terça-feira, 27 de agosto de 2013

BNDES desvincula empréstimo a Eletrobras de dividendos


Francisco Dornelles acusou o banco de fomento de ter atuado como "laranja" na operação para que a companhia conseguisse honrar seus compromissos com o governo

Eduardo Rodrigues e Laís Alegretti, do
Fábio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho
Luciano Coutinho: "O grupo [Eletrobras] perdeu receitas após renovação das concessões do setor elétrico e esse empréstimo atenuou os impactos no giro de caixa da companhia"

Brasília - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, informou que o empréstimo de R$ 2,5 bilhões para a Eletrobras (ELET3) serviu para dar fôlego ao grupo e descartou qualquer vinculação com o pagamento de dividendos ao Tesouro Nacional.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) acusou o banco de fomento de ter atuado como "laranja" na operação para que a companhia conseguisse honrar seus compromissos com o governo.

"A Eletrobras tem funding suficiente para arcar com seus dividendos e o empréstimo foi concedido para que o grupo tenha fluxo de caixa para garantir seus planos de investimentos. A Eletrobras passa por uma reestruturação de custeio para se tornar mais eficiente", respondeu Coutinho, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira, 28.

"O grupo perdeu receitas após renovação das concessões do setor elétrico e esse empréstimo atenuou os impactos no giro de caixa da companhia", completou.

Grupo Boticário desiste, pela 1ª vez, de um negócio


A linha de cuidados dermatológicos Skingen nunca decolou e foi encerrada discretamente pela marca há três meses

Marli Lima, do
Divulgação
Fábrica do Grupo Boticário
Grupo Boticário: neste ano, o carro-chefe continuará sendo a marca O Boticário, que possui rede de 3,6 mil lojas e faturou R$ 6,9 bilhões no ano passado

Curitiba - Há dois anos, o paranaense Grupo Boticário empreendeu uma agressiva onda de expansão, iniciada pela Eudora, criada para disputar o mercado de vendas diretas com a Natura. Entre novas marcas e aquisições, foram abertas seis unidades de negócios, com níveis variados de êxito. O ano de 2013 seria, segundo a empresa, o momento de uma “parada técnica” para arrumar a casa. Essa estratégia já fez uma primeira vítima: a linha de cuidados dermatológicos com a pele Skingen.

A unidade foi fechada discretamente, há três meses. O imóvel que por pouco mais de um ano abrigou a Skingen Inteligência Genética, em uma rua movimentada de Curitiba, está em reforma e já não exibe o nome da empresa. 

Os funcionários do serviço de atendimento ao consumidor informam que as atividades foram encerradas no dia 27 de maio e sugerem que os pacientes procurem um dermatologista para a continuidade do tratamento.

Foi em fevereiro de 2012 que a empresa anunciou sua entrada no segmento de cuidados terapêuticos com a pele, para tratar rugas, flacidez e outros problemas. 

O valor do investimento no negócio não foi revelado, mas o presidente do grupo, Artur Grynbaum, disse na ocasião que dava mais um passo para alcançar o objetivo de ser “um dos maiores players focados em beleza e moda do mundo”.

A Skingen, porém, nunca decolou. O negócio começou pequeno, a partir do relacionamento pessoal dos executivos do grupo com dermatologistas de Curitiba. A operação era um tanto complicada, pois os pacientes tinham de enviar amostras de pele para o laboratório da marca, que fazia produtos específicos para cada problema. 

Em entrevista ao Estado, no início do ano, Grynbaum admitiu que, quase 24 meses após sua criação, a Skingen ainda estava em estágio embrionário.

Hoje a marca nem aparece mais no site do grupo, que cita outras unidades - O Boticário, Eudora, Quem Disse, Berenice? e The Beauty Box. Embora a existência da Skingen como negócio seja recente, a aposta nela começou em 2008, quando o grupo investiu em um laboratório de pesquisa na área biomolecular focado no estudo de processos de envelhecimento.

Primeiro o projeto foi batizado de Labim, dentro da Universidade Positivo, de Curitiba. Mais tarde vieram o Skingen Lab, para análise genética de pacientes encaminhados pelos dermatologistas, e a Skingen Pharma, para manipular os cremes.

Procurado, o Grupo Boticário não falou sobre o fim da Skingen, mas o assunto rendeu um pedido de explicação do médico Omar Lupi, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia e diretor científico do Instituto Protetores da Pele. Para ele, a empresa deve explicações sobre o que vai fazer com as amostras de pele recolhidas.

“Uma empresa de biotecnologia que guarda em seu poder amostras biológicas frescas de milhares de pessoas não pode simplesmente fechar as portas sem prestar esclarecimentos sobre o destino deste material biológico colhido”, diz Lupi, em texto publicado no site do instituto.

A resposta da empresa também está lá. “Com o encerramento das atividades, o Grupo Boticário esclarece que não utilizou e não utilizará para pesquisa qualquer sobra de material biológico recebido via Skingen Lab”. Lupi, no entanto, pede “uma prestação de contas para a classe dermatológica”.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Riachuelo rompe divisão entre moda popular e de luxo


A rede de varejo vai inaugurar uma unidade na luxuosa rua Oscar Freira como parte de um projeto de sofisticação de marca

Fernando Scheller, do
Divulgação
Loja da Riachuelo
Loja da Riachuelo: o objetivo é dobrar o número de lojas e triplicar a receita para R$ 10 bilhões até 2016

São Paulo - A linha divisória entre as marcas de luxo e as redes populares de moda para consumo rápido vai desaparecer na Oscar Freire, uma das ruas de comércio mais sofisticadas do País. A rede de varejo Riachuelo vai inaugurar uma unidade no local em novembro. A decisão faz parte de um projeto de sofisticação de marca que serve a um objetivo econômico bem claro: dobrar o número de lojas e triplicar a receita para R$ 10 bilhões até 2016.

Para convencer o consumidor de que Riachuelo também é sinônimo de glamour, a empresa vai aumentar a aposta nas linhas assinadas por estilistas famosos em 2014. As experiências dos últimos anos com nomes como Oskar Metsavaht, Clô Orozco e Chris Barros mostraram que o público do Grupo Guararapes quer consumir produtos que tragam tendências de moda mais ousadas. A chegada à Oscar Freire vai coincidir com o lançamento de cinco linhas assinadas que serão distribuídas em toda a rede.

A meta de crescer e, ao mesmo tempo, ter uma percepção mais premium aos olhos do consumidor, não passa só pela sofisticação dos produtos. Segundo o presidente da Riachuelo, Flavio Rocha, uma parte vital do trabalho não é só abrir lojas, mas também ocupar os espaços certos. É por isso que, no início de 2014, a empresa vai inaugurar outra loja “símbolo”, num prédio de seis andares na Avenida Paulista, bem na esquina com a Haddock Lobo. Juntas, as unidades da Paulista e da Oscar Freire vão consumir R$ 20 milhões e custarão pelo menos dois terços mais do que um ponto de venda-padrão.

Para chegar à meta de dobrar o número de lojas até 2016, para 330 unidades, a Riachuelo está colocando o pé no acelerador a partir deste ano. Serão 41 inaugurações ao longo de 2013, para um total de 210 pontos de venda no fim de dezembro. Para chegar lá, Rocha está atento aos espaços que surgem nos shopping centers. Antes do Natal, a empresa deverá abrir uma unidade de roupas femininas - a Riachuelo Mulher - no Shopping Eldorado, em São Paulo, onde as rivais Renner, C&A e Zara já estão presentes há anos.


Refinado x popular


A “mistura” de marcas populares a grifes de luxo já é muito comum no exterior. O aluguel comercial mais caro do mundo é pago pela rede de confecções Forever 21, que ocupa o edifício que antigamente era da Virgin Records, no Times Square, em Nova York. A Oscar Freire está seguindo essa tendência, segundo Rosangela Lyra, presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins. Ela lembra que redes como a Chili Beans (óculos) e a Arezzo (calçados) já têm lojas conceito no local. A chocolateria Kopenhagen vai abrir um espaço semelhante em breve.

Especialista em moda, Marie-Oceane Gazurek, do Grupo Troiano de Branding, diz que a aproximação entre o luxo e o fast fashion reflete uma evolução da percepção da consumidora brasileira. De um lado, as camadas mais populares perderam o “medo” de lojas mais bonitas e organizadas. De outro, as classes de maior poder aquisitivo perceberam que vestir grifes da cabeça aos pés não é, necessariamente, sinônimo de elegância. “Na França, é comum uma mulher usando uma bolsa Louis Vuitton entrar na H&M (rede sueca de baixo custo) para comprar um item mais básico. As duas coisas podem conviver muito bem.”

Para que a sofisticação da Riachuelo não fique só no discurso, o presidente da empresa sabe que o cuidado com a qualidade precisará ser percebido também fora da Oscar Freire. “Vamos melhorar o produto comum da Riachuelo, mas sem aumentar o preço”, diz o empresário. “Já cometemos esse erro no passado, após algumas parcerias com estilistas. Hoje sabemos quanto o nosso público está disposto a pagar.”

Em relação às lojas, a Riachuelo afirma ter, entre inaugurações e reformas, 60 pontos de venda considerados premium - um deles é a unidade do Shopping Frei Caneca, em São Paulo. O novo conceito mudou a iluminação e a disposição dos produtos. Agora, a empresa está trabalhando para que o consumidor tenha a impressão de que as roupas da Riachuelo não são mais produzidas em série. Por isso, desenvolveu um sistema que reduziu drasticamente o número de peças expostas nas lojas.

Até pouco tempo atrás, a Riachuelo chegava a mandar 36 unidades de cada peça ao varejo; hoje, conseguiu reduzir a quantidade para até quatro unidades por item. A medida ajuda a reduzir encalhes e melhora o faturamento por metro quadrado de venda, uma vez que peças que não caíram no gosto da clientela deixam de ocupar espaço na loja. Hoje, 40% da rede é abastecida diariamente pelos caminhões do Grupo Guararapes, que tem sua própria transportadora. O objetivo é que todas as unidades sejam atendidas na mesma velocidade até o fim do ano que vem.

Dólar sobe 0,67% alta ante real, em busca de equilíbrio


Dólar operava em alta ante o real nesta segunda-feira, tentado buscar um ponto de equilíbrio após cair mais de 3%

Scott Eells/Bloomberg
Dinheiro: pilhas de notas de dólar
Dólar: às 11h34, a moeda norte-americanaavançava 0,67%, a R$2.3692  na venda, depois de cair 3,2%, para R$2,3534, na última sessão

São Paulo - Em dia de sobe e desce, o dólar operava em alta ante o real nesta segunda-feira, tentado buscar um ponto de equilíbrio após cair mais de 3 por cento na véspera e o BC realizar o primeiro leilão de swap tradicional do seu programa de intervenções diárias no início deste pregão.

Às 11h34, o dólar avançava 0,67 por cento, a 2.3692 reais na venda, depois de cair 3,2 por cento, para 2,3534 reais, na última sessão - a maior queda diária em quase dois anos. O volume de negociação estava em pouco mais de 140 milhões de dólares, segundo dados da BM&F.

"Até o câmbio achar um ponto de equilíbrio, vai ser difícil traçar qualquer tipo de projeção para o dólar", afirmou o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano, para quem esse ponto deve estar entre 2,30 e 2,38 reais.

Mais cedo, o BC vendeu sua oferta total de contratos de swap cambial tradicional --equivalente a venda de dólares no mercado futuro-- com vencimento para 2 de dezembro de 2013. O volume financeiro foi equivalente foi de 497,9 milhões de dólares.

A operação faz parte do plano do BC, anunciado na quinta-feira à noite, de intervenções diárias no mercado de câmbio até o final do ano, por meio da venda de swap cambial tradicional e de leilões de linha, com venda de dólares com compromisso de recompra.

O potencial total do programa é de 60 bilhões de dólares e seu objetivo, de acordo com a autoridade monetária, é "prover hedge cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado".

Já na sexta-feira, comparado com o dia anterior, os investidores reduziram em 22,5 por cento sua posição líquida comprada em dólar no mercado futuro, para 97.421 mil contratos, equivalente a 4,87 bilhões de dólares, segundo o último dado disponível pela BM&F.

"O mercado está se sentindo confortável", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. "O BC está garantindo liquidez e, além disso, está dizendo que, eventualmente, se for preciso, vai entrar com outros leilões para suprir as necessidade do mercado", explicou.

No início desta sessão, o dólar abriu em alta ante o real, mas passou a cair por cerca de 30 minutos, após a divulgação o dado de encomendas de bens duráveis dos Estados Unidos ter vindo bem abaixo do esperado, realimentando as expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, manterá seu programa de estímulos, no valor mensal de 85 bilhões de dólares no curto prazo.

"Se a economia norte-americana não engata, significa que sua política monetária continuará expansionista", afirmou o economista chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

O movimento de alta do dólar, no entanto, perdeu fôlego com os investidores ainda testando o ponto de equilíbrio da moeda norte-americana ante o real.

Nova tributação de lucros e dividendos de empresa brasileira no exterior


 
 
O ministro Guido Mantega, da Fazenda, anunciou que  um novo regime de tributação lucros e dividendos de subsidiárias de empresas brasileiras no exterior está praticamente definido, mas ainda haverá nova rodada de negociação com os empresários.

As novas regras estabeleceriam um regime de taxação mínimo de 22% de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para os lucros no exterior. Se a empresa provar que recolheu esse "piso" lá fora, o resultado fica protegido da taxação no Brasil. Mas, se não provar, paga integralmente alíquota de 34%, incluindo 25% de IR e 9% de CSLL.

Além da alteração nas normas de tributação, o pacote do governo deve incluir a renegociação de um contencioso cujo potencial está estimado em R$ 70 bilhões em multas por IRPJ e CSLL não recolhidos. Deve haver um desconto, provavelmente de multas e juros, nessa dívida e seu parcelamento em até cinco anos. "Se tivessem de pagar hoje, haveria impacto nos investimentos aqui", avalia o economista José Júlio Senna, que tem participado das discussões privadas.

Fonte: redação, com agências

Apex abre escritório no Vale do Silício, Califórnia, para abrigar startups brasileiras



 
 
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao Ministério do Comércio Exterior (Mdic), abriu na sexta-feira (23/8) escritório no Vale do Silício, Califórnia, com o objetivo de trazer para se estabelecer no espaço, ainda este ano, até 30 jovens empresas (startups) das áreas de tecnologia, biotecnologia e energia renovável. 

O escritório fica no prédio da aceleradora californiana Rocket Space, na área central da cidade. O espaço é de apenas 100m², mas a ideia é que as empresas trabalhem em regime de co-working, dividindo espaço umas com as outras nas mesmas mesas. Parte do local será usado por algumas das companhias selecionadas pelo startup Brasil, programa federal que visa a acelerar 150 novas firmas das áreas de software e serviços digitais até 2014.

"O centro de negócios prova o amadurecimento do empreendedorismo brasileiro. As empresas já nascem com o DNA da internacionalização ", afirmou Mauricio Borges, presidente da Apex-Brasil.

Segundo a gerente executiva de investimentos da Apex, Maria Luisa Cravo, algumas startups já procuraram a agência na tentativa de utilizar o escritório, mas o grupo de empresas ainda não foi determinado. O centro de negócios funcionará como uma aceleradora para firmas que consigam provar necessidade e capacidade de internacionalização. Elas ficarão no máximo 18 meses utilizando a estrutura do espaço, onde poderão receber possíveis investidores de capital de risco e parceiros locais para fechar negócios.

A Apex manterá dois funcionários em San Francisco, porque grande parte do trabalho burocrático (financeiro, legal etc.) será realizado pelo escritório que a agência mantém em Miami desde 2005, onde já intermediou a internacionalização de 66 empresas brasileiras, como Mundial e Girafas. O centro de negócios de San Francisco é o nono que a Apex abre no exterior: há escritórios em Angola, Rússia, Emirados Árabes, Cuba, China, Bruxelas e Colômbia (este ainda não foi lançado oficialmente, mas já funciona).

Fonte: redação, com agências.
 

domingo, 25 de agosto de 2013

Avião negreiro

 
 Chegada dos primeiros médicos cubanos no Aeroporto Internacional de Recife, em Pernambuco Foto: Luiz Fabiano / Futura Press
 
 

BRASÍLIA - Ninguém pode ser contra um programa que leva médicos, mesmo estrangeiros, até populações que não têm médicos. Mas o meio jurídico está em polvorosa com a vinda de 4.000 cubanos em condições esquisitas e sujeitas a uma enxurrada de processos na Justiça. 

A terceirização no serviço público está na berlinda, e a vinda dos médicos cubanos é vista como terceirização estatal --e com triangulação. O governo brasileiro paga à Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), que repassa o dinheiro ao governo de Cuba, que distribui entre os médicos como bem lhe dá na veneta. 

Os R$ 10 mil de brasileiros, portugueses e argentinos não valem para os que vierem da ilha de Fidel e Raúl Castro. Seguida a média dos médicos cubanos em outros países, eles só embolsarão de 25% a 40% a que teriam direito, ou de R$ 2.500 a R$ 4.000. O resto vai para os cofres de Havana. 

Pode um médico ganhar R$ 10 mil, e um outro, só R$ 2.500, pelo mesmo trabalho, as mesmas horas e o mesmo contratante? Há controvérsias legais. E há gritante injustiça moral, com o agravante de que os demais podem trazer as famílias, mas os cubanos, não. Para mantê-los sob as rédeas do regime? 

E se dez, cem ou mil médicos cubanos pedirem asilo? O Brasil vai devolvê-los rapidinho para Havana num avião venezuelano, como fez com os dois boxeadores? Olha o escândalo! 

O Planalto e o Ministério da Saúde alegam que os cubanos só vão prestar serviço e que Cuba mantém esse programa com dezenas de países, mas e daí? É na base de "todo mundo faz"? Trocar gente por petróleo combina com a Venezuela, não com o Brasil. Seria classificado como exploração de mão de obra. 

Tente você contratar alguém em troca de moradia, alimentação e, em alguns casos, transporte, mas sem pagar salário direto e nem ao menos saber quanto a pessoa vai receber no fim do mês. No mínimo, desabaria uma denúncia de trabalho escravo nas suas costas.
eliane cantanhêde
Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa da Folha, onde escreve às terças, quintas, sextas e domingos. É também comentarista do telejornal "Globonews em Pauta" e da Rádio Metrópole da Bahia.