quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Petrobrás perde 40% de valor em 3 anos e cai em ranking de petrolíferas

31/01/2013 - 06:42:36 


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Empresa passou da segunda para a quarta colocação na lista de maiores empresas de gás e petróleo dos Estados Unidos e América Latina, segundo estudo da Economatica.
 
A Petrobrás perdeu 40% do seu valor de mercado em três anos e passou da  segunda  para a  quarta  posição   no  ranking  das maiores  empresas  de  gás e petróleo dos Estados Unidos e da América    Latina,    segundo    levantamento    da   consultoria Economatica para o Estado.
 
A estatal valia US$ 199,3 bilhões no dia 1º de janeiro de 2010, valor que despencou para US$ 119,9 bilhões nesta quarta-feira - uma diferença de quase US$ 80 bilhões. Em 2012, a  Petrobrás foi ultrapassada pela primeira vez pela Ecopetrol e a diferença agora se amplia. A empresa colombiana está avaliada hoje em US$ 130,1 bilhões e ocupa o terceiro lugar no ranking.
 
Com trajetória oposta à da concorrente brasileira, a Ecopetrol viu o seu valor de mercado disparar 165% no mesmo período, roubando o posto da Petrobrás de maior empresa latino-americana. As norte-americanas ExxonMobil e Chevron, que atualmente lideram o ranking do setor, também se valorizaram entre 2010 e 2013, com altas de 27,7% e 47,5%, respectivamente.
 
Para o professor de finanças do Insper Ricardo Almeida, o principal fator que explica o descolamento da Petrobrás é a decepção dos acionistas minoritários com a bilionária  capitalização   da  companhia, realizada em setembro de 2010. "O governo fez a cessão onerosa de uma forma que as regras ficaram muito   questionáveis.     Houve   um   desequilibro entre as condições do governo e a dos outros investidores", explica Almeida.
 
A chamada cessão onerosa foi uma troca feita entre a União e a Petrobrás. O governo "cedeu" barris de petróleo do pré-sal para a estatal e, em troca, recebeu ações da empresa. Nessa operação, na visão do  mercado  , o   governo    aumentou   a   sua   participação   na companhia com base em um valor superestimado do barril.
 
"Temos ainda um componente de incerteza que é a revisão dessa cessão onerosa,  quando teremos as mesmas dúvidas que ocorreram em 2010 em relação ao preço do barril",   destaca Almeida. Para ele, enquanto a revisão estiver pendente,  o papel  da empresa seguirá pressionado.     A nova leitura está marcada para setembro de 2014.
 
Interferência
 
Para o analista-chefe da corretora SLW, Pedro Galdi, prevalece a sensação  de  que o  governo  está interferindo  fortemente  na  Petrobrás,  destruindo  seu  valor. "Lá na frente,  a  empresa pode  ficar sufocada por prejuízos e não conseguir nem mesmo tocar o pré-sal."
 
Na  visão  de Galdi, a  redução  do  Imposto  sobre  Produtos  Industrializados   (IPI)  impulsionou a produção de carros no País, sem que o refino de combustíveis tenha crescido na mesma proporção. "Por esse motivo, a companhia precisa importar e paga um preço maior lá fora do que vende aqui dentro."
 
O reajuste   de  6,6%  para a gasolina e de  5,4% para o diesel, anunciado pela estatal na última terça-feira, não foi suficiente para mudar o ânimo dos investidores. Apenas no pregão desta quarta-feira, as ações ON da Petrobrás recuaram 5,12%, enquanto as PN caíram 4,76%.    Grande parte dos analistas esperava   um  reajuste maior, entre 7% e 10%. Segundo Galdi,  mesmo com a alta nos preços, ainda resta uma defasagem de 6% no valor da gasolina.
 
Ânimo minado
 
A perda de valor de mercado da Petrobrás nos últimos três anos também é reflexo da frustração  dos investidores com a empresa, afirma o analista da corretora Coinvalores Bruno Piagentini.  "O ânimo com o pré-sal foi minado ao longo do tempo com números de produção abaixo da meta e atrasos em projetos, que elevaram os custos." Segundo ele, o  mercado agora  está apenas   precificando a  forte ingerência do governo na empresa.
 
Piagentini destaca, contudo, que a troca de comando na companhia - agora presidida por Graça Foster - trouxe mais transparência, além de um planejamento mais realista. "Não acredito que   s papéis vão despencar muito mais. Agora os investidores estão de olho nos números de produção.      " Os dados financeiros e de produção serão publicados na próxima segunda-feira, dia 4

 (O Estado de S.Paulo, 31/1/13)

Atraso em repasse da Petrobras afeta fundo

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Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore
A mudança na política de pagamentos dos fornecedores pela Petrobras no fim do ano passado começou a afetar os fundos de recebíveis criados para financiar a cadeia de prestadores de serviço da estatal. Desde novembro, houve um aumento dos créditos com pagamentos em atraso em pelo menos três dos cinco Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) criados com essa finalidade e registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Em um desses portfólios, gerido pela BI Invest, os créditos em atraso já chegam a 18% da carteira que somava R$ 24,574 milhões em dezembro, sendo que desse total R$ 3,469 milhões se referem a pagamentos com atraso superior a 90 dias.

Ao alterar a política de pagamento dos fornecedores que têm atrasado a entrega dos pedidos, a Petrobras tem demorado mais para repassar recursos. Como a maioria dessas operações são "a performar", a estatal resolveu não liberar os recursos enquanto não receber as entregas. Nesse cenário, algumas empresas têm tido maiores dificuldades financeiras.

E algumas dessas empresas que tiveram problemas estavam nos FIDCs de fornecedores da Petrobras, o que explica o aumento dos créditos com pagamentos em atraso nessas carteiras.

Procurada, a Petrobras informou que "não interfere na relação entre os fornecedores cedentes de crédito e os FIDCs", embora seja responsável pelo repasse dos pagamentos.

No fundo gerido pela Brasil Plural, que tem R$ 286,2 milhões de patrimônio, os créditos com pagamentos em atraso passaram de R$ 2,403 milhões em novembro para R$ 5,399 milhões em dezembro. Já no FIDC gerido pela Silverado Asset Management, que tem R$ 137,773 milhões de patrimônio, a parcela de créditos em atraso saltou de zero em outubro para R$ 3,059 milhões em dezembro. O atraso, na maior parte desses ativos, se concentrava na faixa entre 31 e 60 dias.

O diretor de risco da Silverado, Carlos Santos, confirma que tem ocorrido alguns atrasos na liberação de pagamento por parte da Petrobras em função da performance de alguns fornecedores, mas diz que são casos pontuais.

No FIDC do Brasil Plural, a inadimplência está concentrada em um único fornecedor com participação relevante no portfólio, afirma Leandro Albuquerque, diretor da área de operações estruturadas da Standard & Poor's, responsável pelo rating do fundo.

Para reduzir o risco, a Silverado aumentou desde setembro a diligência das carteiras e tem adotado critérios mais rígidos na avaliação dos fornecedores.

A gestora têm na carteira cerca de 25 fornecedores, com uma média de faturamento mensal entre R$ 3 milhões a R$ 5 milhões.

Em pesquisa interna realizada pela Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) no final de 2012, que reúne 140 associados, foi verificado que 10% das empresas associadas estavam preocupadas com o futuro de seus contratos com a Petrobras. "As pendências estão sendo negociadas diretamente entre a estatal e as empresas, e em breve a questão deverá estar solucionada", diz Antonio Müller, presidente da entidade.

A Petrobras tem demorado até dois meses em alguns casos para aprovar a documentação que permite que os fornecedores possam fazer o desconto das receitas com os fundos de recebíveis ou com as instituições financeiras.

A Petrobras tem sido mais rigorosa na revisão de contratos, não aceitando aditivos de custos, prática comum antes nessas operações em que os prestadores de serviços acabavam oferecendo um orçamento abaixo do valor de mercado para ganhar a licitação.

Como muitos fornecedores dependem da liberação de novos pagamentos para concluir as encomendadas que já deveriam estar financiadas, isso tem trazido dificuldade financeira para algumas companhias, que chegaram a entrar com pedido de recuperação judicial, como a Mana Engenharia e a GDK, que atua na montagem industrial e instalação de plantas de produção na área de petróleo e gás. Houve até mesmo uma decretação de falência, da Tenace Engenharia e Consultoria, que atuava na montagem e manutenção de refinarias e plataformas de petróleo.

Diante desse cenário, alguns gestores têm enfrentado dificuldade em encontrar fornecedores com boa qualidade de crédito. É o caso do fundo gerido pela Petra Capital, o Red FIDC Fornecedores, que estava com 65% do patrimônio em caixa, que somava R$ 56,822 milhões. Por ser mais conservador nas concessões, o fundo não apresentou aumento da inadimplência. A Petra tem se concentrado em operações de curto prazo voltadas para capital de giro, em média de sete meses, e trabalhado com tíquete médio menor, em torno de R$ 2 milhões. "Temos uma carteira bastante pulverizada, com concentração máxima de 5% do patrimônio por fornecedor", diz Fernando Fontes, diretor da Petra.

O fundo só não foi liquidado antecipadamente, como aconteceu com o FIDC Fornecedores BR 2 da BI Invest, porque o cotista subordinado nesse caso, que está arcando o custo da aplicação em títulos de renda fixa que rendem menos que os recebíveis, não é a Petrobras, mas sim o consultor do portfólio que é a Redfactor Factoring e Fomento Mercantil.

Fontes diz que o mercado ainda deve levar um tempo para se adaptar ao novo modelo de gestão de contratos da estatal. "Vai haver maior demanda de operações com perfil mais adequado." A estatal já lançou nove FIDCs dedicados a fornecedores, que desembolsaram, até novembro, R$ 511 milhões.

Fonte: Valor Econômico/Silvia Rosa | De São Paulo

Riqueza no lixo



31/1/2013 - 11h25

por Luciene de Assis, do MMA

Resíduos sólidos não aproveitados dão prejuízo de R$ 10 bilhões anuais ao país
O Brasil joga no lixo, a cada ano, cerca de R$ 10 bilhões por falta de reciclagem e destinação adequada de resíduos sólidos, e de uma política de logística reversa que gerencie o retorno de embalagens e outros materiais descartados de volta à indústria. É esta realidade que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) pretende transformar com a implantação, em todo o país, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tema de oficina realizada no início da tarde desta quinta-feira, 30, último dia do II Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Dentro da PNRS, a meta do governo federal é eliminar os lixões de todos os municípios brasileiros até o final de 2014, explicou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) do MMA, Pedro Wilson Guimarães. Os governos estaduais e municipais deverão providenciar a substituição dos lixões por aterros sanitários, pois, a partir de 2014, a liberação de recursos da União estará condicionada à existência de planos estaduais e municipais de gestão de resíduos sólidos e de saneamento básico. De acordo com anúncio feito pela presidenta Dilma Rousseff, na segunda-feira, durante a abertura do encontro, os prefeitos terão, em 2013, R$ 35.5 bilhões para investir em obras de saneamento, pavimentação e mobilidade urbana selecionadas no final de 2012.

Desperdício

"Os lixões são um problema sério que precisa ser enfrentado por todos os gestores”, disse o analista de Infraestrutura da SRHU, Eduardo Rocha Dias Santos. Ele afirmou que os prejuízos são enormes para o meio ambiente, com queda na qualidade de vida, no bem estar e na saúde pública, além de gerar desperdícios econômicos e impactos sociais significativos. A proposta é não gerar resíduos sólidos, mas reduzir, reutilizar e reciclar, tratando e dando destinação adequada.

Santos salientou que apenas a Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, não é suficiente para implantar o que se deseja. “Mas já é um começo”, admitiu. A lei define o compartilhamento de responsabilidades entre as três esferas de governo, o planejamento de ações de gestão e a implantação de infraestrutura adequada, priorizando-se a educação ambiental e a cobrança pela prestação desse serviço público com o objetivo de dar sustentação financeira à PNRS.

* Publicado originalmente no site Ministério do Meio Ambiente.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

ESTRANGEIROS DESCONFIAM DO RITMO DA ECONOMIA BRASILEIRA


Especialistas afirmam que os investidores estrangeiros estão desconfiados com o Brasil. Contudo, eles discordam dos motivos para essa insegurança. Parte deles acredita que essa situação é resultado do ritmo da condução da política econômica brasileira - com medidas intervencionistas -, instabilidade nas perspectivas para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) e baixa taxa de retorno em determinados projetos. Outros apontam que não só o País, como também o mundo precisam mostrar sinais melhores de recuperação.

Na semana passada, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que se sente insegura a respeito das perspectivas para a economia brasileira.

Na opinião do economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank no Brasil (BES Investimentos), Jankiel Santos, é mais um agente internacional que mostra uma preocupação na situação brasileira. "Meus clientes, que são de vários países como Estados Unidos e da Europa, também demonstram essa mesma insegurança", diz.

O economista comenta que tentar atrair investidores apenas mostrando a demanda que o Brasil possui não está sendo suficiente, além de que há várias dúvidas sobre o desempenho econômico neste ano e nos próximos. "Com todas as medidas feitas para acelerar o PIB, por que o País não apresentou uma taxa de expansão mais alta ao longo de 2012? Outra questão é se mesmo o empenho que o governo está mostrando para atrair investimentos, isso irá resultar em garantias."

Jankiel Santos acredita ainda que o Brasil deixou de ser o "queridinho" dos investidores estrangeiros. "O governo precisa melhorar a burocracia, diminuir os impostos e que o retorno do capital seja maior. A discussão sobre esse retorno tem que ser entre governo e empresa, ou o mercado ditar qual seria o patamar ideal", aconselha o economista. O diretor-presidente da Fractal, Celso Grisi, que recentemente teve contato com representantes de fundos de investimentos na Itália e na Espanha, endossa a argumentação de Jankiel Santos. "Essa questão da insegurança não é uma opinião minha. Se conversar com qualquer investidor estrangeiro, ele fará esse discurso, de que as promessas de crescimento econômico e metas fiscais no Brasil frustraram e o número de intervenções do governo mostra uma política econômica mais voltada para o social, do que para o capitalismo", diz.

Ele aponta que as soluções para aumentar a credibilidade do País também envolvem marcos regulatórios mais liberais, que mostrem segurança jurídica, garantias ao capital, "como o empresário vai ficar com a posse de uma propriedade e que o governo não vai libera-la para movimentos como dos sem-terra". "Há um desencantamento dos estrangeiros com o Brasil, e o ingresso de investimentos estrangeiros diretos [IED] deve ficar por volta de US$ 60 bilhões", avalia Grisi.

Por outro lado, Marcio Cardoso, sócio-diretor da Título Corretora, avalia que a desconfiança do investidor estrangeiro não acontece somente por causa da situação brasileira. "Como os níveis de crescimento estão baixos, a tendência sempre é de mais cautela. Existem vários investidores com dinheiro em caixa e esses serão os que mais vão pedir garantias", diz. "O Brasil ainda tem muita liquidez e possui um mercado forte. Mas precisamos, com urgência, melhorar a infraestrutura para atrair ainda mais capital."

E segundo Cardoso essa desconfiança não é só dos estrangeiros. O boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC) mostrou que os analistas revisaram de 3,19% a previsão de expansão do PIB para 2013 conforme registrado na semana passada, para 3,10%.

Investimento menor

De acordo com último balanço do setor externo divulgado pelo BC, em 2012, os ingressos líquidos de IED alcançaram US$ 65,3 bilhões, queda de 2,10% ante o resultado de 2011. Os países que mais investiram no acumulado do ano passado foram Estados Unidos (US$ 12,310 bilhões), Países Baixos (US$ 12,213 bilhões), Luxemburgo (US$ 5,965 bilhões), Suíça (US$ 4,333 bilhões) e Espanha (US$ 2,523 bilhões).

Na comparação com igual período de 2011, dois países reduziram seus envios de recursos ao Brasil. No caso dos investimentos dos Países Baixos, que em 2011, foi o que apresentou o maior direcionamento, a queda foi de 30,32%. A Espanha também reduziu 70,64%. Já com relação aos EUA, Luxemburgo e Suíça, os envios subiram 38,17%, 219,5% e 263%, respectivamente, de 2011 para o ano passado.

Fonte: Diário do Comércio e Indústria

Autorizações de Trabalho Permanentes em Alta

O número de autorizações de trabalho concedidas a estrangeiros somou 73,022 mil em 2012, uma alta de 3,5% em relação ao ano anterior. O aumento foi ainda mais significativo na categoria empregos permanentes. Neste caso, foram concedidos 5.835 vistos, um volume 26% acima do contabilizado em 2011.

Na categoria de empregos permanentes, com autorização de dois anos ou mais, o setor de petróleo liderou a lista de atividades mais buscadas, seguido por serviços de engenharia, consultoria empresarial, fabricação de automóveis e construção civil.
Entre as nacionalidades dos estrangeiros que migraram para o Brasil no ano passado, Portugal foi o país que mais enviou trabalhadores (848 vistos de trabalho). Depois dos portugueses, destacaram-se os chineses, os americanos e os espanhóis.

— O número final de mais de 70 mil vistos é um dado bruto, que envolve situações bem distintas: desde a vinda de um técnico para consertar uma máquina até o profissional que vem para o Brasil trabalhar em uma empresa brasileira, traz a família e se enraíza mais no país — explica Paulo Sérgio de Almeida, presidente do Conselho Nacional de Imigração.

De acordo com Almeida, São Paulo foi o estado que mais atraiu trabalhadores, com 2.891 vistos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 1.446 autorizações. Minas Gerais veio em terceiro lugar, com 361 imigrantes.

As principais ocupações são em níveis gerenciais, nas áreas de produção e operações, de pesquisa e desenvolvimento, analistas de negócios e analistas de sistemas. Técnicos em mineração e engenheiros também se destacaram. Já o número de diretores de empresas cresceu 22%.

— No caso dos diretores, isso significa que novas empresas de capital estrangeiro que se estabeleceram no Brasil estão trazendo seus executivos para trabalhar aqui — explica Almeida.
Outro dado relevante, destaca ele, diz respeito às pessoas físicas que trazem para o Brasil suas economias para investir no país, em geral abrindo uma firma ou se associando a alguma empresa. 

Neste caso, houve 1.176 autorizações, volume que corresponde a um aumento de 15%. Os investimentos desses estrangeiros somaram, no ano passado, R$ 286,4 milhões.
De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Imigração, o governo tem buscado formas de simplificar o ingresso de trabalhadores estrangeiros. Uma das saída é a redução do volume de documentos exigidos e a realização de todo o procedimento pela internet.

— Estamos trabalhando em uma nova política, para trazermos trabalhadores qualificados para o Brasil — enfatiza Almeida.
Eliane Oliveira
(O Globo – 29/01/2013)

Brasil precisa de 10 a 50 vezes mais Imigrantes


A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República elabora uma pesquisa com mais de mil empresas brasileiras e 500 estrangeiras para conhecer as dificuldades encontradas na contratação de trabalhadores estrangeiros no Brasil. O levantamento deve ficar pronto em pouco mais de um mês, segundo o ministro Moreira Franco, e deve orientar parlamentares e funcionários do governo em relação ao projeto de Lei 5.655/2009, conhecido como Estatuto do Estrangeiro, que tramita na Câmara.

“Vamos apresentar algumas sugestões ao projeto para tornar a lei ainda mais adequada e contemporânea, de forma a padronizar e agilizar processos e reduzir prazos, custos e incertezas”, destacou. “No mundo do Twitter, é preciso simplificar processos com o uso da tecnologia.”

O anúncio foi feito ontem (29/01/2013) durante um seminário sobre política migratória, na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), centro da capital fluminense. O estudo é feito em conjunto com os ministérios da Justiça, do Trabalho e Emprego e das Relações Exteriores.

A pesquisa identificou também a necessidade de desenvolvimento da capacidade de avaliação permanente da demanda e oferta de mão de obra qualificada. “O responsável pela política migratória precisa ter um acompanhamento permanente sobre o mercado de trabalho, para saber o movimento da oferta e da demanda no geral e no específico. Sem isso não existe política migratória”, disse Moreira Franco, que negou que a entrada de estrangeiros possa gerar desemprego no futuro de trabalhadores brasileiros.

Com o aquecimento da economia, impulsionada sobretudo pelo setor de petróleo e gás, muitas empresas queixam-se da falta de mão de obra qualificada. Ao mesmo tempo, estrangeiros que trabalham no Brasil reclamam da burocracia e desinformação para conseguir trabalhar no país.

Hoje, a concessão de vistos de trabalho para estrangeiros exige a comprovação de escolaridade e experiência na área de atuação. Apenas os sul-americanos estão livres da obrigação. Se quiserem ocupar cargos que não exijam nível superior, os migrantes devem ter escolaridade mínima de nove anos e experiência de dois. Quando a vaga for de nível superior, o candidato precisa ter cumprido um ano de experiência na área depois do fim da graduação.

O ministro insistiu sobre a necessidade de facilitar a vinda de estrangeiros gabaritados para o país, no afã de compensar a escassez de profissionais qualificados, especialmente nas áreas técnicas.
“Esse é um problema grave. Precisamos de uma sociedade aberta, amigável, para criar um ambiente de negócios favorável à meritocracia, ao empreendedorismo e à inovação visando ganhos de produtividade e inovação”, disse Moreira Franco ao ponderar que falta uma política migratória mais atraente para o estrangeiro qualificado.
“Mas também precisamos ter uma sociedade mentalmente aberta e o debate sobre política migratória deve passar pelo plano político”, destacou ele.

O ministro lembrou que, nos últimos 100 anos, o Brasil retrocedeu e parou no tempo ao dificultar a entrada de mão de obra estrangeira. Segundo ele, apenas 0,3% da população brasileira é composta por imigrantes e um terço desse total tem mais de 65 anos.
Em 1900 o País chegou a ter 7,3% da população composta por imigrantes. “No passado, muito da nossa inovação tecnológica e da agricultura deveu-se a esse fluxo migratório.”

Ainda segundo o ministro, o Brasil precisaria ter cinco vezes mais imigrantes para alcançar a média latino-americana, dez vezes mais para alcançar a média mundial e 50 vezes mais, para chegar aos números da América do Norte e Oceania.

Além de mecanismos para diminuir a burocracia, Franco propôs também a modernização do processo de concessão de vistos e criação de tratamento diferenciado para os imigrantes interessados em trabalhar em alguns setores mais carentes de profissionais qualificados.

“Sem ampliar a mão de obra qualificada, teremos grandes dificuldades de conseguir aumentar a produção e estimular a inovação”, defendeu, ao lembrar que o País não está formando profissionais na mesma velocidade em que cresce a demanda por mão de obra em determinados setores.

O cônsul-geral de Portugal no Rio, Nuno Bello, salientou a necessidade de se acabar com a burocracia nas universidades e entidades de classe, responsáveis pelos processos de validação de diplomas e registros profissionais. “Tenho conversado com empresário aqui e lá em Portugal e tenho visto uma falta de diálogo dessas instituições com as estrangeiras.”

Para o presidente em exercício da Firjan, Carlos Mariani Bittencourt, o novo fenômeno da imigração de mão de obra apresenta desafios cruciais que o País precisa ultrapassar. “Nos últimos dois anos, houve 64% de aumento de profissionais expatriados no Brasil, sobretudo no setor de petróleo e gás devido à descoberta do pré-sal. A entrada de estrangeiros para suprir necessidades eventuais é bem-vinda”, declarou Bittencourt, que disse ainda que o estado do Rio está sofrendo muito com a burocracia para a concessão de vistos de trabalho para estrangeiros.

(Agências – 30/01/2012)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Holandeses procuram investir no Brasil


29/01/2013
Holandeses procuram investir no Brasil

Brasília (29 de janeiro) – Em visita hoje ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o presidente do Comitê Consultivo de Investimentos da Organização das Indústrias Holandesas, Winand Leo Emile Quaedvlieg, disse que o Brasil apresenta atualmente interessantes oportunidades de investimentos para os europeus e holandeses. Acompanhado pelo embaixador da Holanda no Brasil, Kees Rade, o representante foi recebido pela secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres. 

A Holanda, em 2012, investiu no Brasil US$ 9 bilhões, totalizando um estoque de investimentos de US$ 53 bilhões. Esses aportes foram mais significativos no setor químico e no comércio varejista, destacando-se ainda recursos na área de serviços financeiros.

Recentemente, o governo holandês abriu uma unidade da Agência Neerlandesa de Investimentos Estrangeiros (NIAE), em São Paulo-SP, definindo como áreas prioritárias para a alocação de recursos a agroindústria, a indústria alimentícia, o setor de transportes e logísticas, o setor energético e petroquímico, e ainda projetos ambientais, educacionais e culturais.

Durante o encontro, a delegação holandesa também comentou sobre a retomada das negociações para o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, anunciada neste fim-de-semana, em reunião dos dirigentes dos dois blocos econômicos, em Santiago, no Chile, e compartilhou a expectativa positiva para o avanço das tratativas.

Intercâmbio Comercial

O Brasil exportou para a Holanda, em 2012, US$ 15 bilhões, verificando crescimento de 10,3% em relação ao valor do mesmo período no ano anterior (US$ 13,6 bilhões). As importações brasileiras somaram, no ano passado, US$ 3,1 bilhões, com aumento de 37% sobre as compras registradas em 2011 (US$ 2,2 bilhões). Com esses resultados, houve superávit para o lado brasileiro de US$ 11,9 bilhões, em 2012.

Os principais produtos brasileiros vendidos ao mercado holandês, no ano passado, foram farelo de soja (US$ 1,9 bilhão, representando 13,1% do total exportado); óleos combustíveis (US$ 1,7 bilhão, 11,4%); minérios de ferro (US$ 1,3 bilhão, 9%); celulose (US$ 982 milhões, 6,5%); e óleos brutos de petróleo (US$ 796 milhões, 5,3%).
As mercadorias holandesas que foram mais adquiridas pelo Brasil, no ano que se encerrou, foram gasolina (US$ 1,5 bilhão, significando 49,3% das importações totais), hormônios naturais (US$ 63 milhões, 2,1%), sulfato de amônio (US$ 54 milhões, 1,8%); medicamentos (US$ 52 milhões, 1,7%); e bombas e compressores (US$ 50 milhões, 1,6%).


Assessoria de Comunicação Social do MDIC