SÃO PAULO - A
Moody’s reduziu a nota de crédito das dívidas de longo prazo em moedas
local e estrangeira da Petrobras em um degrau, de “A3” para “Baa1”,
ainda dentro da escala considerada como “grau de investimento”. A
perspectiva permanece negativa, o que indica que a agência de
classificação de risco não descarta novos cortes no médio prazo.
“O rebaixamento reflete a elevada alavancagem financeira da Petrobras
e a expectativa de que a empresa deverá continuar a ter ampla queima de
caixa nos próximos anos, a medida que conduz seu programa de
investimentos”, afirmou o analista Thomas Coleman em nota. O corte no
rating pode ocorrer caso as metas de produção não seja atingidas ou a
relação entre dívida líquida e Ebitda supere as 4 vezes, alerta.
De acordo com ele, a expectativa é que a companhia atinja seu pico de
endividamento em 2013 e 2014, com queda apenas a partir de 2015. Pelas
contas da agência, os gastos da Petrobras podem ser quase o dobro do
fluxo de caixa gerado internamente em 2013.
Para a Moody’s, a execução bem-sucedida do plano de investimento e a
entrada das metas de produção são pontos-chave para reduzir os níveis de
endividamento e para que a perspectiva do rating seja estabilizada.
Coleman ressalta que o programa de revisão de investimentos e
controle de custos que está sendo conduzido pela presidente Maria das
Graças Foster deve ajudar a conter possíveis aumentos de capital e a
concretizar um aumento da produção.
De toda forma, há um risco significativo de que a Petrobras não
consiga cumprir sua meta de produzir 3 milhões de barris diários em 2016
e 5,2 milhões de barris ao dia em 2020.
Outro ponto destacado pela Moody’s são os constantes prejuízos com a
operação de abastecimento de combustíveis, em virtude da defasagem entre
os preços dos combustíveis praticados no mercado interno e no exterior.
“Não está claro se aumentos suficientes de preços estão a caminho,
diante das pressões políticas sobre o governo e o foco no controle a da
inflação”, ressaltou Coleman.
(Natalia Viri | Valor)
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