quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Brics terão US$ 100 bi para acalmar mercados após fim de estímulo dos EUA



O grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)  vai contribuir com US$ 100 bilhões para um fundo de combate que busca estabilizar os mercados cambiais afetados por uma esperada redução do estímulo dos Estados Unidos, disseram a China e a Rússia nesta quinta-feira (5).

Do total, o Brasil contribuirá com US$ 18 bilhões, mesma quantia de Índia e Rússia. A China, detentora da maior reserva cambial do mundo, contribuirá com US$ 41 bilhões. A África do Sul terá a menor participação, de US$ 5 bilhões.

Com o crescimento da economia dos EUA, investidores temem o fim do estimulo mensal de US$ 85 bilhões do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos).

Dólares baratos que alimentaram um boom no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na última década diminuíram desde que o Federal Reserve alertou, em maio, sobre a redução do esquema de compra de títulos dos EUA.

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Questões que podem azedar a reunião da cúpula do G207 fotos

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Denúncias de que a presidente Dilma Rousseff teria sido espionada pela NSA (agência de segurança dos EUA) podem contaminar conversas entre ela e Barack Obama. O Planalto não descarta cancelar a visita aos EUA, prevista para outubro. A presidente estuda um comunicado conjunto com os Brics contra "ações que afetam a soberania dos países". Para agradar à presidente, Obama cogita dar apoio à pretensão brasileira de ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. A foto é da visita oficial feita pela chefe de Estado brasileiro aos EUA no final do ano passado Brendan Smialowski/Afp
 

Melhora da economia dos EUA antecipa fim dos estímulos

 

Nos últimos meses, o banco tem reforçado a ideia de que uma recuperação econômica mais forte no país pode levar ao fim da injeção de dinheiro, levando a uma migração de aplicações para ativos considerados mais seguros.

Atualmente, o Fed injeta US$ 85 bilhões todos os meses no mercado, que garantem um bom volume financeiro para negociações em todo o mundo.

A expectativa dos mercados é de que o Fed tome neste mês as primeiras medidas para reduzir estímulos monetários extraordinários, o que potencialmente terá enormes implicações para o sistema financeiro global, onde o dólar representa 62% das reservas de ativos.

A nação emergente que enfrenta o maior choque financeiro, Índia, recebeu simpatia limitada da China e da Rússia, já que ambas pediram por ações de política monetária para o país lidar com os deficits externos.
"Vemos dificuldades temporárias de alguns países Brics, principalmente dificuldades em termos de equilíbrio de balança de pagamentos", disse Zhu.

China terá maior participação

 

"O tamanho do acordo será de US$ 100 bilhões e a China terá a maior participação nisso", disse o vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, em entrevista na cúpula do G20 em São Petersburgo, Rússia.

Tanto Zhu quanto o vice-ministro das Finanças russo, Sergei Storchak, afirmaram que os detalhes ainda precisam ser trabalhados, sugerindo que --além do anúncio-- muito precisa ser feito sobre o instrumento de reserva.

Um banco de desenvolvimento dos Brics, com capital de até US$ 50 bilhões, está há meses com várias pendências.

O presidente russo, Vladimir Putin, deve anunciar o tamanho do fundo cambial em reunião dos líderes dos Brics, antes de o G20 se reunir como um todo nesta quinta-feira para discutir a situação da economia mundial.

"Pedimos para não criar expectativas desnecessárias", disse Storchak em relação ao fundo cambial. "Politicamente os países estão prontos, mas tecnicamente não estão."

"O total é conhecido (US$ 100 bilhões), mas não sei nem mesmo como chegar a isso", disse ele.

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