segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Antes pessimistas, empresários agora acreditam em superávit comercial de US$ 2 bilhões em 2013



 
 
A recente recuperação da balança comercial deve garantir um superávit de cerca de US$ 2 bilhões no final de 2013, acredita o setor privado. Os empresários revisaram a previsão anterior de déficit, mas chamam a atenção para o fato de que o resultado será puxado pela pauta de produtos básicos, inclusive o petróleo bruto, e por transações da Petrobras envolvendo a venda de plataformas de petróleo e gás para subsidiárias no exterior, sem que elas deixem o país. Apesar de dentro da lei, essas operações não são exportações efetivas.

O governo não divulga projeção de saldo para a balança comercial neste ano. No entanto, em entrevista sobre o resultado da balança de setembro, Daniel Godinho (foto), secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, destacou que a pasta espera superávit para 2013 em função de fatores como retomada das exportações de petróleo e valorização do dólar.

O setor privado defende investimento na competitividade principalmente dos produtos industrializados, que encerrarão o ano com déficit. A balança comercial teve resultados fracos este ano, principalmente em função da redução nas exportações e aumento das importações de petróleo. Houve parada programada para manutenção de plataformas. 

Com o início da normalização da produção, aliado às transações envolvendo plataformas de extração de petróleo, à venda da safra recorde de soja, ao aumento do preço do minério de ferro e ao dólar valorizado, os resultados começaram a melhorar. Em setembro, houve superávit de US$ 2,147 bilhões, o segundo maior de 2013. A partir da segunda semana de outubro, o saldo negativo acumulado de US$ 1,6 bilhão foi revertido e agora há superávit de US$ 964 milhões.

Exportação brasileira foi de US$ 4,003 bilhões na 3ª semana de outubro




 





A importação pelo Brasil de eletroeletrônicos e cosmética (foto) pesou na balança comercial do país, cuja exportação, na terceira semana de outubro (14 a 20), com cinco dias úteis, foram de US$ 4,003 bilhões (média diária de US$ 800,5 milhões).

O resultado está 34,1% inferior à média de US$ 1,215 bilhão, verificada até a segunda semana do mês. Houve retração nas exportações de produtos manufaturados (-44,7%), sobretudo de plataforma para explorar petróleo/gás, avião, açúcar refinado, autopeça, automóveis de passageiros, motores e geradores elétricos e veículos de carga.

Entre os semimanufaturados (-40,3%), as quedas foram maiores para açúcar em bruto, celulose, semimanufaturados de ferro e aço, couros e peles, ouro em forma semimanufaturada, e ferro fundido. Nos produtos básicos (-21,4%), caíram as vendas, especialmente, de petróleo, minério de ferro, carne bovina, soja em grão, milho em grão, minério de cobre e fumo em folhas.

As importações, no período, contabilizaram US$ 5,571 bilhões, com desempenho médio diário de US$ 1,114 bilhão. Houve aumento de 19,9%, sobre a média registrada até a segunda semana (US$ 929,3 milhões).

Cresceram os gastos com combustíveis e lubrificantes, aparelhos eletroeletrônicos (foto), veículos automóveis e partes, equipamentos mecânicos e plásticos e obras.

Na terceira semana de outubro, o saldo comercial ficou deficitário em US$ 1,568 bilhão, com desempenho médio diário negativo de US$ 313,7 milhões, e a corrente de comércio somou US$ 9,573 bilhões, com resultado médio por dia útil de US$ 1,914 bilhão.


Mês


Nos 14 dias úteis de outubro, as exportações foram de US$ 14,938 bilhões, com média diária de US$ 1,067 bilhão. Pela média, houve aumento de 7,9%, em relação ao resultado de outubro de 2012 (US$ 989,2 milhões).

Neste comparativo, cresceram os embarques de produtos manufaturados (26,7%), com destaques de plataformas de exploração de petróleo e gás, automóveis de passageiros, óleos combustíveis, aviões, veículos de carga, motores e geradores elétricos, polímeros plásticos, tubos flexíveis de ferro ou aço, máquinas para terraplanagem, e suco de laranja não congelado.

Entre os produtos básicos (2,4%), a alta se explica, em espacial, por conta de minério de ferro, petróleo em bruto, soja em grão, carne bovina e fumo em folhas. As vendas de produtos semimanufaturados (-24,6%) recuaram em razão de açúcar em bruto, ouro em forma semimanufaturada, ferro fundido, óleo de soja em bruto e alumínio em bruto.

Na comparação com o resultado diário do mês de setembro passado (US$ 999,8 milhões), as exportações aumentaram 6,7%. Houve crescimento nas exportações de produtos manufaturados (41,7%), enquanto diminuíram as vendas de básicos (-13,9%) e de semimanufaturados (-6,8%).

As aquisições no exterior, em outubro, estão em US$ 13,935 bilhões, com média diária de US$ 995,3 milhões. O resultado está 8,9% acima da média de outubro do ano passado (US$ 914,2 milhões), com aumento, principalmente, nos gastos com cobre e suas obras (33,1%), combustíveis e lubrificantes (31,9%), aeronaves e peças (20,3%), equipamentos elétricos e eletrônicos (13,7%), cereais e produtos de moagem (11,7%) e siderúrgicos (7,9%).

Sobre o resultado verificado em setembro passado (US$ 897,6 milhões), houve expansão de 10,9% nas importações, ocasionada por maiores compras de cobre e suas obras (45,6%), aeronaves e peças (39,6%), cereais e produtos de moagem (20,2%), combustíveis e lubrificantes (12,5%), farmacêuticos (12,1%), e veículos automóveis e partes (11,8%).

A balança registra superávit no mês de US$ 1,003 bilhão (média diária de US$ 71,7 milhões). A corrente de comércio, no acumulado mensal, está em US$ 28,873 bilhões, com desempenho médio diário de US$ 2,062 bilhões.


Ano


De janeiro à terceira semana de outubro deste ano (203 dias úteis), as vendas ao exterior somaram US$ 192,588 bilhões (média diária de US$ 948,7 milhões). Na comparação com a média diária do período correspondente de 2012 (US$ 959,5 milhões), as exportações decresceram 1,1%.

As importações foram de US$ 193,193 bilhões, com média diária de US$ 951,7 milhões. O valor está 8,7% acima da média registrada no período equivalente de 2012 (US$ 875,7 milhões).

No acumulado do ano, há déficit na balança comercial de US$ 605 milhões, com o resultado médio diário negativo de US$ 3 milhões. Nos dias correspondentes de 2012, houve superávit de US$ 17,008 bilhões, com média de US$ 83,8 milhões.

A corrente de comércio totaliza, em 2013, US$ 385,781 bilhões, com média diária de US$ 1,9 bilhão. O valor é 3,6% maior que a média aferida no período equivalente do ano passado (US$ 1,835 bilhão).

11 carreiras que vão despontar com a exploração do pré-sal

De geólogos a oficiais de náutica, passando por engenheiros de perfuração e gerentes de plataforma, confira as oportunidades que surgem no mercado de óleo e gás

Eddie Seal/Bloomberg
Plataforma de petróleo da Shell

Plataforma da Shell: empresa é uma das integrantes do consórcio que vai explorar o Campo de Libra

São Paulo – De 2014 a 2017, o setor que vai liderar a atração de investimentos na indústria será o de petróleo e gás. Segundo o BNDES, em 4 anos, 458 bilhões de reais serão destinados a exploração e produção de óleo e gás, refino, distribuição e logística. A alta é de 47%, na comparação com o período de 2009 a 2013, e os dados são relativos aos pedidos de empréstimo ao BNDES e planos de negócios das empresas do setor, sobretudo a Petrobras.

E o pré-sal só representa uma pequena parcela desses investimentos projetados, segundo o BNDES. Para se ter uma ideia, o Campo de Libra - que está no centro das atenções e é primeiro contemplado pelo leilão do pré-sal – nem teve os investimentos contabilizados pelo banco, já que ainda inexiste um plano de negócios para explorar a área, por enquanto.

Isso significa que as cifras vão aumentar consideravelmente com a entrada do pré-sal nos cálculos dos investimentos. “Especula-se que serão 18 plataformas no Campo de Libra, então com certeza vai ter muita movimentação no mercado”, diz Caio Mase, gerente da Robert Walters do Rio de Janeiro. 

E com as atenções voltadas à exploração do Campo de Libra, leilão vencido agora há pouco pelo consórcio composto pela Petrobras (10%), Shell (20%), Total (20%), CNOOC (10%), e CNPC (10%), muitas carreiras ligadas a esta área devem despontar no mercado brasileiro nos próximos anos, diz ele. “Sobretudo as empresas chinesas (CNOOC e CNPC) vão entrar sem estrutura no país, então vão precisar estruturar a parte de operações, esta em maior volume, e de negócios também”, diz Mase. De acordo com ele, quem tem experiência em pré-sal e conhece a região de exploração vai sair na frente.

“Temos que pensar que, do momento da licitação até o primeiro barril extraído de óleo, passam  de 6 a 10 anos, o que dá tempo para o Brasil formar profissionais”, diz Bruno Stefani, gerente da divisão de óleo e gás da Michael Page.

EXAME.com consultou dois especialistas em recrutamento no setor de óleo e gás para saber quais serão os profissionais mais requisitados pelo setor em cada uma das fases da cadeia de produção. Confira:

Fase inicial de investigação para exploração:

É a fase em que há oportunidades para profissionais ligados à geologia que vão investigar o potencial de exploração do campo. Veja os profissionais mais demandados nesta etapa inicial.

1 Geólogos

 Com formação em geologia, esse profissional vai estudar as características da área potencialmente explorável. “Assim que sai da faculdade, o geólogo vai buscando especializações e começa a ramificar a atuação”, diz Stefani.
Salário: em início de carreira, geólogos têm remunerações entre 6 a 8 mil reais nesse setor.

2 Geofísicos

São profissionais de formação em geologia e com especialização em geofísica. “Se são empresas em operação inicial no Brasil, geralmente vão buscar alguém com mais experiência, que conheça a geologia das áreas”, diz Stefani. Companhias já estruturadas como a Shell ou a BP dão mais espaço para profissionais de menor senioridade.
Salário: varia bastante. Para quem tem menos experiência, varia de 8 mil a 12 mil reais. Profissionais experientes podem ter salários acima de 30 mil reais.

3 Petrofísicos

Profissionais de geologia especializados em petrofísica também são bastante demandandos nesta fase de investigação. Novamente, explica Stefani, dependendo da empresa, a busca pode ser por profissionais mais ou menos experientes e isso vai influir diretamente na remuneração.

Salário: Nível júnior de 8 a 12 mil reais. Com certo tempo de experiência na função, a remuneração pode variar entre 12 mil e 15 mil reais e profissionais de alto nível de senioridade chegam a ganhar entre 35 mil e 45 mil reais.

Fase de testes de perfuração:


Depois do trabalho dos geólogos, entram os profissionais que vão realizar os testes para confirmar a viabilidade da exploração apontada na fase de investigação. “São as pessoas que vão testar se o campo é mesmo viável, como disseram os geólogos”, explica Stefani. Por exemplo, se as estimativas dão conta de uma reserva de 8 a 12 bilhões de barris de petróleo no Campo de Libra, a fase de testes vai definir o que será, de fato, extraído. Confira os profissionais que entram nessa fase:

4 Engenheiro de perfuração:

A formação em engenharia é obrigatória, mas a habilitação pode variar bastante entre os profissionais desse ramo, segundo Stefani. “Pode ser um engenheiro mecânico, civil, eletricista, entre outras habilitações. A formação é bem ampla”, diz o gerente da Michael Page. Como não existe pós-graduação em engenharia de perfuração, a especialização nesse ramo é “on the job”. “O profissional pode ter pós-graduação em petróleo, mas geralmente é uma pessoa que adquiriu experiência trabalhando para prestadoras de serviço para a indústria de óleo e gás”, diz Stefani. Segundo ele, a grande escola dos engenheiros de perfuração costuma ser a experiência em turnos off-shore nas empresas prestadoras de serviço.
Salário: nível júnior, com experiência de até 5 anos, tem remuneração fixa variando entre 8 mil e 12 mil reais. “Mas  é um profissional que fica embarcado, há adicionais que podem dobrar o valor do salário”, diz Stefani. Profissionais experientes chegam a ganhar mais de 30 mil mensais.

5 Gerentes de perfuração: 

Formação técnica é a mesma do engenheiro de perfuração, o que diferencia é a função de gestão. “É um engenheiro de perfuração que foi ganhando experiência técnica suficiente para ser um gestor”, diz Stefani. O cargo é destinado, diz o gerente da Michael Page, a profissionais com mais de 45 anos, já que, geralmente, a experiência necessária é gira em torno dos 20 anos.
Salário: como são profissionais de nível sênior, o salário pode ultrapassar os 30 mil reais. “Mais isso vai variar de acordo com o porte da empresa”, diz Stefani.


Fase de projetos


O sucesso das fases de investigação e de teste resulta no início da fase de projetos de exploração. “Nesta fase há uma gama maior de atividades com a contratação de uma série de empresas prestadoras de serviço”, diz Stefani. É o momento de planejar, projetar e gerenciar processos.

6 Gerente de contratos

Formação em engenharia é fundamental para gerenciar contratos de todos os tipos no setor de óleo e gás. O cargo, por ser  de gestão, pede experiência técnica. “São engenheiros que já foram de perfil mão na massa e hoje estão em cargo de gestão”, diz Stefani. Das carreiras que despontam nesta fase de projetos, esta é a mais “global”. “O gerente de contratos cuida de todas as disciplinas abaixo dele”, explica o gerente da Michael Page. Por exemplo, um projeto de construção de uma embarcação de produção e armazenagem de petróleo, uma FPSO (Floating Production Storage and Offloading) - que é, na verdade, uma grande planta química, só que a 200 quilômetros da costa – o gerente de contrato olha para o todo. “Ele é o dono de toda a embarcação, responsável por um contrato de 1 bilhão, por exemplo, e deve conhecer bem todas as fases do projeto”, explica Stefani.

Salário: vai variar de 15 mil a 40 mil, dependendo do porte da empresa e do nível de senioridade.

Petrobras conclui perfuração do poço Bracuhy




Por Fernanda Guimarães


A Petrobras informou, em comunicado ao mercado, nesta segunda-feira, 21, ter concluído a perfuração do poço 3-BRSA-1183-RJS (3-RJS-713), informalmente chamado de Bracuhy, localizado no bloco BM-S-24, no pré-sal da Bacia de Santos.
 
No comunicado, a Petrobras destaca que esse poço é o terceiro perfurado na área de Júpiter e que a sua perfuração confirmou "uma coluna de hidrocarbonetos de cerca de 160 metros, a partir de 5.322 metros de profundidade, com rochas com boas condições de porosidade e permeabilidade". Segundo a estatal, além da capa de gás e condensado, o poço constatou uma coluna de óleo de cerca de 100 metros de espessura.
De acordo com a Petrobras, um teste de formação na zona portadora de óleo está previsto para verificar as suas características e a produtividade dos reservatórios.

O poço perfurado está a 26 quilômetros a nordeste do poço de Júpiter que, conforme divulgado em 21 de janeiro de 2008, identificou a presença de uma grande jazida de gás (gás natural e CO2), condensado e óleo, informou a Petrobras no comunicado. "As amostras coletadas do novo poço confirmaram tratar-se dos mesmos fluidos constatados no poço pioneiro 1-RJS-652A (júpiter) e no poço de extensão 3-RJS-683A", completou.

Ainda segundo a Petrobras, o poço Bracuhy tem profundidade final de 5.765 metros e está localizado a 267 km do litoral do Rio de Janeiro em profundidade de água de 2.251 metros.

Também no informe, a Petrobras afirma que o consórcio, na qual a estatal tem uma participação de 80% e a Petrogal Brasil 20%, dará continuidade às atividades previstas no Plano de Avaliação de Descoberta aprovado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Copyright © 2013 Agência Estado. Todos os direitos reservados.

Entenda como funciona o modelo de partilha, adotado no Campo de Libra


O regime de exploração adotado pelo governo em 2008, após a descoberta do pré-sal, gerou polêmica e afugentou grandes companhias do leilão que ocorre nesta segunda-feira 21

Por Keila CÂNDIDO

O regime para exploração do campo de Libra, o maior já anunciado no Brasil, com capacidade para extração de 1,4 milhão de barris por dia, gerou polêmica e levantou críticas de alguns analistas do mercado. Em 2008, quando o pré-sal foi descoberto, o governo mudou o modelo de exploração, que passou a ser de partilha, e não mais de concessão. Gigantes do setor como a norueguesa Statoil, a americana Chevron e a britânica BP teriam perdido o apetite pela área, em função da mudança, optando por ficar de fora do leilão de Libra. Isso porque as regras estabelecidas pelo governo brasileiro não davam garantias necessárias aos investidores, que preferiram não correr o risco de perder rentabilidade. As incertezas e o desconhecimento sobre o novo marco regulatório afugentou as grandes companhias. Mas, se o novo regime for bem sucedido, as empresas podem voltar num segundo momento, acreditam especialistas em petróleo.

52375606.jpg

Entenda a diferença entre os dois modelos:

Concessão

As primeiras regras de exploração, estabelecidas no final da década 1930, determinavam que o petróleo pertenceria à União, mas as empresas poderiam explorar sob o modelo de concessão. Neste regime, o governo concede ao setor privado, por meio de licitação, o direito de exploração dos campos. O concessionário é dono de todo o petróleo que extrair. Em contrapartida, o governo recebe uma remuneração, que são os chamados os royalties. Esse regime vigorou até 1958, com a criação da Petrobras, que passou a deter o monopólio de exploração. Em 1997, porém, o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, decidiu voltar com o modelo de concessão, abrindo o mercado para a entrada de outras empresas privadas, incluindo estrangeiras. Desde então, vieram para o País grandes grupos como a Chevron e o BG. A concessão é utilizada para áreas consideradas não estratégicas e que não envolvam o pré-sal.

O que as empresas têm de pagar para o governo

A concessionária paga royalties, que são uma espécie de imposto sobre faturamento, cuja alíquota mínima é de 5%, e a máxima, de 10%. Além dos royalties, a empresa terá de pagar um bônus de assinatura, que é um pagamento feito pela empresa para ter direito de explorar a área. O valor do bônus de assinatura pode determinar a vencedora do leilão: ganha quem oferecer o maior valor (incluindo outros critérios como participação de equipamentos produzidos no País e plano de exploração). O bônus de assinatura não chega a representar 10% da arrecadação governamental. Para os campos de alta produtividade, as concessionárias devem pagar uma de participação especial, que pode chegar a 40%.

Partilha

O modelo de exploração por partilha da produção começou a ser formulado em 2008, logo após a descoberta do campo de Lula, na costa do Rio de Janeiro. Ele regulamenta a exploração de campos estratégicos, em que há grande volume de produção, como o pré-sal. As empresas inscritas para esse certame terão de oferecer um valor mínimo de R$15 bilhões para explorar Libra. Os 1,4 milhão de barris que serão potencialmente extraídos por dia dessa reserva serão de propriedade do governo, e não das empresas, como acontece no modelo de concessão. Do petróleo extraído, pelo menos 41,6% será da União, mas vencerá a disputa quem ampliar essa fatia. A empresa vencedora terá a Petrobras como sócia, que será operadora obrigatória com no mínimo 30% de participação. A Pré-sal SA (PPSA), estatal criada pelo governo, vai ser dona da metade dos assentos do comitê operador do consórcio que vencer Libra.

O que as empresas têm de pagar para o governo

No regime de partilha, a União é dona de todo o petróleo extraído. Neste modelo, a extração fica por conta das empresas, que terão de investir na operação. A emperesa também deverá pagar royalties e bônus de assinatura, e empregar 1% da receita em inovação e pesquisa. |A concessionária terá direito a receber, em óleo, uma restituição do custo de exploração. Essa parcela é chamada de óleo excedente, ou seja, a parcela de óleo que excede os custos de exploração.

Fontes: Luís Pacheco, do escritório Veirano Advogados, especialista em petróleo e Paulo Springer, mestre em Economia pela USP, consultor do Senado Federal.

 Leia mais matérias da "Série Especial Leilão":

Propaganda de lingerie da Austrália é banida por conteúdo sexista

Segundo a Fox News, as pessoas reclamaram afirmando que a propaganda era “nojenta e degradante para as mulheres”

Agatha Justino, Administradores.com, ompartilhar2
Reprodução

Uma propaganda de lingerie da marca Innerware, foi banida da tekevisão australiana por apresentar um conteúdo considerado sexista. No comercial, uma mulher aparece só de calcinha e sutiã numa oficina mecânica e pergunta ao atendente: “Do you have all the quality brands?”. (em português, “Vocês têm todas as marcas de qualidade?”).

Segundo a Fox News, as pessoas reclamaram afirmando que a propaganda era “nojenta e degradante para as mulheres”. Com a má repercussão, os proprietários da marca, Evan e Tina Zorba foram a público para dizer que essa não era a intenção da empresa. “A idéia era fazer algo engraçado e não que ofendesse alguém”, disse o casal.

Veja a propaganda abaixo:

 http://www.youtube.com/watch?v=yfMcUdgxMEs


Cinco pontos explicam novo modelo exploratório do pré-sal


Petrobras (Foto AFP)
Protesto na frente da sede da Petrobras

O leilão do campo de Libra, cujo resultado será anunciado nesta segunda-feira, será o primeiro realizado sob vigência do novo marco regulatório para a exploração petrolífera no Brasil.
Aprovado em 2010 para o desenvolvimento das reservas do pré-sal, o novo modelo substituiu o regime de concessões pelo regime de produção partilhada.
Ele garante uma participação ampla da Petrobras e de entes estatais na exploração dos poços, ainda que em parceria com empresas privadas.
Abaixo, a BBC explica em 5 pontos o que mudou com tal modelo:

1) Propriedade do petróleo

Uma diferença básica entre o regime de concessões e o de produção partilhada é que, no primeiro, as petrolíferas são donas do petróleo produzido, enquanto que no segundo o petróleo é da União.

2) Remuneração das empresas

Como consequência da diferença acima, no modelo de concessões, as empresas privadas remuneram o Estado pelo "direito" de extrair petróleo por meio de royalties, impostos e de um bônus de assinatura (pagamento feito de imediato ao assinar o contrato).

Já no novo modelo além de o Estado receber os royalties, impostos e bônus de assinatura, também "recebe" das empresas o petróleo extraído das reservas em questão.

Na prática, as petrolíferas privadas são "remuneradas" pelo Estado por seus investimentos com parte da produção.

No caso de Libra, por exemplo, o edital do leilão estabelece que a União ficará com um mínimo de 41,65% do chamado "lucro-óleo" - o petróleo produzido depois de descontados os custos de produção.

No leilão, o bônus de assinatura é fixo (R$ 15 bilhões) e a petrolífera vencedora será a que se dispuser a abrir mão de uma fatia maior desse lucro-óleo em favor da União.

Já em um leilão de concessão em geral vence quem oferece o maior bônus de assinatura ou mais royalties ao Estado.

3) Participação da Petrobras

No modelo adotado pelo Brasil em 2010, a Petrobras tem uma parcela mínima de 30% em todos os projetos do pré-sal e só os outros 70% é que vão a leilão.

A estatal também pode se juntar a um dos consórcios competindo por esses 70% para aumentar sua parcela nos projetos.

Além disso, ela é a "operadora" dos campos, ou seja, é responsável pela administração e decisões estratégicas, o que lhe dá controle sobre todo o processo de produção - desde a tecnologia que será utilizada até o ritmo de exploração.

Em um regime de concessão, as operadoras seriam as empresas privadas.

"Na prática, no novo modelo as empresas estrangeiras são quase que simples financiadoras dos projetos", acredita Carlos Assis, especialista em gás e petróleo da consultoria EY.

4) Estatal do pré-sal

No novo modelo, também será criada uma estatal para supervisionar a exploração do petróleo do pré-sal - a chamada Pré-sal Petróleo SA, ou PPSA.

A empresa seria instalada a princípio em uma sala da Agência Nacional do Petróleo (ANP), segundo o jornal Valor Econômico, mas poderia chegar a ter 180 funcionários. 

Não está claro até que ponto a PPSA interferirá nos projetos e como se relacionará com as empresas.
A ideia, porém, é que tenha poder de veto sobre decisões estratégias - o que, para analistas como Assis e Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, amplia as incertezas dos investidores privados.

5) Conteúdo nacional

No novo modelo também foram incluídos requerimentos sobre o conteúdo nacional dos projetos.
O percentual mínimo de componentes brasileiros usados na operação tem de ser de 37% na fase de exploração, 55% na fase de desenvolvimento até 2021 e 59% depois desse ano.

Segundo analistas, há dúvidas sobre a capacidade da indústria nacional conseguir suprir as necessidades de bens e serviços de alto valor agregado dos projetos nesses prazos.