Lisboa
– As empresas brasileiras com interesse no mercado externo devem olhar
Portugal como plataforma logística e de negócios para atingir mais de um
continente.
A
recomendação é do embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, e do
empresário Ricardo Lima, do Grupo Camargo Corrêa, responsável por um dos
principais investimentos feitos recentemente por brasileiros em
Portugal – a compra da fábrica de cimento Cimpor, em 2012.
Segundo
eles, Portugal interessa aos investidores brasileiros por causa da
logística (portos, ferrovias e rodovias); da posição geográfica (parte
da Europa mais próxima do litoral brasileiro, do Canal do Panamá e da
costa ocidental africana); e da força de trabalho (em média mais
escolarizada que os brasileiros e com qualificações especiais para o
mercado corporativo).
Algumas
dessas vantagens comparativas são ignoradas pelos brasileiros. “Portugal
tem muitas coisas boas que são desconhecidas dos brasileiros”, assinala
Ricardo Lima ao recomendar os brasileiros a olharem Portugal além da
crise econômica atual e “não pensar no curto prazo”.
“O Brasil
tem que olhar Portugal estrategicamente”, concorda Mário Vilalva. “Nós
não podemos olhar Portugal através de número de balança comercial
ou de pequenos projetos que as empresas brasileiras venham fazer”,
pondera o embaixador, ao indicar, por exemplo, que os portos de Portugal
com capacidade para grandes embarcações podem receber petroleiros,
graneleiros e navios de contêineres para triagem de mercadorias para a
navegação de cabotagem no Mediterrâneo e para o Norte da Europa ou para
as ligações por terra que dão acesso à Espanha e daí ao resto do
continente.
Na opinião de Ricardo Lima, Portugal tem valor singular por causa da África, com maior potencial de crescimento que o Velho Continente.
“A Europa é uma economia madura com players estabelecidos há bastante
tempo”, diz ao apontar a África em expansão e lembrar que os portugueses
estão “há séculos” no continente e têm conhecimento diferenciado para
trabalhar e fazer negócios com os africanos, o que “faz ganhar tempo”.
Conforme o
empresário, além da experientes sobre a África, a mão de obra com curso
superior em Portugal tem “altíssimo nível profissional” e melhor
fluência em idiomas estrangeiros (inglês, francês e espanhol) do que a
média brasileira, além de regras tributárias mais estáveis que no
Brasil, maior segurança jurídica e estabilidade nas políticas de
incentivo industrial – o que explica Portugal melhor posicionada (cinco
lugares à frente) do que o Brasil no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial.
De Portugal,
Lima controla a produção e venda de cimento em nove países (o grupo que
representa tem 16 fábricas, inclusive no Brasil) e centraliza compra de
insumos para as unidades sediadas em Portugal, na África e na América
do Sul.
De acordo com ranking da Fundação Dom Cabral,
Portugal é o nono país do mundo e segundo na Europa com maior presença
de empresas brasileiras (16 organizações), e a participação poderá
aumentar com a privatização de companhias estatais prevista em programa de governo.
Leia também:
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Fonte: Agência Brasil
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-22/brasil-deve-usar-portugal-como-plataforma-para-mercado-externo-recomenda-embaixador
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-22/brasil-deve-usar-portugal-como-plataforma-para-mercado-externo-recomenda-embaixador