terça-feira, 29 de outubro de 2013

Problemas de planejamento impediram que resultado da BRF fosse melhor


Claudio Galeazzi admite falha estratégica ocorrida no mercado do Oriente Médio

Por Luiz Gustavo PACETE

Com crescimento de 216% no lucro do terceiro trimestre, para R$ 287 milhões, a BRF só teria motivos para comemorar. Porém, apesar de positivo, o resultado não agradou executivos da companhia e foi considerado decepcionante. Se internamente não há espaço para comemoração, no mercado, a reação não poderia ser diferente. O recado foi dado com a queda de 3,79% das ações da empresa na segunda-feira 28. Em conversa com investidores, na manhã desta terça-feira 29, Claudio Galeazzi, CEO da BRF, explicou alguns dos motivos que não permitiram que a empresa atingisse lucros maiores no período.

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Claudio Galeazzi admite falha estratégica ocorrida no mercado do Oriente Médio

Entre as principais causas da "frustração", palavra usada várias vezes na conferência, está a queda dos preços no mercado do Oriente Médio, afetados por maiores estoques da própria BRF e da concorrência. Segundo Galeazzi, ter permitido que os preços baixassem fez com que a empresa não aproveitasse o câmbio favorável. “Mesmo sendo líderes naquele mercado, ao invés de puxarmos para cima, fizemos com que os valores cobrados caíssem, isso nos prejudicou. Já é hora de exercer nosso papel de liderança e equalizar isso.”

A atenção para aquele mercado faz sentido, na medida em que a empresa vem apostando suas fichas na região. Em outubro de 2012, a BRF pagou US$ 36 milhões pela distribuidora Federal Foods, de Abu Dhabi, e no primeiro trimestre de 2014, pretende finalizar sua fábrica nos Emirados Árabes, com capacidade para 60 mil toneladas de produtos processados. Segundo Galeazzi, a companhia não estava totalmente focada na região cometendo alguns deslizes. “Estamos construindo essa fábrica de processados há cinco anos e ninguém do RH nem das operações esteve lá, era uma área isolada e isso não pode acontecer. Nossa grande meta é que os profissionais da BRF estejam próximos daquela operação.” 

Ações para 2014
 
 
Outro motivo que impediu melhores resultados, de acordo com Galeazzi, foi o processo de reestruturação que vive a empresa, mudando o foco de industrial para comercial. Em entrevista exclusiva à DINHEIRO, logo após assumir a presidência da companhia, em agosto, o executivo já sinalizava a mudança de perfil, tema em que ele voltou várias vezes durante a conferência desta terça. "A produção que empurrava as vendas antes, agora, nosso foco é inverter essa lógica, fazendo com que a empresa seja puxada pela área comercial."
 
 
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Empresa ainda não conseguiu consolidar uma estratégia de preços para as marcas Sadia e Perdigão
  
 
Para fortaleçar a área de marcas, Galeazzi explicou que estão sendo tomadas algumas ações. A primeira diz respeito à precificação, setor em que estão sendo reajustados canais e categorias, sobretudo, para fortalecer a estratégia de trabalhar melhor as marcas que chegam ao ponto de venda.  A área comercial também passa por consolidação. Se antes, vendedores da Sadia, Perdigão e Batavo visitavam os mesmo clientes, agora, apenas um profissional fará esse contato. 
 

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