quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Moody’s rebaixa nota de crédito da Petrobras de ‘A3’ para ‘Baa1’


Por Natalia Viri | Valor
Renzo Gostoli/Bloomberg


SÃO PAULO  -  A Moody’s reduziu a nota de crédito das dívidas de longo prazo em moedas local e estrangeira da Petrobras em um degrau, de “A3” para “Baa1”, ainda dentro da escala considerada como “grau de investimento”. A perspectiva permanece negativa, o que indica que a agência de classificação de risco não descarta novos cortes no médio prazo.

“O rebaixamento reflete a elevada alavancagem financeira da Petrobras e a expectativa de que a empresa deverá continuar a ter ampla queima de caixa nos próximos anos, a medida que conduz seu programa de investimentos”, afirmou o analista Thomas Coleman em nota. O corte no rating pode ocorrer caso as metas de produção não seja atingidas ou a relação entre dívida líquida e Ebitda supere as 4 vezes, alerta.

De acordo com ele, a expectativa é que a companhia atinja seu pico de endividamento em 2013 e 2014, com queda apenas a partir de 2015. Pelas contas da agência, os gastos da Petrobras podem ser quase o dobro do fluxo de caixa gerado internamente em 2013.  

Para a Moody’s, a execução bem-sucedida do plano de investimento e a entrada das metas de produção são pontos-chave para reduzir os níveis de endividamento e para que a perspectiva do rating seja estabilizada.

Coleman ressalta que o programa de revisão de investimentos e controle de custos que está sendo conduzido pela presidente Maria das Graças Foster deve ajudar a conter possíveis aumentos de capital e a concretizar um aumento da produção.

De toda forma, há um risco significativo de que a Petrobras não consiga cumprir sua meta de produzir 3 milhões de barris diários em 2016 e 5,2 milhões de barris ao dia em 2020.

Outro ponto destacado pela Moody’s são os constantes prejuízos com a operação de abastecimento de combustíveis, em virtude da defasagem entre os preços dos combustíveis praticados no mercado interno e no exterior. “Não está claro se aumentos suficientes de preços estão a caminho, diante das pressões políticas sobre o governo e o foco no controle a da inflação”, ressaltou Coleman.

(Natalia Viri | Valor)

Nenhum comentário:

Postar um comentário