sexta-feira, 25 de outubro de 2013

CJF nega pedido da OAB que daria férias a advogados


Por não existir previsão legal, o Conselho da Justiça Federal indeferiu nesta segunda-feira (24/10) pedido de suspensão dos prazos processuais por 30 dias para férias dos advogados. Pleiteado pela Ordem dos Advogados do Brasil, o recesso valeria entre 20 de dezembro e 20 de janeiro.

De acordo com o presidente do Conselho e do Superior Tribunal de Justiça, ministro Felix Fischer, a Constituição Federal (artigo 93, inciso XII) dispõe que a atividade jurisdicional será ininterrupta, vedando férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau.“Não pode ato deste Conselho, como regulamento subalterno e complementar à lei, ampliar as hipóteses de suspensão dos prazos processuais na Justiça Federal”, afirmou Fisher, relator do caso.

O ministro registrou ainda que a Lei Orgânica da Magistratura não tem mais validade na parte em que determinava férias coletivas nos períodos de 2 a 31 de janeiro e de 2 a 31 de julho. Resta, atualmente, apenas o recesso entre 20 de dezembro e 6 de janeiro, como feriado que enseja a suspensão dos prazos processuais.

“Portanto, segundo o arcabouço normativo existente, a atividade jurisdicional é contínua em todas as suas vertentes, inclusive na realização de publicações, audiências e julgamentos colegiados, não podendo sofrer interrupções, senão por autorização legal”, concluiu o presidente do CJF.

No pedido de providências, a OAB solicitava que todos os prazos, audiências e julgamentos ficassem suspensos, no âmbito da Justiça Federal de 1º e 2º graus, de 20 de dezembro a 20 de janeiro, e que fosse vedada publicação de notas de expediente nesse período. Com informações da Assessoria de Imprensa do CJF.

Jogo de 2014 ainda não está posto, diz Gilberto Carvalho




Por Beatriz Bulla


O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse ter ficado contente com o resultado da pesquisa Ibope divulgado nesta quinta-feira, 24, que mostra a presidente Dilma Rousseff na liderança em intenção de votos na disputa presidencial, mas ressaltou que a orientação dela é focar na entrega de resultados à população até o meio do ano que vem. "Nosso foco tem que ser a entrega. O terceiro ano de governo é o melhor tempo do ponto de vista de entregar as realizações", comentou Carvalho, ao chegar para o lançamento do Plano Juventude Viva, em um CEU no Campo Limpo, bairro da capital paulista. "Governar é isso, a gente tem que falar menos e trabalhar muito", disse Carvalho.
 
"É bobagem a gente falar que, quando sai pesquisa boa, não fica contente, a gente fica, sim", comentou Carvalho. De acordo com a pesquisa Ibope, Dilma venceria no primeiro turno da disputa ao Planalto em três de quatro cenários pesquisados. "Mas ao mesmo tempo é um cenário incerto, temos que ter muita cautela", disse o ministro, que completou: "o jogo (de 2014) não está posto ainda, nem sabemos quem serão os candidatos".

Carvalho mencionou a intenção do ex-governador José Serra de entrar na disputa, substituindo o senador Aécio Neves, cotado como pré-candidato tucano. Além disso, o ministro apontou que ainda "não se sabe qual vai ser a ordem de prevalência" na chapa Eduardo Campos e Marina Silva.

"O voto ano que vem vai depender de um lado do que nós fizermos e claro também da esperança que gerarmos. Mas para quem está no governo, só gera esperança quando se baseia numa obra que realizou", apontou Carvalho. O foco, segundo ele, é não voltar as atenções para pesquisas e jogo eleitoral. 


Energia enorme


Carvalho disse ainda que o cenário econômico internacional produz instabilidade e há o gasto de "uma energia enorme" do governo para manter o Brasil em uma posição de estabilidade e continuar gerando empregos, o que, segundo Carvalho, "é quase a obsessão da presidente (Dilma Rousseff) diariamente".

"Ficamos até bastante satisfeitos de ver que enquanto o mundo está nessa crise brutal, continuamos com uma taxa de crescimento modesta, é verdade, mas mantendo nível emprego, a economia estável, e ainda podendo realizar obras", avaliou Carvalho, ao dizer que o País "continua respirando uma atmosfera positiva".

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Ligação em crime societário pode ser provada com conduta







Em crimes societários praticados em conjunto, não é necessário descrever minuciosamente as ações de cada acusado. Para tornar a denúncia plausível, basta mostrar a existência de uma ligação entre a conduta do suspeito e as infrações apontadas, caracterizada pela condição de sócio ou administrador.om esse entendimento, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça negou recurso em Habeas Corpus para trancar ação penal referente à acusado por lavagem de dinheiro e estelionato, entre outros crimes.

O acórdão teve como base jurisprudência da própria corte e negou HC a réus da operação da Polícia Federal apelidada de bicho mineiro, que teve início em 2007. À época, surgiram suspeitas de lavagem de dinheiro, estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e outros crimes que teriam sido cometidos por um grupo envolvido com a exportação e importação de café em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

O réu cujo Habeas Corpus foi negado foi acusado, junto de outras seis pessoas, por participar da organização criminosa. Os envolvidos ocupavam cargos na administração de diversas empresas. Eles teriam alterado contratos sociais e outros documentos de consulta das autoridades públicas, causando prejuízo superior a R$ 30 milhões.

No HC impetrado, a defesa argumentou que a acusação não havia deixado claro o vínculo entre o acusado e os delitos supostamente cometidos.


Direito de defesa




Segundo voto do ministro Og Fernandes, relator do HC, a acusação narrou o fato com todas as circunstâncias, permitindo ao réu exercer plenamente o direito de defesa. O relator afirmou que, ao contrário do que foi alegado, as situações descritas permitem ao acusado construir os argumentos necessários para sua defesa.

No caso, segundo o ministro, essa ligação está materializada nas alterações contratuais de diversas firmas, que teriam sido feitas pelo acusado “com a suposta finalidade de dificultar, ocultar ou dissimular o capital das empresas” e evitar a eventual execução de elevado passivo fiscal.


Lavagem de dinheiro


Quanto ao crime de lavagem de dinheiro, a defesa alegou também que a denúncia “não descreve quais teriam sido os delitos antecedentes”. Sobre isso, o ministro Og Fernandes observou que os fatos apurados na ação penal são anteriores à Lei 12.683/12, que suprimiu a relação de crimes antecedentes necessários à caracterização da lavagem de dinheiro.

Dois desses antecedentes, porém, diziam respeito a crimes contra o sistema financeiro e a existência de organização criminosa, presentes na denúncia — o que, segundo o relator, “legitimaria a configuração da lavagem de dinheiro”.

O ministro lembrou que o crime de lavagem de dinheiro é autônomo, e mesmo que, ao fim da ação penal, se conclua que o réu não participou da organização criminosa, a denúncia demonstra “uma série de sucessivas operações aparentemente de lavagem de capitais”.

Após consulta ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o ministro relator constatou que a instrução criminal foi ultimada e as partes já apresentaram alegações finais. Dessa forma, a Sexta Turma considerou adequado aguardar o desfecho da ação penal. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.


Clique aqui para ler a íntegra da sentença.

Petrobras quer mais mulheres na ciência


Jéssica Mello // quinta, 24/10/2013 16:28
Petrobras investirá R$ 5 milhões para ampliar a participação feminina nas áreas de Ciência e Tecnologia. O programa “Meninas e jovens fazendo ciências exatas, engenharias e computação” está com inscrições abertas, até o dia 18 de novembro.


Mulheres representam 15,7% do efetivo total da Petrobras. Foto: Banco de Imagem Petrobras.

No total, serão disponibilizados R$ 11 milhões. O restante é proveniente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do CNPq, e da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM).

A estimativa é selecionar 300 projetos de pesquisadores ou professores de universidades ou de centros de pesquisa e as propostas devem estar vinculadas a escolas que participam do programa Ensino Médio Inovador. 

As meninas e jovens brasileiras devem ser estimuladas a ter contato com todo o tipo de conhecimento, inclusive aqueles relacionados às áreas de ciência e tecnologia como propõe esse projeto que estamos apoiando agora", destaca a gerente de Orientações e Práticas de Responsabilidade Social da Petrobras, Janice Dias.

Em 2003, o quadro contava com 12% de mulheres, ou seja 4.406. Dez anos depois esse número cresceu para 9.888, representando 15,7% do efetivo total da companhia. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Carrefour contrata bancos para IPO no Brasil


Segundo EXAME apurou, o valor de mercado pode chegar a 15 bilhões de reais

John Kolesidis/Reuters
Logomarca do Carrefour
Carrefour: processo de abertura de capital da operação conjunta das bandeiras Carrefour e Atacadão deverá iniciar oficialmente em janeiro de 2014

São Paulo - O Carrefour, segundo maior varejista do país, contratou os bancos Itaú BBA e Credit Suisse para preparar sua estreia na bolsa brasileira, segundo EXAME apurou.

O processo de abertura de capital da operação conjunta das bandeiras Carrefour e Atacadão deverá iniciar oficialmente em janeiro de 2014.

Com faturamento de 31,4 bilhões de reais em 2012, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados, estima-se que a empresa pode valer em torno de 15 bilhões de reais na bolsa. Procurado, o Carrefour não comenta a informação.

É a primeira vez que a empresa, listada na bolsa de Paris e com valor de mercado de quase 20 bilhões de euros, decide aprofundar estudos para abrir o capital de uma subsidiária.

Parte do dinheiro obtido com o IPO poderá ser enviado para a matriz, mas grande parte servirá para dobrar o investimento local, com a inauguração de novas lojas e a reforma das atuais. Desde 2010, a rede não abre lojas da bandeira Carrefour no Brasil. 

Os franceses, sob o comando do presidente mundial Georges Plassat, também estudam enviar um executivo da matriz para acompanhar a operação local mais de perto.

Com a crise europeia, o Brasil, maior mercado do Carrefour depois da França, tornou-se também seu mercado mais promissor.

O crescimento das vendas no país chegou a 9,5% no terceiro trimestre de 2013. No mundo, não passou de 1,3% no mesmo período.


O pisco vence a cachaça


Depois de estudar os dois mercados, a família Marnier Lapostolle lança um pisco premium no Brasil

por Suzana Barelli
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A garrafa da foto acima impressiona. De designer francês, seu corpo azul com pequenas estrelas representa o céu do norte do Chile, na região em que o pisco é elaborado. Nas laterais, sua transparência permite ver a pureza deste destilado ou, no sentido mais poético, o céu de Elqui, considerado um dos melhores lugares para se observar (e estudar) estrelas no mundo. Mas é ao provar a bebida que se descobre que a beleza da garrafa corresponde à qualidade de seu líquido. Não é um pisco qualquer, a começar pelo preço - recém-chegado na importadora Mistral, é vendido por US$ 99. Ele conquista no paladar, com notas sutis, bem colocadas, da uva moscatel, que lhe dá origem.

O pisco Kappa é a mais recente aposta da família francesa Marnier Lapostolle. Com a ciência de elaborar conhaques há 200 anos e de ser uma das marcas consagradas de vinhos premiuns no Chile, a família lançou o pisco chileno há três anos. A aposta é que é possível trazer qualidade ao destilado, que tem sua origem requerida tanto pelos chilenos como pelos peruados.

Charles-Henri de Bournet Marnier Lapostolle, da sétima geração da família, é quem lidera o negócio. Apaixonado pela arte de destilar, ele conta que, antes de definir pelo pisco, passou vários meses no Brasil, pesquisando a cachaça. E até aprendeu a falar português. “ Três anos atrás, não sabíamos se lançaríamos o pisco ou a cachaça”, conta. Sabia que seria um destilado sul-americano.

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 O pisco Kappa é a mais recente aposta da família francesa Marnier Lapostolle

Ele acabou optando pelo pisco e, hoje, conta alguns fatores que lhe levou a adiar – o que não significa desistir – do plano da cachaça. Primeiro, diz ele, cachaça é uma palavra muito difícil de pronunciar em inglês, e a ideia é que os Estados Unidos sejam um mercado importante para o produto. “Os norte-americanos não conseguem falar cachaça e isso atrapalha muito na venda da bebida. É como a uva gewurztraminer, que eles não conseguem pronunciar, e que não acontece nos EUA”, exemplifica Charles. Em sua análise, melhor seria se o Brasil tivesse adotado o nome Brazilian Rum. “É uma categoria que os EUA já conhecem e o trabalho brasileiro seria de mostrar a qualidade do seu produto”, afirma.

O segundo ponto é que, segundo Charles, há muita disputa entre os produtores brasileiros de cachaça e o mercado norte-americano. “Nesta briga, quem ganha é o bar, e não os produtores ou os consumidores”, diz. Em sua análise, melhor o pisco que, ainda, em sua visão, é uma categoria mais unida do que os produtores de aguardente. E sobre a origem do destilado, se peruano ou chileno, ele não tem a menor dúvida: é espanhol.
 

Quem disse que a China está desacelerando?


Resultado positivo no índice de gerentes de compras sinaliza um avanço maior do que o esperado para economia chinesa em 2013

Por Keila CÂNDIDO

A notícia de que a China apresentou melhora em seu crescimento animou os mercados nesta quinta-feira 24. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, que  passou boa parte do pregão em baixa, encerrou o pregão em alta de 0,4%. Isso  porque o resultado preliminar do Índice dos Gerentes de Compras (PMI), que  mede o nível da atividade econômica, apuradopelo HSBC, avançou para 50,9  pontos em outubro, em comparação com 50,2 pontos, em setembro. Foi maior nível em sete meses. "A China fechará 2013,  no mínimo, igual a 2012", diz o economista Paulo Feldmann, da FEA-USP. "O mundo está reagindo à crise e isso se reflete na economia chinesa." No ano passado, o gigante chinês cresceu 8,7%.

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ZONA PORTUÁRIA: crescimento chinês não será baseado apenas em exportação
 
O especialista se refere principalmente aos países europeus, que são o maior mercado para os chineses, e estão apresentando melhora. Nesta quarta-feira 23, a Espanha foi destaque no noticiário por ter saído de nove trimestres de recessão. "Os investidores estão percebendo a melhora na China porque a o mundo também está tendo resultados positivos", afirma Feldmann. Segundo o  relatório do HSBC, o resultado indica que o crescimento industrial da China  está ganhando ímpeto para 4º trimestre. O PIB da China fechou o terceiro  trimestre com avanço de 7,8%. "Se a economia mundial não se recuperar, a  China vai manter essa faixa de crescimento", diz Rubens Sawaya, professor de  economia da PUC-SP.
 
A economia chinesa está em fase de transição, passando de um modelo focado no investimento, para o consumo interno. Na avaliação dos especialistas, a mudança não significará arrefecimento no crescimento do país. "A economia chinesa é organizada e planejada, e isso permite que não ocorram desequilíbrios", diz Sawaya.