Reunião que define rumos políticos e econômicos para a próxima década começa dia 9; chineses esperam aumento do salário mínimo
Bandeira da China em frente a construção: entre as decisões da Terceira Sessão
Plenária, espera-se uma diminuição da intervenção estatal nas empresas privadas
São Paulo - O Partido Comunista da China marcou
para novembro, entre os dias 9 e 12, a sua próxima Terceira Sessão
Plenária, importante reunião que acontece de cinco em cinco anos e
costuma definir os rumos das políticas sociais e econômicas para a
próxima década.
O anúncio, feito pelo número quatro do partido, Yu Zhengsheng, despertou a expectativa nos chineses, que esperam reformas sem precedentes por parte dos 205 membros plenos e dos 171 membros rotativos do comitê. Entretanto, especialistas preferem a cautela.
Segundo Deng Yewen, um política chinês aposentado, em entrevista ao jornal South China Morning Post, a reunião de novembro será o primeiro teste do líder Xi Jinping e mostrará se ele é ou não forte o bastante para imprimir a sua marca na agenda do partido.
O anúncio, feito pelo número quatro do partido, Yu Zhengsheng, despertou a expectativa nos chineses, que esperam reformas sem precedentes por parte dos 205 membros plenos e dos 171 membros rotativos do comitê. Entretanto, especialistas preferem a cautela.
Segundo Deng Yewen, um política chinês aposentado, em entrevista ao jornal South China Morning Post, a reunião de novembro será o primeiro teste do líder Xi Jinping e mostrará se ele é ou não forte o bastante para imprimir a sua marca na agenda do partido.
O que esperar
Maior combate à corrupção
O partido anunciou que irá focar o combate à corrupção nos próximos anos. Chi Fulin, diretor do Instituto para Reforma e Desenvolvimento da China, disse ao Xinhua que “corrupção, odiada pelo povo, será um tema importante da reunião”.
E completou: “Acredito que novas medidas anticorrupção deverão ser
tomadas. A corrupção continua a ser um fenômeno comum, ainda estamos em
uma situação crítica e complicada”.
Em julho, Liu Zhijun, ex-ministro de Ferrovias, foi condenado à morte
pelo caso de corrupção envolvendo as ferrovias. Teria recebido 22,5
milhões de reais de propina.
Aumento do salário mínimo
De acordo com o jornal China Securities Journal,
controlado pelo governo, a prioridade do partido será o aumento do
salário mínimo e medidas para melhorar a situação dos grupos de menor
renda.
Menor intervenção estatal nas empresas privadas
Espera-se uma diminuição da intervenção estatal nas empresas privadas.
Com as medidas liberalizantes, a China tenta apoiar mais o seu
crescimento econômico no consumo e menos nas exportações.
Isso poderá significar uma desaceleração da economia, mas os dirigentes
esperam que isso trará um ritmo de expansão mais sustentável.
Reforma fiscal
O que não esperar
Reformas no campo político
No âmbito político, não deve haver mudanças. Xigen Li, professor da City University of Hong Kong, disse ao South China Morning Post
que, no que tange as reformas políticas (como estrutura hierárquica do
comitê e processo de escolha dos líderes), os chineses podem esperar
decepções.
O próprio partido pouco fala sobre as medidas que serão anunciadas. De
acordo com o anúncio oficial, genérico, a reunião buscará reformas
profundas no país, mas que só serão possíveis com a manutenção do
“socialismo de características chinesas”.
Política do filho único
Em pelo menos um assunto, o governo foi claro e categórico: a política
do filho único, vigente desde o final dos anos 1970, não deve mudar – ao
contrário do que o China Business News havia divulgado.
Segundo a publicação, a partir de 2015, o governo permitiria aos casais
terem dois filhos. A informação, contudo, foi negada por uma fonte
anônima da Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar ao jornal China Daily.
O que os intelectuais aconselham
O Centro de Pesquisa de Desenvolvimento do Conselho Estatal chinês preparou um relatório de 200 páginas que foi entregue ao Partido Comunista. Um dos autores do texto é Liu He, ligado ao partido e muito próximo do presidente Xi Jinping.
Entre os conselhos, estão a criação de mais medidas liberalizantes para
aumentar a competição no mercado, criação de bancos privados e
alteração da taxa de juros nos próximos três anos para promover maior
concorrência entre as instituições financeiras.
Outra proposta fala do fim dos controles de capital, o que faria com
que o yuan, a moeda chinesa, realmente pudesse ser uma moeda de adesão
internacional.
Eles também defendem a reforma agrária: os agricultores poderiam
colocar os papéis de suas terras como garantia em casos de empréstimos,
por exemplo. Hoje, toda a terra é propriedade coletiva e o agricultor
não pode vender ou arrendar os terrenos.
Ao Wall Street Journal, Mark Williams, da empresa de pesquisa Capital Economics,
disse que o relatório é mais uma lista de desejos que um plano já
estabelecido e bem diagramado. Não se sabe se as propostas serão
discutidas na reunião de novembro ou depois.
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