domingo, 27 de outubro de 2013

Já se vende mais bicicletas que carros na Europa


A Espanha é o mais novo país europeu a entrar no grupo das nações onde a venda de bicicletas supera a de veículos. Na União Europeia, apenas dois não seguem a regra

Getty Images
Pessoas de bicicleta em Berlim

Pessoas andam de bicicleta em Berlim: a Alemanha é o país com o maior  mercado de bicicletas.  Foram 3,96 milhões em 2012

São Paulo - Apaixonados por carros, os espanhóis - cujo país começa a ensaiar os primeiros passos para fora da crise - pela primeira vez na história compraram mais bicicletas que carros. Com isso, o país se junta a praticamente a todos os outros da Europa (veja tabela ao final), que vêm dando maior força às duas rodas. 

Uma comparação entre os dados da Associação de Veículos com Rodas da Europa sobre o mercado de bicicletas e da venda de automóveis da Associação Europeia de Fabricantes de Carros apontou que, em 2012, apenas na Bélgica e em Luxemburgo os veículos continuam em primeiro. 

Na Itália, por exemplo, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial mais bicicletas foram vendidas do que carros. No Reino Unido, a diferença é de 1,6 milhões a mais de bicicletas.

No Brasil, a situação se repete. De acordo com dados mais recentes da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), em 2011 foram produzidas 4,6 milhões de bicicletas no país e outras 370 mil foram importadas. No mesmo período, foram 3,4 milhões de carros vendidos.
 


Spencer Platt/Getty Images

São Paulo - Desde 2009, 211 ciclistas perderam a vida vítimas do trânsito paulistano. Exatos 52 deles apenas no ano passado, quase todos, 51, homens. As informações são da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Mesmo diante deste cenário, pode-se dizer que São Paulo se conscientiza, aos poucos,  do papel das bicicletas como meio de transporte - e da falta de segurança a que são submetidos os ciclistas urbanos.

De 2009 para cá, mais de 60 km de ciclovias foram construídos. O prefeito Fernando Haddad promete mais 400 km de vias cicláveis até o fim de seu mandato. A ciclofaixa de lazer, que separa uma faixa só para as bicicletas aos domingos em várias vias, também ajudou a popularizar a bike na capital paulista. 

Inicialmente, o aumento das vias para bicicletas fez diminuir os acidentes fatais: entre 2009 e 2011, os números caíram cerca de 20%. Já no passado, houve um aumento de 6%.
Segundo a CET, foram registradas neste ano mais de 210 autuações - uma média de duas multas por dia desde que novas medidas foram adotadas - por desrespeito a quem circula de bicicleta.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo também não são alentadores: diariamente, nove ciclistas são internados em hospitais públicos devido a acidentes viários.
Clique nas fotos e veja quais vias registraram mais acidentes fatais nos últimos quatro anos.
 
A diferença está em como essas milhões de bicicletas são usadas por aqui. Enquanto em boa parte dos países europeus elas gozam da segurança e da praticidade das ciclovias e ciclofaixas - o que acaba por incentivar seu uso como meio de transporte -, no Brasil, são obrigadas a dividir espaço com carros, motos e ônibus no trânsito.  

Veja na tabela a seguir a comparação entre a venda de bicicletas e carros na Europa:

Nenhum comentário:

Postar um comentário