sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O que o Brasil tem de melhor e pior, segundo Fórum Econômico




Em um ano, Brasil caiu 8 posições em ranking mundial de competitividade. De todos os dados analisados pelo Fórum Econômico Mundial, veja onde o país vai bem (e mal)



Paulo Fridman/Bloomberg 
 Transporte de contêineres no Porto de Santos
  
Transporte de contêineres no Porto de Santos: a qualidade da infraestrutura dos portos do Brasil ficou em 131º lugar

São Paulo - O Brasil tem uma penca de problemas que atrapalham sua competitividade. E em vez de melhorar, as dificuldades parecem estar só aumentando: o país caiu da 48ª para a 56ª posição no último Relatório Global de Competitividade, do Fórum Econômico Mundial. 
Mas nem tudo é ruim: a regulação da bolsa brasileira está entre as sete melhores do mundo, segundo o Fórum. Já a educação básica puxa a produtividade nacional para baixo e coloca o país entre os 20 piores do globo.
EXAME.com separou, dentre os 12 pilares analisados pelo Fórum - que somam um total de 114 itens - aqueles nos quais o Brasil está melhor posicionado, e aqueles onde a situação é calamitosa. Em alguns, como a Saúde, o país vai mal mesmo no item em que apresenta melhor desempenho.


1º Pilar – Instituições


Item (entre 21 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhor
Custo do terrorismo para os negócios
22º
Pior
Peso da regulação governamental
147º

2º Pilar - Infraestrutura

Item (entre 9 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhor
Disponibilidade de assentos em vôos (km/semana)
Pior
Qualidade da infraestrutura de portos
131º

3º Pilar - Ambiente Macroeconômico

Item (entre 5 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhor
Nota de crédito do país
38º
Pior
Dívida pública (%PIB)
117º

4º Pilar - Saúde e Educação Primária

Item (entre 10 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhor
Impacto da tuberculose nos negócios
50º
Pior
Qualidade da educação primária
129º




5º Pilar - Educação Superior e Treinamento

Item (entre 8 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhor
Participação na educação secundária
20º
Pior
Qualidade do ensino de matemática e ciência
136º

6º Pilar - Eficiência do Mercado de Bens 

Item (entre 16 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhor
Custos de política agrícola
23º
Pior
Importações em percentagem do PIB
148º

7º Pilar - Eficiência do Mercado de Trabalho

Item (entre 10 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhores
Confiança em uma gestão profissional
38º

Capacidade de reter talentos
38º
Pior
       Efeito da tributação sobre os incentivos ao trabalho
138º

8º Pilar - Desenvolvimento do Mercado Financeiro

Item (entre 8 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhor
Regulação da bolsa de valores
Pior
Índice dos direitos legais
118º


9º Pilar - Disponibilidade Tecnológica

Item (entre 7 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhor
investimento estrangeiro direto e transferência de tecnologia
25º
Pior
Indivíduos que utilizam Internet
65º


10º Pilar - Tamanho de Mercado

Item (entre 4 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhores
Índice do tamanho do mercado interno

PIB
Pior
Exportações em percentagem do PIB
145º

11º Pilar - Sofisticação dos Negócios

Item (entre 9 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhor
Quantidade de fornecedores locais
16º
Pior
Natureza da vantagem competitiva
108º

12º Pilar - Inovação

Item (entre 7 analisados)
Posição no ranking (148 países)
Melhor
Capacidade de inovação
36º
Pior
Disponibilidade de cientistas e engenheiros
112º



O que falta para Brasil ser um país tão justo quanto Suécia


Ranking de progresso social mostra distância que o Brasil vai ter que percorrer para alcançar a Suécia, o país mais justo do mundo. Maior dificuldade: ser um país seguro

OGX obriga Eike a cumprir acordo e injetar US$ 1 bilhão


Desembolso será feito em parcelas; inicialmente, a empresa receberá 100 milhões de dólares

Fernando Lemos/EXAME
Eike Batista
Eike Batista: empresário foi chamado pela OGX a cumprir o acordo de US$ 1 bilhão

São Paulo – Com o caixa curto, a OGX decidiu obrigar Eike Batista, seu controlador, a cumprir um acordo firmado em março de 2012 e injetar 1 bilhão de dólares na companhia. O dinheiro, contudo, chegará em parcelas. A primeira, imediata, será de 100 milhões de dólares.

De acordo com comunicado da empresa, o saldo de 900 milhões de dólares será desembolsado gradualmente, “diante da necessidade de caixa adicional” da petrolífera fundada por Eike Batista.

Tecnicamente, a operação é um exercício de “put”, termo que indica um contrato em que uma parte, no caso Eike, é obrigado a comprar as ações de uma empresa, no caso a OGX, por um determinado preço, queira Eike ou não. O preço estabelecido no acordo é de 6,3 reais por papel, bem acima dos 41 centavos de real com que as ações ordinárias fecharam ontem o pregão da Bovespa.

De acordo com o comunicado da OGX, a direção da empresa vai propor uma reunião extraordinária do conselho de administração, com o objetivo de aprovar uma assembleia geral de acionistas para formalizar o aumento imediato do capital social da companhia no valor de 100 milhões de dólares.

O novo Hotel Glória que Eike não tirou do papel, em 20 fotos

Revitalização do primeiro hotel cinco estrelas do Brasil foi interrompida após problemas das empresas X

Divulgação
O Hotel Glória foi comprado pelo grupo EBX em 2008 .

São Paulo – Eike Batista bem que tentou, mas não conseguiu concluir a revitalização do Hotel Glória Palace, no Rio de Janeiro.

A reforma do hotel foi interrompida há pelo menos três meses e o grupo EBX, agora, negocia a venda do primeiro hotel brasileiro a ganhar o título de cinco estrelas do país.

Rumores indicam que o fundo suíço Acron já assinou um contrato de exclusividade para comprar o empreendimento por 225 milhões de reais. A operação ainda não foi confirmada ao mercado.

Em 2008, o Glória Palace foi comprado pela REX, braço imobiliário da EBX, por 80 milhões de reais. Veja como seria o hotel com a reforma proposta por Eike, mas que não saiu do papel.

"Faltam bons líderes no Brasil", diz James Hunter


Autor de "O monge e executivo", que já vendeu 3 milhões de obras no Brasil, se prepara para lançar 3º livro - veja o que ele revelou a EXAME.com

MP vai reduzir até 3% dos custos das importações

 

 

 

 

Por Leandra Peres
Valor Econômico - 05/09/13
O Ministério da Fazenda deu sinal verde para que as empresas calculem o PIS/Cofins devido sobre produtos importados sem incluir o valor do ICMS na base de cálculo das contribuições federais. A mudança na regra foi incluída a pedido da equipe econômica no relatório da MP 615 - aprovado na terça-feira por comissão especial da Câmara dos Deputados - e garante uma redução de custo de 2% a 3% para as empresas importadoras.
Na prática, a medida antecipa a implementação da decisão do Supremo Tribunal Federal que, no início do ano, considerou a cobrança inconstitucional. De acordo com o STF, o PIS/Cofins sobre importados deve ser calculado apenas com base no valor aduaneiro da mercadoria.
O senador Gim Argello (PTB-DF), relator da MP, disse ao Valor que o artigo que muda o PIS/Cofins- Importação foi construído com a participação da Fazenda. "Não há caminho senão harmonizar a legislação com a jurisprudência", afirmou. Integrantes do governo confirmaram as conversas.
Segundo avaliações internas, o governo não teria chances de reverter a decisão do Supremo e essa foi a forma encontrada para resolver um problema que já estava posto.
O impacto sobre a arrecadação federal deve ser "pequeno", de acordo com essas fontes. O passivo tributário, estimado pelo governo em R$ 34 bilhões, continuará sendo discutido judicialmente. O Supremo ainda não publicou o acórdão do julgamento, mas a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informou que recorrerá, pedindo a modulação da decisão para que eventuais ressarcimentos fiquem restritos apenas a ações que já tramitavam quando da decisão da Corte.
O texto aprovado na comissão especial muda o artigo 7 da Lei 10.895, de 2004, e assim que a MP for aprovada nos plenários da Câmara e Senado a incidência do imposto passará a ser calculada segundo o entendimento do Supremo.
"É uma mudança relevante para as empresas", diz o advogado Maurício Faro. O relatório da MP 615 também permite que bancos, seguradoras e as multinacionais brasileiras renegociem suas dívidas tributárias sem oferecer garantias ao Fisco.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Brics terão US$ 100 bi para acalmar mercados após fim de estímulo dos EUA



O grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)  vai contribuir com US$ 100 bilhões para um fundo de combate que busca estabilizar os mercados cambiais afetados por uma esperada redução do estímulo dos Estados Unidos, disseram a China e a Rússia nesta quinta-feira (5).

Do total, o Brasil contribuirá com US$ 18 bilhões, mesma quantia de Índia e Rússia. A China, detentora da maior reserva cambial do mundo, contribuirá com US$ 41 bilhões. A África do Sul terá a menor participação, de US$ 5 bilhões.

Com o crescimento da economia dos EUA, investidores temem o fim do estimulo mensal de US$ 85 bilhões do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos).

Dólares baratos que alimentaram um boom no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na última década diminuíram desde que o Federal Reserve alertou, em maio, sobre a redução do esquema de compra de títulos dos EUA.

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Questões que podem azedar a reunião da cúpula do G207 fotos

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Denúncias de que a presidente Dilma Rousseff teria sido espionada pela NSA (agência de segurança dos EUA) podem contaminar conversas entre ela e Barack Obama. O Planalto não descarta cancelar a visita aos EUA, prevista para outubro. A presidente estuda um comunicado conjunto com os Brics contra "ações que afetam a soberania dos países". Para agradar à presidente, Obama cogita dar apoio à pretensão brasileira de ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. A foto é da visita oficial feita pela chefe de Estado brasileiro aos EUA no final do ano passado Brendan Smialowski/Afp
 

Melhora da economia dos EUA antecipa fim dos estímulos

 

Nos últimos meses, o banco tem reforçado a ideia de que uma recuperação econômica mais forte no país pode levar ao fim da injeção de dinheiro, levando a uma migração de aplicações para ativos considerados mais seguros.

Atualmente, o Fed injeta US$ 85 bilhões todos os meses no mercado, que garantem um bom volume financeiro para negociações em todo o mundo.

A expectativa dos mercados é de que o Fed tome neste mês as primeiras medidas para reduzir estímulos monetários extraordinários, o que potencialmente terá enormes implicações para o sistema financeiro global, onde o dólar representa 62% das reservas de ativos.

A nação emergente que enfrenta o maior choque financeiro, Índia, recebeu simpatia limitada da China e da Rússia, já que ambas pediram por ações de política monetária para o país lidar com os deficits externos.
"Vemos dificuldades temporárias de alguns países Brics, principalmente dificuldades em termos de equilíbrio de balança de pagamentos", disse Zhu.

China terá maior participação

 

"O tamanho do acordo será de US$ 100 bilhões e a China terá a maior participação nisso", disse o vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, em entrevista na cúpula do G20 em São Petersburgo, Rússia.

Tanto Zhu quanto o vice-ministro das Finanças russo, Sergei Storchak, afirmaram que os detalhes ainda precisam ser trabalhados, sugerindo que --além do anúncio-- muito precisa ser feito sobre o instrumento de reserva.

Um banco de desenvolvimento dos Brics, com capital de até US$ 50 bilhões, está há meses com várias pendências.

O presidente russo, Vladimir Putin, deve anunciar o tamanho do fundo cambial em reunião dos líderes dos Brics, antes de o G20 se reunir como um todo nesta quinta-feira para discutir a situação da economia mundial.

"Pedimos para não criar expectativas desnecessárias", disse Storchak em relação ao fundo cambial. "Politicamente os países estão prontos, mas tecnicamente não estão."

"O total é conhecido (US$ 100 bilhões), mas não sei nem mesmo como chegar a isso", disse ele.

Dilma não deveria cancelar viagem aos EUA, dizem especialistas

Gabriela Fujita e Thiago Varella
Do UOL, em São Paulo


A presidente Dilma Rousseff não deveria cancelar sua viagem para os Estados Unidos, marcada para o mês que vem, em represália à denúncia do jornalista americano Glenn Greenwald de que estaria sendo espionada pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), na opinião de especialistas ouvidos pelo UOL.

Para Tullo Vigevani, professor de Relações Internacionais da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a presidente poderia transformar a viagem, ou pelo menos parte dela, em um palco para fazer uma reclamação contra o país.

"Em tese, a presidente poderia fazer em seu discurso ao Congresso americano uma denúncia. Teria certamente uma grande repercussão", afirmou Vigevani. "Claro que há problemas sérios de etiqueta e de cortesia e, por isso, não sei se esta atitude pode ser colocada na pauta da presidente."
A presidente Dilma irá aos Estados Unidos em outubro onde será recebida com honras de chefe de Estado, concedida pelos americanos a raras autoridades. A presidente cogita cancelar a viagem se não receber uma explicação formal do governo americano. O governo brasileiro deu o prazo de uma semana, a partir da última segunda-feira (2), para que o governo dos EUA esclareça as denúncias.

Nesta quinta-feira (5), o jornal "O Estado de S. Paulo" publicou que por determinação da presidente foi cancelada a viagem da equipe precursora que embarcaria neste sábado (7) para Washington com o propósito de organizar a viagem.

Vigevani considera que o cancelamento total da viagem até poderia marcar o repúdio brasileiro ao ato americano, mas poderia trazer consequências desagradáveis ao Brasil. "As relações com os Estados Unidos são muito importantes para o Brasil. O eventual cancelamento dessa viagem traria consequências, por exemplo, ao comércio entre os dois países", afirmou.

Para Cristina Pecequilo, professora de relações internacionais da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e autora do livro "Os Estados Unidos e o Século 21", a atitude em pouco ajudaria na contenda. "Acho que cancelar a viagem não traria nenhum ganho. Tem que ir até lá e mostrar a insatisfação", disse. "Deixar de ir seria apenas uma propaganda para públicos internos no Brasil. Para os EUA, não faria muita diferença."

Segundo os especialistas, a reclamação do governo brasileiro contra os Estados Unidos não irá impedir que o país siga vigiando o Brasil, mas é importante para que o país deixe claro que teve a soberania violada.
"O Brasil tem a obrigação de reclamar. As ações americanas são ilegais, ainda que ocorram normalmente pelo mundo. É preciso tomar medidas fortes, não com o objetivo de impedir a espionagem, mas para sinalizar que o Brasil é extremamente zeloso em relação a sua segurança e soberania", disse Tullo Vigevani, especialista em relações internacionais e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Na opinião do professor, o Brasil terá uma série de oportunidades de reclamar em público da violação americana. Uma delas ocorrerá na Assembleia Geral da ONU neste mês, onde o Brasil, por exemplo, poderia fazer uma condenação pública do ato.

Caso Edward Snowden33 fotos

1º.set.2013 - Em reportagem do jornalista Glenn Greenwald para o jornal "Fantástico", da TV Globo, o ex-técnico da CIA Edward Snowden revelou que a presidente Dilma Rousseff e seus assessores foram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). Segundo documentos mostrados por Greenwald, que mora no Rio de Janeiro, o objetivo da NSA era "entender melhor" a comunicação da presidente com sua equipe Leia mais Roberto Stuckert Filho/PR.
 
Segundo a Folha, por causa da repercussão do caso e da irritação do governo brasileiro, os Estados Unidos estariam cogitando apoiar o Brasil à pretensão de ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, algo que, na opinião dos especialistas, pouco adiantaria. "Neste caso, não cabe uma resposta direta deste tipo. A ampliação do Conselho de Segurança da ONU é uma questão de grande complexidade que não envolve apenas os EUA e que depende de uma série de mudanças", disse Vigevani.

"Mesmo que o Brasil ganhe o apoio formal dos EUA, não necessariamente isso teria impacto real no desejo brasileiro de assumir um posto permanente no conselho. Os EUA têm dado muito esse tipo de cartada", afirmou Pecequilo.

Para a professora, a grande lição que fica dessa denúncia é a de que o Brasil precisa melhorar seus mecanismos de defesa. "Agora, o investimento brasileiro deve ser o de aprimorar os mecanismos de defesa. Investir mais em tecnologia para evitar mais episódios deste tipo. A gente não pode ter a ilusão de que os EUA vão abrir mão de suas prerrogativas de vigiar o mundo", disse.

"Cada governo tem as Malvinas que merece"

 

O professor e pesquisador de relações internacionais da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), José Augusto Guilhon Albuquerque, concorda que os EUA não vão deixar de espionar, não importa qual seja a reação do país espionado, mas avalia como "desproporcional" a posição brasileira perante o incidente. "Não foi publicada nenhuma mensagem interceptada. Não há nada do que eu vi até agora que prove que houve espionagem da presidente, estamos falando de interpretações", afirma o pesquisador.

"Política externa é uma coisa que você faz com diplomacia, eventualmente faz com algum tipo de ameaça, mas quando há alguma coisa vital em jogo; não há nada vital em jogo".

Albuquerque compara a reação brasileira à de outros países que podem ter sido monitorados pela NSA, como a Alemanha, que cobrou uma explicação, mas não foi além disso.

O pesquisador acredita que há excesso no envio de missões diplomáticas brasileiras aos EUA para tomar satisfações e também na exigência feita ao país de uma explicação por escrito. "Você pode até pedir a explicação por escrito, mas não vai aos jornais para dizer [que fez] isso".

Na avaliação de Albuquerque, o excesso pode ter a ver com uma "questão interna, doméstica", em referência à queda da popularidade de Dilma Rousseff. "Você tentar criar uma unidade em torno do governo, a ideia de que todos nós somos alvo de um inimigo poderoso, que é inimigo da nação. (...) A Cristina Kirchner, quando está em dificuldade, com baixa popularidade, desenterra a questão das Malvinas", afirma.

A possibilidade de cancelamento da viagem de Dilma aos EUA também estaria fora dos limites do que é condizente com a política externa, na opinião do pesquisador, assim como seria inadequado usar encontros internacionais, como a Assembleia Geral da ONU, para fazer queixas sobre espionagem.

O professor da Unicamp lembra que o Brasil, cujo discurso na abertura da Assembleia já é uma tradição, marcou pontos para sua diplomacia quando levou à plenária, no passado, as ideias de "democracia, descolonização e desenvolvimento", o que não pode ser agora diminuído por queixas de espionagem.

Quanto à afirmação do jornalista Greenwald de que "o Brasil é o grande alvo dos Estados Unidos", o pesquisador acredita que o "Brasil não é e nem tem condições de ser o principal objetivo da espionagem americana", uma vez que China, Rússia e União Europeia são o que realmente interessa à curiosidade dos serviços de inteligência.