sábado, 5 de outubro de 2013

Barreira afasta Guarulhos e Viracopos de leilão







DE SÃO PAULO
DO RIO



A barreira imposta às empresas que venceram as primeiras licitações deve tirar dos próximos leilões os operadores de Guarulhos (SP) e Campinas (SP). Pelas regras do edital, essas concessionárias e mais a do aeroporto de Brasília não podem ter mais do que 15% de participação no Galeão e em Confins. 

"Com essa limitação, não nos interessa. Devemos ficar fora", afirma João Santana, do conselho de administração da Aeroportos Brasil Viracopos, que opera o aeroporto de Campinas. 

"Ficamos decepcionados com a restrição à nossa participação", diz Gustavo Rocha, presidente da Invepar, sócia da concessionária do Aeroporto de Guarulhos. "A gente esperava participar em igualdade de condições. Ainda vamos avaliar o que fazer". 

O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, estimou que haverá grande disputa pelos dois aeroportos, e afastou o risco de não haver interessados na concessão do aeroporto de Confins. Segundo ele, "de cinco a oito consórcios" devem participar da disputa. Ele não quis no entanto dizer quantos seriam para Confins.

Devassa pode ser multada em 6 milhões por propaganda abusiva

Ministério da Justiça abriu inquérito por "publicidade abusiva" contra anúncio veiculado em 2011 e acusado de sexismo e discriminação



Reprodução
Anúncio da Devassa Tropical Dark
Anúncio da Devassa Tropical Dark: inquérito aberto pelo Ministério da Justiça


São Paulo - O Ministério da Justiça anunciou nesta sexta-feira que vai instaurar um processo contra a cervejaria Devassa por causa de uma propaganda considerada abusiva.

A denúncia contra a publicidade foi feita pelo Procon do Espírito Santo ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), em 2011. Na época, gerou polêmica o anúncio da Devassa Tropical Dark, classificado por alguns consumidores como discriminatório e sexista.

A peça publicitária dizia: "É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra. Devassa negra. Encorpada, estilo dark ale de alta fermentação. Cremosa com aroma de malte torrado". O texto era acompanhado da ilustração de uma mulher negra em trajes sensuais.

O anúncio foi considerado como "publicidade abusiva por equiparar a mulher negra a um objeto de consumo", informou o Ministério em comunicado. 

Entidades de classe e secretarias especializadas também foram ouvidas sobre o caso, como a Secretaria de Políticas para as Mulheres, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Conselho Federal de Psicologia.

Se condenada, a Devassa poderá ter de pagar multa de até R$ 6 milhões. A cervejaria tem dez dias para apresentar defesa a partir desta sexta.

Em comunicado, a marca afirmou que não comentaria processos em aberto. “A Brasil Kirin não comenta processos jurídicos em andamento. A empresa reitera que conduz seu negócio com respeito e ética a todos os seus públicos e consumidores”, disse o documento.

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), apesar de nunca ter suspendido a publicidade, recomendou que alterações fossem feitas na época

Brasileiros gastam dinheiro em festas em Nova York


05/10/2013 - 10h14

DO "NEW YORK TIMES"

Para celebrar o aniversário de 3 anos de Arthur Medeiros no ano passado, houve um brunch de três pratos para uma dúzia de convidados na sala de jantar privada do Hotel Plaza Athénée, que foi decorada profissionalmente para parecer um cenário do filme "O Rei Leão", até mesmo com peças elaboradas com o tema da selva. Depois disso, uma outra festa no Dylan's Candy Bar, e então o clímax: ver "O Rei Leão" na Broadway. 

Arthur não é de Manhattan, mas do Brasil. Para planejar as extravagâncias do aniversário, a mãe de Arthur, Heloisa Medeiros, contratou Clarissa Rezende, fundadora da Ideas to Bloom, uma empresa de eventos de São Paulo, por US$ 15 mil, e pagou a passagem dela a Nova York e uma estadia de uma semana no Waldorf-Astoria. 

Não seria demais dizer que o preço total da festa de aniversário foi de US$ 30 mil. 


Mauricio Lima/The New York Times
Clarissa Rezende e seu marido, João Coelho, que têm uma empresa que organiza festas para brasileiros em Nova York
Clarissa Rezende e seu marido, João Coelho, que têm uma empresa que organiza festas para brasileiros em Nova York
De acordo com os organizadores, festas extravagantes como essa são o exemplo mais recente dos gastos dos brasileiros em Nova York, que inclui compras em lojas e farras imobiliárias. 

"Eu nunca vi gastos nessa escala e estou nesse ramo há 25 anos", diz Sebastian Wurst, gerente do Plaza Athénée. Wurst afirma que o hotel está alugando mais suítes para brasileiros (que representam 11% dos hóspedes, segundo ele) em festas de Ano Novo e para o Super Bowl. Ele acrescenta que muitos de seus funcionários estão aprendendo português, para lidar com essa nova base de clientes. 

Em 2012, os turistas brasileiros gastaram US$ 2,4 bilhões em compras e entretenimento em Nova York, tornando-se o grupo estrangeiro que mais gasta nas viagens à cidade, segundo o site de turismo "NYC & Co". 

"O que está acontecendo no mercado de luxo no Brasil é que eles querem ostentar e mostrar mais do que normalmente se faz", diz Rezende, 33, que diz ter organizado sete festas no último ano para clientes brasileiros em Nova York. Elas está construindo um site focado apenas em organização de eventos fora do país. 

"Cerca de metade dos nossos clientes querem vir a Nova York para organizar uma festa. É um mercado que está crescendo muito rápido e nós nem sabíamos que existia", disse Rezende por telefone, direto de Orlando, na Flórida, onde ela estava planejando uma festa com tema do Homem-Aranha para o quarto aniversário de Arthur. 


The New York Times
Mesa de uma festa para clientes brasileiros em Nova York, em foto sem data
Mesa de uma festa para clientes brasileiros em Nova York, em foto sem data 

Até mesmo numa cidade como Nova York, famosa por seus excessos, alguns desses eventos podem parecer exagerados. Em setembro de 2012, de acordo com um dos organizadores, o casal Yára Cavalcante e Phelipe Matias, de Brasília, fizeram uma festa de casamento de US$ 2 milhões, para mais de 400 pessoas, no Oheka Castle, um imóvel no estilo de "O Grande Gatsby", em Huntington, Nova York. O evento tinha uma parede de orquídeas, um bar feito totalmente de gelo e um DJ vindo de Ibiza, na Espanha. 

"Dar uma festa de casamento de primeira linha no Brasil pode custar facilmente US$ 1 milhão, se você tiver 600 ou 700 convidados. Então, estamos vendo as pessoas procurarem outros lugares, como Nova York", comenta Eduardo Gaz, fundador da agência de viagens Selections, de São Paulo. 

Georgiana Alves de Souza, 37, uma designer gráfica do Rio, esperava celebrar seu casamento no River Cafe, no Brooklyn, no ano passado. "É mais barato para a gente vir a Nova York por um final de semana do que passar uma semana toda no Norte do Brasil", disse. 

Embora ela tenha tido que mudar a festa para o Lumi, um restaurante na zona leste de Nova York, por causa do furacão Sandy, ela afirma não ter se arrependido da experiência. "Eu teria pago US$ 25 mil no River Cafe por toda a festa e mais a banda, enquanto uma festa na casa da minha mãe, no Rio, com um DJ, teria o mesmo preço. Mas a qualidade em Nova York é muito maior."

O casamento em lugares diferentes, longe do lar dos noivos, é cada vez mais popular entre os brasileiros jovens e emergentes. É também uma maneira para os casais não terem de convidar centenas de pessoas e para que fujam da cultura intensamente competitiva do casamento em seu país natal. "Você tem que brigar por uma vaga nas igrejas daqui", disse Alves de Souza. (Será que ela não assiste ao reality show "Bridezillas"?) 

Isabela Frugiere, 30, uma designer de São Paulo que trabalha para a marca de praia Tryia, se casou com Phelipe Hamoui no terraço do Gramercy Park Hotel em setembro. "Nós queríamos uma festa de casamento íntima", disse. 60 convidados (incluindo Hamish Bowles, editor internacional da "Vogue") não é um número que ela teria conseguido bancar no Brasil. A celebração de uma semana incluiu festas e jantares no La Esquina, no Indochine e no bar em cima do telhado Le Bain, no Standard. (O mantra brasileiro de festas: por que ter uma celebração se você pode ter três ou quatro?) 

Ainda é uma fração muito pequena de brasileiros que tem recursos, tempo livre e desejo de fazer uma festa, ou várias, em outro país. 

"Por que você sairia do Brasil rumo a Nova York só para se casar?", questiona a nordestina María Cecilia Campos, 22, recém-formada na New York University. "É um circo. Eu conheço uma pessoa que alugou um apartamento apenas para guardar as coisas que eles compraram para o casamento dela aqui. É só uma questão de exclusividade, só para dizer 'me casei em Nova York.'"

Acordo entre governo e múltis vai desembaraçar internacionalização

RAQUEL LANDIM
DE SÃO PAULO



O Ministério da Fazenda e as multinacionais brasileiras chegaram a um acordo sobre uma nova lei para a tributação de lucros no exterior. Uma medida provisória sobre o tema deve ser editada nos próximos dias. 

O acordo estimula a internacionalização das empresas, reduz a insegurança jurídica e resolve um contencioso de R$ 70 bilhões entre as empresas e a Receita. 

Esse é o valor das autuações aplicadas a Vale, Petrobras, Ambev, Gerdau, entre várias companhias gigantes, por não pagamento de impostos sobre lucros fora do país. 

Essas empresas poderão entrar num Refis (renegociação de dívida) especial, o que significará alguns bilhões de arrecadação para o governo, em momento de dificuldade para cumprir a meta fiscal. 

Conforme apurou a Folha, o governo cedeu e vai aceitar que as empresas utilizem uma holding para compensar lucros e prejuízos em diferentes países, antes de trazer o dinheiro para o Brasil. 

Mas foram impostas condições para evitar fraudes. Paraísos fiscais não serão aceitos e as empresas só terão o benefício se instalarem suas holdings em países com os quais o Brasil tenha tratado de troca de informação. 

Além disso, a Receita vai emitir um parecer sobre o regime tributário dos países selecionados e o governo terá o direito de fazer uma lista de "países estratégicos". 

A tendência é que cada empresa negocie agora com a Fazenda a inclusão na lista do país onde já funciona a sua holding. Os mais utilizados são Áustria e Espanha. 

Também ficou estabelecido que as condições serão renegociadas em quatro anos, quando devem sair regras internacionais sobre o tema. 

A oferta do governo foi apresentada na quinta-feira por Dyogo Oliveira, secretário-executivo da Fazenda, e Carlos Alberto Barreto, secretário da Receita. 

As condições foram bem recebidas pelas multinacionais que discutem multas na Justiça. Empresas sem pendência judicial querem seguir negociando, mas a Fazenda disse que era a oferta final. 

O governo também propôs um Refis para as autuações já aplicadas. Empresas que pagarem à vista terão 100% de desconto de multas, juros e encargos, o que reduziria o valor total do contencioso para R$ 25 bilhões. 

O pagamento também pode ser parcelado em dez anos, com redução de 80% da multa, 40% dos juros e 100% dos encargos. As empresas tentam ampliar esse prazo para 15 anos, mas o governo está irredutível.
Procurados, a Fazenda e o Iedi (que reúne as empresas) não comentaram o assunto.

Cardozo defende permanência do presidente do Cade


Ministro admitiu a possibilidade de o governo apresentar uma proposta de regulação da formatação de currículos públicos para evitar omissões

Marina Guimarães, do
Marcello Casal Jr/ABr 

O secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Vinícius Carvalho

Vinicius Carvalho: novo presidente teria omitido no currículo que trabalhou no gabinete do deputado estadual Simão Pedro (PT)

Buenos Aires - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu nesta sexta-feira, 04, a permanência no cargo do presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinicius Carvalho. Ele admitiu a possibilidade de o governo apresentar uma proposta de regulação da formatação de currículos públicos para evitar omissões - legislação que, observou, seria válida também para os demais poderes.

"Podemos até pensar em fazer uma proposta desse tipo, mas esta é uma questão que não vale só para o Executivo, vale para o Judiciário e o Legislativo. Portanto, é uma situação que deve ser amplamente discutida pela sociedade brasileira", disse em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em Buenos Aires, onde se encontra participando de uma reunião de ministros da Justiça da União de Nações sul-americanas (Unasul).

No mês passado, o jornal O Estado de S.Paulo revelou que Vinícius Carvalho omitiu no currículo que trabalhou no gabinete do deputado estadual Simão Pedro (PT), responsável por representações que apontavam suspeitas de formação de cartel, superfaturamento e pagamento de propina em contratos do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Atualmente, o Cade, por meio de acordo de leniência com a Siemens, investiga denúncias de superfaturamento de contratos de licitações dessas duas empresas paulistas assinados durante administrações do PSDB no Estado.

Cardozo afirmou que lapsos curriculares não intencionais ocorrem frequentemente porque uma pessoa que apresenta um currículo inclui "os principais passos profissionais da sua vida". "Não raras vezes encontro problemas desta natureza em currículos que recebo: apenas alguns pontos são colocados porque a pessoa acha que deve ressaltar uns pontos e outros não", afirmou.

O ministro observou que não há uma regulamentação legislativa sobre o assunto e, talvez, seja o caso de que a lei peça aos candidatos a cargos públicos uma declaração de todas as atividades profissionais, documentadas, em lugar de currículo. "Seria uma mudança de legislação", destacou, afirmando que, no caso envolvendo o presidente do Cade, "estão usando uma situação de omissão ocorrida anos atrás para dar uma envergadura com o objetivo de tirar o foco do fato real".

Segundo ele, o importante "é que há uma investigação séria sendo feita a um cartel, cuja investigação foi iniciada por uma confissão firmada por uma empresa e não há nenhum indicador de que essa investigação não esteja sendo feita de forma séria pela Polícia Federal, pelo Cade, pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Publico de São Paulo". No entanto, continuou, "há pessoas mais preocupadas em descobrir conspirações políticas do que investigar os fatos".

Indignado, o ministro indagou: "Nega-se que houve um cartel? Nega-se que houve uma situação de prejuízo? Então me diga porque está errada a investigação".
Cofres lesados


Segundo ele, é uma situação no mínimo curiosa vincular uma omissão de currículo ocorrida anos antes da investigação e quando era fato notório que o presidente do Cade tinha prestado serviços ao Partido dos Trabalhadores, assunto que foi, de acordo com o ministro, discutido pelos próprios senadores. "Não há nenhum ato ilícito praticado pelo presidente do Cade", afirmou.

Embora o Conselho de Ética da Presidência tenha agendado discussão sobre o caso, o ministro afirmou que, "nesta hora, o melhor é canalizar as energias para investigar se os cofres foram lesados. Este é o verdadeiro fato grave que deve ocupar a atenção das pessoas que querem fazer com que a moralidade pública seja respeitada".


Irmã de Eike Batista vende pão de queijo nos Estados Unidos


Monika Fuhrken Batista (foto) criou uma empresa para levar a iguaria brasileira à mesa dos americanos

Por Rafael FREIRE 

Irmã mais nova do bilionário Eike Batista e filha do ex-presidente da Vale, Eliezer Batista, Monika Fuhrken Batista está fazendo jus ao histórico empreendedor de sua família, porém, nos Estados Unidos. Ela transformou o que no Brasil é uma receita comum em uma comida exótica que tem conquistado cada vez mais o paladar dos americanos. Em 2010 ela fundou a Mãni Snacks, empresa que vende pão de queijo congelado nos supermercados de São Francisco, na Califórnia. O produto está disponível em três sabores: original, jalapeño (picante) e pizza.

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Monika vende a especialidade mineira como uma verdadeira iguaria brasileira

Arquiteta com passagens por estúdios de paisagismo no Brasil e no Japão, Monika resolveu mudar-se para São Francisco em 2003, depois da morte de sua mãe, Jutta Fuhrken. Seguindo a tradição da família do pai, que é mineiro, um dos hábitos de Monika era receber seus convidados em casa com pães de queijo como aperitivo. Foi a partir do sucesso que a receita fez com os amigos americanos, é que ela decidiu criar a Mãní Snacks.

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A Mãni Snacks vende pão de queijo congelado nos supermercados de São Francisco

Hoje, Monika vende a especialidade mineira como uma verdadeira iguaria brasileira. Uma curiosidade é que na embalagem do produto, há até uma "explicação" de como o cliente deve pronunciar Pão de Queijo: pown-deh-kay-zho. Ao contrário do irmão mais velho, a empresária foge dos holofotes. Procurada por DINHEIRO ela afirmou que "valoriza permanecer anônima" e que "a companhia foi planejada e lançada sem nenhum vínculo (com a família) e funciona hoje por mérito próprio."


De olho nos VIPS da Copa


A Toto, fabricante japonesa de louças e metais de luxo, investe no Brasil de olho em hotéis e nas arenas que sediarão o mundial de futebol de 2014

Por Luciele VELLUTO

Quando se fala em negócios ligados à Copa do Mundo de 2014, o que vem à cabeça são as grandes obras de engenharia, como os estádios e os equipamentos de mobilidade urbana, além de hotéis, naturalmente. Contratos milionários para o fornecimento de material esportivo e outros itens que serão vistos nas ruas e nos estádios também compõem essa lista. Mas tão importante quanto a parte mais visível dessa festa é seu lado, digamos, oculto. É exatamente nesta última vertente que se concentram as apostas da japonesa Toto, fabricante de louças e metais sanitários. A empresa bateu concorrentes locais e se tornou a fornecedora dos equipamentos instalados nos banheiros da Arena Corinthians, que está sendo construída na zona leste da cidade de São Paulo. 


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Trata-se de uma vitrine mesmo para a Toto cujas vendas globais atingiram US$ 4,8 bilhões no ano fiscal encerrado em março de 2013. Isso porque o estádio será palco da primeira partida da Copa do Mundo de 2014. “Nossa meta é fazer do Brasil um de nossos principais mercados fora do Japão”, afirma David Krakoff, presidente da subsidiária da Toto no País. O contrato, cujo valor não é revelado, é estratégico também, porque inclui a instalação dos produtos nas áreas vips da arena. Trata-se de um público que está no foco da Toto, pois é capaz de gastar até R$ 4 mil em um equipamento sanitário. Mas antes mesmo de rolar a bola no Itaquerão, o novo templo mundial do esporte bretão, a Toto já está marcando gols no mercado local de produtos com pegada high tech. 
 
 
Sua estrela nessa disputa é o washlet, bidê eletrônico com assento aquecido, ducha higiênica e sistema de secagem, que custa R$ 3,6 mil. “Na primeira apresentação, já vendemos dez peças”, diz Krakoff. Para se instalar no Brasil, a Toto fez um investimento de US$ 6 milhões em 2011, para estruturar a operação. No ano seguinte, inaugurou uma fábrica no município de Jundiaí, a cerca de 150 quilômetros da capital paulista. O montante desembolsado na unidade não foi revelado. Ali, estão sendo fabricadas bacias sanitárias, cubas e caixas de descarga dos modelos da Toto mais vendidos no País. Segundo o executivo, a ideia é aumentar a produção em um ritmo lento, mas consistente, o que permitiria a redução dos preços de venda ao consumidor final. 
 
 
“Os custos de importação são altos, por isso queremos nacionalizar as linhas que são mais procuradas”, afirma Krakoff. De acordo com ele, a fábrica brasileira é semelhante à instalada nos Estados Unidos, onde a Toto já detém 9% do segmento de bacias sanitárias. Nascido na Rússia, Krakoff foi escolhido para o cargo pelo seu conhecimento do mercado brasileiro. Na década de 1990, ele fazia parte do time da Electrolux quando a fabricante sueca de produtos de linha branca comprou a paranaense Refripar, dona da marca Prosdócimo. “O Brasil mudou muito desde então”, diz. “Vejo como um país promissor e que está no foco de muitas empresas.” A Toto, porém, não foi a única empresa do setor de louças sanitárias a enxergar isso. 
 
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David Krakoff presidente da Toto:
"Queremos fazer do brasil um de nossos principais mercados, fora do japão"
 
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Nos últimos dois anos, já desembarcaram aqui a suíça Laufen e a alemã Hansgrohe. “Esse movimento ajuda a puxar o mercado para cima”, diz o superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), Antonio Carlos Kieling. Segundo ele, o nicho de alto luxo tem crescido no País e suas perspectivas são positivas. Um dos fatores é a construção de um maior número de hotéis, de todos os portes e níveis de sofisticação, no rastro da euforia em torno da Copa do Mundo de 2014. 
 
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