sábado, 5 de outubro de 2013

De olho nos VIPS da Copa


A Toto, fabricante japonesa de louças e metais de luxo, investe no Brasil de olho em hotéis e nas arenas que sediarão o mundial de futebol de 2014

Por Luciele VELLUTO

Quando se fala em negócios ligados à Copa do Mundo de 2014, o que vem à cabeça são as grandes obras de engenharia, como os estádios e os equipamentos de mobilidade urbana, além de hotéis, naturalmente. Contratos milionários para o fornecimento de material esportivo e outros itens que serão vistos nas ruas e nos estádios também compõem essa lista. Mas tão importante quanto a parte mais visível dessa festa é seu lado, digamos, oculto. É exatamente nesta última vertente que se concentram as apostas da japonesa Toto, fabricante de louças e metais sanitários. A empresa bateu concorrentes locais e se tornou a fornecedora dos equipamentos instalados nos banheiros da Arena Corinthians, que está sendo construída na zona leste da cidade de São Paulo. 


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Trata-se de uma vitrine mesmo para a Toto cujas vendas globais atingiram US$ 4,8 bilhões no ano fiscal encerrado em março de 2013. Isso porque o estádio será palco da primeira partida da Copa do Mundo de 2014. “Nossa meta é fazer do Brasil um de nossos principais mercados fora do Japão”, afirma David Krakoff, presidente da subsidiária da Toto no País. O contrato, cujo valor não é revelado, é estratégico também, porque inclui a instalação dos produtos nas áreas vips da arena. Trata-se de um público que está no foco da Toto, pois é capaz de gastar até R$ 4 mil em um equipamento sanitário. Mas antes mesmo de rolar a bola no Itaquerão, o novo templo mundial do esporte bretão, a Toto já está marcando gols no mercado local de produtos com pegada high tech. 
 
 
Sua estrela nessa disputa é o washlet, bidê eletrônico com assento aquecido, ducha higiênica e sistema de secagem, que custa R$ 3,6 mil. “Na primeira apresentação, já vendemos dez peças”, diz Krakoff. Para se instalar no Brasil, a Toto fez um investimento de US$ 6 milhões em 2011, para estruturar a operação. No ano seguinte, inaugurou uma fábrica no município de Jundiaí, a cerca de 150 quilômetros da capital paulista. O montante desembolsado na unidade não foi revelado. Ali, estão sendo fabricadas bacias sanitárias, cubas e caixas de descarga dos modelos da Toto mais vendidos no País. Segundo o executivo, a ideia é aumentar a produção em um ritmo lento, mas consistente, o que permitiria a redução dos preços de venda ao consumidor final. 
 
 
“Os custos de importação são altos, por isso queremos nacionalizar as linhas que são mais procuradas”, afirma Krakoff. De acordo com ele, a fábrica brasileira é semelhante à instalada nos Estados Unidos, onde a Toto já detém 9% do segmento de bacias sanitárias. Nascido na Rússia, Krakoff foi escolhido para o cargo pelo seu conhecimento do mercado brasileiro. Na década de 1990, ele fazia parte do time da Electrolux quando a fabricante sueca de produtos de linha branca comprou a paranaense Refripar, dona da marca Prosdócimo. “O Brasil mudou muito desde então”, diz. “Vejo como um país promissor e que está no foco de muitas empresas.” A Toto, porém, não foi a única empresa do setor de louças sanitárias a enxergar isso. 
 
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David Krakoff presidente da Toto:
"Queremos fazer do brasil um de nossos principais mercados, fora do japão"
 
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Nos últimos dois anos, já desembarcaram aqui a suíça Laufen e a alemã Hansgrohe. “Esse movimento ajuda a puxar o mercado para cima”, diz o superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), Antonio Carlos Kieling. Segundo ele, o nicho de alto luxo tem crescido no País e suas perspectivas são positivas. Um dos fatores é a construção de um maior número de hotéis, de todos os portes e níveis de sofisticação, no rastro da euforia em torno da Copa do Mundo de 2014. 
 
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