A empresa quer se livrar de usina, que consume lucros há três anos, mas cuja rentabilidade é projetada para 2014, oferecendo o negócio a Cosan e Abengoa
Bunge: a empresa estima que uma venda poderia chegar até US$ 2,5 bilhões
Chicago e Nova York - A Bunge
Ltd. possivelmente procura compradores brasileiros enquanto busca
opções para sua empresa de usinas de cana de açúcar, que está consumindo
lucros há três anos.
A processadora de commodities agrícolas, que comprou sua primeira usina
de açúcar em 2007, anunciou ontem que explorará uma “variedade completa
de opções” para a divisão de usinas.
A Bunge projeta que a unidade seja rentável no ano que vem, o que
poderia interessar grandes processadoras brasileiras de cana de açúcar
como a Cosan
SA Indústria Comércio e a Abengoa SA em partes ou por todas as
operações para acrescentarem capacidade, afirmou a Piper Jaffray Cos.,
que estima que uma venda poderia chegar até US$ 2,5 bilhões.
“Tem sido desapontador”, disse Bryan Agbabian, diretor do setor de
ações de empresas agrícolas, sediado em San Francisco, para a Allianz
Global Investors, que supervisiona mais de US$ 400 bilhões e possui
ações da Bunge, em entrevista por telefone. “Eles investiram muito
dinheiro no açúcar, mas não mostraram resultados. Seria melhor, se não
estiver funcionando, que eles vendessem”.
Depois de não alcançar as estimativas de vendas dos analistas em cinco
dos últimos seis trimestres, a Bunge opera com um desconto de 81 por
cento à sua receita, a pior razão entre preço e vendas das empresas de
produtos agrícolas, conforme dados compilados pela Bloomberg.
A companhia, que obtém a maior parte da sua receita operando e
processando soja e grãos e possui um valor de mercado de US$ 11,8
bilhões, está avaliando alternativas para o negócio de açúcar devido a
que o preço do adoçante subiu 19 por cento após cair para seu nível mais
baixo em três anos em julho.
O CEO da Bunge, Soren Schroder, em uma entrevista telefônica, não quis
comentar quando a revisão do negócio de açúcar seria concluída e se
alienar as actividades está entre as opções consideradas pela companhia.
A companhia sediada em White Plains, Nova York entrou no mercado do
açúcar como operadora em 2006 e depois se expandiu para a moagem de cana
nos últimos cinco anos. A Bunge investiu cerca de US$ 3 bilhões na
construção da sua refinadora, afirmou Michael Cox, analista na Piper
Jaffray, em um relatório publicado em 1 de outubro.
A unidade de açúcar da Bunger não gerou renda operativa anual pelo
menos desde 2009. A companhia anunciou ontem perdas geradas pela divisão
no terceiro trimestre que mais do que dobraram em relação ao ano
anterior, totalizando US$ 19 milhões.
Soren Schroder, que assumiu a presidência da Bunge em junho, declarou ontem que fatores fora do controle da companhia, como o clima e as políticas de combustível do governo no Brasil, “dificultaram muito” a projeção de resultados. Os acionistas expressaram sua preocupação com a capacidade da unidade de gerar retornos apropriados, disse Schroder.
“Temos que ser realistas” disse Schroder. “Não estamos satisfeitos com o status quo e perseguiremos ativamente alternativas que nos coloquem em uma melhor posição, seja o que isso for. Ainda não sabemos”.
Embora potenciais adquirentes possam hesitar nos próximos seis a doze meses devido a certa incerteza sobre como o governo brasileiro atuará quanto aos preços da gasolina, “há interesse entre os maiores consolidadores em aumentar a capacidade” no longo prazo pela dinâmica de crescimento para o açúcar e o etanol, disse Cox em entrevista por telefone nesta semana, antes do anúncio da revisão da Bunge.
Limite ao preço
As condições difíceis do mercado poderiam limitar a capacidade da Bunge de obter um preço alto, afirmou Tom Graves, analista de ações da Standard Poor’s, sediado em Nova York.
A companhia não deveria vender a divisão açucareira por menos de US$ 3 bilhões, disse Steve Laveson, gerente de fundos e analista na Becker Capital Management Inc., sediada em Portland, Oregon, que supervisiona cerca de US$ 2,4 bilhões e possui ações da Bunge. A companhia expandiu o negócio quando os preços do açúcar estavam mais altos, e vender quando eles estão mais baixos “agravaria seu erro”, disse Laveson em entrevista por telefone.
Soren Schroder, que assumiu a presidência da Bunge em junho, declarou ontem que fatores fora do controle da companhia, como o clima e as políticas de combustível do governo no Brasil, “dificultaram muito” a projeção de resultados. Os acionistas expressaram sua preocupação com a capacidade da unidade de gerar retornos apropriados, disse Schroder.
“Temos que ser realistas” disse Schroder. “Não estamos satisfeitos com o status quo e perseguiremos ativamente alternativas que nos coloquem em uma melhor posição, seja o que isso for. Ainda não sabemos”.
Embora potenciais adquirentes possam hesitar nos próximos seis a doze meses devido a certa incerteza sobre como o governo brasileiro atuará quanto aos preços da gasolina, “há interesse entre os maiores consolidadores em aumentar a capacidade” no longo prazo pela dinâmica de crescimento para o açúcar e o etanol, disse Cox em entrevista por telefone nesta semana, antes do anúncio da revisão da Bunge.
Limite ao preço
As condições difíceis do mercado poderiam limitar a capacidade da Bunge de obter um preço alto, afirmou Tom Graves, analista de ações da Standard Poor’s, sediado em Nova York.
A companhia não deveria vender a divisão açucareira por menos de US$ 3 bilhões, disse Steve Laveson, gerente de fundos e analista na Becker Capital Management Inc., sediada em Portland, Oregon, que supervisiona cerca de US$ 2,4 bilhões e possui ações da Bunge. A companhia expandiu o negócio quando os preços do açúcar estavam mais altos, e vender quando eles estão mais baixos “agravaria seu erro”, disse Laveson em entrevista por telefone.
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