sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Empresas de tecnologia fundadas por mulheres tazem resultados melhores





LOS ANGELES - Empresas de tecnologia de capital fechado conduzidas por mulheres são mais eficientes financeiramente, alcançam retorno sobre investimento 35% maior e, quando recebem aporte de capital, trazem ganhos 12% superiores em comparação às companhias que têm donos homens. Isso segundo uma nova pesquisa apresentada recentemente em uma conferência em São Francisco, organizada pela Women 2.0, uma empresa de mídia dedicada a mulheres fundadoras de negócios no setor de tecnologia. Isso indica que empreendedoras, que tradicionalmente ficam atrás de seus pares homens, estão se superando, pelo menos em alguns indicadores.

Conduzido por Vivek Wadhwa, que têm diplomas em Stanford e Duke, e Lesa Mitchell, vice-presidente da Kauffman Foundation, o estudo "Women in Technology: Evolving, Ready to Save the World” foi feito com respostas de uma pesquisa on-line com 500 mulheres no setor de tecnologia (dentro e fora dos Estados Unidos) e está agendado para ser publicado nos próximos meses.

A pesquisa mostra que a idade média das mulheres empreendedoras fundadoras de empresas de tecnologia caiu de 41 para 32 anos, comparando com dados de um estudo menor feito em 2009, e que a porcentagem das que têm nível superior aumentou, de 40% para 56%. As descobertas sobre as contribuições das mulheres para o sucesso reforçam pesquisas anteriores de fontes diversas, incluindo um relatório do Instituto de Pesquisa Credit Suisse e uma análise da Dow Jones VentureSource.

No evento, Wadhwa falou sobre as disparidades de gênero e raça no Vale do Silício, observando que as mulheres agora ficam com mais de 50% dos títulos de bacharelado e mestrado e cerca de metade dos de doutorado. Ainda assim, elas começam apenas 3% das empresas de tecnologia e quase não estão presentes nas equipes de gestores, fora posições em marketing e direito.

Ele conseguiu muitos aplausos das cerca de mil mulheres (e alguns poucos homens), entre 21 e 45 anos de idade, presentes na plateia. Suas descobertas, incluindo os fatos que 33% das empreendedoras de tecnologia enfrentam "atitudes desdenhosas" de seus colegas e que 15% afirmam ter suas habilidades questionadas, surgiram em uma apresentação que ele condenou "moleques arrogantes" - homens, claro - obtendo investimento de fundos para "aplicativos bobos de mídias sociais" de investidores que esperam que eles sejam o próximo Mark Zuckerberg.

Em contraste, ele encorajou fundadoras mulheres a colocar seus pontos de vista em problemas internacionais maiores, como a melhoria do sistema de saúde, a entrega de água limpa e a reunião de dados da internet para melhorar a educação e tirar as pessoas da pobreza. A vencedora do concurso de "pitch" (apresentação direcionada aos investidores) que ocorreu no evento da Women 2.0, Lesley Marincola, administra a Angaza Design, uma empresa de Palo Alto, na Califórnia, que distribui sistemas de energia solar na África.

Os dados de Wadhwa, os quais ele diz ainda estar refinando e espera usar como parte de um livro de diversas fontes, seguem um estudo de janeiro de 2013 que analisou dados do censo dos Estados Unidos sobre mulheres donas de negócios com mais de US$ 10 milhões em faturamento. O estudo, organizado pela American Express OPEN, mostra que o crescimento em negócios abertos por mulheres com mais de US$ 10 milhões em faturamento é 47% maior do que de todas as empresas com o mesmo faturamento - entram aqui as fundadas por qualquer gênero.

O robusto crescimento dessas 12.700 companhias surpreendeu a autora do estudo, Julie Weeks. "Isso vem acontecendo sob nossos narizes, mas porque os dados específicos não haviam sido estudados antes, nós não sabíamos disso", ela diz.

(Bloomberg Businessweek)
 
Valor Econômico

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

ESTRANGEIROS NÃO TEMEM O LEÃO


Sem tradução da declaração de Imposto de Renda para outras línguas, estrangeiros que moram no Brasil recorrem a ajuda para vencer a dificuldade da língua. Mesmo tendo de enfrentar uma barreira adicional em relação aos brasileiros, muitos acham fácil declarar IR no país.

A americana Helen Susan faz a declaração de imposto de renda no país há mais de dez anos e diz que desde a primeira vez optou por fazer sozinha. Este ano, no entanto, irá buscar um especialista porque passou a emitir o Recibo de Pagamento a Autônomo (RPA). “Agora sim será muito diferente, uma língua estrangeira”, acredita.

Vindo da Inglaterra há quase 20 anos, Richard Booth diz ter tirado o IR de letra ainda no tempo em que havia declaração em papel. “Não achei difícil. Eu tive de usar o dicionário, mas o conceito era o mesmo da declaração da Inglaterra, então eu conhecia o sistema. A matemática é praticamente a mesma”, diz.

No ano passado, o Brasil concedeu 73 mil vistos a estrangeiros e boa parte deles terá de acertar as contas com o Leão já na próxima declaração. A declaração de IR dos estrangeiros é a mesma dos brasileiros. Devem declarar os estrangeiros que têm visto permanente ou os que têm visto temporário que ficaram mais de 184 dias por ano no país. Em 2012, 8.340 estrangeiros receberam vistos permanentes, um número que mais que dobrou (117%) em relação a 2011.

Segundo a assessoria de imprensa da Receita, o órgão não é obrigado a ter funcionários que falem outra língua, mas as maiores unidades de atendimento costumam ter funcionários que falam inglês ou espanhol e a orientação é que os estrangeiros procurem um que possa atendê-lo.

Para especialistas, a falta de uma versão em inglês ou espanhol da declaração e de um serviço específico de atendimento da Receita em outra língua dão mais incentivo à busca de contadores ou empresas que prestam consultoria a grandes corporações.

“Num primeiro momento, quando não têm fluência em português, eles dependem de assessoria para entender as regras do IR. Quem não tem assessoria pode não conseguir cumprir com as obrigações”, diz Leandro Souza, gerente sênior de capital humano da Ernst&Young Terco, gestor de uma carteira de cerca de 400 clientes no Rio de Janeiro.

“Eu tenho a impressão que não são os próprios estrangeiros que preenchem. A gente mesmo tem dúvida, para um estrangeiro que não domina a língua nem o sistema tributário brasileiro, fica ainda mais complexo”, diz o tributarista Xavier. “A gente tem clientes do Japão que falam português, mas normalmente nem tentam fazer o preenchimento. Acho difícil algum estrangeiro se aventurar a preencher sozinho a declaração”, diz Xavier.

Sem a barreira da língua, o engenheiro português Hugo Veríssimo, 35 anos, que fez a declaração de IR pela primeira vez em 2012 diz não ter encontrado dificuldades. “Não tenho filho, dependentes nem muitas despesas e só tenho uma fonte de renda. Em outras situações, se você tem várias despesas extras de formação e se elas excedem o valor de dedução, aí acho que dá mais trabalho”, diz Hugo.

O fato de o sistema tributário e mesmo o sistema de declaração ser parecido com o português também facilitou a vida dele. “É idêntico, até mesmo as ferramentas de informática disponilizadas são bem parecidas. Acaba sendo mais ou menos simples”, conta. E, segundo Hugo, em Portugal o trabalho era maior já que ele usava a declaração completa – aqui fez no modelo simplificado.

Tanto Helen quanto Richard pediram ajuda a amigos e conseguiram declarar o IR. Para Helen, o mais difícil foi a língua, diz: “eu falava português, mas fazendo a declaração era difícil saber exatamente o que eram as palavras.”

Richard aponta que o complicado foi entender que é preciso reavaliar o valor dos bens e o que pode ser deduzido. “Em despesas médicas e escolares muitas vezes não fica claro o que pode deduzir. Há muitas zonas cinzas na declaração do Brasil, o que acaba dificultando, na Inglaterra é tudo muito claro”, diz.

Segundo especialistas, o valor do imposto é um dos maiores sustos dos estrangeiros que declaram IR no país – o que se agrava por conta das várias despesas que têm paralelamente ao imposto. “Eles reclamam muito do tamanho do IR, o que está descontado na fonte e o que tem de pagar a mais. 

Além disso, pagam plano de assistência médica. Eu sempre falo, isso aqui não é Suíça, seu dinheiro não é só para pagar CDs”, diz Sérgio Roberto da Silva, especialista em Auditoria Digital da Receita Federal.

O baixo valor e a lista restrita de deduções também é alvo de reclamações. “Muitas vezes, o valor de uma mensalidade paga por estrangeiros que vivem no país já equivale ao total que pode ser descontado”, diz Souza, da Ernst &Young Terco.

A bitributação – ter de pagar imposto no Brasil e no país de origem – também assusta e traz dúvidas aos estrangeiros que recebem renda ou têm bens no exterior. “Muitos se assustam, não concordam em ter que declarar e outros também não se conformam com o sistema de tributação: acham alta”, diz Roberto Borges, da Athos Consultoria, especializada em obtenção em vistos de trabalho para estrangeiros que também dá suporte ao preenchimento da declaração.

Segundo o tributarista Paulo Xavier, a regra no Brasil é a universalidade da renda, o que significa que não importa de onde vem a renda, ela tem de ser declarada aqui. “Nesse cálculo entra o acréscimo patrimonial e toda e qualquer renda auferida no universo”, diz.

Algumas nacionalidades, no entanto, estão dispensadas de pagar duas vezes por haver convenções internacionais para evitar bitributação. “É possível que eles até saibam que existe o acordo, mas é difícil interpretar o acordo, a linguagem é hermética, difícil de entender, não é só ler o decreto também”, lembra Xavier.

Borges, da Athos Consultoria, diz que alguns estrangeiros se surpreendem com o recolhimento mensal de IR, por estarem costumados a acertar a pagar todo o imposto no fim do ano, como é o caso da Holanda e da Alemanha. “Alguns acham bom por se programar, mas outros não, por estarem acostumados com seus países de origem”, aponta.

Em 2012, a Athos prestou assessoria ao IR para cerca de 15 estrangeiros, entre eles portugueses, holandês, alemão, norte-americano, britânicos. O escritório em que o advogado tributarista Paulo Xavier é sócio praticamente só atende empresas de capital estrangeiro e, às vezes, recebe consultas relacionadas ao IR.

Simone Cunha
(G1 – 21/02/2013)

Dados da Receita Federal revelam também, que nos últimos 12 meses, foi registrado um aumento de mais de 50% de microempreendimentos individuais que têm mulheres como responsáveis


 
Redação com Sebrae, Administradores.com 
 
 
Quem pensa que o comando dos negócios no país está na mão dos homens se engana. As mulheres ampliaram seu espaço e hoje estão à frente de 49,6% das novas empresas – com menos de 3,5 anos – do Brasil. No Nordeste, o comando delas é superior ao dos homens e as coloca na liderança de 51,8% das empresas iniciais, de acordo com dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2012 (GEM), realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP).

Nas empresas com mais de 3,5 anos, os homens assumem a liderança tanto no país (56%) quando no Nordeste (52,9%). De acordo com a gestora do prêmio Sebrae Mulher de Negócios na Paraíba, Maria José Menezes,  apesar da pesquisa não oferecer dados estaduais, estes percentuais traduzem o mercado local. “Entre os empreendedores individuais que temos na Paraíba, que estão dentro do que a pesquisa define como novas empresas, 46,4%, são mulheres. Isso  mostra que o empreendedorismo feminino também é crescente no nosso estado”, destacou Maria José.

Dados da Receita Federal revelam também, que nos últimos 12 meses, foi registrado um aumento de mais de 50% de microempreendimentos individuais que têm como responsáveis mulheres, passando de 10,3 mil em fevereiro do ano passado para 16,6 em janeiro deste ano. “É evidente que as mulheres estão se inserido cada vez mais no mercado dos negócios. Elas estão buscando cada vez mais espaços com potencial de sucesso, em que já são percebidas as demandas e a necessidade do serviço. São focadas e perseverantes, o que contribui para o resultado dos empreendimentos”, disse a gestora.

Ter o próprio negócio é o sonho de 51,4% dos nordestinos

A pesquisa GEM revela ainda que quase 44% dos brasileiros sonham em ter o próprio negócio. No Nordeste, este sonho é o de 51,4% dos entrevistados, ficando atrás apenas de viajar pelo Brasil (58,1%) e comprar a casa própria (59,2%). O estudo apontou ainda que, quase 70% dos empreendedores abrem um negócio por oportunidade. Em 2002, o índice dos que empreendiam motivados pela identificação de uma chance no mercado empresarial era de 42,4%.

O levantamento comprova a evolução da atividade empreendedora no país. Em 2002, 20,9% da população estava envolvida na criação ou administração de um negócio. Dez anos depois, o índice saltou para 30,2% da população adulta, entre 18 e 64 anos. O crescimento de 44% na taxa de empreendedorismo é compatível com o dinamismo da economia brasileira no período, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em média cerca de 4%. Para 88% dos brasileiros adultos, o início de um novo negócio é uma boa opção de carreira.

A GEM também constata que entre os brasileiros mais escolarizados é maior a proporção de empresários por oportunidade. No grupo dos empreendedores com pós-graduação completa, por exemplo, 87% dos empresários em fase inicial abriram o negócio após constatar uma oportunidade de mercado.

Os negócios iniciais estão mais concentrados nas mãos de jovens entre 25 e 34 anos, que respondem pela criação de 33,8% das empresas. A faixa etária entre 35 e 44 anos reúne 27% das novas empresas. 

Já entre os empreendimentos estabelecidos – com mais de 3,5 anos de atividade -, a idade predominante está entre 35 e 44 anos, com 30% dos negócios.  A pesquisa GEM aponta ainda que a escolaridade está melhorando entre as empresas iniciais. Enquanto que nos negócios com mais de 3,5 anos de existência 30% dos empresários têm o Ensino Médio completo, nas empresas novas o índice corresponde a 37%.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Brasil cria grupo que implementará Diretrizes da OCDE para multinacionais


 

 
 
O Ponto de Contato Nacional (PCN) para a implementação das Diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para as Empresas Multinacionais passou a ser instituído pelo governo federal como grupo de trabalho interministerial.
A determinação foi estabelecida em portaria interministerial publicada hoje (20) no Diário Oficial da União.
Em 27 de junho de 2000, o Brasil se comprometeu a implementar e divulgar as Diretrizes da OCDE, conjunto de propostas com o objetivo de fornecer princípios e padrões voluntários para uma conduta empresarial responsável. O documento Linhas Diretrizes da OCDE para as Empresas Multinacionais pode ser consultado no site do Ministério da Fazenda. As Diretrizes da OCDE incluem recomendações em áreas de direitos humanos, emprego, meio ambiente, transparência, combate à corrupção, solicitação de suborno e extorsão, interesses do consumidor, ciência e tecnologia, concorrência e tributação. O PCN brasileiro será composto por representantes de 11 órgãos do governo federal: Banco Central; Controladoria-Geral da União;  Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Ministério da Fazenda; Ministério da Justiça; Ministério das Relações Exteriores; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério do Trabalho e Emprego; e Secretaria dos Direitos Humanos.
 

 
 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A BANALIZAÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA


Neste artigo, a conselheira de empresas Sueli Marinho conclama a um combate rigoroso aos “descaminhos” da governança, e alerta: hoje, ter conselhos e comitês nas companhias não significa transparência

Sueli Marinho*
Tema que apaixona gestores lúcidos e de conduta ilibada, a Governança Corporativa  atravessa um momento delicado de banalização.

Foi no fim da década de 90 que um grupo de pessoas de boa índole resolveu disseminar este processo no Brasil, tendo como consequência a constituição do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.   A boa intenção foi coroada de êxito e o mercado de capitais teve a grata satisfação de ver ampliada sua listagem  de ações na BOVESPA.

reuniao-conselho-adm-350bNo entanto, embora estejamos no século XXI, ano de 2013, com a Governança Corporativa já amadurecida, constatamos com tristeza sua utilização oportunista, com o objetivo de promover ganhos indevidos, com falsas  demonstrações financeiras, manipulações contábeis e outras heresias.

Muitas empresas utilizam  Governança Corporativa como propaganda enganosa e chamariz para atrair investidores incautos e IPOs com destinos escusos.  Está difícil de encontrar as práticas da Governança  como ela foi realmente conceituada para apoiar empresas de qualquer porte, segmento e origem.    A ganância continua sendo a palavra chave, com más consequências para o mercado financeiro e para a credibilidade do país. Estamos numa rota equivocada.

Quando a Governança está implementada em empresas, os bancos consideram que o risco deve ser menor e oferecem menores taxas de juros, pois contam com gestores atuando com ética, transparência, compliance e responsabilidade social, agregando valor à companhia. Nesta situação,  qualquer desvio destas ferramentas pode ser facilmente detectado, não só na Diretoria Executiva como também nos Conselhos de Administração e Fiscal.  A Auditoria fica mais confiante nos números e relatórios apresentados.

IPO só é possível com a empresa praticando o processo da Governança Corporativa (GC). Aquisição de empresas que tem GC é mais fácil, e a companhia adquiria se torna mais valorizada. As companhias de capital aberto são obrigadas a estas práticas, por lei das S.A.s. Em qualquer processo de aquisição, o primeiro quesito indagado é sobre a existência da GC, pois se trata de material nobre a ser apresentado nos relatórios de Administração quando da publicação do balanço anual. E se constar nos Conselhos nomes de medalhões do mercado, a impressão é melhor ainda (polêmicas à parte).

Sabe-se que na maioria das empresas, porém, o que acontece dentro dos recintos burocráticos dos escritórios executivos  contraria o bom senso:  ingerência dos sócios, familiares, governo, regulação, lobby do segmento, insiders, conflito de interesses e tantos outros reveses que todos conhecem e têm pouca coragem de denunciar.  É público que as indicações do Código da Governança Corporativa não são praticadas. Por este motivo vou mencionar alguns casos do imenso setor financeiro,  muitos com controle difuso, sem a intenção de julgamento, pois o intuito é alertar para a falsa Governança Corporativa.

“Nos últimos dois anos sete bancos foram liquidados ou sofreram intervenção do BC.  Começou com o Banco Panamericano, repassado para a Caixa Econômica e o BTG, e seguiu com o Cruzeiro do Sul, o Matone, o Prosper, o Schain, o Morada e o BVA. O caso Panamericano ainda hoje dá dor de cabeça e seus controladores, especialmente a Caixa, que entrou no negócio, como todos sabem, por uma decisão política de Brasília. E sem ter sido alertada das fraudes que por lá havia, pelo menos é isto que seus dirigentes alegam quando cobrados. Em todos esses bancos foram encontradas fraudes, algumas mais outras menos grossas, que se realizaram ao longo de um bom tempo, não nasceram na antevéspera da intervenção. As revelações que a imprensa vem trazendo a respeito dos negócios do Cruzeiro do Sul são, no mínimo, cabeludas. No mercado também se comenta assustadamente as coisas que se passavam no BVA. Coisas medidas em bilhões de reais, um bom naco com os fundos de pensão das estatais. A pergunta que não quer calar é simples : por onde andava a fiscalização do BC todo esse tempo ? “(texto de Política & Economia na REAL, no. 223 –por Francisco Petros e José Marcio Mendonça).

Os autores deste excelente texto indagam sobre o BC, mas e o que dizer das auditorias e demais entidades que propalam os bons exemplos da governança, em seminários, palestras, etc.?  E os maus exemplos, cadê?

Observa-se que todos os citados no texto tem Governança Corporativa em sua gestão, incluindo uma série de comitês. O mesmo ocorre nos fundos de pensão estatais. E aí podemos concluir que não funcionou.  Cadê os pilares da governança?  Todos foram abalados.   E abalados também ficaram quem neles acreditou e colocou suas economias.

Há também o exemplo das contas públicas do Governo Federal.  No Jornal Valor de 06 de fevereiro ultimo, pagina A12, no interessante artigo do prof.José Marcos Domingues, cujo título é Orçamento da União e incerteza jurídica, há o seguinte comentário: “Como pode o setor privado planejar-se, se as contas públicas são maquiadas?”.   Bem se sabe que o exemplo vem de cima: logo, a cobrança da transparência não tem moral.  Que falta que faz um bom castigo como diz Renato Chaves do blogdagovernança.com .

O que houve foi a banalização da governança, de ter esta ferramenta só para constar, não para valer. E provocar interpretações não verdadeiras, aumentando o risco do negócio. Não existe o funcionamento de parte do processo da governança. Meia verdade é uma mentira inteira.

Temos que alimentar o lado bom da governança, acompanhar rigorosamente os descaminhos.  De nada vale disseminar algo que não funciona.  Hoje ter Conselhos e Comitês nas empresas não significa transparência; é praticamente uma obrigação e também um risco.

Os seres humanos são contraditórios e é difícil satisfazê-los, mas não podemos deixar de tentar melhorar sempre.

É a hora de serem revistas as normas das boas práticas da GC, olhando para o Brasil e sua legislação.  Normas realistas, que qualquer empresa, de qualquer segmento, possa exercer com clareza, através de seus executivos e Conselhos.

Eis um novo desafio para os aficionados pela GC e também pelo IBGC, que detém infraestrutura e profissionais qualificados de longa experiência para realização desta empreitada.   Vamos refletir com sinceridade e coragem. Mãos à obra.


*Conselheira Independente, certificada pelo IBGC, Diretora de
Governança Corporativa da SBM Consultoria & Associados

Embraer sobe 14 posições em ranking de venda de armas e serviços militares


 
 
  
 

 
 
Moderno cargueiro (foto) é destaque da Embraer, que subiu 14 posições em 2011 no ranking das empresas que mais vendem armas e serviços militares no mundo, segundo o Instituto de Pesquisa da Paz Internacional de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês).  
A empresa é a única brasileira da lista, que possui majoritariamente empresas dos EUA.
Com US$ 860 milhões em negócios, a Embraer subiu da 95ª para a 81ª colocação entre 2010 e 2011.
Segundo o Sipri, 15% do faturamento da companhia em 2011 veio da venda de armas.
Além de fabricar jatos comerciais e executivos, a Embraer atua no segmento de defesa e segurança, fornecendo caças à Marinha do Brasil e à FAB (Força Aérea Brasileira), entre outros países.
Nas primeiras posições ficaram as americanas Lockheed Martin e Boeing, a britânica BAE Systems e a americana General Dynamics.
Considerando as vendas totais das cem maiores fabricantes de armas, houve uma queda em 2011 pela primeira vez desde meados da década de 90.
 As vendas totalizaram US$ 410 bilhões, uma queda de 5% em uma base ajustada por câmbio, ante US$ 411 bilhões em 2010.  
Fonte: Folha/UOL
 
 


 


 

AMIGOS LATINOS EM AMERICANA

Prefeitura de Americana vai mapear situação de imigrantes latinos.

O prefeito Diego De Nadai lançou, em janeiro (2013), o projeto Amigos Latinos, que mapeará a situação dos imigrantes da América Latina na cidade de Americana. A intenção é ter um panorama da situação atual dos cidadãos oriundos especialmente dos países como Bolívia, Chile e Paraguai. 

Técnicos das secretarias de Cidadania e Movimentos Sociais, de Ação Social e Desenvolvimento Humano, de Relações do Trabalho e de Saúde trabalharão em conjunto no programa para identificar em quais condições vivem os latinos.

De acordo com o prefeito Diego, a administração deve dar todo o auxílio necessário e amparo para regularização dos imigrantes no Brasil. “Nosso país é um país que acolhe, se eles escolheram Americana serão tratados com dignidade. Vamos identificar, orientar e dar acolhimento necessário para todos os imigrantes que estão em nossa cidade”, comentou Diego, que lembrou também a origem do município. “Americana foi fundada por imigrantes. Temos a obrigação de recebê-los de braços abertos”.

O trabalho de mapeamento de imigrantes latinos será conduzido pela Secretaria de Cidadania e Movimentos Sociais. Serão realizadas visitas “in loco” em pontos já identificados pela Prefeitura, que produzirá relatório com todas as informações obtidas em questionário feito por técnicos. “Vamos enquadrar nos programas sociais e de saúde. Auxiliaremos também na regularização e na busca por empregos. Enfim, iremos também combater a exploração e faremos um censo da imigração latino-americana”, frisou o prefeito Diego.

O trabalho de campo já começou e as diversas pastas envolvidas no programa “Amigos Latinos” devem levantar os pontos de trabalho e os locais onde moram os imigrantes latinos. A intenção é criar o cadastro e incluir todos os imigrantes nos diversos programas das secretarias de Ação Social e de Saúde. Os desempregados serão convidados pela Secretaria de Relações do Trabalho para participar de cursos de qualificação profissional.

Bolivianos cadastrados

Cerca de 300 bolivianos já procuraram algum tipo de atendimento ligado à área da saúde. O levantamento foi feito pela Secretaria de Saúde, que apontou também quase 90 famílias da Bolívia no cadastro SUS. No país há três anos, o boliviano Ricardo Ventura Flores, de 37 anos, não escondeu a felicidade pelo programa lançado. “Foi muito difícil a adaptação e aceitação no país. Temos algumas dificuldades na hora de buscar ajuda. Esse programa vai abrir uma porta importante no Brasil. Estou muito feliz pela oportunidade”, comemorou o costureiro, que mora com toda a família no bairro São Vitto.

Após todo o auxilio dentro dos programas da Prefeitura de Americana, os imigrantes serão encaminhados para a regularização no país. “Essa será uma última etapa, que vamos fazer questão de contribuir. Nesse primeiro momento, a administração vai ajudar oferecendo todos os programas existentes no município. A cidade está de portas abertas para todos os latino-americanos”, destacou o secretário de Cidadania e Movimentos Sociais, Valdecir Duzzi.

Programa “Amigos Latinos”

Objetivo: criação de um grupo de trabalho intersetorial para identificar e cadastrar imigrantes latinos.
O grupo é constituído por representantes da Secretaria de Saúde, Secretaria de Relações do Trabalho, Secretaria de Ação Social e Secretaria de Cidadania e Movimentos Sociais.

O cadastramento vai identificar onde vivem e como vivem as famílias de imigrantes latinos. Se elas têm acesso à saúde, se estão trabalhando, se os filhos têm acesso à educação…etc
Ações: A Prefeitura dará suporte para que essas famílias sejam incluídas na sociedade. Uma cartilha deverá ser produzida com orientações às famílias imigrantes.

As secretarias envolvidas vão atuar da seguinte forma:

Ação Social – Inlcusão das famílias latinas em programas sociais dos governos estadual e federal e do municipio.

Relações do Trabalho – Evitar o trabalho escravo, oferecer condições de trabalho às familias e encaminhá-las a cursos profissionalizentes.

Cidadania – regularização dos imigrantes no país.

Saúde – Ações preventivas e orientações em saúde, emissão do Cartão Saúde para facilitar atendimento nas unidades de saúde do municipio.
A Secretaria de Saúde vai, através dos Agentes Comunitários de Saúde, identificar os latinos residentes na área da abrangência das unidades de saúde da família.

(Portal Novidade – 24/01/2013)