terça-feira, 27 de agosto de 2013

O networking está sempre presente na vida das mulheres empreendedoras, mas não é o mesmo tipo de networking que os círculos tradicionais de negócios conhecem.
Em algumas conversas que tive sobre empreendedorismo, um tópico comum é a dificuldade para se encontrar mulheres empresárias. Uma reclamação constante dos recrutadores é que nós não participamos de eventos e não fazemos networking, o que torna quase impossível nos conhecer.
De acordo com um estudo do Business Insider, as mulheres recebem apenas 4,2% dos fundos de Venture Capital. Outra pesquisa, realizada pela Endeavor com a UNCTAD, reforça que mulheres participam menos de associações e entidades de classe do que homens.
Estes dados traduzem um pouco a realidade da nossa rotina executiva.
O que os dados não mostram, é que o networking é sempre presente na vida das mulheres que empreendem, mas não o mesmo networking que os círculos de negócios estão acostumados.
Nossa rede é recheada de professoras da escola das crianças, de mães dos amigos dos nossos filhos, de pediatras e até mesmo de babás da vizinhança.
A mulher empreendedora muitas vezes é mais velha que o homem empreendedor. Pois ela esperou nascerem os filhos, eles crescerem um pouco e aí sim mergulhou em sua carreira. Mas isso traz junto uma carga que talvez seja de difícil entendimento para os homens em geral e praticamente impossível para os jovens de startups e aceleradoras.
Pensem em um dia razoavelmente comum na vida da empreendedora:
Após vestir qualquer coisa por cima do pijama, ouvir seu nome e apelidos 50 vezes – “manhê cadê meu tênis?”, “manhê, não consigo prender meu cabelo”, “amor, que horas é o balé hoje?”, consegue-se partir para a escola.
Voltar para casa depois disso é uma dádiva. Ter tempo para tomar banho e se arrumar com calma, faz o dia certamente começar muito melhor, pena que nem sempre isso é possível.
Já no caminho do trabalho, liga uma colega mãe e lhe pergunta: Você já comprou a roupa pra festa de junho na escola? Aí a empreendedora puxa lá no fundo da memória que festa seria esta, consegue lembrar, mas daí pra saber que tinha uma roupa especial... Ela telefona pra escola para perguntar que roupa é esta que precisaria comprar. Descobre em cima da hora que não terá tempo de ir atrás disso e, graças ao seu networking com as mães, que agora são também suas amigas, irmãs, motoristas e tudo mais que ela precisa, resolve o problema da roupa pedindo para que quando fossem comprar pros seus filhos, comprassem pros seus também.
Ufa! Finalmente o dia começa, não antes da funcionária do lar lembrá-la com veemência que acabou o sabão em pó e que deste jeito não ia dar pra lavar a roupa hoje. A empreendedora, que nunca tem um tostão na carteira, leva a funcionária ao caixa automático da esquina para tirar um dinheiro para que ela possa ir ao mercado. Claro que nestas horas não serão mais R$ 5,89 do sabão apenas (sim, nós sabemos o preço do sabão em pó), agora ela irá comprar mais “umas coisinhas” que estão faltando também. Mas isso já daria outro texto.
Agora sim! Três, quatro horas de trabalho sem interrupção! Todos os problemas de clientes, pagamentos, funcionários, são plenamente solúveis.
Até que chega o horário do almoço. Aquele horário que os empreendedores comuns saem para almoçar e fazer, como é mesmo o nome? Networking!
Coincidentemente, as mulheres que eu conheço que tem cargos executivos não gostam de sair para almoçar. Gostam mesmo de comer qualquer coisa rápida, de preferência na mesa, utilizando este intervalo de valioso silêncio para responder e-mails, pagar contas e planejar a agenda de casa.
Com o dia seguindo normalmente, o único telefonema que ela irá receber quando as crianças voltarem da escola será: O fulaninho me bateu! Comentário que ela fingirá dar toda a atenção e esquecerá 5 minutos depois.
Então o dia passa: Balé, reunião de planejamento, futebol, pipeline de vendas, natação, entrevista com estagiários, inglês, treinamento gerencial, o fulaninho me bateu, de novo! Tudo isso já está na rotina e na logística caótica que a empreendedora administra.
Se tudo correr bem, nenhuma rede mais precisará ser ativada. Mas com crianças pequenas, nunca se sabe. Um voltou da escola com dor de garganta e o outro pode estar passando mal. Aí a empreendedora irá ativar toda a rede das amigas, das funcionárias do lar, dos médicos e de todo mundo que der brecha para ajudá-la. Pois ela terá que refazer toda a agenda do dia e resolver o problema mais importante: A saúde dos pequenos.
Entender esta rotina é fundamental para que se possam encontrar estas mulheres de sucesso. Adequar os horários de eventos é apenas uma das necessidades.
O levantamento da UNCTAD aponta que são elas que trazem mais inovação ao setor de serviços, área que já responde por 60% do PIB do país e apresenta maior potencial de crescimento. Então se quisermos realmente investir neste crescimento, precisaremos de um esforço extra para encontrar estas mulheres, fazendo visitas pessoais e não implementando ainda mais compromissos em suas agendas.
Poxa, mas e o happy hour? Não dá para pelo menos nesta hora participar de algum evento? Digam-me, o que tem de mais happy às oito da noite, que sentar no sofá para assistir Carrossel com um filho de cada lado?
 
Paula Bromfman Puppi é sócia e CEO da Blinks.
- See more at: http://www.endeavor.org.br/artigos/marketing-vendas/networking/o-networking-das-mulheres-empreendedoras?utm_source=Akna&utm_medium=Disparo&utm_content=27.08.2013&utm_campaign=Conteudo#sthash.cdR9ixKg.dpuf
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Em algumas conversas que tive sobre empreendedorismo, um tópico comum é a dificuldade para se encontrar mulheres empresárias. Uma reclamação constante dos recrutadores é que nós não participamos de eventos e não fazemos networking, o que torna quase impossível nos conhecer.
De acordo com um estudo do Business Insider, as mulheres recebem apenas 4,2% dos fundos de Venture Capital. Outra pesquisa, realizada pela Endeavor com a UNCTAD, reforça que mulheres participam menos de associações e entidades de classe do que homens.
Estes dados traduzem um pouco a realidade da nossa rotina executiva.
O que os dados não mostram, é que o networking é sempre presente na vida das mulheres que empreendem, mas não o mesmo networking que os círculos de negócios estão acostumados.
Nossa rede é recheada de professoras da escola das crianças, de mães dos amigos dos nossos filhos, de pediatras e até mesmo de babás da vizinhança.
A mulher empreendedora muitas vezes é mais velha que o homem empreendedor. Pois ela esperou nascerem os filhos, eles crescerem um pouco e aí sim mergulhou em sua carreira. Mas isso traz junto uma carga que talvez seja de difícil entendimento para os homens em geral e praticamente impossível para os jovens de startups e aceleradoras.
Pensem em um dia razoavelmente comum na vida da empreendedora:
Após vestir qualquer coisa por cima do pijama, ouvir seu nome e apelidos 50 vezes – “manhê cadê meu tênis?”, “manhê, não consigo prender meu cabelo”, “amor, que horas é o balé hoje?”, consegue-se partir para a escola.
Voltar para casa depois disso é uma dádiva. Ter tempo para tomar banho e se arrumar com calma, faz o dia certamente começar muito melhor, pena que nem sempre isso é possível.
Já no caminho do trabalho, liga uma colega mãe e lhe pergunta: Você já comprou a roupa pra festa de junho na escola? Aí a empreendedora puxa lá no fundo da memória que festa seria esta, consegue lembrar, mas daí pra saber que tinha uma roupa especial... Ela telefona pra escola para perguntar que roupa é esta que precisaria comprar. Descobre em cima da hora que não terá tempo de ir atrás disso e, graças ao seu networking com as mães, que agora são também suas amigas, irmãs, motoristas e tudo mais que ela precisa, resolve o problema da roupa pedindo para que quando fossem comprar pros seus filhos, comprassem pros seus também.
Ufa! Finalmente o dia começa, não antes da funcionária do lar lembrá-la com veemência que acabou o sabão em pó e que deste jeito não ia dar pra lavar a roupa hoje. A empreendedora, que nunca tem um tostão na carteira, leva a funcionária ao caixa automático da esquina para tirar um dinheiro para que ela possa ir ao mercado. Claro que nestas horas não serão mais R$ 5,89 do sabão apenas (sim, nós sabemos o preço do sabão em pó), agora ela irá comprar mais “umas coisinhas” que estão faltando também. Mas isso já daria outro texto.
Agora sim! Três, quatro horas de trabalho sem interrupção! Todos os problemas de clientes, pagamentos, funcionários, são plenamente solúveis.
Até que chega o horário do almoço. Aquele horário que os empreendedores comuns saem para almoçar e fazer, como é mesmo o nome? Networking!
Coincidentemente, as mulheres que eu conheço que tem cargos executivos não gostam de sair para almoçar. Gostam mesmo de comer qualquer coisa rápida, de preferência na mesa, utilizando este intervalo de valioso silêncio para responder e-mails, pagar contas e planejar a agenda de casa.
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Então o dia passa: Balé, reunião de planejamento, futebol, pipeline de vendas, natação, entrevista com estagiários, inglês, treinamento gerencial, o fulaninho me bateu, de novo! Tudo isso já está na rotina e na logística caótica que a empreendedora administra.
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O levantamento da UNCTAD aponta que são elas que trazem mais inovação ao setor de serviços, área que já responde por 60% do PIB do país e apresenta maior potencial de crescimento. Então se quisermos realmente investir neste crescimento, precisaremos de um esforço extra para encontrar estas mulheres, fazendo visitas pessoais e não implementando ainda mais compromissos em suas agendas.
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Paula Bromfman Puppi é sócia e CEO da Blinks.
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O que os dados não mostram, é que o networking é sempre presente na vida das mulheres que empreendem, mas não o mesmo networking que os círculos de negócios estão acostumados.
Nossa rede é recheada de professoras da escola das crianças, de mães dos amigos dos nossos filhos, de pediatras e até mesmo de babás da vizinhança.
A mulher empreendedora muitas vezes é mais velha que o homem empreendedor. Pois ela esperou nascerem os filhos, eles crescerem um pouco e aí sim mergulhou em sua carreira. Mas isso traz junto uma carga que talvez seja de difícil entendimento para os homens em geral e praticamente impossível para os jovens de startups e aceleradoras.
Pensem em um dia razoavelmente comum na vida da empreendedora:
Após vestir qualquer coisa por cima do pijama, ouvir seu nome e apelidos 50 vezes – “manhê cadê meu tênis?”, “manhê, não consigo prender meu cabelo”, “amor, que horas é o balé hoje?”, consegue-se partir para a escola.
Voltar para casa depois disso é uma dádiva. Ter tempo para tomar banho e se arrumar com calma, faz o dia certamente começar muito melhor, pena que nem sempre isso é possível.
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Então o dia passa: Balé, reunião de planejamento, futebol, pipeline de vendas, natação, entrevista com estagiários, inglês, treinamento gerencial, o fulaninho me bateu, de novo! Tudo isso já está na rotina e na logística caótica que a empreendedora administra.
Se tudo correr bem, nenhuma rede mais precisará ser ativada. Mas com crianças pequenas, nunca se sabe. Um voltou da escola com dor de garganta e o outro pode estar passando mal. Aí a empreendedora irá ativar toda a rede das amigas, das funcionárias do lar, dos médicos e de todo mundo que der brecha para ajudá-la. Pois ela terá que refazer toda a agenda do dia e resolver o problema mais importante: A saúde dos pequenos.
Entender esta rotina é fundamental para que se possam encontrar estas mulheres de sucesso. Adequar os horários de eventos é apenas uma das necessidades.
O levantamento da UNCTAD aponta que são elas que trazem mais inovação ao setor de serviços, área que já responde por 60% do PIB do país e apresenta maior potencial de crescimento. Então se quisermos realmente investir neste crescimento, precisaremos de um esforço extra para encontrar estas mulheres, fazendo visitas pessoais e não implementando ainda mais compromissos em suas agendas.
Poxa, mas e o happy hour? Não dá para pelo menos nesta hora participar de algum evento? Digam-me, o que tem de mais happy às oito da noite, que sentar no sofá para assistir Carrossel com um filho de cada lado?

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A mulher empreendedora muitas vezes é mais velha que o homem empreendedor. Pois ela esperou nascerem os filhos, eles crescerem um pouco e aí sim mergulhou em sua carreira. Mas isso traz junto uma carga que talvez seja de difícil entendimento para os homens em geral e praticamente impossível para os jovens de startups e aceleradoras.
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Coincidentemente, as mulheres que eu conheço que tem cargos executivos não gostam de sair para almoçar. Gostam mesmo de comer qualquer coisa rápida, de preferência na mesa, utilizando este intervalo de valioso silêncio para responder e-mails, pagar contas e planejar a agenda de casa.
Com o dia seguindo normalmente, o único telefonema que ela irá receber quando as crianças voltarem da escola será: O fulaninho me bateu! Comentário que ela fingirá dar toda a atenção e esquecerá 5 minutos depois.
Então o dia passa: Balé, reunião de planejamento, futebol, pipeline de vendas, natação, entrevista com estagiários, inglês, treinamento gerencial, o fulaninho me bateu, de novo! Tudo isso já está na rotina e na logística caótica que a empreendedora administra.
Se tudo correr bem, nenhuma rede mais precisará ser ativada. Mas com crianças pequenas, nunca se sabe. Um voltou da escola com dor de garganta e o outro pode estar passando mal. Aí a empreendedora irá ativar toda a rede das amigas, das funcionárias do lar, dos médicos e de todo mundo que der brecha para ajudá-la. Pois ela terá que refazer toda a agenda do dia e resolver o problema mais importante: A saúde dos pequenos.
Entender esta rotina é fundamental para que se possam encontrar estas mulheres de sucesso. Adequar os horários de eventos é apenas uma das necessidades.
O levantamento da UNCTAD aponta que são elas que trazem mais inovação ao setor de serviços, área que já responde por 60% do PIB do país e apresenta maior potencial de crescimento. Então se quisermos realmente investir neste crescimento, precisaremos de um esforço extra para encontrar estas mulheres, fazendo visitas pessoais e não implementando ainda mais compromissos em suas agendas.
Poxa, mas e o happy hour? Não dá para pelo menos nesta hora participar de algum evento? Digam-me, o que tem de mais happy às oito da noite, que sentar no sofá para assistir Carrossel com um filho de cada lado?
 
Paula Bromfman Puppi é sócia e CEO da Blinks.
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BNDES nega tratamento privilegiado ao Grupo EBX



Por André Borges e Leandra Peres | Valor


Jonathan Alcorn/Bloomberg




BRASÍLIA  -  Atualizada às 16h10

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse que o banco de fomento não fez nenhuma alteração de contrato ou deu tratamento privilegiado ao Grupo EBX, por conta de financiamentos oferecidos à empresa controlada pelo empresário Eike Batista.
Coutinho voltou a dizer que o BNDES possui “todas as garantias” para receber seus aportes, “inclusive fianças bancárias, que protegem os créditos do BNDES”.

Coutinho, que participou de audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, foi insistentemente questionado pelos parlamentares, em relação a empréstimos e operações feitas com as empresas de Eike.

A BNDESPar, empresa de participações do banco, é dona de 0,66% do capital da mineradora MMX e 0,26% da OGX.

Crédito

Coutinho afirmou que o banco tem, atualmente, R$ 6 bilhões contratados pelo Grupo EBX.
“Nós aprovamos empréstimos [para o Grupo EBX] numa escala de R$ 10 bilhões. Isso foi transparente. Os empréstimos efetivamente contratados giram em torno de R$ 6 bilhões e, nesse momento, uma parte expressiva está migrando para outras companhias”, disse ele.

“Uma vez que as companhias que nós financiamos estão sendo objeto de transferência para outros investidores, todo esse volume vai estar equacionado. 

Os novos investidores levarão adiante os projetos e, portanto, assumirão esses financiamentos”, disse o presidente do BNDES.

Uma “parcela majoritária” dos R$ 6 bilhões contratados pelo grupo de Eike Batista, segundo Coutinho, já foi repassada para a alemã E.ON, que anunciou aumento na sua participação na empresa de energia MPX.

Reestruturação

Na mesma audiência, o executivo disse mais cedo que o banco de fomento não tem interferência no processo de reestruturação do |Grupo EBX e que os ajustes no conglomerado serão feitos pelo mercado.
Coutinho explicou que os créditos do BNDES se concentram em energia e em logística. No caso da MPX, a alemã E.ON já anunciou aumento na sua participação no capital da empresa e equacionou "boa parte das dívidas com o BNDES". Quanto à LLX, a transferência do controle para um fundo de investimento vai colaborar para "equacionar outra parcela grande da dívida". Ele lembrou que o BNDES não foi o único investidor nesses projetos.

Na avaliação do presidente do banco de fomento, as empresas têm ativos e a reestruturação que vem sendo feita tem mostrado que a venda desses ativos é suficiente para cobrir os riscos.

Coutinho também disse estar bastante confortável com as garantias oferecidas pelo Grupo X e que a reestruturação não terá impacto relevante sobre a capacidade de empréstimos do BNDES.

O presidente do BNDES disse que o banco não teve, “até o momento”, nenhum prejuízo com o grupo de Eike Batista, que tem enfrentado uma série de dificuldades financeiras.

(André Borges e Leandra Peres | Valor)

Mantega discute criação de sindicato de bancos para concessões


Por Francine De Lorenzo | Valor

SÃO PAULO  -  O secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda e presidente do Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal, Antonio Henrique Silveira, disse nesta terça-feira que foi discutida hoje, na reunião do ministro da Fazenda, Guido Mantega com os presidentes de bancos privados e públicos em São Paulo, a criação de um sindicato de bancos, que funcionaria como um consórcio e poderia participar como financiador nas concessões. De acordo com Silveira, que falou com jornalistas após o fim da reunião, a expectativa é que daqui a 15 dias haja uma proposta mais estruturada de formulação do grupo, que poderia atuar, de forma separada ou conjunta, em todas as concessões de projetos de logística, e não só de ferrovias. “Pode ter um projeto que só um banco financie”, explicou Silveira.

O secretário afirmou ainda que a Caixa Econômica Federal, a pedido do ministro Mantega, passará a atuar com mais foco no crédito para médias empresas e no financiamento a projetos de infraestrutura.

Mais cedo, ao chegar para participação em audiência pública no Senado, em Brasília, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, havia dito que o banco público não irá assumir riscos de bancos privados no financiamento de concessões e que o modelo de empréstimo é igual a qualquer outro já utilizado pelo banco.
“O que se deseja é um processo normal de compartilhamento de riscos entre todos os envolvidos em um project finance”, disse Coutinho. “Em geral, um project finance constitui uma cooperativa, um sindicato de financiadores onde cada um assume a sua parte”, comentou.

Silveira, da Fazenda, negou que o governo federal tenha oferecido risco zero para os bancos privados financiarem os consórcios que participarem dos leilões para a concessão de ferrovias, como apontou  reportagem de hoje do jornal “Folha de S. Paulo”.

(Francine De Lorenzo | Valor)

BNDES desvincula empréstimo a Eletrobras de dividendos


Francisco Dornelles acusou o banco de fomento de ter atuado como "laranja" na operação para que a companhia conseguisse honrar seus compromissos com o governo

Eduardo Rodrigues e Laís Alegretti, do
Fábio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho
Luciano Coutinho: "O grupo [Eletrobras] perdeu receitas após renovação das concessões do setor elétrico e esse empréstimo atenuou os impactos no giro de caixa da companhia"

Brasília - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, informou que o empréstimo de R$ 2,5 bilhões para a Eletrobras (ELET3) serviu para dar fôlego ao grupo e descartou qualquer vinculação com o pagamento de dividendos ao Tesouro Nacional.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) acusou o banco de fomento de ter atuado como "laranja" na operação para que a companhia conseguisse honrar seus compromissos com o governo.

"A Eletrobras tem funding suficiente para arcar com seus dividendos e o empréstimo foi concedido para que o grupo tenha fluxo de caixa para garantir seus planos de investimentos. A Eletrobras passa por uma reestruturação de custeio para se tornar mais eficiente", respondeu Coutinho, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira, 28.

"O grupo perdeu receitas após renovação das concessões do setor elétrico e esse empréstimo atenuou os impactos no giro de caixa da companhia", completou.

Grupo Boticário desiste, pela 1ª vez, de um negócio


A linha de cuidados dermatológicos Skingen nunca decolou e foi encerrada discretamente pela marca há três meses

Marli Lima, do
Divulgação
Fábrica do Grupo Boticário
Grupo Boticário: neste ano, o carro-chefe continuará sendo a marca O Boticário, que possui rede de 3,6 mil lojas e faturou R$ 6,9 bilhões no ano passado

Curitiba - Há dois anos, o paranaense Grupo Boticário empreendeu uma agressiva onda de expansão, iniciada pela Eudora, criada para disputar o mercado de vendas diretas com a Natura. Entre novas marcas e aquisições, foram abertas seis unidades de negócios, com níveis variados de êxito. O ano de 2013 seria, segundo a empresa, o momento de uma “parada técnica” para arrumar a casa. Essa estratégia já fez uma primeira vítima: a linha de cuidados dermatológicos com a pele Skingen.

A unidade foi fechada discretamente, há três meses. O imóvel que por pouco mais de um ano abrigou a Skingen Inteligência Genética, em uma rua movimentada de Curitiba, está em reforma e já não exibe o nome da empresa. 

Os funcionários do serviço de atendimento ao consumidor informam que as atividades foram encerradas no dia 27 de maio e sugerem que os pacientes procurem um dermatologista para a continuidade do tratamento.

Foi em fevereiro de 2012 que a empresa anunciou sua entrada no segmento de cuidados terapêuticos com a pele, para tratar rugas, flacidez e outros problemas. 

O valor do investimento no negócio não foi revelado, mas o presidente do grupo, Artur Grynbaum, disse na ocasião que dava mais um passo para alcançar o objetivo de ser “um dos maiores players focados em beleza e moda do mundo”.

A Skingen, porém, nunca decolou. O negócio começou pequeno, a partir do relacionamento pessoal dos executivos do grupo com dermatologistas de Curitiba. A operação era um tanto complicada, pois os pacientes tinham de enviar amostras de pele para o laboratório da marca, que fazia produtos específicos para cada problema. 

Em entrevista ao Estado, no início do ano, Grynbaum admitiu que, quase 24 meses após sua criação, a Skingen ainda estava em estágio embrionário.

Hoje a marca nem aparece mais no site do grupo, que cita outras unidades - O Boticário, Eudora, Quem Disse, Berenice? e The Beauty Box. Embora a existência da Skingen como negócio seja recente, a aposta nela começou em 2008, quando o grupo investiu em um laboratório de pesquisa na área biomolecular focado no estudo de processos de envelhecimento.

Primeiro o projeto foi batizado de Labim, dentro da Universidade Positivo, de Curitiba. Mais tarde vieram o Skingen Lab, para análise genética de pacientes encaminhados pelos dermatologistas, e a Skingen Pharma, para manipular os cremes.

Procurado, o Grupo Boticário não falou sobre o fim da Skingen, mas o assunto rendeu um pedido de explicação do médico Omar Lupi, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia e diretor científico do Instituto Protetores da Pele. Para ele, a empresa deve explicações sobre o que vai fazer com as amostras de pele recolhidas.

“Uma empresa de biotecnologia que guarda em seu poder amostras biológicas frescas de milhares de pessoas não pode simplesmente fechar as portas sem prestar esclarecimentos sobre o destino deste material biológico colhido”, diz Lupi, em texto publicado no site do instituto.

A resposta da empresa também está lá. “Com o encerramento das atividades, o Grupo Boticário esclarece que não utilizou e não utilizará para pesquisa qualquer sobra de material biológico recebido via Skingen Lab”. Lupi, no entanto, pede “uma prestação de contas para a classe dermatológica”.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Riachuelo rompe divisão entre moda popular e de luxo


A rede de varejo vai inaugurar uma unidade na luxuosa rua Oscar Freira como parte de um projeto de sofisticação de marca

Fernando Scheller, do
Divulgação
Loja da Riachuelo
Loja da Riachuelo: o objetivo é dobrar o número de lojas e triplicar a receita para R$ 10 bilhões até 2016

São Paulo - A linha divisória entre as marcas de luxo e as redes populares de moda para consumo rápido vai desaparecer na Oscar Freire, uma das ruas de comércio mais sofisticadas do País. A rede de varejo Riachuelo vai inaugurar uma unidade no local em novembro. A decisão faz parte de um projeto de sofisticação de marca que serve a um objetivo econômico bem claro: dobrar o número de lojas e triplicar a receita para R$ 10 bilhões até 2016.

Para convencer o consumidor de que Riachuelo também é sinônimo de glamour, a empresa vai aumentar a aposta nas linhas assinadas por estilistas famosos em 2014. As experiências dos últimos anos com nomes como Oskar Metsavaht, Clô Orozco e Chris Barros mostraram que o público do Grupo Guararapes quer consumir produtos que tragam tendências de moda mais ousadas. A chegada à Oscar Freire vai coincidir com o lançamento de cinco linhas assinadas que serão distribuídas em toda a rede.

A meta de crescer e, ao mesmo tempo, ter uma percepção mais premium aos olhos do consumidor, não passa só pela sofisticação dos produtos. Segundo o presidente da Riachuelo, Flavio Rocha, uma parte vital do trabalho não é só abrir lojas, mas também ocupar os espaços certos. É por isso que, no início de 2014, a empresa vai inaugurar outra loja “símbolo”, num prédio de seis andares na Avenida Paulista, bem na esquina com a Haddock Lobo. Juntas, as unidades da Paulista e da Oscar Freire vão consumir R$ 20 milhões e custarão pelo menos dois terços mais do que um ponto de venda-padrão.

Para chegar à meta de dobrar o número de lojas até 2016, para 330 unidades, a Riachuelo está colocando o pé no acelerador a partir deste ano. Serão 41 inaugurações ao longo de 2013, para um total de 210 pontos de venda no fim de dezembro. Para chegar lá, Rocha está atento aos espaços que surgem nos shopping centers. Antes do Natal, a empresa deverá abrir uma unidade de roupas femininas - a Riachuelo Mulher - no Shopping Eldorado, em São Paulo, onde as rivais Renner, C&A e Zara já estão presentes há anos.


Refinado x popular


A “mistura” de marcas populares a grifes de luxo já é muito comum no exterior. O aluguel comercial mais caro do mundo é pago pela rede de confecções Forever 21, que ocupa o edifício que antigamente era da Virgin Records, no Times Square, em Nova York. A Oscar Freire está seguindo essa tendência, segundo Rosangela Lyra, presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins. Ela lembra que redes como a Chili Beans (óculos) e a Arezzo (calçados) já têm lojas conceito no local. A chocolateria Kopenhagen vai abrir um espaço semelhante em breve.

Especialista em moda, Marie-Oceane Gazurek, do Grupo Troiano de Branding, diz que a aproximação entre o luxo e o fast fashion reflete uma evolução da percepção da consumidora brasileira. De um lado, as camadas mais populares perderam o “medo” de lojas mais bonitas e organizadas. De outro, as classes de maior poder aquisitivo perceberam que vestir grifes da cabeça aos pés não é, necessariamente, sinônimo de elegância. “Na França, é comum uma mulher usando uma bolsa Louis Vuitton entrar na H&M (rede sueca de baixo custo) para comprar um item mais básico. As duas coisas podem conviver muito bem.”

Para que a sofisticação da Riachuelo não fique só no discurso, o presidente da empresa sabe que o cuidado com a qualidade precisará ser percebido também fora da Oscar Freire. “Vamos melhorar o produto comum da Riachuelo, mas sem aumentar o preço”, diz o empresário. “Já cometemos esse erro no passado, após algumas parcerias com estilistas. Hoje sabemos quanto o nosso público está disposto a pagar.”

Em relação às lojas, a Riachuelo afirma ter, entre inaugurações e reformas, 60 pontos de venda considerados premium - um deles é a unidade do Shopping Frei Caneca, em São Paulo. O novo conceito mudou a iluminação e a disposição dos produtos. Agora, a empresa está trabalhando para que o consumidor tenha a impressão de que as roupas da Riachuelo não são mais produzidas em série. Por isso, desenvolveu um sistema que reduziu drasticamente o número de peças expostas nas lojas.

Até pouco tempo atrás, a Riachuelo chegava a mandar 36 unidades de cada peça ao varejo; hoje, conseguiu reduzir a quantidade para até quatro unidades por item. A medida ajuda a reduzir encalhes e melhora o faturamento por metro quadrado de venda, uma vez que peças que não caíram no gosto da clientela deixam de ocupar espaço na loja. Hoje, 40% da rede é abastecida diariamente pelos caminhões do Grupo Guararapes, que tem sua própria transportadora. O objetivo é que todas as unidades sejam atendidas na mesma velocidade até o fim do ano que vem.

Dólar sobe 0,67% alta ante real, em busca de equilíbrio


Dólar operava em alta ante o real nesta segunda-feira, tentado buscar um ponto de equilíbrio após cair mais de 3%

Scott Eells/Bloomberg
Dinheiro: pilhas de notas de dólar
Dólar: às 11h34, a moeda norte-americanaavançava 0,67%, a R$2.3692  na venda, depois de cair 3,2%, para R$2,3534, na última sessão

São Paulo - Em dia de sobe e desce, o dólar operava em alta ante o real nesta segunda-feira, tentado buscar um ponto de equilíbrio após cair mais de 3 por cento na véspera e o BC realizar o primeiro leilão de swap tradicional do seu programa de intervenções diárias no início deste pregão.

Às 11h34, o dólar avançava 0,67 por cento, a 2.3692 reais na venda, depois de cair 3,2 por cento, para 2,3534 reais, na última sessão - a maior queda diária em quase dois anos. O volume de negociação estava em pouco mais de 140 milhões de dólares, segundo dados da BM&F.

"Até o câmbio achar um ponto de equilíbrio, vai ser difícil traçar qualquer tipo de projeção para o dólar", afirmou o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano, para quem esse ponto deve estar entre 2,30 e 2,38 reais.

Mais cedo, o BC vendeu sua oferta total de contratos de swap cambial tradicional --equivalente a venda de dólares no mercado futuro-- com vencimento para 2 de dezembro de 2013. O volume financeiro foi equivalente foi de 497,9 milhões de dólares.

A operação faz parte do plano do BC, anunciado na quinta-feira à noite, de intervenções diárias no mercado de câmbio até o final do ano, por meio da venda de swap cambial tradicional e de leilões de linha, com venda de dólares com compromisso de recompra.

O potencial total do programa é de 60 bilhões de dólares e seu objetivo, de acordo com a autoridade monetária, é "prover hedge cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado".

Já na sexta-feira, comparado com o dia anterior, os investidores reduziram em 22,5 por cento sua posição líquida comprada em dólar no mercado futuro, para 97.421 mil contratos, equivalente a 4,87 bilhões de dólares, segundo o último dado disponível pela BM&F.

"O mercado está se sentindo confortável", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. "O BC está garantindo liquidez e, além disso, está dizendo que, eventualmente, se for preciso, vai entrar com outros leilões para suprir as necessidade do mercado", explicou.

No início desta sessão, o dólar abriu em alta ante o real, mas passou a cair por cerca de 30 minutos, após a divulgação o dado de encomendas de bens duráveis dos Estados Unidos ter vindo bem abaixo do esperado, realimentando as expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, manterá seu programa de estímulos, no valor mensal de 85 bilhões de dólares no curto prazo.

"Se a economia norte-americana não engata, significa que sua política monetária continuará expansionista", afirmou o economista chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

O movimento de alta do dólar, no entanto, perdeu fôlego com os investidores ainda testando o ponto de equilíbrio da moeda norte-americana ante o real.