domingo, 27 de outubro de 2013

Perversidade Estatal, Passividade Nacional

Meses atrás escrevi um artigo com o titulo, “Perdemos o Rumo?”, isso mesmo, uma pergunta. Hoje literalmente me vejo em um rumo perdido. Não sou pessimista, mas com tudo o que tenho visto, de mobilizações, aos Black Blocs, aos políticos “estupradores” da boa fé e da Lei democrática, o Brasil perdeu o rumo.

A matemática no Brasil é simples, trabalha propaganda política durante 4 anos, nesses mesmos 4 anos o político escancara a população com tributos e desconta a necessidade de entregar serviços públicos com qualidade para a sociedade. Esta aí, nem Pitágoras consegue explicar a realidade do povo brasileiro. E para piorar, o Projeto de País nunca é debatido. Educação, saúde, saneamento e competitividade internacional, ou pioraram ou estacionaram no tempo. O Brasil é um país democrático ao extremo, livre o pensamento da direita e da esquerda, mas nunca para frente. Sem contar a perversidade de enganar o povo mais marginalizado por uma conta simples, uma bolsa em troca de um voto. O que o povo brasileiro mais carente que recebe o “Bolsa Família” realmente ganha? Será que eles têm melhores condições de saúde, educação, transporte e alimentação? Inclusive nas regiões com as maiores distribuições de bolsas, são as regiões com os piores indicadores de saneamento básico, assim a expectativa de vida destas pessoas no futuro não atrapalharam os indicadores, mas considerando que uma família média que recebe uma bolsa é de 6 pessoas, existe um equilíbrio de voto para os governantes que literalmente esculacham com o bom senso brasileiro.

Venho acompanhando a percepção do Brasil no mundo, e pude perceber que a imagem do país entrou em rota de desgaste e declínio, e para muitos investidores internacionais, a presidência da república não fez as mudanças que prometeu, e muito menos as mudanças efetivamente necessárias ao desenvolvimento do país, e agora há pouco tempo das eleições entrou em rota de propaganda política como diria a máxima de Pitágoras. E para piorar a situação, o desespero é maior, pois seu chefe conclama as redes para uma “batalha virtual”, e na esteira do mesmo, o governo entrega casas populares, mesmo sem teto, sem lenço e sem documento, como diria o cantor que censura biografias. “Era uma casa, muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada”.

E para piorar a situação, em 2014 temos além da trágica eleição, a Copa do Mundo, e a violência brasileira já anuncia de antemão o “Salve Geral”, na verdade o “pau vai comer” em 2014, e a tragédia já está anunciada há anos para os 200 milhões de brasileiros e para os turistas estrangeiros, se cuidem, pois o país corre o grande risco de pegar fogo. O grupo criminoso mais organizado da América Latina, patrocinado por bandidos, políticos e até advogados e juízes (que abusam da liberdade e perversidade da legislação brasileira), já deu o seu “salve”, e além de ameaçarem de morte alguns governantes, o mesmo irá “tocar o terror” em 2014, assim aproveita a mídia internacional no país.

Somos um país da propaganda, e a passividade do cidadão de bem é irritante. O cidadão do mal já “gritou o seu salve”, ou destruiu o patrimônio público para chamar a atenção sem resultado algum. A passividade questiona R$ 0,20 centavos do transporte público, e depois o prefeito da cidade de São Paulo escancara a população paulistana com até 30% de aumento do IPTU para 2014, mas o mais engraçado, a conta só aumenta para atender o gasto público ineficiência.

E já que o povo só se mobiliza para futebol, carnaval e bundas, as companhias aéreas em suas perversidades de lucros, ou na verdade em salvaguarda do mal planejamento que fizeram, esculacham a sociedade e os turistas. Há meses para Copa do Mundo de 2014, um trecho Rio-São Paulo pela principal companhia aérea do Brasil, hoje custa mais de R$ 2.500 reais, ou melhor, o brasileiro que paga impostos e não tem nada de volta, no período da Copa é melhor ir para Nova York do que ver os jogos no seu próprio país.

Mas mesmo assim, a propaganda positiva, ou melhor a desinformação continua, claro, 2014 está aí.
E com o Leilão do Campo de Libra, o governo coloca em risco mais de US$ 300 bilhões em uma estratégia mal planejada para entregar o principal pólo de produção do Pré Sal para os chineses. E como justificativa, “fechar as contas do governo”.  Ah, tá. Fico me perguntando, o que a Petrobras fez nos seus mais de 50 anos de desenvolvimento, nada? Vomita arrogância para a sociedade, é um grande cabide sindical, e no fim não tem tecnologia suficiente para o desenvolvimento do Pré Sal? E ainda vai encarar os chineses neste processo? Veja o que aconteceu com Angola e outros países africanos.

Engraçado que a revista Caros Amigos traz em sua última capa a “Privataria”, uma alusão aos tucanos, ou coxinhas, uma semana antes. E o mais engraçado, que em setembro de 2013, a mesma revista traz artigos interessantes sobre a tragédia educacional no Brasil, e principalmente um texto importante escrito por Otaviano Helene e Ildo Luís Sauer, que demonstram o quanto os royalties do petróleo para educação é uma falácia governamental e política. Conforme Helene & Sauer, “por exemplo, se as articulações entre os grandes consumidores, como os EUA e a China, surtirem efeito, o preço do petróleo pode ser reduzido para a metade, embora as previsões atuais ainda indiquem uma provável permanência acima de US$ 100/barril, a menos cataclisma geopolítico. Com isso, aquele 0,2% do PIB estimado acima, já desprezível, também seria reduzido pela metade”, assim caros leitores, sob uma lógica geopolítica a educação brasileira nunca verá o dinheiro do Pré Sal, e considerando estado atual da mesma, é muito difícil ver um cenário efetivamente positivo na educação e transformação do Brasil. E só para complementar, uma outra revista de características de esquerda, a tradicional Le Monde Diplomatique, em sua edição Brasil, estampa na capa em sua edição 74 deste ano, “O peso da sonegação”, uma verdadeira tragédia brasileira, que na verdade é culpa de toda sociedade que alimenta tanto este mal.

O sistema é perverso, pois a passividade da Nação brasileira é demais por escancarada. Assim, considerando uma visão realista da política internacional, onde a “natureza humana é sempre maldosa”, o Brasil vive de um mal onde a política não interessa para o dia-a-dia, e através da própria passividade do cidadão, as políticas públicas fluem para atender uma pequena classe que se esconde atrás do “gasto público”.

Infelizmente a “esperança era a última que morria”. Já morreu.
Somos estuprados diariamente com a nossa carga tributária, com o sistema fiscal e com a escalada vertiginosa da violência. E na contra partida, o brasileiro comum, do dia-a-dia paga caro na alimentação, não tem saneamento, não tem escola descente, não tem transporte, e vive seus 60 anos em média, na média, na vidinha mundana sem viver e curtir uma cultura descente, sem viajar, sem aproveitar o melhor da vida, mas com uma lógica mais do que perversa, vive pensando todos os dias em como fechar as contas do mês.
Caro leitor, que realidade você vive?

Ou você resolve de uma vez em 2014, ou você entrega tudo para o político corrupto mais perto de você, ou para os Black Blocs que arrebentam com tudo de uma vez por todas. Ah, só não reclama da violência e dos “salves” depois. E só para terminar, ontem ouvi uma interessante, um PS4 é mais barato que um AK47 na boca….. coisas de impostos…… afff.

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