quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Venezuela fica fora de proposta comercial à UE




Por Renata Veríssimo

A Venezuela ficará fora da oferta de abertura comercial que o Mercosul apresentará à União Europeia. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que a Venezuela não estará nas discussões, porque ainda cumpre etapas de adesão ao Mercosul, bloco que reúne também Argentina, Uruguai e Paraguai.
 
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou nesta quinta-feira, 03, a oferta brasileira que fará parte das negociações de acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). O documento será encaminhado aos demais países-membros do Mercosul para a consolidação de uma oferta comum. O MDIC lembra que o compromisso assumido entre representantes dos dois blocos, em janeiro último, é o de apresentar as ofertas até o último trimestre deste ano.

A Camex também fixou um prazo até 30 de novembro para que o grupo técnico de retaliação avalie eventuais medidas a serem tomadas, no âmbito do contencioso do algodão com os Estados Unidos. Washington interrompeu o pagamento que vinha sendo feito ao Instituto Brasileiro do Algodão desde 2010, como parte do acordo temporário com o Brasil para a suspensão da retaliação autorizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, disse que o Itamaraty enviará uma carta ao governo dos Estados Unidos demonstrando a indignação do Brasil com a suspensão do pagamento da compensação aos produtores nacionais de algodão. Segundo ele, o governo brasileiro acompanhará se os recursos estarão incluídos na proposta de orçamento americano que será votada. "Vamos aguardar a aprovação do Orçamento. Se não constar o valor do pagamento, vamos retaliar", disse. Os EUA devem repassar US$ 147 milhões por ano aos produtores brasileiros de algodão para compensar o subsídio dado aos produtores norte-americanos.

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Brasil ainda não irá retaliar EUA pela suspensão do pagamento do algodão


 
RENATA AGOSTINI
DE BRASÍLIA




O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, afirmou nesta quinta-feira (3) que o Brasil não irá retaliar por enquanto os Estados Unidos país por conta da suspensão do pagamento referente à indenização do algodão. Segundo ele, os americanos não têm dinheiro para pagar. 

"Os Estados Unidos não têm dinheiro hoje. Mesmo que eles queiram pagar, não têm como pagar. Aguardamos a aprovação do orçamento e, se não constar no orçamento o valor do acordo, aí faremos a retaliação", afirmou o ministro após a reunião da Camex (Câmara de Comércio Exterior). 

O pagamento da indenização foi acertado entre os dois países após um longo contencioso na OMC (Organização Mundial do Comércio). No total, os Estados Unidos têm de pagar US$ 147 milhões por ano. Em julho, contudo, anunciaram que interrromperiam os repasses mensais. 

Durante a reunião da Camex, ficou decidido que o Itamaraty enviará um ofício aos Estados Unidos expondo a "indignação" do governo brasileiro. Ficará a cargo de um grupo de trabalho elaborar sugestões até o final de novembro sobre como o país deverá reagir caso o país insista em suspender o pagamento mesmo após a aprovação do orçamento. 

"Mas continuamos achando que os Estados Unidos devem pagar o que devem", disse.

Incerteza em relação à economia do país bate recorde


 
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO


As apostas dos analistas para o crescimento da economia brasileira em 2015, quando terá início um novo mandato presidencial, variam atualmente de 0,5% a 4,5%. 

Os quatro pontos percentuais que separam os extremos de otimismo e pessimismo do mercado revelam um nível recorde de incerteza em relação ao rumo do país em um horizonte de dois anos.

Já as previsões para 2014 oscilam entre 0,5% e 3,7%. Considerando as projeções feitas sempre no fim de setembro para o ano seguinte, a divergência atual entre os analistas só perde para a registrada em 2002, antes da eleição de Lula. 

Editoria de Arte/Folhapress

"Essa distância grande entre as projeções máximas e mínimas indica que o mercado está muito inseguro sobre o futuro da economia", afirma Marcelo Fernandes, professor da FGV-SP e da Queen Mary University of London.


EFEITO DA INCERTEZA
 
As projeções feitas por economistas para o comportamento de indicadores como PIB, inflação e câmbio nem sempre são certeiras. Quanto mais distante o período analisado, maior se torna o risco de erro. 

Apesar disso, as previsões são referências acompanhadas por governo, empresários e investidores. Apostas muito divergentes podem contribuir para o aumento de incerteza em relação ao desempenho da economia e a redução da confiança em uma possível recuperação. 

"Essa incerteza refletida na grande dispersão das projeções é ruim porque afeta decisões de investimento", diz Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. 

Com isso, segundo Borges e Fernandes, a insegurança em relação ao futuro acaba afetando o comportamento presente da economia. 

"Em um ambiente incerto, a reação natural é reduzir riscos. As empresas cortam investimentos e isso dificulta o crescimento da economia", diz Fernandes. 


CAUSAS

 
A lista de fatores que têm contribuído para a grande divergência nas expectativas sobre o desempenho da economia brasileira é longa. 

Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco, cita, entre outras causas, as recorrentes surpresas negativas em relação à recuperação da economia brasileira desde 2011. 

A frustração em relação ao desempenho da economia global, a eleição presidencial de 2014 e a atitude mais intervencionista do governo nos últimos anos também são citadas por especialistas como motivos de insegurança. 

Por outro lado, existe a possibilidade de que os grandes eventos esportivos que o Brasil sediará e as concessões de infraestrutura ao setor privado tenham forte impacto positivo sobre a recuperação. 

Borges, da LCA, destaca que, dependendo do peso que atribuem a cada um desses fatores, os analistas chegam a uma conta diferente em relação ao potencial de crescimento da economia sem pressões inflacionárias. 

O risco do atual cenário de forte divergência é que contribua para adiar ainda mais a recuperação econômica.

Ex-diretores da Petrobras protestam contra leilão do pré-sal


 
DENISE LUNA
DO RIO



Ex-diretores da Petrobras, representantes de entidades do setor de petróleo e o diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa se reuniram hoje no Centro do Rio, no Clube de Engenharia, para comemorar os 60 anos da empresa e protestar contra o primeiro leilão do pré-sal, o campo de Libra, previsto para 21 de outubro. 

O ex-diretor de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, disse em seu discurso que Libra, na bacia de Santos, é a maior descoberta do país, e por isso seria mais seguro preservar o petróleo para o Brasil. 

"Do ponto de vista geopolítico seria interessante a Petrobras não ter sócios, ainda que sejam países amigos. Minhas esperança é de que a presidente da República, que é uma nacionalista, abra a discussão sobre Libra com a sociedade", afirmou. 

Ele traçou um paralelo com outra experiência vivida pela estatal, na década de 1970, no Iraque, quando teve que devolver um campo (Majnoon) por ter sido a maior descoberta feita até aquele momento no país. "Não houve problema, fomos indenizados e saímos", explicou. 

O campo de Libra foi descoberto pela Petrobras em 2010, por contrato com a ANP (Agência Nacional do Petróleo), que contratou a estatal para encontrar reservas que poderiam ser usadas em troca de ações da companhia, a chamada cessão onerosa. Libra possui entre 8 e 12 bilhões de barris em reservas recuperáveis, segundo a ANP. Estão inscritas 11 empresas para o leilão de outubro, a maioria asiáticas, sendo três chinesas. 

O bônus de assinatura foi estipulado em R$ 15 bilhões e vencerá o leilão quem oferecer o maior percentual de lucro-óleo (produção menos os custos) para a União. 

De acordo com Ildo Sauer, ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras, a venda de Libra fragiliza a situação do país do ponto de vista estratégico e empresarial. Ele quer o cancelamento imediato do certame e vai amanhã à Brasília se reunir com parlamentares que também querem suspender o leilão, como Roberto Requião (PMDB-PR), Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Ações na Justiça também estão sendo preparadas, segundo Sauer. 

"Em qualquer lugar do mundo, quando se descobre uma nova província se concluiu o processo exploratório antes, para saber quanto se tem de reservas. Não saber ao certo quantos barris tem Libra é uma vergonha", declarou, sobre a diferença de 400 bilhões de barris da estimativa da ANP. 

"Ninguém vende um conjunto de fazendas cheias de bois sem contar os bois. De 8 a 12 bilhões (de barris) é 50% de erro. 400 bilhões de barris valem US$ 300 bilhões. Como vai deixar no ar uma dúvida de US$ 300 bilhões num país miserável como o nosso?", perguntou. 

Para o diretor da Coppe/UFRJ, o físico Luiz Pinguelli Rosa, Libra é um ativo grande demais para ser vendido em leilão. Ele lembra que as reservas brasileiras atualmente são de 15 bilhões de barris, e o campo quase dobraria esse volume. 

"Não há necessidade, a não ser por um critério de atração de dólares externos, o que não tem nada a ver com a política de petróleo", disse, referindo-se à necessidade do governo de fechar o ano dentro da meta do superávit primário. 

"É muito petróleo de uma vez só, ainda mais para dar para os chineses, isso vai para o governo chinês. Os chineses são duros nas questões comerciais, eles jogam no interesse deles, eles são uma espécie de americanos soft", avaliou.

Infraestrutura concentra investimentos anunciados em SP


 


A maior parte dos investimentos anunciados no Estado de São Paulo em 2012 foi para infraestrutura. Serviços e indústria ficaram com a segunda e a terceira maior parcela, respectivamente, conforme dados da Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), divulgados nesta quinta-feira (3) pela Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados). 

No ano passado, o montante de investimentos anunciados foi de US$ 59,8 bilhões, com 66% disso (US$ 39,3 bilhões) envolvendo projetos de infraestrutura, divididos em transportes, saneamento, telecomunicações e energia. 

No setor de infraestrutura, transportes foi o subsetor que teve a maior parcela de investimentos anunciados, 74,4%, ou US$ 34 bi, seguido por saneamento (15,3%); telecomunicações (6,7%); e energia (3,6%). 


SERVIÇOS E INDÚSTRIA

 
No setor de serviços, que teve investimentos anunciados de US$ 12 bilhões em 2012 --ou 20% do total, o maior volume esteve direcionado às atividades imobiliárias (US$ 4,3 bi), sobretudo, para construção ou ampliação de shopping centers, alguns deles incluindo hotéis, edifícios residenciais e comerciais. 

Já na indústria, com investimentos anunciados de US$ 7,6 bi (13% do total), as atividades que tiveram maior destaque foram automotiva, metalurgia e celulose e papel. 

O bom desempenho do subsetor automotivo reflete os incentivos fiscais do governo, condicionados a conteúdo nacional e inovação, e pela oferta de crédito a juros baixos, revela a pesquisa. 

VEJA A DISTRIBUIÇÃO DOS INVESTIMENTOS
 
Setor investimento em US$ bilhões Participação (em %)
Infraestrutura 39,3 66
Serviços 12 20
Indústria 7,6 13
Comércio 0,72 1,2
Outros 0,12 0,2
Total 59,8 100
FONTE: Fundação Seade. Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo - Piesp. 


PRAZOS

 
As informações sobre o período de duração dos investimentos mostram que US$ 37,4 bilhões (62,6% do total) têm previsão de término até 2016 e outros US$ 7,7 bilhões (12,9%) deverão ser concluídos entre 2017 e 2020. As inversões de longo prazo (10 anos ou mais) somaram US$ 14,6 bilhões (24,5%), relacionando-se a saneamento básico, aeroportos e frota de aviões. 

O montante total de investimento anunciado no Estado de São Paulo em 2012 cresceu 22% em relação ao ano de 2011, e alcançou o maior volume anual desde 1998, 

O objetivo da Piesp é contribuir para o mapeamento das principais tendências da economia paulista. A edição atual divulga os anúncios de investimentos feitos pelas empresas em 2012 e indica as expectativas sobre o futuro desempenho econômico do Estado.

Dona do JBS tenta ampliar negócios com banco no segmento empresarial


 


TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO



O Banco Original, que pertence à J&F (holding controladora do frigorífico JBS), anunciou nesta quinta-feira (3) a entrada no segmento empresarial. A estratégia é parte do plano de diversificação da instituição, que nasceu com foco no agronegócio e pretende expandir a presença também para as áreas de varejo, investimentos e seguros. 

"No longo prazo, pretendemos atuar como banco completo", diz Giuseppe Paternostro, diretor-executivo de Crédito do Banco Original. A estreia no varejo, segundo ele, pode ocorrer em quatro a cinco anos, dependendo do cenário macroeconômico. 

Segundo Matheus Oliveira, diretor-executivo de Corporate do Original, o foco do banco nesse segmento são médias e grandes empresas de capital nacional com faturamento anual acima de R$ 300 milhões. A média de empréstimo por cliente é de aproximadamente R$ 13 milhões. 

A carteira de crédito da área empresarial, que começou a ser formada no início deste ano, já soma cerca de R$ 500 milhões, praticamente a metade da carteira de crédito total do banco, de R$ 1 bilhão. 

"Ainda há uma possibilidade enorme de crescimento considerando o volume de crédito concedido e o nosso patrimônio líquido, de R$ 2 bilhões. Temos um alto índice de Basileia", afirma Oliveira. 

O Banco Original hoje oferece produtos típicos de banco comercial, como empréstimos, derivativos, hedge, investimento e crédito para a exportação. 

No próximo ano, pretende lançar produtos adicionais, como empréstimos ligados a repasses do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e financiamento de importação.

A UNIVERSIDADE MULTICULTURAL DE RIBEIRÃO PRETO

A Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto, recebe anualmente 150 alunos estrangeiros, a maior parte da América Latina e Europa, para fazer cursos de graduação e pós-graduação.

“Eles vem através de convênios que a USP tem com as universidades no exterior e vice-versa”, diz Fernanda dos Reis Almeida, chefe da sessão técnica de apoio ao visitante estrangeiro. Ela trabalha em uma central do campus que faz o acolhimento dos estrangeiros.

Eles participam dos cursos de Verão, em janeiro, e dos de Inverno, em julho e agosto, promovidos pela universidade. Fernanda explica que um dos focos da USP é a internacionalização. “A USP tem intensificado estes convênios e tem aumentado a procura por quem vê no país um destino atrativo”, diz.

Ela também acredita que a USP de Ribeirão Preto é muito procurada pelos estudantes estrangeiros porque é uma cidade que tem facilidade de moradia, segurança e facilidade no trânsito.

“Este convívio entre os nossos alunos e os de fora é importante porque eles exercitam a diversidade cultural e todos adquirem uma visão de mundo diferenciada”, opina. Para ela, os dois estudantes ganham com a convivência e aprendem também a se adaptar em situações diferentes.

Alunos estrangeiros podem estudar na USP por meio do Programa de Estudante Convênio ou por vagas cedidas em casos de cortesia diplomática, oferecidas a funcionários estrangeiros de missões diplomáticas ou para seus dependentes legais.

No curso de medicina existe a possibilidade de fazer residência médica. Alunos de intercâmbio de graduação podem cursar de um a dois semestres que podem ser válidos para as escolas de origem.
Fernanda lembra que as atividades são em português, por isso, é bom o aluno ter conhecimento da língua portuguesa.


Evento ajuda a unir estrangeiros e brasileiros


A USP realiza todo ano o “Get Together” para unir estudantes estrangeiros e brasileiros e promover a integração cultural entre eles.

“Faz sete anos que o evento é realizado e cada grupo apresenta um pouco de sua cultura. Brasileiros e estrangeiros conhecem a cultura de cada povo”, diz Fernanda dos Reis Almeida, chefe da sessão técnica de apoio ao visitante estrangeiro.

Este ano, os alunos fizeram exposições sobre os locais turísticos, músicas, filmes e roupas de seus países.
Já os brasileiros falaram sobre os lugares que gostariam de estudar caso fossem para o exterior.
“A tendência é no próximo ano aumentarmos o número de alunos estrangeiros porque a procura já tem sido grande. É claro que a Copa do Mundo é um atrativo”, afirma.

Jucimara de Pauda
(A Cidade – 29/09/2013)