sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Dilma diz que governo investirá R$ 140 bilhões em mobilidade no país


Por Cristiane Agostine | Valor
 
SÃO PAULO  -  (Atualizada às 13h19) Em meio a problemas enfrentados pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), na área de transportes, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira um pacote de R$ 5,4 bilhões para obras do trem e metrô no Estado. Ao lado do governador tucano, Dilma afirmou que seu governo está investindo R$ 140 bilhões em obras de mobilidade urbana em todo o país e disse que o investimento em metrô "é absolutamente essencial".

Nelson Antoine / Fotoarena/Folhapress


O anúncio, feito na sede do governo paulista, deve servir de bandeira para o PT exibir na campanha eleitoral de 2014, quando o partido irá explorar o desgaste enfrentado por Alckmin com de denúncias de cartel em licitações da CPTM e do metrô e entraves em linhas do sistema metroferroviário.

"Investir em metrô é absolutamente essencial", disse Dilma. "Esses investimentos fazem parte do processo de amadurecimento do país, de abandonar o complexo de vira-lata. Esse complexo tem que ser superado no caso dos transportes. É estratégico para o país, não só para São Paulo, mas para todas regiões. É estratégico o investimento em mobilidade urbana", afirmou a presidente.

Segundo Dilma e o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, que também participou da cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista, antes das manifestações populares que começaram em junho o governo federal já havia definido o investimento de cerca de R$ 90 bilhões em mobilidade urbana, que depois foram acrescidos de mais R$ 50 bilhões. 

Do pacote de R$ 5,4 bilhões para obras de mobilidade urbana em São Paulo, R$ 4,06 bilhões são de financiamentos (R$ 1,5 bilhão via BNDES e R$ 2,56 bilhões de fonte a ser definida) e R$ 1,34 bilhão de recursos do Orçamento Geral da União (OGU), a título de fundo perdido.

Ao discursar ao lado do governador tucano, a presidente destacou que o governo federal tirou recursos de seu próprio Orçamento para destinar a investimentos em São Paulo e defendeu a manutenção dos financiamentos para grandes obras de infraestrutura, apesar de críticas de governantes que dizem que a medida aumenta gastos dos Estados e municípios. "Vamos continuar financiando obras de mobilidade urbana", disse. "Sem esse tipo de financiamento, que pode ser criticado, não sai obra de longo prazo, nem obra que exige esses recursos". 

Dilma afirmou que no passado o país tinha dificuldade para investir na área de mobilidade e disse que havia controle do Fundo Monetário Internacional sobre os gastos do governo. "Foi tão bom ter pagado a dívida do FMI, que não supervisiona mais nossas contas...".

Os recursos anunciados pela presidente irão para investimentos para a expansão da Linha 2 do metrô (Vila Prudente -Vila Formosa), expansão da Linha 9 do trem urbano para a zona Sul e a implantação de trem urbano Linha Zona Leste-Aeroporto de Guarulhos, além da modernização de 20 estações do trem metropolitano.


Leilão de Libra


A presidente defendeu o consórcio que venceu o primeiro leilão do pré-sal, realizado na segunda-feira, e disse que "toda xenofobia é burra". O grupo, formado pela Petrobras, pela anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as chinesas CNPC e CNOOC, ganhou os direitos para explorar a bacia de Libra, maior reserva petrolífera brasileira. 

Dilma atacou as críticas feitas à participação dos chineses na maior licitação do Brasil. "Empresa internacional de petróleo, qualquer uma, sabe o que significa empresa chinesa. Significa o seguinte: são os maiores importadore s de petróleo. Portanto, os maiores controladores do ponto de vista comercial. É extrema tolice considerar ter prejuízo com empresa chinesa de petróleo", disse a presidente, ao participar de evento em São Paulo. "Pensar diferente disso é de uma ingenuidade absurda. Eu prefiro a ingenuidade à xenofobia. A ingenuidade tem cura, a xenofobia não. Podemos transformar essa riqueza dada pela partilha em passaporte para o futuro do Brasil".


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