segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Odebrecht, uma transnacional alimentada pelo Estado


Em junho de 2013, o descontentamento social levou os brasileiros a se manifestar em massa nas ruas do país. No alvo, as desigualdades, as condições indignas de transporte, a corrupção e... a transnacional Odebrecht: aos olhos de muitos, a empresa encarna os excessos de um capitalismo de compadrio
por Anne Vigna


Você conhece alguma transnacional brasileira?”, perguntava em 2000 a The Economist. “Difícil, não? Mais do que lembrar o nome de um belga famoso.”1 Estaria a revista britânica querendo fazer graça ou não suspeitava de que os grandes grupos brasileiros entrariam de maneira rápida e espetacular na dança do grande capital? Como a Odebrecht, que é hoje no Brasil o que a Tata é na Índia e a Samsung é na Coreia do Sul.2 Em São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires ou Assunção, é difícil passar um dia sem usar a eletricidade que a empresa produz, as estradas que ela constrói ou o plástico que fabrica.

Geralmente descrita como uma empresa de engenharia de construção, na verdade a Odebrecht foi se diversificando ao longo do tempo até se tornar o maior grupo industrial do Brasil. Energia (gás, petróleo, nuclear), água, agronegócio, setor imobiliário, defesa, transportes, finanças, seguros, serviços ambientais e setor petroquímico: sua lista de atividades constitui um inventário interminável. Mas, embora a brasileira seja a maior construtora de barragens do mundo, com onze projetos tocados simultaneamente em 2012, é o setor petroquímico que gera mais de 60% de suas receitas. A Braskem, “joia” compartilhada com a Petrobras, produz e exporta resinas plásticas para sessenta países.

O grupo – desculpe!, “a organização”, como pede para ser chamada – tem escritórios em 27 países e emprega mais de 250 mil pessoas, sendo 80 mil indiretamente. Em dez anos, seu volume de negócios aumentou seis vezes, passando do equivalente a R$ 15 bilhões em 2002 para R$ 96 bilhões em 2012. “A Odebrecht é um dos grupos brasileiros que mais espetacularmente cresceram nos últimos dez anos, tornando-se de certa forma a espinha dorsal da economia brasileira”, diz João Augusto de Castro Neves, encarregado da América Latina no centro de análise econômica Eurasia Group.
De origem alemã, a família Odebrecht emigrou em 1856, chegando ao estado brasileiro de Santa Catarina para em seguida se estabelecer em Salvador, na Bahia, onde sua empresa familiar foi fundada em 1944. Aos 93 anos, Norberto, fundador, teórico e encarnação da empresa que carrega seu sobrenome, continua sendo o homem por trás do grupo, hoje dirigido pela terceira geração, o neto Marcelo. Aqui, nada muda: a filosofia do chamado “doutor Norberto” seria a chave para o sucesso.


Empresários abalados pelo livre-comércio


“O risco”, diz Marcio Polidoro, porta-voz do grupo, “é crescer rápido demais, e nossos novos integrantes [aqui não se fala em ‘funcionários’] não terem tempo para aprender o que faz a nossa força: a TEO”. TEO? A “tecnologia empresarial Odebrecht”, que “comunidades de conhecimento” são encarregadas de disseminar entre os trabalhadores. A ideia principal desse mecanismo de “transmissão de experiência”: alcançar uma “educação constante por meio do trabalho” entre os “líderes educadores” e os “jovens talentos”. Um modelo de empresa-escola no qual o conhecimento visa menos emancipar do que aumentar a produtividade.

“A organização deve ter uma estrutura horizontal, na qual as decisões e os resultados, em vez de subirem e descerem, fluem e refluem”, escreve Norberto Odebrecht em suas obras completas, publicadas sob o título de Educação pelo trabalho, que cada novo membro contratado é obrigado a ler. Educado por um pastor luterano, primeiro em alemão depois em português, Odebrecht é apaixonado pelos valores morais de sua educação: “O primeiro dever do empresário é cuidar de sua saúde, levando uma vida simples, longe dos prazeres mundanos e dos vícios”, escreve o patriarca. Mas sua máxima favorita continua sendo: “A riqueza moral é a base da riqueza material”.

Sem a intenção de ofender Norberto, o fato é que, tanto no caso da Odebrecht como no da maioria das transnacionais brasileiras, outros fatores pesaram pelo menos tanto quanto a exemplaridade espiritual. A começar pelo Estado.

A partir da década de 1930, sob a liderança de Getúlio Vargas, e durante a ditadura militar (1964-1985), a estratégia de desenvolvimento econômico autônomo e substituição das importações levou o poder a assumir aquilo que o economista Peter Evans chamou de papel de “parteira” na “emergência de novos grupos industriais ou expansão daqueles já existentes rumo a novos tipos de produção, mais arriscados”.3 Construção de barragens, estradas, ferrovias, instalações petrolíferas, usinas nucleares: o “milagre econômico” gerado pelas políticas voluntaristas (e antissociais) da ditadura foi um maná para a Odebrecht.

À sombra do Estado, a empresa conseguiu socializar o custo de seu desenvolvimento tecnológico: os contribuintes pagam mais caro pelos produtos e serviços que o país se recusa a importar. O resultado desafia os pressupostos ideológicos do Brookings Institution, um think tankliberal norte-americano: “paradoxalmente,” o protecionismo brasileiro teria “oferecido uma base sólida para a próxima geração de empresas privadas, voltadas para o exterior e envolvidas na competição globalizada”.4

Quando o “milagre” brasileiro terminou, na virada da década de 1980, os grandes grupos verde-amarelos tinham tecnologia e recursos suficientes para conquistar o mercado internacional. Para a Odebrecht, foram o Peru e o Chile em 1979, Angola em 1980, Portugal em 1988, Estados Unidos em 1991 e, finalmente, o Oriente Médio na década de 2000.

A empresa reencontrou sua relação privilegiada com o Estado quando o ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva chegou à Presidência, em 2003. Para a surpresa de muitos, Lula buscou contatos e apoio dentro de um patronato que, em parte, se sentia meio abalado pelas políticas de livre-comércio de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). E conseguiu.

“Com Lula”, explica Pedro Henrique Pedreira Campos, pesquisador em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “o capital privatizado ao longo da década de 1990 volta para mãos públicas”. Mas sem ser nacionalizado. Como? “Por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES], da Petrobras e dos grandes fundos de pensão,5 o Estado brasileiro está hoje presente em 119 grupos, contra 30 em 1996.” Assim, o grupo Odebrecht pode contar com o dinheiro do fundo de garantia FI-FGTS – que indeniza os desempregados brasileiros e possui 27% da Odebrecht Ambiental e 30% da Odebrecht Transport – ou do BNDES, que desde 2009 controla 30% da Odebrecht Agroindustrial. Por fim, a Petrobras é acionista da Braskem, com 38% de participação. A estratégia do governo brasileiro? Promover “campeões” que possam revelar-se competitivos no cenário internacional.

O “carisma” do presidente Lula e uma nova política externa – menos voltada para os Estados Unidos e a Europa, e mais para a América Latina e a África – também contribuíram para o sucesso internacional dos grupos brasileiros. Ao longo de seus dois mandatos (2003-2010), o presidente Lula viajou, por exemplo, para vinte países da África e abriu o continente a 37 embaixadas e consulados. A cada vez, o BNDES ofereceu empréstimos para as empresas brasileiras ganharem mercados, especialmente contra a concorrência chinesa: “É preciso saber que o BNDES tem um orçamento superior ao do Banco Mundial. E os empréstimos ao estrangeiro são reservados para as exportações de bens e serviços brasileiros. Isso quer dizer que apenas uma empresa brasileira pode conseguir um mercado, mesmo que um Estado estrangeiro vá pagar a conta”, explica Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. Em dois anos, o banco financiou cerca de R$ 5,4 bilhões em projetos realizados pela Odebrecht na África e na América Latina. Qual é a surpresa? A Odebrecht foi encarregada da construção dos principais estádios que vão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014 (Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Salvador) e recebeu os maiores projetos dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro: o complexo olímpico, a nova linha de metrô, a urbanização do porto.

Daí a falar em favoritismo é um passo que muitos analistas não hesitam em dar. A imprensa insiste nas relações privilegiadas entre a família Odebrecht e Lula, na medida em que isso lhe permite alimentar a retórica da corrupção do Partido dos Trabalhadores (PT), único ângulo de ataque do qual dispõe a oposição.
 

Primeira empresa a apoiar o PT


Autorizada pela lei eleitoral brasileira, a contribuição da Odebrecht ao partido fundado por Lula aumentou entre as duas últimas eleições presidenciais – mas, prudente, a empresa toma o cuidado de financiar todos os grandes partidos políticos, sobretudo nas eleições locais. Em 2006, o grupo desembolsou R$ 7,8 milhões; em 2010, quando Dilma Rousseff foi eleita, a contribuição chegou a R$ 10,8 milhões. Embora o PT não queira nem saber de responder às nossas perguntas sobre esse tema, o atual presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, explicou recentemente à revista Época Negócios: “Somos, sim, alinhados com o governo e não vemos nenhum conflito nisso, afinal, o governo foi eleito e representa o interesse da população”.6

O intelectual uruguaio Raúl Zibechi, que por quatro anos investigou a ascensão do Brasil e seus principais grupos, acredita que há uma “relação muito estreita entre Lula e Emilio Odebrecht, presidente do grupo entre 1991 e 2004. Essa amizade começou na primeira candidatura de Lula, durante a eleição presidencial em 1989, e ao longo dos anos ganhou um caráter estratégico. A Odebrecht foi uma das primeiras empresas a apoiar o PT, numa época em que havia muito poucas ligações entre esse partido e o patronato”.

Para o grupo, essa proximidade não é desinteressada. Em 2006, o presidente do Equador, Rafael Correa, aliado político de Lula, inaugurou com grande pompa a barragem de San Francisco, construída pela Odebrecht com um empréstimo de US$ 241 milhões concedido pelo BNDES. Um ano depois, a central foi fechada por causa de deficiências técnicas graves. Diante da recusa da empresa em reconhecer seus erros, o presidente Correa a expulsou do país, recusando-se a pagar o BNDES enquanto a central não estivesse em estado de funcionamento. Em um gesto qualificado na época de excepcional, o Brasil chamou seu embaixador e rompeu as relações diplomáticas com Quito: “Para nós, foi um desastre, porque nossa relação com o Brasil é vital”, confessa Horacio Sevilla, embaixador equatoriano em Brasília.

O conflito agravou-se durante a cúpula  que reuniu os chefes de Estado da América Latina na Bahia, em dezembro de 2008. A Odebrecht, cuja sede fica exatamente nessa cidade, apresentava-se, em grandes anúncios publicitários oportunamente espalhados ao longo da rota tomada pelos chefes de Estado, como “a empresa da integração regional”. Em uma coletiva de imprensa paralela à cúpula, o presidente venezuelano Hugo Chávez, apesar de aliado de Correa, cutucou a ferida, chamando a Odebrecht de “empresa amiga da Venezuela”...

Mas uma comissão independente no Equador revelou erros técnicos e irregularidades na obtenção do contrato e do empréstimo. A comissão, que investiga vários projetos do poderoso grupo brasileiro, revela um conjunto de “problemas” que custarão caro para o Estado equatoriano: no caso de San Francisco, o orçamento inicial foi ultrapassado em “apenas” 25%; mas, em um projeto de irrigação de 100 mil hectares na província equatoriana de Santa Elena, chegou a ficar 180% maior.7

Pouco importa: foi o Equador que teve de dar o primeiro passo. Quito enviou Sevilla a Brasília para reatar as relações com o Palácio do Planalto. E o pequeno país andino conseguiu um acordo com a empresa: “Todo mundo fez concessões... mas especialmente o Equador”, resume o embaixador. Mais uma vez, no Brasil, nem o Ministério das Relações Exteriores, nem os conselheiros internacionais de Lula na época, nem seu instituto, ninguém quis comentar o episódio.


Lula, um embaixador de alto nível


Encontram-se ambiguidades semelhantes na concessão de um contrato de equipamentos do Comando da Marinha para a construção de cinco submarinos, quatro convencionais e um nuclear. Em 2008, esse contrato de US$ 10 bilhões foi concedido sem licitação pública para a Odebrecht (49%) e a empresa francesa DCNS (50%), ficando o restante para a Marinha. Até 2047, devem ser construídos mais vinte submarinos. Mas esse contrato – que envolve a transferência de tecnologia nuclear francesa – foi apenas o primeiro da Odebrecht no setor armamentício. Em 2010 o grupo aliou-se à European Aeronautic Defence and Space (Eads) para a construção de aeronaves, mísseis e sistemas de vigilância, e em 2011 assumiu o controle da Mectron, maior fabricante brasileira de mísseis.

Simples estratégia de diversificação das atividades? Não é bem assim. Essa incursão no setor de defesa acompanha a política de modernização das Forças Armadas de Lula. Durante o segundo mandato do presidente (2007-2010), o orçamento da defesa aumentou 45%, e foi adotada a Estratégia Nacional de Defesa. Principais beneficiários: a Embraer, na aviação, e a empresa do doutor Norberto, na Marinha.

O terreno tinha sido preparado muito antes da chegada de Lula ao poder: “A Odebrecht forjou valiosos laços com os militares em 1950, através da Escola Superior de Guerra [ESG] do Ministério da Defesa, principal think tankbrasileiro, onde militares e industriais estão lado a lado. A família Odebrecht e vários executivos do grupo passaram por cursos de formação ali, o que facilitou a assinatura de contratos, tanto durante a ditadura como hoje”, conta Zibechi.8 Aliás, o próprio Marcelo Odebrecht destaca que a empresa dissemina, em suas “comunidades de conhecimento”, a mesma doutrina ensinada na ESG:9 uma visão nacionalista do desenvolvimento como vetor de soberania e independência.

“Dadas as dimensões das grandes empresas, cujo volume de negócios muitas vezes ultrapassa o PIB de algumas nações, já não são os países que dispõem de empresas, mas as empresas que dispõem de países”, explicava em 2010 Marcio Pochmann, quando dirigia o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Nessas condições, não há nenhuma outra solução, a meu ver, que não a construção de grandes grupos.”10 Erigida em estratégia econômica, a promoção de mastodontes verde-amarelos tornou-se uma prioridade para o ex-sindicalista.

Essa prioridade parece continuar a mobilizá-lo em sua aposentadoria. Em 22 de março de 2013, a Folha de S.Paulorevelou que metade das viagens de Lula desde sua saída da Presidência foi financiada pelas três grandes construtoras brasileiras: Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa. Telegramas diplomáticos publicados pelo jornal sugerem que essas viagens ajudaram a “vencer resistências” encontradas pelas empresas brasileiras, principalmente em Moçambique, onde parte da população se revoltou contra o deslocamento forçado imposto por uma mina de carvão.11

Para o futuro, os setores identificados pelo grupo como estratégicos estão todos no nicho ligado à expressão “desenvolvimento sustentável”. E o que significa isso, nos quartéis-generais da Odebrecht? Uma mistura lucrativa que envolve energia, água e alimentos.

No Peru, a Odebrecht, pela primeira vez, cavou um túnel através dos Andes, desviou um rio e construiu barragens e lagos artificiais para irrigar uma zona árida. Depois de concluído, o projeto, chamado Olmos, continuou sendo administrado pela Odebrecht, que revende os “serviços” de água, eletricidade e terra para pagar seu investimento inicial (que, como de costume, aumentou com o passar dos meses). As concessões dos primeiros 110 mil hectares foram todas para grandes empresas agroalimentares, cada lote estendendo-se por pelo menos mil hectares − o que torna impossível que os agricultores locais tirem proveito das terras irrigadas, embora o projeto inicial tenha sido concebido em torno de suas necessidades específicas. O grupo não pode ser considerado responsável nem pela concessão de terras nem pelo reassentamento, em um desfiladeiro perigoso, da população deslocada, já que tudo foi feito pelas autoridades peruanas. Também não está provado que sua “relação privilegiada” com o presidente Alan García (1985-1990 e 2006-2011) tenha influenciado a obtenção do contrato. A Odebrecht avalia simplesmente que “respondeu a uma concessão pública, uma necessidade do país, em conformidade com o que considera ser seu papel: estar a serviço da humanidade”, como nos explicou seu porta-voz.

Em uma troca de gentilezas, a Odebrecht ofereceu ao Peru o “Cristo do Pacífico”: uma escultura de 36 metros de altura, réplica do Cristo Redentor do Rio de Janeiro: “A viagem de barco do Cristo durou 33 dias, para celebrar nossos 33 anos de atuação no Peru".


Anne Vigna é jornalista.

Ilustração: Adao Iturrusgarai

1 “Who dares wins” [Quem ousa vence], The Economist, Londres, 21 set. 2000.

2 Ler Martine Bulard, “Samsung ou l’empire de la peur” [Samsung ou o império do medo], Le Monde Diplomatique, jul. 2013.
3 Peter Evans, Embedded autonomy: States and industrial transformation [Autonomia e parceria: Estados e transformação  industrial], Princeton University Press, 1995.
4 Lael Brainard e Leonardo Martinez-Diaz (orgs.), Brazil as an economic superpower? Understanding Brazil’s changing role in the global economy [O Brasil é uma superpotência econômica? Entendendo a mudança de papel do Brasil na economia global], Brookings Institution Press, Washington, 2009.
5 Previ, Funcep e Petros.
6 Época Negócios, São Paulo, n.70, dez. 2012.

7 Relatório final da comissão sobre a dívida equatoriana, 2008.
8 Raúl Zibechi, Brasil potencia. Entre la integración regional y un nuevo imperialismo [Brasil potência. Entre a integração regional e um novo imperialismo], Ediciones Desde Abajo, Bogotá, 2013.
9 ADESG, revista da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, edição especial, Rio de Janeiro, 2011.
10 Marcio Pochmann, “Estado brasileiro ativo e criativo”, IHU, n.322, São Leopoldo, 22 mar. 2010.
11 “Empreiteiras pagaram quase metade das viagens de Lula ao exterior”, Folha de S.Paulo, 22 mar. 2013.

De olho no pré-sal, 5 grupos do Japão compram 30% de estaleiros de Rio Grande

   
 
 
 
De olho no pré-sal, mais asiáticos chegam ao Brasil: cinco empresas japonesas adquiriram 30% do capital da Ecovix - Engevix Construções Oceânicas, controladora dos estaleiros 1 e 2 de Rio Grande, no litoral do Estado gaúcho. A iniciativa marca o primeiro investimento por um consórcio de estaleiros japoneses no mercado brasileiro de construção oceânica. Especula-se que o grupo planeja elevar os investimentos no Rio Grande do Sul em cerca de R$ 664 milhões.

As companhias envolvidas no consórcio são a Mitsubishi Heavy Industries Ltd. (MHI), Imabari Shipbuilding Co. Ltd., Namura Shipbuilding Co. Ltd., Oshima Shipbuilding Co. Ltd. e Mitsubishi Corporation. O Contrato de Compra e Venda de Ações foi assinado em Tóquio nesta terça feira (22) por representantes das seis empresas. 

“A prosperidade recíproca por meio do aporte de tecnologias avançada e expertise operacional pelas empresas japonesas, em linha com a estratégia brasileira de promoção da indústria local”, afirma a Ecovix em comunicado. Redação, com agências.
 

DE MÉDICO E LOUCO TODOS TEM UM POUCO.

João-Francisco Rogowski.*

Uma das maiores desgraças é o amadorismo e a falta de profissionalismo do brasileiro que, bem no fundo, revela a falta de seriedade das pessoas. 
 
O Brasil é um país sui generis, tão rico de TUDO, tudo mesmo, aqui não falta nada em termos de riquezas naturais, mas o povo é tão pobre de mentalidade.
 
O ditado “de médico e louco todos tem um pouco” aplica-se com uma luva ao brasileiro.
 
Aqui as pessoas acham que entendem de tudo um pouco, por isso, seu automedicam, constroem casas de dois e três pisos sem a supervisão de um engenheiro, fazem todo o tipo de gambiarras nas fiações elétricas, enjambrações nos consertos de veículos sucateados, etc.
 
Quando iniciei na advocacia em 1981 de pronto percebi isso, as pessoas me procuravam já em “estado terminal”, assinavam tudo quanto era contrato sem ler, ou se liam não entendiam, mesmo assim assinavam. Faziam todo o tipo de besteiras e depois queriam que eu consertasse. Em muitos países as pessoas não assinam um contrato de seguro sequer sem que seu advogado analise antes, nesses países os advogados vivem de consultas. E é muito mais barato pagar por uma consulta preventiva a um advogado do que contrata-lo para cuidar de um processo por vários anos.
 
Na sexta-feira um amigo que é corretor de imoveis e foi mostrar um apartamento de cobertura em fase final de construção a sua cliente, encontrou no local o proprietário, que também é engenheiro e construtor e que decidiu “ajudar” no esforço de venda. Foi um desastre total, só atrapalhou, mas acha que agradou.
 
Segundo o PMI - Project Management Institute, no Brasil mais de um terço dos Projetos Institucionais e Negociais fracassam por falta de gestão organizacional, pelo fato que não temos a cultura de investir na contratação de profissionais competentes para dar efetividade e resolutividade ao fechamento de negócios.


Deveríamos fazer como o povo estadunidense e levar a sério a fórmula, “para ganhar dinheiro tem que se gastar dinheiro”. Entre os benefícios de se investir em consultoria e assessoria de gerenciamento de projetos, portfólio, riscos, project value, due diligence, o principal é aumentar chances de sucesso dos negócios.

É uma pena ver tantos bons negócios escoando pelo ralo, mas devemos manter a nossa fé e trabalhar para mudar essa mentalidade.
 
                  Melhores dias virão!





*. João-Francisco Rogowski é Advogado e Consultor de Empresas, Gestor de Bens e Direitos e Assessor de Desenvolvimento de Negócios.

Animale abre hoje 36ª edição da SPFW


Até a próxima sexta-feira, 01, os fashionistas poderão acompanhar 26 desfiles com as apostas para o outono/inverno 2014

Abril
O estilista Alexandre Herchcovitch
Alexandre Herchcovitch: entre as novidades da edição do SPFW,a coleção feminina do estilista irá desfilar noTeatro Municipal

São Paulo - Começa oficialmente nesta segunda-feira, 28, a 36ª edição da São Paulo Fashion Week, no Parque Villa Lobos.

Até a próxima sexta-feira, 01, os fashionistas poderão acompanhar 26 desfiles com as apostas para o outono/inverno 2014. 

Entre as novidades, há o retorno do estilista Pedro Lourenço, a estreia da estilista Patricia Motta, a volta de Gisele Bündchen na passarela da Colcci e a vinda das tops Candice Swanepoel, que desfila para a Forum, e Karlie Kloss, para a Animale. 

Alexandre Herchcovitch irá desfilar sua coleção feminina no Teatro Municipal.
Para esquentar o clima, um evento inédito aconteceu neste domingo, 27, no Metrô de São Paulo. 

Quem passou pela linha verde foi surpreendido por um desfile de 40 modelos que transformaram em passarela os vagões das estações Vila Madalena, Ana Rosa, Alto do Ipiranga e Vila Prudente.

Confira o line-up publicado em www.facebook.com/spfwoficial

Comerciantes calculam prejuízos causados por manifestação


Terminal do Parque Dom Pedro II, que funciona 24 horas, fechou às 20h, na sexta-feira, e só foi reaberto à meia-noite

Agência Brasil 

Protesto
Instalações do terminal de ônibus Dom Pedro II: além dos prejuízos para os lojistas, passageiros tiveram de lidar com os rastros da destruição deixados pelo protesto

São Paulo – Os comerciantes do terminal de ônibus Parque Dom Pedro II começaram o dia contando prejuízos decorrentes da manifestação de sexta-feira (25), na capital, pela tarifa zero no transporte público.

A reportagem da Agência Brasil conversou com lojistas que atuam dentro do terminal e verificou que a maioria teve algum tipo de prejuízo.

Felipe Mascarenhas, gerente de cinco estandes de alimentação dentro do terminal, disse que precisará reparar vitrines quebradas, banners arrancados e pichações. “O prejuízo deve ficar em R$ 900 reais”, estimou.

O gerente informou que duas funcionárias estão com medo de voltar ao trabalho e pensam em pedir demissão. “Foi um terror. Assim que eles [manifestantes] começaram a invadir o terminal, todo mundo começou a baixar as portas”, declarou.

Outros comerciantes, que não se identificaram por medo de represálias, disseram que o prejuízo maior foi por precisarem baixar as portas enquanto a manifestação ocorria, o que prejudicou as vendas. O terminal, que funciona 24 horas, fechou às 20h, na sexta-feira, e só foi reaberto à meia-noite.

Além dos prejuízos para os lojistas, passageiros tiveram de lidar, nesta manhã, com os rastros da destruição deixados pelo protesto. Caixas eletrônicos estavam quebrados e a bilheteria fora de serviço.

Até o fim da manifestação, 92 pessoas foram conduzidas para a delegacia, das quais sete continuam presas. Elas estão na 2ª Delegacia da Polícia Civil e devem ser transferidas amanhã (29). Três menores de idade foram levados para a Fundação Casa.

Além dessas, Paulo Henrique Santiago dos Santos, de 22 anos, foi preso em flagrante por associação criminosa e tentativa de homicídio do coronel da Polícia Militar (PM) Reynaldo Simões Rossi. O coronel teve a clavícula quebrada e escoriações na região da face e cabeça, mas já recebeu alta e passa bem.

A batalha do hambúrguer



Sanduíche do Bob s




O empresário Ricardo Bomeny vai começar nos próximos dias um périplo. Presidente da BFFC, empresa que controla a rede de lanchonetes Bob’s, ele visitará 20 grandes acionistas americanos para convencê-los a aceitar sua proposta de fechar o capital da companhia. A BFFC é listada nos Estados Unidos. 

Saindo da bolsa, os controladores brasileiros ficam mais livres para investir e tomar empréstimos. Com a entrada de concorrentes como o Burger King, o mercado brasileiro se tornou mais competitivo. 

Quem conhece o setor afirma que, para o Bob’s, a única opção é crescer a ponto de incomodar os grandes. Nesse caso, a rede brasileira se tornaria, inclusive, atraente para uma possível venda. Procurada, a BFFC não comentou.

OGX pode anunciar recuperação judicial hoje


Previsto pelo Valor, anúncio daria fim à novela envolvendo companhia petrolífera de Eike

VEJA SÃO PAULO
Eike Batista

Eike Batista: fundador da OGX, empresa que chegou a valer 75 bilhões de dólares

São Paulo - A novela envolvendo a OGX, companhia petrolífera criada por Eike Batista, parece estar chegando ao fim. Com dívidas de cerca de 4 bilhões de dólares, a empresa pode anunciar ainda hoje seu pedido de recuperação judicial. A informação está na edição de hoje do Valor Econômico.

"Dificilmente há chance de a companhia encontrar uma solução", afirma o jornal. Caso se confirme, esse será o maior processo do tipo na América Latina. Só aos fornecedores, a companhia deve 400 milhões de dólares e outros 70 milhões são urgentes para que a empresa mantenha as atividades.

De acordo com a nova diretoria, uma injeção de 75 milhões permitiria à OGX manter os trabalhos até o fim do ano e iniciar as operações no campo Tubarão Martelo, seu principal ativo hoje.


Vale menos do que deve


Quando começou suas atividades, a OGX levantou mais de 8 bilhões de dólares no mercado com a promessa de extrair petróleo no Brasil. Em seus melhores momentos, a empresa chegou a valer 75 bilhões de dólares mas hoje seu valor médio não ultrapassa os 2,5 billhões. Em seus piores momentos, a petrolífera teve seu valor de mercado avaliado em cerca de 650 milhões de dólares.

A novela das dívidas da OGX começou em 1º de outubro, quando a empresa deu um calote internacional de 45 milhões de dólares em parte de seus investidores. Por contrato, a firma teria a partir de então dois meses para negociar com os credores uma saída amigável.

Segundo o Valor, as conversações sobre o caso em Nova York pararam quando os credores solicitaram que fosse transferida à OGX a OSX-3, plataforma de exploração da OSX em Tubarão Martelo. Para a petrolífera, o campo deve começar a produzir ainda na segunda metade de novembro.

No fim da manhã, a Eneva anunciou um acordo que pode render 200 milhões de dólares aos credores da OGX.
(texto atualizado em 28/10/2013, às 12h45)