quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Do Brasil, chinesa Foton vai exportar caminhões para América Latina e África


 
 


A Foton, fabricante chinesa de caminhões, fará do Brasil, a partir de sua unidade de Guaíba, Rio Grande do Sul, base de exportação para a América Latina e África. No mercado doméstico, a montadora vai direcionar esforços para veículos menores (entre 2,5 e 3,5 toneladas). Com cerca de R$ 337 milhões de investimentos na fábrica de Guaíba, a Foton Aumark do Brasil aposta na tendência de restrição da circulação de grandes caminhões em entros urbanos.

"Este é o segmento com maior potencial de crescimento no Brasil", afirmou o vice-presidente da empresa, Orlando Merluzzi. O executivo destaca que a faixa que abrange os caminhões semileves e semipesados representa 73% do mercado brasileiro. "Entraremos na briga com o diferencial de oferecer veículos premium", diz Merluzzi. Ele explica que os caminhões Foton virão com ar condicionado de série, por exemplo. 

A fábrica terá capacidade inicial de 21 mil unidades em um turno, podendo chegar e 32 mil unidades em dois turnos. A planta deve começar a operar em meados de 2016. "Por enquanto, estamos formando nossa rede de concessionárias, pois sem elas não há como ter produção local", diz Merluzzi.

De acordo com o executivo, o Brasil, além da base de exportação da companhia para a América Latina, a Foton expolica porque vai exportar para a África parte da produção brasileira. "Estamos em uma localização estratégica; é só cruzar o Atlântico", diz Merluzzi. Segundo ele, a Foton é a maior montadora de caminhões do mundo em volumes. A média anual de produção da companhia nos últimos sete anos é de 670 mil toneladas.

A Foton espera atingir o índice mínimo de 65% de conteúdo local em cerca de quatro anos. Os motores dos caminhões da marca serão da Cummins e, a transmissão, da ZF, duas marcas instaladas em solo nacional. "Já estamos trabalhando com o processo de nacionalização dos componentes com fornecedores", destaca Merluzzi.

O executivo afirma saber que os seus concorrentes são muito fortes. "Cerca de 85% do mercado de caminhões estão concentrados nas mãos de apenas seis montadoras. Mas nossa meta de 5% de market share nos próximos 12 anos deve nos garantir o posto de sétima maior do setor", diz Merluzzi. Ele ressalta ainda que a Foton está negociando com bancos chineses para alternativas ao financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento  Econômico e Social (BNDES), o Finame.









Estrangeiro retoma bom humor em relação ao Brasil e eleva investimento no país



 
 
Para especialistas, o negócio entre a Portugal Telecom (PT) e a Oi é mais um sinal de que, aos poucos, o sobressalto atribuído aos investidores estrangeiros em relação ao Brasil não tem a proporção imaginada. A fusão das duas companhias de telecomunicações resultou na criação da CorpCo, uma gigante do setor com receita de R$ 37,5 bilhões em 2012 – uma das maiores multinacionais do setor. "Os investidores gostam do Brasil. E segmentos como o móvel e o 3G têm disseminação baixa no Brasil", disse Zeinal Bava (foto), CEO da nova companhia em teleconferência com analistas.

Para Luiz Miguel Santacreu, economista da Austin Rating, essa fusão é mais um indicativo do potencial que o Brasil guarda, a despeito do pessimismo retratado por veículos da imprensa internacional – caso da revista "The Economist", que recentemente trouxe reportagem de capa sobre o Brasil na qual trata a economia nacional com completo pessimismo e desconfiança. “O Brasil é uma fronteira econômica invejável, especialmente para o setor de serviços”, afirma Santacreu.

O economista acredita em um cenário otimista. “Algumas empresas estrangeiras estão vendo a oportunidade de fincar a bandeira no Brasil agora”, diz. 

“Elas querem estar aqui quando o mercado melhorar, quando os marcos regulatórios saírem e quando surgirem as novas oportunidades de investimentos.”

O mercado de telecomunicações é apenas um dos setores na mira do capital estrangeiro – especialmente europeu, que ainda enfrenta um cenário recessivo no seu continente.

O setor automotivo está animado e nas últimas semanas anunciou cerca de R$ 1 bilhão em aportes no Brasil. Na última segunda-feira (30/9), a Mercedes-Benz disse que fará um investimento de R$ 500 milhões em nova fábrica em Iracemápolis, no interior paulista. No mês passado, a Audi anunciou um investimento de R$ 500 milhões no País. E são esperados mais R$ 700 milhões da Volkswagen. A chinesa Foton, fabricante de caminhões, vai exportar veículos a partir do Rio Grande do Sul para América Latina e África, além de atender ao mercado doméstico.

A opinião de Santacreu também é compartilhada por quem observa o mercado de fora. “Mesmo em um processo de abrandamento, a economia brasileira continua a inspirar confiança a longo prazo, dado o perfil de consumidores e acontecimentos econômicos que estão no horizonte”, avalia presidente-executivo da corretora portuguesa Dif Broker, Pedro Lino. A antecipação da fusão entre PT e Oi, que já era prevista pelo mercado, demonstra esse interesse do investidor pela economia brasileira. "Era algo que os operadores de mercado esperavam, embora apenas em 2014”, diz.

Beltran Simo, associado em Bogotá da Delta Partners, consultoria de investimentos baseada em Dubai e especializada em telecomunicações, aposta, inclusive, numa retomada do crescimento.

"É certo que a economia brasileira tem problemas estruturais que devem resolvidos, como alta inflação, infraestrutura deficitáira, sistema fiscal demasiado complexo. Mas a volta a taxas de crescimento interessantes unida a uma ainda complexa situação em mercados mais maduros faz pensar que o Brsail seguirá sendo um foco importante de investimento", afirma o analista.

Para Simo, a reação inicialmente positiva da fusão PT/Oi também por parte do governo brasileiro pode servir de estímulo a outros investimentos estrangeiros no País.

"O importante do caso PT/Oi talvez tenha sido a acolhida favorável por parte das autoridades locais que, ainda que influenciadas pelo fato de que a maioria do capital permanecerá em mãos brasileiras e a sede no Rio, poderá mandar um sinal de beneplácito a possíveis processos de integração em outros setores", diz.

Para Otto Nogami, professor de economia do Insper, empresas que conhecem profundamente o mercado nacional sabem que esse arrefecimento faz parte de um ciclo que não é novo. “Essa fusão mostra que o interesse do mundo no Brasil é um fato”, afirma. “Os olhos estão todos voltados para cá, pois enxergam um grande potencial nessa população majoritariamente consumista e com demanda reprimida.”

“O mercado brasileiro de telefonia móvel tem a melhor perspectiva de médio a longo prazo entre os emergentes, mas a tendência é que essa consolidação siga para outros setores”, completa Nogami.

Isso porque o ganho de eficiência continua sendo a principal preocupação das empresas nacionais. “Fusões geram volume e redução de custos, com ganhos importantes em produtividade”, diz o professor. A avaliação do analista da corretora portuguesa Fincor, Albino Oliveira, é semelhante. “As sinergias são o principal motivo pelo qual as ações da Portugal Telecom responderam dessa maneira [no pregão desta quarta-feira, dia 2].”

As ações da portuguesa na Bolsa de Lisboa chegaram a disparar  20% nas primeiras horas da manhã (no horário local) – resultado da expectativa de ganhos de cerca de R$ 5,4 bilhões com as sinergias resultantes do negócio.

Fonte: IG Economia

Moody’s rebaixa nota de crédito da Petrobras de ‘A3’ para ‘Baa1’


Por Natalia Viri | Valor
Renzo Gostoli/Bloomberg


SÃO PAULO  -  A Moody’s reduziu a nota de crédito das dívidas de longo prazo em moedas local e estrangeira da Petrobras em um degrau, de “A3” para “Baa1”, ainda dentro da escala considerada como “grau de investimento”. A perspectiva permanece negativa, o que indica que a agência de classificação de risco não descarta novos cortes no médio prazo.

“O rebaixamento reflete a elevada alavancagem financeira da Petrobras e a expectativa de que a empresa deverá continuar a ter ampla queima de caixa nos próximos anos, a medida que conduz seu programa de investimentos”, afirmou o analista Thomas Coleman em nota. O corte no rating pode ocorrer caso as metas de produção não seja atingidas ou a relação entre dívida líquida e Ebitda supere as 4 vezes, alerta.

De acordo com ele, a expectativa é que a companhia atinja seu pico de endividamento em 2013 e 2014, com queda apenas a partir de 2015. Pelas contas da agência, os gastos da Petrobras podem ser quase o dobro do fluxo de caixa gerado internamente em 2013.  

Para a Moody’s, a execução bem-sucedida do plano de investimento e a entrada das metas de produção são pontos-chave para reduzir os níveis de endividamento e para que a perspectiva do rating seja estabilizada.

Coleman ressalta que o programa de revisão de investimentos e controle de custos que está sendo conduzido pela presidente Maria das Graças Foster deve ajudar a conter possíveis aumentos de capital e a concretizar um aumento da produção.

De toda forma, há um risco significativo de que a Petrobras não consiga cumprir sua meta de produzir 3 milhões de barris diários em 2016 e 5,2 milhões de barris ao dia em 2020.

Outro ponto destacado pela Moody’s são os constantes prejuízos com a operação de abastecimento de combustíveis, em virtude da defasagem entre os preços dos combustíveis praticados no mercado interno e no exterior. “Não está claro se aumentos suficientes de preços estão a caminho, diante das pressões políticas sobre o governo e o foco no controle a da inflação”, ressaltou Coleman.

(Natalia Viri | Valor)

Embraer vende jatos E-195 para duas companhias europeias


Por Renato Rostás | Valor
Divulgação


SÃO PAULO  -  A Embraer anunciou hoje três pedidos firmes de jatos E-195 realizados por duas companhias aéreas da Europa. A bielorrussa Belavia encomendou duas unidades do modelo, enquanto a Aurigny, que tem sede no Canal da Mancha, fechou contrato para aquisição de outra aeronave.

A fabricante de aviões informou que as três encomendas já entram na carteira de pedidos do terceiro trimestre. A expectativa é que ambos os jatos sejam entregues na primeira metade do ano que vem. O acordo foi anunciado hoje em entrevista coletiva em Salzburgo, na Áustria.

A Belavia já possuía em sua frota dois E-175 da Embraer. Já a Aurigny adquiriu seu primeiro jato da fabricante brasileira. Atualmente, o grupo voa com turboélice de seis frequências diárias entre o aeroporto de Gatwick, em Londres, e a ilha de Guernsey, no Canal da Mancha. A encomenda foi autorizada pelo governo da ilha, disse a aérea.

Enquanto a Belavia transportou 1,2 milhão de passageiros no ano passado, a Aurigny alcançou a marca de 9 milhões de pessoas transportadas no início deste ano. O E-195 tem capacidade para até 124 passageiros e custa em torno de US$ 45 milhões cada. A Azul é uma das maiores compradoras desse avião. 

(Renato Rostás | Valor)hare1

Camex aprova proposta de livre-comércio com UE





Por Renata Veríssimo

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou nesta quinta-feira, 03, a proposta de livre-comércio com a União Europeia, informou o ministro da Agricultura, Antônio Andrade. Segundo ele, a lista de oferta aprovada pela Camex será apresentada aos sócios do Mercosul, antes de ser encaminhada aos europeus. Ele, no entanto, não quis antecipar detalhes da proposta. Afirmou apenas que a oferta aprovada está "num nível aceitável pela União Europeia".
 
Andrade explicou que pode haver mudanças de alguns produtos na lista, a pedido de setores. O ministro acredita que uma proposta com o Mercosul possa ser fechada em 30 dias, mas admite que a Argentina tem criado dificuldades. "Acredito que dentro em breve a Argentina deve mandar a sua lista e poderemos apresentar a proposta à União Europeia", disse, após a reunião da Camex.

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Venezuela fica fora de proposta comercial à UE




Por Renata Veríssimo

A Venezuela ficará fora da oferta de abertura comercial que o Mercosul apresentará à União Europeia. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que a Venezuela não estará nas discussões, porque ainda cumpre etapas de adesão ao Mercosul, bloco que reúne também Argentina, Uruguai e Paraguai.
 
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou nesta quinta-feira, 03, a oferta brasileira que fará parte das negociações de acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). O documento será encaminhado aos demais países-membros do Mercosul para a consolidação de uma oferta comum. O MDIC lembra que o compromisso assumido entre representantes dos dois blocos, em janeiro último, é o de apresentar as ofertas até o último trimestre deste ano.

A Camex também fixou um prazo até 30 de novembro para que o grupo técnico de retaliação avalie eventuais medidas a serem tomadas, no âmbito do contencioso do algodão com os Estados Unidos. Washington interrompeu o pagamento que vinha sendo feito ao Instituto Brasileiro do Algodão desde 2010, como parte do acordo temporário com o Brasil para a suspensão da retaliação autorizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, disse que o Itamaraty enviará uma carta ao governo dos Estados Unidos demonstrando a indignação do Brasil com a suspensão do pagamento da compensação aos produtores nacionais de algodão. Segundo ele, o governo brasileiro acompanhará se os recursos estarão incluídos na proposta de orçamento americano que será votada. "Vamos aguardar a aprovação do Orçamento. Se não constar o valor do pagamento, vamos retaliar", disse. Os EUA devem repassar US$ 147 milhões por ano aos produtores brasileiros de algodão para compensar o subsídio dado aos produtores norte-americanos.

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Brasil ainda não irá retaliar EUA pela suspensão do pagamento do algodão


 
RENATA AGOSTINI
DE BRASÍLIA




O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, afirmou nesta quinta-feira (3) que o Brasil não irá retaliar por enquanto os Estados Unidos país por conta da suspensão do pagamento referente à indenização do algodão. Segundo ele, os americanos não têm dinheiro para pagar. 

"Os Estados Unidos não têm dinheiro hoje. Mesmo que eles queiram pagar, não têm como pagar. Aguardamos a aprovação do orçamento e, se não constar no orçamento o valor do acordo, aí faremos a retaliação", afirmou o ministro após a reunião da Camex (Câmara de Comércio Exterior). 

O pagamento da indenização foi acertado entre os dois países após um longo contencioso na OMC (Organização Mundial do Comércio). No total, os Estados Unidos têm de pagar US$ 147 milhões por ano. Em julho, contudo, anunciaram que interrromperiam os repasses mensais. 

Durante a reunião da Camex, ficou decidido que o Itamaraty enviará um ofício aos Estados Unidos expondo a "indignação" do governo brasileiro. Ficará a cargo de um grupo de trabalho elaborar sugestões até o final de novembro sobre como o país deverá reagir caso o país insista em suspender o pagamento mesmo após a aprovação do orçamento. 

"Mas continuamos achando que os Estados Unidos devem pagar o que devem", disse.