sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Luiza Trajano provoca Galípolo em evento na Fiesp e pede que BC pare de aumentar juros

 

A empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, pediu ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que não comunique novos aumentos na taxa básica de juros, a Selic.

“Eu vou pedir pra ele não comunicar mais que vai ter aumentos de juros, porque aí já atrapalha tudo desde o começo”, disse Trajano durante um encontro entre o chefe de política monetária e empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta sexta-feira, 14. O pedido, em tom espontâneo e bem humorado, provocou risadas dos presentes.

Durante o encontro, Gabriel Galípolo buscou defender o papel técnico do Banco Central, comentou o cenário internacional e os dados da economia brasileira. Em seguida, foi aberto para comentários de empresários.

Trajano não estava sozinha

Outros empresários queixaram-se do patamar dos juros. O primeiro a falar e a criticar foi Eugênio Staub, dono da Gradiente. “O segmento industrial declinou e não tem perspectiva de uma reação do mercado a curto prazo por diversas razões, e uma delas é custo financeiro. Não é possível investir em indústria a uma taxa real de 8, 10 ou mais por cento.”

Staub elogiou o trabalho de Galípolo, porém disse acreditar que “problemas estruturais” necessitam de um “pacto nacional” para serem resolvidos e alavancarem novamente a indústria.

Trajano afirmou concordar com Staub e comentou o impacto dos juros no seu setor de atuação. “O varejo é o primeiro que sofre e o primeiro que demanda. A pequena e média empresa não aguenta mais viver com isso. Não tem condição, e é ela que gera emprego”, disse. “Essa forma não está dando certo. A gente tem que pensar fora da caixa. Nós temos que sair do diagnóstico e ir pra ação, se não vamos ter pra sempre o Brasil do futuro.”

Galípolo defende BC

Em sua fala de encerramento, Galípolo não respondeu diretamente às críticas, porém defendeu as decisões da autarquia como importantes para combater a inflação. “A defesa da moeda é o mandato do Banco Central e é um mandato que o Banco Central não vai se desviar”, disse.

Assim como Staub, o presidente do BC  também citou “problemas estruturais” e disse ser necessário buscar soluções para além da política monetária. “Tenho certeza que todo mundo tem o mesmo objetivo e o diálogo, a troca de ideias e ouvir as opiniões sempre é muito importante para que a gente possa fazer essa construção”, concluiu.

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