicemia e reduzir a frequência das injeções em comparação com as insulinas de ação curta”, afirma om executivo.

“Diabetes é um dos principais problemas de saúde pública quando pensamos em doenças crônicas e esse anúncio é um benefício para a população brasileira. A parceria une uma empresa privada inovadora e de expressão à Fiocruz, ao Ministério da Saúde e ao laboratório da China que tem essa tecnologia, o Gan & Lee”, comentou a então ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, durante a cerimônia. “O arranjo é muito importante porque nos dá o caminho do futuro: a insulina hoje é um grande desafio no mundo, com riscos frequentes de desabastecimento.”

O evento realizado no Palácio do Planalto também divulgou acordos para a produção de vacinas e outros insumos que buscam fortalecer a produção nacional para o SUS por meio do Complexo Econômico-Industrial da Saúde brasileiro.

Um deles consiste na produção em larga escala da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue. Também foi divulgado o desenvolvimento de uma vacina nacional contra gripe aviária, colocando o Brasil na vanguarda para uma resposta rápida e eficaz a futuras emergências sanitárias; e para uma vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

‘Deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822’, reage Moraes após ataques do governo Trump

 Alexandre de Moraes | docente Faculdade de Direito ...

Alvo de ataques do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez um discurso nesta quinta-feira, 27, em defesa da soberania do Brasil e contra o “imperialismo”.

As declarações foram feitas na sessão de julgamentos do STF. O ministro participa por videoconferência.

“Nosso juramento integral de defesa da Constituição brasileira e pela soberania do Brasil, pela independência do Poder Judiciário e pela cidadania de todos os brasileiros e brasileiras. Deixamos de ser colônia em 7 se setembro de 1822 e com coragem estamos construindo uma república independente e cada vez melhor”, afirmou na sessão.

O ministro disse ainda que todos os países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) têm o compromisso de agir “sem discriminação, sem coação ou hierarquia entre estados, com respeito à autodeterminação dos povos e igualdade entre os países”.

Moraes acrescentou que essas nações permanecem unidas na “luta contra o fascismo, contra o nazismo e contra o imperialismo em todas as suas formas, seja presencial, seja virtual”.

Alexandre de Moraes também agradeceu ao ministro Flávio Dino pela mensagem que ele divulgou mais cedo em sua defesa. Moraes disse que o Maranhão – Estado que Dino governo antes de assumir a cadeira no STF – é um “exemplo de coragem e luta por independência e autodeterminação do povo brasileiro e defesa da cidadania”.

Barroso: bem sabemos o que tivemos que passar para evitar colapso das instituições e golpe

O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, disse que “nós bem sabemos o que tivemos que passar para evitar colapso das instituições e golpe de Estado aqui no Brasil”.

“A tentativa de fazer prevalecer narrativa dos que apoiaram o golpe fracassado não haverá de prevalecer entre pessoas verdadeiramente de bem e democratas. O STF continuará a cumprir papel de guardião da Constituição e da democracia. Nós não tememos a verdade e muito menos a mentira”, afirmou durante a sessão plenária do Supremo na tarde desta quinta-feira, 27.

Ontem, o perfil do Escritório do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado publicou a seguinte mensagem:

“O respeito à soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos Estados Unidos por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos EUA é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”.

Embora tenham sido dirigidas diretamente a Alexandre de Moraes, as críticas foram recebidas no STF como um ataque institucional.

Moraes já mandou tirar do ar, temporariamente, duas empresas americanas, o X e o Rumble – este último segue sob bloqueio -, por descumprirem exigências previstas na legislação brasileira para operar no País. Uma delas é a nomeação de representantes legal no Brasil para responder a intimações da Justiça brasileira.

Contas do governo têm superávit recorde em janeiro, mas abaixo do esperado

 

O governo central registrou superávit primário de R$ 84,882 bilhões em janeiro, ante um saldo positivo de R$ 79,462 bilhões no mesmo mês de 2024, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira, 27.

O resultado, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, apesar de ser o maior saldo positivo da série de valores correntes mensais do Tesouro, foi pior que o esperado pelo mercado, conforme pesquisa da Reuters, que apontava para um superávit de R$ 88,450 bilhões no mês.

Conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as bases para a elaboração e execução do Orçamento, a meta do governo é de resultado primário neutro em 2025, com intervalo de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para 2025, o equivalente a R$30,97 bilhões, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal.

O superávit de janeiro do governo central se deve ao superávit de R$104,511 bilhões do Tesouro, que mais do que compensou o déficit de R$13,3 milhões do Banco Central e o déficit de R$19,615 bilhões da Previdência Social.

Meses de janeiro são tradicionalmente de resultados primários positivos no Brasil, com as receitas superando as despesas. Na série histórica do Tesouro, iniciada em 1997, apenas naquele ano houve um déficit fiscal em janeiro, de R$977,70 milhões.

Após morte de jornalista, ministra propõe rever atendimento a mulheres

 

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves (foto), defendeu hoje (27) a necessidade de revisão das regras de funcionamento da Casa da Mulher Brasileira e de outros serviços especializados no atendimento à mulher.

Segundo ela, a partir de março, a ONU Mulheres – entidade da Organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres – realizará uma avaliação das regras e procedimentos de atendimento das dez Casas da Mulher Brasileira existentes no país.

“A partir deste monitoramento, vamos reestabelecer quais regras têm que ser colocadas não apenas nos serviços da casa, mas em todos os serviços especializados [de atendimento às mulheres]”, declarou Cida ao participar, esta manhã, do programa Bom Dia, Ministro, uma coprodução da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) com o Canal Gov, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

A manifestação da ministra foi causada por uma pergunta sobre o assassinato da jornalista e servidora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Vanessa Ricarte, de 42 anos, morta a facadas pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, no último dia 12, em Campo Grande (MS). Nascimento foi preso em flagrante.

A capital sul-mato-grossense foi escolhida, em 2015, para abrigar a primeira Casa da Mulher Brasileira inaugurada para atender mulheres vítimas de violência, com a proposta de reunir, em um único espaço, todos os serviços especializados (delegacia, juizado, defensoria, promotoria, equipes psicossociais etc). Desde então, a cidade é apontada como uma referência em relação a este tipo de política pública.

Repercussão e indignação

O feminicídio de Vanessa repercutiu em todo o país, causando indignação que, para a ministra, deve-se não só “à gravidade do feminicídio, mas também às falhas no atendimento” que a jornalista recebeu na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) pouco antes de ser morta.

“[Antes de ir à delegacia] A Vanessa foi à Casa da Mulher Brasileira, onde passou pelo atendimento psicossocial e denunciou ter [sido mantida] em cárcere privado, impedida de sair de casa, por dois ou três dias”, narrou a ministra.

“[Na sequência,] ela foi à delegacia, onde, segundo a delegada, não falou [sobre a] gravidade do seu caso. E a delegada, na hora de dar [a Vanessa] a medida protetiva [contra Nascimento], mandou ela voltar para casa a fim de pegar suas roupas”, acrescentou Cida, assegurando que este não é o procedimento previsto na Lei Maria da Penha.

“A lei prevê que um oficial de Justiça ou a Patrulha Maria da Penha acompanhe a vítima até em casa. [O que não ocorreu] E ao ir em casa, a Vanessa foi assassinada”, disse a ministra, frisando que, ao deixar a delegacia, a jornalista enviou um áudio para uma amiga relatando o atendimento recebido.

“Durou quatro minutos. E ela disse ter sido mal atendida”, comentou Cida, elencando possíveis falhas no atendimento dispensado à jornalista. “A primeira: se ela [Vanessa] já tinha dito [ao receber atendimento] psicossocial [na Casa da Mulher Brasileira, que foi mantida em cárcere privado], a delegada [que a atendeu na Deam] tinha que ter aberto o sistema [informatizado] para dar continuidade ao atendimento. E ela não fez isso. Logo, não viu a parte [em que Vanessa denunciou o] cárcere privado. [A delegada] também não deve ter nem perguntado, nem investigado o suficiente para que ela [Vanessa] tivesse liberdade [para repetir os detalhes da denúncia]”, concluiu a ministra.

Mudanças

A repercussão do caso motivou o Poder Público a anunciar mudanças nos procedimentos de proteção às mulheres vítimas de violência. Em nota, o governo estadual admitiu falhas na rede de proteção às mulheres vítimas de violência e no atendimento prestado a Vanessa.

“Mais uma morte prova que não estamos conseguindo garantir proteção às vítimas de violência […] Falhamos enquanto estado, falharam as instituições, falhamos enquanto sociedade. Precisamos identificar onde erramos, planejar mudanças e agir eficazmente para termos uma solução que resulte de forma efetiva no fim da morte de mulheres em nosso estado simplesmente por serem mulheres”, manifestou o governo estadual ao informar que a Corregedoria da Polícia Civil está apurando se houve falhas no atendimento prestado à jornalista.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) anunciou que vai instalar uma nova vara judicial dentro da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, no próximo dia 7. Segundo o órgão, o objetivo da 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher é dobrar a capacidade do Poder Judiciário para processar e conceder medidas protetivas. Segundo o TJ-MS, só em 2024 foram concedidas cinco mil medidas protetivas em Mato Grosso do Sul – o equivalente a um pedido de proteção a cada duas horas.

“Precisamos implementar ações mais eficazes para controlar a violência doméstica. Temos urgência para instalar esta vara para que se possa resolver, junto com a 3ª Vara, os problemas decorrentes das medidas protetivas”, disse o presidente do TJ-MS, desembargador Dorival Renato Pavan, durante a sessão da última quarta-feira (19).

Explicou que a iniciativa é uma das ações do Poder Judiciário em resposta à crescente violência de gênero em Mato Grosso do Sul. “É importante ter dois juízes decidindo, com um menor número de processos e, a meu modo de ver, com a maior possibilidade de se deferir as medidas [protetivas] realmente necessárias”.

Treinamento para policiais

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul também se mobilizou, propondo que o governo estadual implemente – em caráter prioritário – um programa de capacitação e treinamento humanizado para policiais e funcionários da Casa da Mulher Brasileira, buscando garantir atendimento digno e acolhedor às mulheres em situação de violência. A iniciativa foi do deputado estadual Jamilson Name (PSDB).

O próprio Ministério das Mulheres anunciou, no último dia 18, mudanças na gestão da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, que passará a ser administrada conjuntamente pelos governos estadual e municipal – atualmente, os serviços são de responsabilidade apenas da prefeitura de Campo Grande.

O ministério também anunciou a implementação do Sistema UNA Casa da Mulher Brasileira na unidade de Campo Grande, a partir de março. Trata-se de um sistema nacional de dados, em fase de testes, que vai coletar e organizar, de maneira padronizada e estruturada, os dados referentes aos atendimentos realizados nas Casas de todo o país, facilitando a comunicação entre elas. A fase de testes teve início em fevereiro, nas Casas de Teresina (PI) e São Luís (MA).

O governo estadual e o Ministério das Mulheres anunciaram a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, para aprimorar e agilizar o fluxo de denúncias. E há a possibilidade de criação de novas Casas da Mulher Brasileira no estado.

“Além disso, discuti com o governador [Eduardo Riedel] e com a prefeita [Adriane Lopes] que, muito mais que designar um profissional para atender  mulheres em situação de violência, é preciso saber se o profissional [escolhido] tem aptidão para trabalhar com o tema. Não basta ser uma delegada, nem ser simplesmente mulher. Ou teremos atendimentos como o que a Vanessa recebeu”, concluiu a ministra.

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Governo federal recebe mais dividendos da Petrobras em 2024, apesar da queda nos lucros

 

Mesmo com uma forte retração nos lucros, a Petrobras manteve uma distribuição elevada de dividendos em 2024, beneficiando diretamente a União Federal, que recebeu R$ 28,8 bilhões em proventos no ano. A participação do governo na geração de caixa da estatal permaneceu significativa, com uma fatia média de 28,67% nos últimos quatro anos, consolidando seu papel estratégico como acionista da companhia.

Segundo levantamento da Elos Ayta, a Petrobras desembolsou R$ 100,7 bilhões aos seus acionistas em 2024, um volume 2,56% superior ao de 2023. No entanto, a queda no lucro líquido foi drástica, com um recuo de 70,6% em relação ao ano anterior, encerrando 2024 com R$ 36,6 bilhões – o menor patamar desde 2020, período fortemente impactado pela pandemia.

 

É importante destacar que os dividendos desembolsados referem-se tanto ao lucro de anos anteriores quanto ao próprio exercício de 2024, não estando limitados exclusivamente ao resultado do ano. O estudo considera apenas os dividendos efetivamente pagos, sem incluir valores provisionados nos balanços trimestrais. Assim, os R$ 9,1 bilhões anunciados no balanço do quarto trimestre de 2024 não entram nessa conta, pois serão pagos apenas em 2025.

O período de 2021 a 2024 representou os quatro anos de maior distribuição de dividendos da história da Petrobras. O auge ocorreu em 2022, quando a estatal desembolsou um recorde de R$ 194,6 bilhões aos acionistas. Em contraste, 2023 marcou uma redução substancial para R$ 98,2 bilhões, refletindo um cenário de menores preços do petróleo e ajustes na política de distribuição da empresa.

Os dados demonstram que, mesmo diante de um lucro reduzido, a Petrobras segue como uma das companhias mais relevantes do mercado brasileiro em termos de retorno ao investidor. A estratégia de manutenção da distribuição de dividendos reforça seu papel como importante geradora de caixa, beneficiando tanto a União quanto os demais acionistas.