CLAUDIA ROLLI
JULIO WIZIACK
MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO
JULIO WIZIACK
MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO
A Petrobras será a principal beneficiada pela medida provisória que
criará novas regras para tributar os lucros de multinacionais
brasileiras no exterior.
O texto, que está pronto e deve ser aprovado na próxima semana, prevê
isenção de imposto sobre o lucro auferido pelas filiais da estatal no
exterior com o aluguel de equipamentos para explorar petróleo e gás no
Brasil.
Já o lucro obtido com negócios diversos no exterior, como refino ou
exploração em outros países, será tributado como as demais múltis.
Como a Folha antecipou ontem, essas empresas terão oito anos para efetuar o pagamento desse imposto.
Ao livrar a Petrobras de parte do imposto, o governo tenta "compensar" o
impacto causado no caixa da estatal, segundo apurou a reportagem. O
preço da gasolina, referência para corrigir outros produtos e serviços,
não é reajustado desde janeiro.
LUCRO EM ALTA
Essa compensação deve aumentar com a expansão do pré-sal. Hoje o lucro
da estatal no exterior é de cerca de R$ 100 milhões. Deve crescer
porque, pelo modelo de exploração de partilha, a Petrobras será a única
operadora dos campos do pré-sal.
Para isso, terá de investir em plataformas, navios, embarcações de
apoio, entre outros. Só para o campo de Libra, serão de 12 a 18
plataformas, cada uma estimada em US$ 1,5 bilhão.
A estatal não é dona dos equipamentos usados na exploração de petróleo.
Eles são adquiridos por suas subsidiárias no exterior e alugados para as
operações da Petrobras no Brasil.
O lucro obtido pelas filiais com esse aluguel deve aumentar
exponencialmente com o avanço da exploração, o que elevaria também o
imposto a ser pago, agora isentado na medida provisória.
A Petrobras teve tratamento diferenciado, porque, na avaliação do
governo, as filiais -que alugam equipamentos para a operação no Brasil-
servem de suporte à estatal, o que não acontece, segundo a Fazenda, com
múltis de outros setores, devido à natureza do negócio.
MESMA REGRA
Caso aluguem plataformas ou sondas para empresas de outros países, as
filiais da Petrobras serão tributadas como as demais multinacionais
brasileiras atingidas pela medida provisória, com oito anos para
recolher Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre Lucro Líquido.
O benefício dado à Petrobras também valerá para controladas e coligadas, como a Sete Brasil.
Essa empresa, em que a estatal detém 5% de participação, centralizou as
encomendas e entregas dos equipamentos que serão usados na exploração de
petróleo e gás.
Procurado, o Ministério da Fazenda não se pronunciou.
Procurado, o Ministério da Fazenda não se pronunciou.
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Saiba mais: Maior fatia será paga ao fim de 8 anos
O Ministério da Fazenda anunciou ontem a edição na próxima semana de uma
medida provisória que mudará a cobrança de tributos sobre lucros de
filiais de múltis no exterior. O pagamento de tributos poderá ser
parcelado em até oito anos, sendo que a maior parcela (82,5% do valor
devido) será paga apenas no fim desse período. Haverá cobrança de juros
no caso do parcelamento.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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