terça-feira, 24 de setembro de 2013

Brasil deve usar Portugal como plataforma para mercado externo, recomenda embaixador


Brasil e Portugal
Lisboa – As empresas brasileiras com interesse no mercado externo devem olhar Portugal como plataforma logística e de negócios para atingir mais de um continente.


A recomendação é do embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, e do empresário Ricardo Lima, do Grupo Camargo Corrêa, responsável por um dos principais investimentos feitos recentemente por brasileiros em Portugal – a compra da fábrica de cimento Cimpor, em 2012.

Segundo eles, Portugal interessa aos investidores brasileiros por causa da logística (portos, ferrovias e rodovias); da posição geográfica (parte da Europa mais próxima do litoral brasileiro, do Canal do Panamá e da costa ocidental africana); e da força de trabalho (em média mais escolarizada que os brasileiros e com qualificações especiais para o mercado corporativo).

Algumas dessas vantagens comparativas são ignoradas pelos brasileiros. “Portugal tem muitas coisas boas que são desconhecidas dos brasileiros”, assinala Ricardo Lima ao recomendar os brasileiros a olharem Portugal além da crise econômica atual e “não pensar no curto prazo”.

“O Brasil tem que olhar Portugal estrategicamente”, concorda Mário Vilalva. “Nós não podemos olhar Portugal através de número de balança comercial ou de pequenos projetos que as empresas brasileiras venham fazer”, pondera o embaixador, ao indicar, por exemplo, que os portos de Portugal com capacidade para grandes embarcações podem receber petroleiros, graneleiros e navios de contêineres para triagem de mercadorias para a navegação de cabotagem no Mediterrâneo e para o Norte da Europa ou para as ligações por terra que dão acesso à Espanha e daí ao resto do continente.

Na opinião de Ricardo Lima, Portugal tem valor singular por causa da África, com maior potencial de crescimento que o Velho Continente. “A Europa é uma economia madura com players estabelecidos há bastante tempo”, diz ao apontar a África em expansão e lembrar que os portugueses estão “há séculos” no continente e têm conhecimento diferenciado para trabalhar e fazer negócios com os africanos, o que “faz ganhar tempo”.

Conforme o empresário, além da experientes sobre a África, a mão de obra com curso superior em Portugal tem “altíssimo nível profissional” e melhor fluência em idiomas estrangeiros (inglês, francês e espanhol) do que a média brasileira, além de regras tributárias mais estáveis que no Brasil, maior segurança jurídica e estabilidade nas políticas de incentivo industrial – o que explica Portugal melhor posicionada (cinco lugares à frente) do que o Brasil no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial.

De Portugal, Lima controla a produção e venda de cimento em nove países (o grupo que representa tem 16 fábricas, inclusive no Brasil) e centraliza compra de insumos para as unidades sediadas em Portugal, na África e na América do Sul.

De acordo com ranking da Fundação Dom Cabral, Portugal é o nono país do mundo e segundo na Europa com maior presença de empresas brasileiras (16 organizações), e a participação poderá aumentar com a privatização de companhias estatais prevista em programa de governo.


Leia também:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-21/empresa-brasileira-devera-participar-de-concessao-de-estaleiro-portugues
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-01/portugueses-atraem-estrangeiros-com-oferta-de-visto-quem-desembolse-500-mil-euros-por-imovel
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-04/pesquisadores-do-brasil-e-de-portugal-avaliam-que-boa-lideranca-favorece-resultados-das-empresas

Em setembro, até dia 19, investimento líquido estrangeiro no Brasil vai a R$ 10 bi


 
 
Quase R$ 10 bilhões de investidores estrangeiros, já na conta líquida, entraram no país neste mês de setembro, até o dia 19. Desde junho, quando os investidores ficaram isentos do pagamento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de renda fixa, os estrangeiros destinam investimentos ao Brasil em volumes recordes, segundo o banco o Citibank, onde ficam guardados 60% dos recursos aplicados no País. Nestes últimos quatro meses, as entradas superaram as saídas em cerca de R$ 50 bilhões.


Os dados ficam ainda mais significativos se confrontados com o diagnóstico do JP Morgan, o segundo maior “guardador” de investimentos estrangeiros, onde estão 17% dos recursos aplicados nas ações e títulos de renda fixa brasileiros. Juntos, Citibank e JP Morgan detêm a custódia - responsabilidade de guardar e movimentar os ativos financeiros de clientes - de mais de 75% dos cerca de R$ 700 bilhões hoje aplicados no Brasil.


O JP afirma que não verificou grandes oscilações, nem de saída, nem de entrada. “Nosso cliente tem perfil de aplicação de longo prazo e não saiu do Brasil”, diz Ricardo Nascimento, diretor de custódia. Os motivos para a migração de tanto dinheiro, mesmo com a volatilidade dos mercados mundiais e os fluxos se movendo dos países emergentes para os EUA, são variados e vão de especulação, realocação às apostas de longo prazo.


O presidente da gestora Franklin Templeton no Brasil, Marcus Vinícius Gonçalves, diz que a percepção dos investidores internacionais não é tão pessimista quanto a dos investidores locais. A gestora tem mais de US$ 20 bilhões de seu portfólio no mundo alocados em risco Brasil. Ele diz que o país é visto como bom ativo de longo prazo, a despeito de questões políticas, e que as taxas de juros estão em patamares atrativos desde que o BC decidiu por elevá-las em meados deste ano. 


Fonte: redação com agências, Citibank, JP e Franklin Templeton

Dólar alto não inibe turistas e gastos no exterior batem novo recorde

Tanto em agosto quanto no acumulado do ano, gastos dos brasileiros atingem nova máxima; no mês, dólar acumulou alta de 4,5%

Brasileiros com sacolas de compras em Orlando, nos Estados Unidos
Brasileiros com sacolas de compras em Orlando, nos Estados Unidos (Bia Parreiras)

Mesmo com a disparada do dólar, os gastos dos brasileiros no exterior bateram recorde em agosto. Segundo dados do Banco Central, os gastos no mês passado somaram 2,22 bilhões de reais — maior valor já registrado no mês. A máxima anterior havia sido registrada em agosto de 2012, quando os gastos somaram 1,92 bilhão de dólares. Trata-se, também, da primeira vez que os gastos superam o patamar de 2 bilhões de dólares em agosto.

No acumulado dos oito primeiros meses do ano, as despesas no exterior alcançaram 16,7 bilhões de dólares, valor também recorde para o período. No mesmo intervalo do ano passado, brasileiros haviam deixado 14,63 bilhões de dólares fora do país.

A renovação dos recordes de gastos no exterior ocorreu justamente no mês em que o dólar disparou em relação ao real: a alta de agosto foi de 4,5% e a moeda americana chegou a ser cotada a 2,45 reais, cifra que não era vista desde 2008. Diante da alta, o Banco Central anunciou um programa de leilão de contratos de swap cambial (que significa a venda de dólares no mercado futuro) num total de 100 bilhões de dólares até dezembro deste ano. 

A alta de agosto ocorreu, sobretudo, por causa das incertezas sobre o fim da política de estímulos monetários do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A expectativa de retirada do programa de compras de títulos do BC americano, que ajuda a dar liquidez ao setor financeiro por meio da injeção de 85 bilhões de dólares mensais no mercado, trouxe volatilidade ao mercado de câmbio. As moedas dos países emergentes foram as mais impactadas — em especial, o real e a rúpia indiana.

Déficit em conta corrente até agosto já ultrapassa total de 2012


Resultado das contas externas ficou negativo em agosto em 5,05 bilhões de dólares; no acumulado do ano, soma 57,9 bilhões de dólares

Dólares
Setor externo: déficit em conta corrente já é maior que o total de 2012 (Divulgação)


Além do recorde de gastos de brasileiros no exterior em agosto, o Banco Central mostrou ainda que o déficit em conta corrente do Brasil continua se ampliando. Ficou negativo em 5,05 bilhões de dólares em agosto, impactado, sobretudo, pela conta de serviços, que ficou 4,235 bilhões de dólares no vermelho. A balança comercial, que vinha impactando negativamente as transações correntes ao longo de 2013, teve saldo positivo em agosto, de 1,226 bilhão de dólares. 

A conta corrente, ou conta de transações correntes, reúne o saldo da balança comercial (exportações e importações) e o resultado da balança de serviços (transportes, seguros, remessas e recebimento de juros e lucros, rendas e transações unilaterais). Quando está deficitária, significa que o Brasil está tomando mais crédito externo do que recebendo investimentos.

No acumulado do ano, o déficit em conta corrente atinge 57,952 bilhões de dólares, o que representa 4,01% do Produto Interno Bruto (PIB). É o pior resultado para a série histórica do Banco Central nos oito primeiros meses do ano desde 1947.

O déficit acumulado em 2013 já é maior do que o resultado negativo total de 2012 (54,230 bilhões de dólares). No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, o saldo negativo está em 80,642 bilhões de dólares, ou 3,60% do PIB.

Dívida externa - O BC informou ainda que a estimativa para a dívida externa brasileira em agosto de 2013 ficou em 311,474 bilhões de dólares. Em junho, último dado verificado, a dívida estava em 318,043 bilhões de dólares. No fim de 2012, estava em 312,898 bilhões de dólares. A dívida externa de longo prazo atingiu 276,774 bilhões de dólares em agosto.

Estrangeiros - De acordo com o BC, o investimento estrangeiro direto somou 3,775 bilhões de dólares no mês passado, ante 5 bilhões de dólares em agosto do ano passado. Já o investimento estrangeiro em ações de empresas brasileiras ficou positivo em 882 milhões de dólares em agosto, ante superávit de 1,226 bilhão de dólares em agosto do ano passado. No acumulado do ano até agosto, o saldo está em 7,429 bilhões de dólares, acima do total de 4,125 bilhões de dólares vistos em igual período de 2012.

SIMPLIFICAÇÃO DAS CONTRATAÇÕES ATRAI PROFISSIONAIS QUALIFICADOS


 





Simplificação para contratar estrangeiros atrai profissionais qualificados. Conjunto de resoluções propõe a redução de burocracia na solicitação de visto.



Há alguns meses, a reclamação de grande parte das empresas brasileiras era por mão de obra qualificada. Entre os principais gargalos do mercado nacional, a ausência de profissionais capacitados poderia ser resolvida por meio da contratação de profissionais estrangeiros. Porém, a solução, em muitos casos virava um problema em função das dificuldades burocráticas de trazer um profissional de fora.
 
No entanto, no mês de maio, uma notícia animou as empresas interessadas em trazer profissionais do Exterior. Publicadas no Diário Oficial da União, as Resoluções Normativas do Conselho Nacional de Imigração representam a simplificação de procedimentos para que empresas estabelecidas no Brasil contratem mão de obra estrangeira de forma mais simples.
 
A medida, que ainda está em processo de adaptação das empresas, também vai impedir situações de ilegalidade ocorridas por uma espécie de vácuo jurídico. Segundo a advogada especializada na área trabalhista, Priscilla Carbone Martines, a mudança foi pouco sensível e está mais relacionada à listagem de documentos e a redução do prazo de tramitação de 120 para 60 dias.
 
Priscilla explica que antes das resoluções, o tempo de espera configurava a maior dificuldade. “As empresas quase nunca podiam esperar o prazo estipulado. Geralmente, eram profissionais que precisavam ser contratados em regime de emergência”. Agora, com prazo determinado e mais curto, as empresas vão conseguir contar com a possibilidade de trazer profissionais com mais facilidade.
 
Segundo Priscilla, a situação causava uma insegurança jurídica e em até muitas vezes forçando empresas a assumir riscos. “Toda vez que um profissional está no Brasil ele deve receber como empregado brasileiro e sob as condições trabalhistas daqui, mas sem uma legalização isso não acontece.”
 
A advogada lembra que já teve problemas com clientes que acabaram assumindo riscos em função da morosidade. “Uma empresa precisava trazer um profissional e como ele não tinha visto de trabalho, veio como turista, trabalhou e, infelizmente se acidentou. A empresa não pode contar com o benefício do INSS para bancar o acidente”. Além dos problemas diretos com os funcionários, a não legalização dos profissionais atuando no Brasil pode ser alvo de fiscalização.
 
 
Aumento de fluxo
 
 
Com o aumento na demanda por profissionais estrangeiros, Priscilla afirma que as empresas devem tomar alguns cuidados: em primeiro lugar, é necessário fazer uma solicitação junto ao Conselho Nacional de Migração no Ministério do Trabalho.
 
Das empresas que mais serão beneficiadas pelas normas em função da alta demanda estão as instituições financeiras. “Tínhamos certo desconforto por parte da autoridade brasileira em aceitar que um estrangeiro representasse uma instituição.” Agora, para esses profissionais existe a obrigação de ter uma procuração registrada em cartório.
 
Empresas de engenharia também sofriam, pois em função da alta demanda de obras precisavam sempre de profissionais qualificados. “Essas normas vieram em um momento que a discussão sobre mão de obra qualificada é grande.” Para a especialista, será questão de tempo para que a situação fique ideal. “Com o atraso e a burocracia perdem as empresas e também os profissionais”.
Informações sobre a contratação de mão de obra estrangeira:
 
(1) Autorização de Trabalho

Está sob responsabilidade do Ministério do Trabalho e permite que trabalhadores temporários ou permanentes atuem no Brasil.
 
(2) Obtenção do Visto

De responsabilidade do ministério das Relações Exteriores por meio da autorização de trabalho registrada no passaporte.
 
(3) Visto Temporário

Autorização concedida pelo Ministério das Relações Exteriores, por meio dos consulados brasileiros no Exterior, aos estrangeiros que pretendem vir ao Brasil em viagem de negócios ou de profissional temporário.
O Conselho Nacional de Imigração, órgão do Itamaraty, é responsável por esclarecer informações e intermediar empresas que precisam contratar profissionais estrangeiros. Informações estão disponiveis no site do MTE.
 
Luiz Gustavo Pacete
(IstoÉ Dinheiro – 24/09/2013)

Cade não foi notificado sobre negócio Vivo-TIM; Anatel não se pronuncia

Do UOL, em São Paulo

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda não foi notificado sobre a operação de aumento da participação da Telefónica na Telco, holding de controle da Telecom Italia, informou a assessoria de imprensa do órgão antitruste brasileiro nesta terça-feira.

O negócio tem implicações para o mercado brasileiro de telecomunicações porque a Telefónica é dona da Vivo no país, enquanto a Telecom Italia é controladora da TIM Participações.

Procurada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que ainda não tem como se manifestar sobre o tema.

Mais cedo, o grupo espanhol Telefónica informou que está elevando sua participação na Telecom Italia sob um acordo complexo que fortalecerá a influência da companhia sobre uma importante rival na América do Sul.

(Com Reuters)

Saiba usar a comunicação para fidelizar seus clientes

Filomena Garcia

Colunista do UOL, em São Paulo

Em qual segmento atuar? Oferecer produtos ou serviços? Qual o melhor ponto comercial? Em quanto tempo começarei a ter lucro? Como contratar e treinar a equipe? Essas dúvidas estão sempre presentes na vida de um empreendedor, principalmente os de primeira viagem.

Um item que também deveria ser colocado nessa lista, e que muitas vezes é lembrado apenas quando o negócio não demonstra o desempenho esperado, é a fidelização do cliente.

Fidelizar o cliente é um trabalho diário, pois graças a essa manutenção constante a marca consegue cada vez mais estar presente na vida de quem realmente importa para sua permanência no mercado.

O empreendedor deve saber que produto, serviço, comunicação e relacionamento são os pontos mais significativos do negócio para a fidelização da marca.

Com o nível de expectativa cada vez maior dos clientes, oferecer produtos e serviços de ótima qualidade, pode até garantir que a sua marca será lembrada, mas não garante a fidelização.

Comunicação é uma das vertentes mais importantes quando falamos sobre fidelização. No entanto, muitos empreendedores a cortam, ou por não tê–la ou mesmo por falta de recursos. Sem comunicação, o mercado não saberá sobre a sua existência, sobre seus diferenciais, produtos ou serviços, e o quão bom você é.

Um bom exemplo de canal de comunicação, e que não requer altos investimentos, são as redes sociais.

Por meio delas, não só conseguimos nos comunicar com novos e atuais clientes, como conseguimos interagir e responder rapidamente as expectativas ou até mesmo saber o retorno de uma ação ou lançamento de um novo produto ou serviço.

Isso cria um relacionamento com o cliente, pois a comunicação é sempre de mão dupla. 

Investir neste e em outros tipos de relacionamento com o seu cliente, se torna cada vez mais fundamental. Pois, com a padronização cada vez maior de produtos e pontos de venda, você corre o risco de acabar se tornando apenas mais um aos olhos do consumidor.

Oferecer ao cliente uma experiência diferenciada na hora da compra é outro diferencial que pode ampliar muito a possibilidade de fidelizá-lo.

E, por fim, ofereça um ambiente físico agradável para que o cliente se sinta confortável e queira permanecer o maior tempo possível em sua loja. Se preocupe com os detalhes, como o visual da loja, vitrines, limpeza, organização, iluminação, estacionamento, música e sensações olfativas.

Obter sucesso fidelizando tanto os novos clientes quanto aqueles já conquistados, também é uma forma de empreender.


Filomena Garcia

Sócia-diretora da Franchise Store, é especialista em marketing e atua há 20 anos nas áreas de negócios , varejo e Franchising. Co-autora dos livros "Franchising - Uma estratégia para expansão de negócios e "Marketing para Franquias"