sábado, 19 de outubro de 2013

Shopping dá dinheiro: BR Malls fatura 5 bi no 3º trimestre


Maior empresa de shoppings do Brasil registrou taxa de ocupação média de 97,6% no período

Divulgação
Shopping da BR Malls

Norteshopping, no Rio: BR Malls libera balanço no próximo dia 12

São Paulo – Maior empresa de shoppings do Brasil, a BR Malls divulgou ontem a prévia de seu desempenho no terceiro trimestre. Pelo visto, o negócio continua dando dinheiro – uma vez que a companhia anunciou faturamento de 5,2 bilhões de reais com vendas no período.

O valor é 11,5% do que aquele registrado um ano atrás. Além disso, a taxa de ocupação média dos empreendimentos administrados pela empresa de julho a setembro foi de 97,6%.

"Dos 51 shoppings que detínhamos participação, 24 apresentaram mais de 99% de ocupação", informa comunicado divulgado pela companhia. O balanço completo da BR Malls só sai no próximo dia 12. Mas sua prévia foi bem recebida pelas corretoras de mercado.


Corretoras


"Este resultado representa um significante ganho real de 5% acima da inflação", afirmaram Dan McGoey e Paola Mello em relatório da Citi.

De acordo com informe da ItaúBBA assinado por David Lawant, Enrico Trotta & Ariel Amar, os números robustos são um reflexo das inaugurações e aquisições realizadas pela BR Malls no período.

Para Eduardo Silveira e Gabriel De Gaetano, da corretora portuguesa Banco Espírito Santo, os números representam um alívio após os maus resultados do segundo trimestre em função da onda de protestos no Brasil.

A indústria do luxo investe em experiências exclusivas


Na busca por consumidores abonados, marcas de luxo como Pernord Ricard, Louis Vuitton e Audi investem cada vez mais em experiências exclusivas — das quais só participa quem é convidado

Germano Lüders/EXAME.com
Rodnei Riscali (à dir.), paulista

Rodnei Riscali (à dir.): uísque Chivas e crupiê para jogar pôquer com os amigos

São Paulo - As rodadas semanais de pôquer com os amigos na casa do paulista Rodnei Riscali, de 30 anos, não são mais as mesmas. Desde 2011, o encontro informal realizado às terças-feiras em seu apartamento no Morumbi, na zona sul de São Paulo, ganhou um ar de sofisticação.

Um crupiê embaralha e distribui as cartas, e um barman prepara drinques. Um lote de uísque Chivas sempre abastece a reunião, eventualmente até com exemplares envelhecidos em 25 anos, que chegam a custar 1 000 reais a garrafa.

Mas para Riscali tudo isso sai de graça. A mordomia começou quando ele aceitou se tornar um dos 19 embaixadores da fabricante francesa de bebidas Pernod Ricard no Brasil.

Sua única contrapartida é garantir a presença da marca em seus eventos sociais com os amigos. Quando Riscali faz aniversário, a empresa se encarrega de mimar ainda mais seu embaixador. Jogador de golfe, ele já ganhou um taco e outros apetrechos para o esporte. “Já indiquei outros amigos que se interessaram em fazer parte do grupo“, diz.

Mimos assim prosperam junto com o mercado de luxo no Brasil. O investimento das empresas em atividades para se aproximar do público classe A no país mais do que dobrou nos últimos três anos e chegou a 300 milhões de dólares em 2012, segundo a consultoria americana Colloquy, especializada no relacionamento entre empresas e consumidores.

Por trás desses números  estão atividades que vão muito além de mandar cartão de aniversário — como viagens e participação em clubes e eventos fechados. Esse esforço é uma tentativa de cativar um público disposto a gastar cada vez mais.

A empresa de pesquisa americana Digital Luxury Group calcula que o Brasil movimentou 12 bilhões de dólares em produtos de luxo em 2012 — 24% mais em relação a 2011. “Oferecer experiências relevantes se mostrou uma maneira eficiente de aprofundar vínculos com o consumidor”, afirma Fernanda Mandryk, consultora da paulista MCF, especializada no mercado de luxo brasileiro.

Nos casos mais bem-sucedidos, identificar os clientes certos foi tão importante quanto definir a experiência certa. Para selecionar seus primeiros embaixadores, em 2010, a Pernod Ricard contratou uma consultoria especializada em localizar consumidores de alta renda. Em geral, os escolhidos são homens de 25 a 35 anos, com alto poder aquisitivo e hábito de reunir os amigos frequentemente.

Nos anos seguintes, o grupo cresceu por indicações, até chegar aos atuais 19 embaixadores. Treze deles estão em São Paulo, quatro em Brasília e dois em Goiânia — os três principais mercados para a Chivas no Brasil. A relação é revista de tempos em tempos, já que a parceria pode ser renovada todos os anos.

Aqueles que conseguem reunir mais pessoas ao longo de um ano podem ganhar uma viagem para conhecer a destilaria na Escócia. Os que se acomodam são substituídos. “É um trabalho constante dos dois lados. O cliente precisa sentir que faz parte de uma ação exclusiva”, diz Karen Ehrlich, gerente de marcas da Pernod Ricard.

Itamar Franco: uma lição de como gerenciar crises


Em conflito com Collor desde o início do governo – principalmente devido às divergências acerca da política de privatizações – Itamar desligou-se do PRN pouco antes do impeachment e, meses mais tarde, assumiu a presidência, já pelo PMDB


 
 
 
 
 
 
 
Wikipédia
Político de carreira, Itamar deu seus primeiros passos na vida pública em Juiz de Fora/MG, onde foi prefeito (1967 a 1971)
 
 
No início dos anos 1990, o primeiro presidente eleito pelo povo no Brasil – depois de mais de 20 anos de ditadura – foi deposto, acusado de corrupção. Com a economia em crise e as instituições desacreditadas, restou ao sucessor a difícil missão de manter a legalidade democrática e tirar o país da lama. Há de se concordar, no entanto, que assumir o leme de um barco no meio de uma tempestade não é para qualquer um. E foi assim, na condição de comandante de um grande navio prestes a afundar, que Itamar Franco assumiu a presidência do país após o impeachment de Fernando Collor de Mello.

Político de carreira, Itamar deu seus primeiros passos na vida pública em Juiz de Fora/MG, onde foi prefeito (1967 a 1971). Pouco depois, deixou o cargo e elegeu-se senador pelo estado de Minas Gerais (1975). Em 1988, saiu do PMDB (antigo MDB, partido de oposição durante o regime militar) e uniu-se ao então governador de Alagoas, Fernando Collor, no jovem PRN (Partido da Reconstrução Nacional), que lhes deu a vitória na eleição de 1989. Em 1992, com a queda de Collor, assumiu a presidência da República.

Em conflito com Collor desde o início do governo – principalmente devido às divergências acerca da política de privatizações – Itamar desligou-se do PRN pouco antes do impeachment e, meses mais tarde, assumiu a presidência, já pelo PMDB. Na época, apesar de toda a crise política, as maiores pressões tinham origem no campo econômico, com uma inflação que, em 1993, chegou a 2.700%.

No curto espaço compreendido entre o governo Sarney e o Collor, foram implementados três planos econômicos e estabelecidas duas moedas, todos sem sucesso a longo prazo. Para Itamar, então, o desafio era, além de encontrar uma solução duradoura, conseguir convencer a população de que os preços seriam controlados, os produtos não desapareceriam das prateleiras e ninguém teria suas poupanças confiscadas.

A tarefa não foi fácil. Em seu curto governo, passaram nada menos que seis ministros diferentes pela pasta da Fazenda. Ao mesmo tempo, as pressões políticas também eram grandes, inclusive pela dissolução do Congresso. Além disso, com a fragmentação das forças partidárias na época, compor um governo não foi nada fácil.

No final, entretanto, o saldo foi positivo. No campo econômico, com a criação do Plano Real, a hiperinflação foi controlada e asseguraram-se as bases para o desenvolvimento verificado atualmente. No âmbito político, o presidente fez seu sucessor (Fernando Henrique Cardoso, ministro que coordenou a criação do Plano Real) e deixou o cargo com uma aprovação semelhante à de Lula no final do seu mandato. Itamar ainda deixou como legado a sanção da Lei dos Genéricos e da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que deu base para os programas socias dos governos seguintes.

Leilão de Libra pode ter apenas um consórcio

Às vésperas do leilão, o desenho da disputa se encaminhava para apenas um grande consórcio, de cinco componentes

Wellington Bahnemann e Sabrina Valle, do
Tânia Rego/ABr 

Prédio da Petrobras no Rio de Janeiro com adesivos indicando a greve dos petroleiros, que protestam contra o leilão de Libra
Prédio da Petrobras no Rio de Janeiro com adesivos indicando a greve dos petroleiros, que protestam contra o leilão de Libra

Rio de Janeiro - A necessidade do governo de usar os recursos do primeiro leilão do pré-sal para fechar as contas do País em 2013 atrapalhou a competitividade pela área gigante de Libra, na licitação que acontece segunda-feira, no Rio, segundo analistas. Às vésperas do leilão, o desenho da disputa se encaminhava para apenas um grande consórcio, de cinco componentes, disposto a pagar os R$ 15 bilhões de bônus de assinatura do prospecto que, sozinho, pode quase dobrar as reservas do País.

As chinesas, grandes favoritas para entrar com força no maior leilão de uma área de petróleo já realizado no País, devem ter participação minoritária na disputa, segundo uma fonte envolvida nas negociações. A Petrobrás entrará com parcela significativa dentro do consórcio, acima dos 30% exigidos pela Lei de Partilha que se aplica à região do pré-sal. Terá ao seu lado duas chinesas (CNPC e CNOOC), uma das duas grandes empresas petroleiras privadas inscritas (possivelmente, a Total) e uma quinta empresa.

A oferta não ficaria muito acima do mínimo estabelecido pelo governo: pelo menos 41,65% da produção precisarão ser divididos com a União. Estão fora do consórcio da Petrobrás a Repsol/Sinopec (de origem espanhola e chinesa), a malaia Petronas e a japonesa Mitsui, segundo a fonte envolvida nas negociações.

As seis empresas que não estão com a Petrobrás, em tese, poderiam formar um segundo consórcio de até cinco componentes. Mas esta formação era considerada improvável até a noite de ontem (18).


Bônus


A Agência Nacional do Petróleo (ANP) havia defendido até junho um bônus de R$ 10 bilhões de forma a aumentar a concorrência. Mas o governo cravou os R$ 15 bilhões, que precisarão ser pagos à vista e ajudarão nas metas das contas públicas. Todo o processo foi acelerado de forma a viabilizar o pagamento ainda neste ano.

Das 40 empresas com capacidade de disputar, apenas 11 se inscreveram em setembro, a maioria estatal, sendo seis asiáticas. Gigantes como Exxon, Chevron e BP ficaram de fora.

As regras do leilão que contribuíram para que as empresas privadas desistissem da disputa também desagradaram chineses. Não foi criticado o modelo em si, mas o bônus alto demais, além de detalhes como falta de correção monetária para os custos que poderão ser descontados antes de o óleo ser partilhado com a União.

Segundo a fonte envolvida nas negociações, a Mitsui estaria mais interessada na 12.ª Rodada de Licitações, voltada para campos em terra com o objetivo de desenvolver as reservas de gás convencional e não convencional.

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Governo vai aliviar tributo da Petrobras no exterior













CLAUDIA ROLLI
JULIO WIZIACK
MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO



A Petrobras será a principal beneficiada pela medida provisória que criará novas regras para tributar os lucros de multinacionais brasileiras no exterior. 

O texto, que está pronto e deve ser aprovado na próxima semana, prevê isenção de imposto sobre o lucro auferido pelas filiais da estatal no exterior com o aluguel de equipamentos para explorar petróleo e gás no Brasil. 

Já o lucro obtido com negócios diversos no exterior, como refino ou exploração em outros países, será tributado como as demais múltis. 

Como a Folha antecipou ontem, essas empresas terão oito anos para efetuar o pagamento desse imposto.
Ao livrar a Petrobras de parte do imposto, o governo tenta "compensar" o impacto causado no caixa da estatal, segundo apurou a reportagem. O preço da gasolina, referência para corrigir outros produtos e serviços, não é reajustado desde janeiro. 


LUCRO EM ALTA

 
Essa compensação deve aumentar com a expansão do pré-sal. Hoje o lucro da estatal no exterior é de cerca de R$ 100 milhões. Deve crescer porque, pelo modelo de exploração de partilha, a Petrobras será a única operadora dos campos do pré-sal. 

Para isso, terá de investir em plataformas, navios, embarcações de apoio, entre outros. Só para o campo de Libra, serão de 12 a 18 plataformas, cada uma estimada em US$ 1,5 bilhão. 

A estatal não é dona dos equipamentos usados na exploração de petróleo. Eles são adquiridos por suas subsidiárias no exterior e alugados para as operações da Petrobras no Brasil. 

O lucro obtido pelas filiais com esse aluguel deve aumentar exponencialmente com o avanço da exploração, o que elevaria também o imposto a ser pago, agora isentado na medida provisória. 

A Petrobras teve tratamento diferenciado, porque, na avaliação do governo, as filiais -que alugam equipamentos para a operação no Brasil- servem de suporte à estatal, o que não acontece, segundo a Fazenda, com múltis de outros setores, devido à natureza do negócio. 


MESMA REGRA

 
Caso aluguem plataformas ou sondas para empresas de outros países, as filiais da Petrobras serão tributadas como as demais multinacionais brasileiras atingidas pela medida provisória, com oito anos para recolher Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre Lucro Líquido. 

O benefício dado à Petrobras também valerá para controladas e coligadas, como a Sete Brasil. 

Essa empresa, em que a estatal detém 5% de participação, centralizou as encomendas e entregas dos equipamentos que serão usados na exploração de petróleo e gás.
Procurado, o Ministério da Fazenda não se pronunciou.

Saiba mais: Maior fatia será paga ao fim de 8 anos

 
O Ministério da Fazenda anunciou ontem a edição na próxima semana de uma medida provisória que mudará a cobrança de tributos sobre lucros de filiais de múltis no exterior. O pagamento de tributos poderá ser parcelado em até oito anos, sendo que a maior parcela (82,5% do valor devido) será paga apenas no fim desse período. Haverá cobrança de juros no caso do parcelamento. 


Editoria de Arte/Folhapress

Déficit de legalidade e cidadania










A ideia é simples: quanto mais a lei é aplicada, melhores são as instituições; por outro lado, quanto menos a lei é prestigiada, maior o grau de degeneração institucional. Vamos, então, deixar as subjetividades de lado e passar a casos objetivos: a Constituição, por exemplo, assegura “o respeito à integridade física e moral” dos presos, determina que o salário mínimo deve ser capaz de atender as necessidades de “moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social” e, por último, diz em alto e bom som que “moralidade e eficiência” são princípios da administração pública brasileira. Tais regras, no entanto, só existem no papel, pois os presídios são caóticos, o salário mínimo praticamente se esvai em moradias precárias e magra alimentação, enquanto que moralidade é uma palavra desconhecida da política, assim como eficiência é uma nota proibida no sarau da burocracia brasileira.

Moral da história: a lei no Brasil é, muitas vezes, uma simples miragem no deserto da incompetência política. E, quanto maior a incompetência da política, mais distante a Constituição fica da realidade da vida. Em outras palavras, é a política a nobre arte humana de dar cores ao preto e branco da norma sobre o papel. Logo, a aridez da vida pública nacional revela que nossos políticos, com honrosas exceções, são simples artistas de um teatro profano. O preocupante é que a situação, ao invés de melhorar, mais empalidece a cada nova primavera.

Outro dado sintomático de que a lei não funciona no Brasil está no vertiginoso aumento da litigiosidade judicial, ou seja, se há litígio, é porque a lei não foi cumprida em alguma medida, criando um conflito de interesses entre as partes envolvidas. É claro que algum espírito mais benevolente poderá sustentar o contrário: o aumento da litigiosidade, ao invés da fragilidade institucional da lei, revela justamente que as pessoas estão indo atrás de seus direitos. A premissa é bonita, mas é logicamente falsa. Afinal, se as pessoas precisam ir atrás de direitos, é porque, na prática, não os têm.

Na verdade, a lei no Brasil é como aquela imagem do macaco correndo atrás da banana: no início, o macaquinho corre, corre, corre, e nada; chega um momento em que o pobre mortal, exausto de tanto correr, desiste e, aí, o que ele faz? Bate na porta do Judiciário em busca de justiça. Tal fenômeno vem acontecendo sistematicamente em nosso país e bem revela que muitos de nossos direitos precisam de um ato judicial para serem efetivados. No final, além da fadiga dos materiais que funcionam, restará a amarga evidência de que a lei brasileira promete muito, mas a política faz muito pouco. Sim, a política está definitivamente mal e degradante. Mas e nós, como cidadãos e sociedade civil, o que temos feito de positivo para mudar esse quadro desolador?


Fonte: Zero Hora, 17/10/2013

Por que inovamos tão pouco?



Marcos Troyjo


O número de patentes geradas a cada ano não é a única forma de medir o que um país produz em termos de inovação. Quando, no entanto, se trata de pedir registro de novas patentes à OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual), os números são embaraçosos.

Em 2012, os EUA entraram com 50 mil novos pedidos; China, 17 mil; Coreia do Sul, 11.000. Brasil? Pouco mais de 600.

Por que o Brasil vai mal em inovação intensiva em tecnologia quando o mundo nos vê criativos e empreendedores?

Nossa criatividade voltada ao mercado é bem-sucedida: o aclamado design das Havaianas e os cosméticos ecologicamente corretos da Natura são bons exemplos.

Ademais, o Relatório de 2010 do Global Entrepreneurship Monitor aponta o Brasil como o mais empreendedor dos países do G20.

Por que então não surgem mais startups brasileiras com potencial para virarem novos Googles ou Teslas? Bem, “criatividade não é suficiente”, estipulava Theodore Levitt. Para esse lendário guru de Harvard, “criatividade é pensar coisas novas, inovação é fazer coisas novas”.

A inovação brasileira é do tipo “adaptação criativa”, não a schumpeteriana “destruição criativa”, que reinventa setores e inaugura ciclos econômicos. É a isso que convida a política industrial de substituição de importações dos últimos dez anos.

Inovar vem da interação entre capital, conhecimento, empreendedorismo e um ecossistema que catalise tudo isso. Seria possível esperar do Brasil grandes inovações quando investimos apenas 1% de nosso PIB em pesquisa & desenvolvimento (P&D)? A média nos 20 países mais inovadores é de 2,3%.

Produção científica brasileira gera cada vez mais artigos, mas poucos produtos inovadores 
O Brasil concentra 80% dos gastos com inovação em instituições governamentais. A maioria dedica-se à ciência pura. Interação com empresas não faz parte de seu ethos.

E nas universidades públicas muitos professores e alunos demonstram feroz resistência ideológica a laços estreitos com empresas.

A presidente Dilma Rousseff busca estimular a inovação por meio do “Ciência sem Fronteiras”. Ainda que louvável, o programa apenas tangencia a P&D orientada a mercado, o que requer do Brasil ambiente de negócios conducente à inovação.

Resultado: a “produção científica” brasileira expande-se com mais e mais artigos publicados em revistas indexadas, mas poucos produtos inovadores.

Mas se seu papel é chave, por que o setor privado investe tão pouco em inovação?

Abismo entre universidades e empresas. Políticas que sufocam a concorrência. Complexidades burocráticas, trabalhistas e fiscais a exaurir recursos que poderiam ser destinados a laboratórios e cientistas.

Eis os fatores que arrastam o Brasil à 56 ª posição no mais recente Relatório de Competitividade Global.

Nosso subdesempenho inovador tem menos que ver com deficiências na ciência, criatividade ou capacidade empreendedora e mais com camisas de força microeconômicas e institucionais. Os obstáculos que coíbem a inovação empresarial são os mesmos que bloqueiam nosso caminho à prosperidade.

Fonte: Folha de S. Paulo, 18/10/2013