A
Ciber Equipamentos Rodoviários, produtora de máquinas e tecnologias
para construção de rodovias e mineração, sabe que está no lugar exato e
no momento certo. Preparando-se para receber grandes eventos esportivos e
vivendo o período pré-eleitoral, quando governantes querem mostrar
serviço e obras pipocam por todos os lados das cidades, o Brasil
concentra seus esforços no investimento em infraestrutura.
O
desenvolvimento de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos se tornou a
única saída para o país voltar a crescer - como indicou Tatiana
Pinheiro, economista sênior do Santander. O cenário, portanto, não poderia ser
mais promissor para a empresa gaúcha que, entre outros equipamentos,
fabrica usinas de asfalto. Segundo o Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transporte (DNIT), pouco mais de 13% das rodovias
brasileiras são pavimentadas “O percentual é muito baixo comparado
ao resto do mundo. Existe uma lacuna grande para ser preenchida”, avalia
Jandrei Goldschmidt, gerente de marketing da Ciber.
A
previsão da Ciber, subsidiária do grupo alemão Wirtgen, é fechar o ano
com o faturamento de R$ 400 milhões. Para isso, a empresa reforçou sua
presença na região nordeste com a abertura, recentemente, de uma
revendedora em Pernambuco. A intenção é atender um mercado
promissor: “O nordeste vem muito forte em termos de infraestrutura. No
primeiro semestre, despontou bastante a demanda por equipamentos na
Bahia e Pernambuco”, conta Goldschmidt. Entre 70 e 80% dos clientes da
Ciber são empreiteiras e grandes construtoras, mas setores do governo e o
exército também utilizam as máquinas produzidas na fábrica de Porto
Alegre. É o caso da prefeitura do Rio de Janeiro, outro mercado para o
qual a Ciber tem dedicado especial atenção diante dos investimentos que
estão sendo realizados no município à espera da Copa do Mundo e
Olimpíada.
Além de o
momento ser propício para o aumento da demanda pelos equipamentos para
obras rodoviárias, a Ciber conta com outro ponto a favor: a valorização
do dólar. A empresa comercializa usinas de asfalto, de produção 100%
brasileira, para toda América Latina, África, Oceania e sul da Ásia. A
única preocupação reside na cotação do euro, pois parte das máquinas é
importada da Alemanha. Mas como 70% dos produtos são nacionais,
produzidos em Porto Alegre, a balança comercial da Ciber tende a ficar
positiva.
O setor de
máquinas e equipamentos no Brasil não teve um bom desempenho no primeiro
semestre de 2013. No acumulado do ano (janeiro a julho), teve queda de
7,7% no faturamento em comparação ao mesmo período de 2012. Porém, Goldschmidt destaca que a
proximidade das eleições 2014 pode dar um ânimo ao segmento: “A
tendência é que até o ano que vem, o mercado se aqueça”. No entanto, as
obras brasileiras estão sempre às voltas com incertezas e burocracias
que podem representar uma ducha de água fria no crescimento do setor. Segundo Goldschmidt, empresas deste
setor trabalham com a probabilidade de greves, falta de mão de obra
qualificada e embargos das construções. “A instabilidade é uma
constante, o que dificulta andamento da cadeia produtiva e as projeções
para o futuro”.
Fonte: amanha.com.br
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