Pesquisa mostra que apesar de 55% dos executivos acharem que os clientes têm forte influência sobre as suas empresas, apenas 30% os entendem. Mas isso vai mudar
Comércio eletrônico: cada vez mais, ferramentais
digitais substituirão as tradicionais para atrair os clientes, segundo estudo
São Paulo - "O cliente
tem sempre razão". Apesar de a frase ser tão usada nos negócios a ponto de
virar clichê, na prática, a história é outra. Uma pesquisa da IBM, a qual
EXAME.com teve acesso exclusivo, aponta que, enquanto no Brasil 55% dos
executivos afirmam que os consumidores exercem forte influência sobre as
atividades de suas empresas, somente 30% dizem entendê-los.
"Tem muita companhia sem saber ao certo o
que o seu público quer. Aí surgem problemas como apostar na coisa errada:
gastar dinheiro e energia em um produto que não vende, por exemplo", diz
Alejandro Padrón, líder de consultoria para o setor de varejo da IBM Brasil.
A falta de compreensão parece injustificável na
medida em que, para os presidentes de empresa, os consumidores são o segundo
grupo que mais têm influência sobre a organização (estimada em 55%), perdendo
apenas para o time de executivos (78%). Na opinião dos CEOs, até mesmo o
conselho de administração interfere menos na estatégia das empresas , com
53%.
A boa notícia é que as corporações tendem a mudar
de comportamento. Segundo a pesquisa - para a qual foram ouvidos 4 mil
profissionais do alto escalão de companhias de 70 países - no mundo todo,
um número crescente de executivos acredita que a participação dos consumidores
não deve ficar restrita às atividades das quais eles normalmente participam,
como o desenvolvimento de novos produtos ou serviços.
Atualmente, por exemplo, 43% dos presidentes no
mundo dizem que os clientes têm participação no desenvolvimento da estratégia
de negócios de suas empresas. Porém, 60% deles acreditam que os consumidores
terão esse papel dentro dos próximos três a cinco anos.
Além disso, no mundo todo, 46% dos executivos
afirmam que sua empresa colabora bastante com os clientes, porém 90% deles
esperam que isso seja realidade em suas companhias nos próximos três a cinco
anos. No Brasil, os números são de 34% e 88%, respectivamente.
"Isso significa que, cada vez mais, a
empresa terá que ser feita para o cliente. Ela terá que ser desenhada para
facilitar a vida do consumidor. No Brasil o desafio será maior porque os
processos estão muito mais centrados na segurança da companhia, diferente do
que acontece nos Estados Unidos, por exemplo", afirma Padrón. Uma forma
clara de perceber esse modelo de negócios, segundo ele, é o fato de que fazer
troca de produtos por aqui é um processo muito mais burocrático e demorado do
que lá fora.
E cuidar do cliente, significa cuidar dos
resultados: segundo a pesquisa, companhias de alta performance estão 54% mais
propensas a colaborar intensamente com os consumidores do que as de baixo de
desempenho.
O tempo
Até mesmo em matéria de tempo dedicado a cada
processo, os clientes serão prioridade nas empresas nos próximos anos. "A
ideia é gastar cada vez menos tempo com questões operacionais e mais em
entender se ao longo das interações com a companhia, o consumidor saiu
satisfeito", explica Padrón.
Daqui a 3 ou 5 anos, os executivos brasileiros
pretendem gastar 15% mais de tempo em gerenciamento da experiência do cliente,
8% em gerenciamento de talentos e 7% mais em estratégia e transformação. Por
outro lado, eles planejam gastar 10% menos tempo com gerenciamento de
fornecedores e 15% com operações.
As ferramentas
Para atrair o consumidor para dentro da empresa e
conseguir atender os seus desejos, o uso de ferramentas digitais será
indispensável, devido à iterferência do acesso cada vez mais crescente à
internet. Só no Brasil, o número de pessoas que utilizam redes sociais - que
atualmente é de 78,3 milhões - deve atingir a casa dos 110 milhões em 2017,
segundo levantamento divulgado em junho pelo eMarketer.
"A geração Y, que está no mercado de
trabalho agora, já nasceu no mundo digital e com mais demanda, esperando muito
mais da sociedade e dos serviços", explica Jesus Mantas, Gerente Geral da
IBM Global Business Services da América Latina.
E é exatamente essa lógica que os executivos
entrevistados pela IBM pretendem seguir. Tanto a nível mundial quanto no
Brasil, a expectativa é aumentar a adoção de meios eletrônicos para engajar os
clientes e, em contrapartida, diminuir o uso das ferramentas tradicionais. Veja
os números:
Os objetivos
Para Padrón, a tendência é que os meios
eletrônicos sejam usados para que as empresas interajam com cada cliente de
forma personalizada, e não com um setor geral.
"O tempo das 'médias' está ultrapassado. Não
dá mais para tratar as preferências dos consumidor pela média da região em que
ele mora ou por faixa de idade, por exemplo. A idéia é trabalhar o histórico de
todos os pontos de relacionamento entre o que uma pessoa procura e o que a
empresa oferece (além do contato direto pelas redes sociais e sites
corporativos) e usar isso para atraí-las" , explica.
"Uma coisa é ter esses dados, que é o big
data. Outra é usá-los para ter sacadas do que seria de interesse de cada
consumidor e sugerir promoções, por exemplo. A Amazon já faz isso muito bem.
Ela mapeia que tipo de produtos alguém costuma comprar muito e começa a
oferecer outros semelhantes", completa.
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Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
domingo, 3 de novembro de 2013
Cliente tem sempre razão. Entendê-lo é outra história
Brasil pode escapar dos seus "clichês de samba", diz FT
Artigo do jornal britânico conclui que "trajetória deprimente" do país nos últimos anos pode levar a uma visão mais realista do país no exterior
Percussão de samba: jornal vê oportunidade de Brasil fugir dos clichês
São Paulo - O Brasil voltou a ser assunto no Financial Times. Em artigo de opinião
assinado por John Paul Rathbone e publicado no final da tarde de ontem,
o jornal britânico cria um paralelo entre a ascensão e queda dos
negócios de Eike Batista e a euforia da era Lula seguida de crescimento baixo.
Chamando o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva de "o mais
bem-sucedido político do seu tempo por quase qualquer critério", o texto
nota que o Brasil conquistou maior protagonismo internacional e avanços
sociais, mas que "grande parte da 'nova classe média' permanece, na
realidade, apenas a um contracheque de distância da pobreza."
O FT diz que impulsionados por anos de liquidez internacional e boom
das commodities, Eike e Lula eram dois lados de uma mesma moeda. O país,
segundo ele, vive agora um momento de "perda de rumo", mas que pode ter
consequências positivas.
"O desapontamento pode pelo menos libertar o Brasil da prisão de seus
muitos clichês (samba, praias, dinheiro, diversão!) com os quais Lula e o
Sr. Batista frequentemente brincaram e que o mundo tão ansiosamente
comprou", conclui.
Como evidências de uma nova visão mais realista do Brasil, John Paul
destaca o impacto limitado da falência de Eike, o tamanho e potencial da
economia brasileira e a estabilidade do país mesmo com "uma vizinhança
difícil", citando a Venezuela, Argentina e Bolívia.
Dilma vê profecia de marqueteiro se desfazer
João Santana prometeu que a presidente recuperaria até novembro a popularidade perdida na onda de protestos de junho, o que não aconteceu
REUTERS/Ueslei Marcelino
Dilma: pesquisa Ibope feita na primeira quinzena de junho, antes dos
protestos, mostrou que 55% dos brasileiros consideravam o governo bom ou
ótimo; um mês depois, a taxa caiu para 31%
São Paulo - Nos últimos quatro meses, a presidente Dilma Rousseff lançou novos programas, viajou mais pelo País, denunciou a espionagem dos Estados Unidos em discurso na ONU, distribuiu máquinas a centenas de prefeitos e fez três pronunciamentos em rede nacional de televisão - mas nem assim concretizou a previsão de seu marqueteiro, João Santana, de que até novembro recuperaria a popularidade perdida na onda de protestos de junho.
Pesquisa Ibope feita na primeira quinzena de junho, antes que os protestos contra aumentos nas tarifas de ônibus ganhassem caráter nacional, mostrou que 55% dos brasileiros consideravam o governo bom ou ótimo. Um mês depois, a taxa caiu para 31%. Em termos absolutos, o número de eleitores satisfeitos com a gestão passou de 77 milhões para 43,5 milhões - uma queda de 33,5 milhões em 30 dias.
Em agosto, depois de Dilma responder à pressão das ruas com o lançamento de "cinco pactos a favor do Brasil", a avaliação positiva do governo subiu sete pontos porcentuais - é como se 10 milhões de brasileiros recuassem de sua postura de animosidade. Mas 23,5 milhões não voltaram para o ninho governista - nem em agosto, nem em setembro, nem em outubro.
Nesse contingente que não se deixou convencer pelas políticas de Dilma e pelo marketing de João Santana, há eleitores de todos os tipos, mas alguns segmentos se destacam: os mais jovens, os mais escolarizados, os de renda mais alta e os moradores de municípios médios e grandes.
Questão de idade
Bolso
A divisão do eleitorado por renda mostra que Dilma se recuperou apenas
nas faixas mais pobres. Em junho, a presidente era avaliada
positivamente por 13,7 milhões de brasileiros que ganham até um salário
mínimo. Em julho, esse número havia caído para menos da metade, mas, até
outubro, passou para 12 milhões (88% do patamar inicial).
No segmento que recebe de um a dois salários mínimos, Dilma colhe outro bom resultado: já é aprovada por 75% do contingente que, em junho, via o governo como "bom ou ótimo". Mas o quadro é outro nas faixas de renda acima de dois salários mínimos - nelas, a aprovação a Dilma continua a cair, em vez de se recuperar.
Outro público que se afastou de Dilma e não mostra disposição para "reatar" com a petista é o que tem curso superior. A presidente perdeu metade do apoio que tinha nesse segmento: em junho, era de 48%, e em outubro chegou a 25%.
A recuperação da presidente tem ritmos distintos segundo a região pesquisada. No Nordeste, o porcentual que considerava o governo ótimo e bom era de 53% em outubro, 13 pontos porcentuais abaixo do resultado de junho. No Nordeste/Centro-Oeste, Dilma ainda está 23 pontos abaixo do que tinha antes da onda de protestos. A previsão de que o governo levaria quatro meses para se recuperar foi feita pelo marqueteiro João Santana, em e-mail enviado no fim de junho a integrantes do governo e do PT. Santana foi procurado pelo Estado para analisar as últimas pesquisas, mas não respondeu às tentativas de contato.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Em junho, a taxa de aprovação ao governo era quase igual entre os
eleitores de até 24 anos (57%) e os de mais de 55 anos (58%). Os
protestos de rua acabaram com essa sintonia. A pesquisa Ibope de outubro
mostrou aprovação de 45% entre os mais idosos e de apenas 32% entre os
mais jovens. Ou seja, Dilma perdeu quase metade de seus simpatizantes
entre os mais novos, e um quinto do apoio entre os mais velhos.
Laís Santos, de 18 anos, disse que já teve "simpatia" pelo governo, mas
participou dos protestos de rua e hoje se alinha aos críticos de Dilma
Rousseff. Estudante universitária e moradora de Guaíba, na região
metropolitana de Porto Alegre, ela se enquadra em todos os segmentos
mais propensos a resistir ao cortejo governista.
Apesar de ressalvar que tem poucas referências em relação ao passado,
Laís acha que "as condições de vida melhoraram nos últimos anos", o que
não a impede de apontar problemas na condução do País. A universitária
afirma que a corrupção na administração pública chama a atenção: "Os
escândalos estão enraizados e podem ser maiores do que os que aparecem
na mídia". E reclama do transporte público, que passou a usar com
frequência para ir e voltar da faculdade.
No caso da estudante, o afastamento em relação ao governo não significa
alinhamento à oposição. "Se eu disser que não estou contente (com o
governo), pode parecer que esteja contente com a oposição, mas não
gostaria que ela assumisse."
Bolso
No segmento que recebe de um a dois salários mínimos, Dilma colhe outro bom resultado: já é aprovada por 75% do contingente que, em junho, via o governo como "bom ou ótimo". Mas o quadro é outro nas faixas de renda acima de dois salários mínimos - nelas, a aprovação a Dilma continua a cair, em vez de se recuperar.
Outro público que se afastou de Dilma e não mostra disposição para "reatar" com a petista é o que tem curso superior. A presidente perdeu metade do apoio que tinha nesse segmento: em junho, era de 48%, e em outubro chegou a 25%.
A recuperação da presidente tem ritmos distintos segundo a região pesquisada. No Nordeste, o porcentual que considerava o governo ótimo e bom era de 53% em outubro, 13 pontos porcentuais abaixo do resultado de junho. No Nordeste/Centro-Oeste, Dilma ainda está 23 pontos abaixo do que tinha antes da onda de protestos. A previsão de que o governo levaria quatro meses para se recuperar foi feita pelo marqueteiro João Santana, em e-mail enviado no fim de junho a integrantes do governo e do PT. Santana foi procurado pelo Estado para analisar as últimas pesquisas, mas não respondeu às tentativas de contato.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Eike Batista, o bilionário-celebridade
Elio Gaspari, O Globo
A quebra da OGX de
Eike Batista era pedra cantada e foi a maior concordata da história do
país. Em 2010, suas ações valeram R$ 23,27. Para desencanto de 52 mil
acionistas e algumas dezenas de diretores da grande banca pública e
privada, saíram da Bolsa a R$ 0,13.
Todo mundo ganhará se disso
resultar algum ceticismo em relação à exuberância irracional da cultura
das celebridades poderosas. Nela, juntam-se sábios da banca que se
supõem senhores do Universo e autoridades que se supõem oniscientes.
Admita-se
que um vizinho propõe sociedade num empreendimento. Ele é um homem
trabalhador, preparado, poliglota, esportista e bem sucedido. Apesar
disso, expôs sua vida pessoal mostrando que tem um automóvel de luxo na
sala de estar, comunica-se em alemão com o cachorro (o bicho chegou ao
Brasil num Boeing privado, com dois treinadores).
Sua
mulher desfilava numa escola de samba com uma gargantilha onde escreveu
o nome dele e deixou-se fotografar de baixo para cima usando lingerie
transparente. Nomeou para a diretoria de uma de suas empresas um filho
que declarou só ter lido um livro em toda a vida.
Revelou que
estava ligado em astrologia, confiando no seu signo (escorpião), e disse
coisas assim: “Tenho alguma coisa com a natureza. Onde eu furo, eu
acho”. Quando suas contas começaram a ter problemas, defendeu-se: “Meus
ativos são à prova de idiotas”. Tem jogo?
Eike tornou-se uma
celebridade, listada por oráculos da imprensa financeira como o homem
mais rico do Brasil, oitavo do mundo e anunciou que disputaria o
primeiro lugar. Até junho, quando as ações da OGX estavam a R$ 1,21,
sentavam-se em seu conselho de administração figuras respeitáveis como o
ex-ministro da Fazenda Pedro Malan e a ex-presidente do Supremo
Tribunal Federal Ellen Gracie.
Lula visitava seus empreendimentos.
A doutora Dilma Rousseff dissera que “Eike é o nosso padrão, a nossa
expectativa e, sobretudo, o orgulho do Brasil quando se trata de um
empresário do setor privado”. Quem entrou nessa, micou, inclusive a
doutora.
Em seus delírios, Eike Batista criou uma fantasia que
pouco tem a ver com a real economia brasileira, ou com as bases dos
setores de petróleo, mineração e infraestrutura. Parte do mico ficou
para os gênios da banca internacional. Cada um acreditou no que quis e
deu no que deu. Falta de exemplos, não foi.
Para falar só de
grandes empresários que já morreram, a austeridade foi a marca de
empreendedores como Augusto Trajano de Azevedo Antunes, que criou a
mineradora Icomi, Leon Feffer, criador da Suzano Papel, e Amador Aguiar,
pai do Bradesco. Não foram celebridades. Descontando-se o fato de que
“seu” Amador não usava meias, não tinham folclore.
Elio Gaspari é jornalista.
GOSTOS E DESGOSTOS DOS ESTRANGEIROS NO BRASIL
Seis em
cada 10 estrangeiros que vivem no Brasil encontram companheiro para a
vida por aqui. Mas país não está entre melhores para se viver.
O Brasil não está entre os melhores lugares para estrangeiros
viverem, segundo relatório do HSBC lançado nesta semana. Os resultados
detalhados do documento, porém, mostram que o país possui destaques na
visão de quem é de fora: em nenhuma das outras 37 nações avaliadas pelo
banco, por exemplo, os expatriados se sentem tão integrados com as
pessoas que encontram (veja tabela completa dos itens analisados ao
final). Comida, clima e ambiente de trabalho nacional também foram
elogiados.
De acordo com a pesquisa, 62% dos estrangeiros ouvidos encontraram um
companheiro para a vida por aqui, e 79% fizeram bons amigos
brasileiros.
Na média global, esses números caem para 40% e 61%, respectivamente.
O levantamento do HSBC, que contou com entrevistas com sete mil
estrangeiros que trabalham e residem em outro país, levou em conta três
critérios: economia, experiência e criação dos filhos. No ranking geral,
a China ficou com o primeiro lugar.
O Brasil ficou fora da lista geral porque não apresentou dados
suficientes no critério de criação dos filhos – em economia ficou na 27ª
posição e em experiência, na 10ª.
Neste último quesito, o HSBC avaliou 29 itens (listados ao final
desta matéria). E é nele que o Brasil mostra alguma de suas qualidades
(e defeitos).
O relatório traz depoimentos de alguns estrangeiros que moraram aqui.
Um deles, Oliver Jones, é um bom exemplo de como eles se integram
facilmente ao país. Jones morou um ano em Curitiba, no Paraná, onde fez
bons amigos e conheceu Mariana, sua futura esposa.
“Os brasileiros amam levar os estrangeiros para lugares diferentes. Eles dizem ‘não pergunte, apenas aproveite’”, conta Oliver.
Além do fator afetivo, o equilíbrio entre trabalho e vida saudável é
uma das razões para 45% dos estrangeiros que vivem aqui dizerem que sua
vida melhorou desde que se mudaram. O número está acima da média global
de 39%.
“A deliciosa cozinha local, como a feijoada, e o clima agradável
ajudam a criar boas impressões nos expatriados que vivem no Brasil”, diz
o relatório. Seis em cada dez estrangeiros disseram gostar dos pratos
típicos brasileiros e 70% aprovam o clima.
Critério
|
Nota (de 0 a 1)
|
Ranking (de total de 37 países)
|
Dieta saudável
|
0,48
|
10
|
Qualidade e acesso a cuidados de saúde
|
0,36
|
25
|
Viagens diárias
|
0,38
|
25
|
Viajar mais
|
0,4
|
34
|
Qualidade da acomodação
|
0,4
|
17
|
Entretenimento
|
0,52
|
10
|
Equilíbrio entre vida e trabalho
|
0,45
|
9
|
Esportes
|
0,31
|
11
|
Ambiente de trabalho
|
0,48
|
3
|
Vida social
|
0,31
|
16
|
Lojas e mercados locais
|
0,76
|
7
|
Acolhimento no trabalho
|
0,64
|
12
|
Integração com a comunidade
|
0,86
|
1
|
Fazer amigos locais
|
0,67
|
3
|
Usar a língua local
|
0,9
|
1
|
Cultura local
|
0,93
|
5
|
Comida local
|
0,6
|
14
|
Transporte
|
0,67
|
20
|
Se encaixar na nova cultura
|
0,6
|
14
|
Serviços públicos
|
0,45
|
31
|
Cultura de trabalho local
|
0,43
|
14
|
Fazer amigos
|
0,57
|
15
|
Clima local
|
0,64
|
12
|
Se acostumar com a comida local
|
0,76
|
10
|
Aprender a língua local
|
0,45
|
10
|
Encontrar acomodação
|
0,45
|
26
|
Organizar cuidados de saúde
|
0,36
|
37
|
Organizar finanças
|
0,48
|
21
|
Organizar escola para os filhos
|
0,36
|
7
|
Geral
|
0,48
|
10
|
Economia
No critério de economia, o Brasil ficou mais próximo do final da lista, na 27ª posição. Ainda assim – e apesar do crescimento lento -, a satisfação com a economia brasileira é elevada entre os expatriados, principalmente porque 64% deles no Brasil relataram aumento das receitas sobre deslocalização.
Talvez por isso, seis em cada 10 estrangeiros acreditam que o país que escolheram está se tornando um lugar melhor para se viver.
Critério
|
Nota
|
Ranking
|
Renda
|
0,05
|
25
|
Renda disponível
|
0,38
|
31
|
Satisfação com a economia local
|
0,62
|
20
|
Geral
|
0,35
|
27
|
Beatriz de Souza
(Exame – 02/11/2013)PESQUISANDO A IMIGRAÇÃO DE TRABALHADORES PARA O BRASIL
A
contratação de mão de obra estrangeira é essencial para garantir o
aumento da produtividade e da nossa competitividade internacional.
Pesquisa sobre imigração de trabalhadores no BRASIL será realizada
pela EMDOC em parceria com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República (SAE/PR).
A partir de novembro, a EMDOC, consultoria especializada em serviços
de mobilidade global, inicia trabalho de pesquisa sobre o processo
imigratório no País.
Denominado “Contratação de mão de obra estrangeira no Brasil: uma
análise da experiência das empresas brasileiras”, o levantamento é
realizado em parceria com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República (SAE/PR) e terá como objetivo identificar os
entraves encontrados pelas empresas ao contratarem imigrantes para
trabalhar no País. Ao todo, mais de 200 empresas devem ser consultadas
pela pesquisa.
Ao contrário de países desenvolvidos, que apresentam crescente
aumento no número de imigrantes, no Brasil, a trajetória é de forte
queda. Em 1900, cerca de 7,3% da população brasileira era composta por
imigrantes. Em 2010, este número caiu para 0,4%. Em números absolutos,
mesmo considerando que o total da população cresceu mais de 10 vezes
neste intervalo, a quantidade de imigrantes caiu de 1,6 milhão para
apenas 600 mil, no mesmo intervalo.
“A contratação de mão de obra estrangeira é essencial para garantir o
aumento da produtividade e, consequentemente, da nossa competitividade
internacional. Com a pesquisa, a SAE terá um mapeamento completo de onde
estão as dificuldades encontradas pelas empresas quando decidem trazer
estes profissionais para o Brasil, ou seja, reforça uma preocupação
estratégica com o desenvolvimento de longo prazo do nosso País”, explica
João Marques, sócio-fundador da EMDOC.
Em países como Suíça e Nova Zelândia, o percentual de imigrantes
chega a 23,2% e 22,4%, respectivamente. O Brasil perde inclusive para a
África do Sul, último país a ser incorporado aos BRICS, cujo percentual
de imigrantes corresponde a 3,7% da população.
“Não há dúvidas sobre os benefícios proporcionados pela vinda de
imigrantes para o País. Se analisarmos a própria história brasileira
destacaremos a fundamental participação dos imigrantes no século XX para
a modernização da nossa agricultura, assim como para o desenvolvimento
do nosso comércio e setor de serviços, bem como do processo industrial”,
reitera Marques.
O número de vistos de trabalho tem crescido ao longo dos anos, porém o
Brasil ainda é pouco atrativo. No ranking dos países mais atrativos, o
País se encontra na 27ª colocação, enquanto o Chile está em 9º e a
China, em 19º.
“A pesquisa que iremos realizar dará subsídios para identificar os
problemas e, consequentemente, abre espaço para a adoção de políticas
para incentivar e desburocratizar a vinda de estrangeiros para o País.
Acreditamos que se trata de uma mudança estratégica e que terá grandes
consequências no longo prazo”, reitera o executivo.
(Brasil Alemanha News – 22/10/2013)
Campanha fez, faz, fará tenta garantir reeleição de Dilma
O mote foi ao ar há dez dias em um programa petista de TV e deve permanecer até as eleições de 2014
Ueslei Marcelino/Reuters
Dilma Rousseff: o novo papel do Estado e dos serviços públicos e a reforma urbana pós-protestos de junho são temas que terão destaque no programa de Dilma
Brasília - A campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição tentará vender a ideia de que o governo do PT
"fez, faz e fará" o Brasil avançar. O mote apareceu no programa petista
de TV, que foi ao ar há dez dias, e tem sido "esmiuçado" em reuniões
promovidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo.
Nos bastidores do partido, o plano está sendo chamado de "Mais Lula",
numa referência ao lançamento do programa Mais Médicos. Sob encomenda do
ex-presidente, economistas da confiança dele e de Dilma avaliam, por
exemplo, como retomar e acelerar o crescimento sem estimular a alta da
inflação e criando empregos de qualidade.
A plataforma da reeleição está sendo preparada para construir a
narrativa de "uma nova etapa". O novo papel do Estado e dos serviços
públicos, a reforma urbana pós-protestos de junho e metas concretas para
investir o dinheiro do pré-sal do campo de Libra em educação e saúde
são temas que terão destaque no programa de Dilma para um eventual
segundo mandato, além da questão econômica.
Empenhado em desconstruir críticas de adversários de Dilma, como o
senador Aécio Neves (PSDB), a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e
o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para quem é preciso
"fazer mais e bem feito", Lula já dá pistas do discurso da reeleição.
Dono de uma popularidade de 80%, Lula percorrerá o País e subirá no palanque para vender ao eleitor aquilo que os petistas chamam de "continuidade criativa". O plano é anunciar "mais e melhores" serviços do Estado, mas a presidente ainda está em busca de uma marca de governo para chamar de sua.
Dilma também reforçou a agenda de viagens e vai agora investir no Nordeste. Em meados deste mês, ela visitará as atrasadas obras de transposição do Rio São Francisco. Vendido como "prioridade" de Dilma, o projeto deveria ter sido concluído no ano passado, mas enfrenta sucessivos adiamentos e é alvo de fortes críticas do PSB e do PSDB. O custo da transposição, que prevê distribuição de água em 390 municípios do Nordeste, foi inicialmente estimado em R$ 4 bilhões, mas hoje supera R$ 8 bilhões.
A estratégia para recuperar a imagem de gestora de Dilma, desgastada desde os protestos de junho, é traçada por pesquisas feitas sob encomenda do Instituto Lula, do Vox Populi e do marqueteiro João Santana.
Em recente sondagem sobre os programas do governo, os entrevistados elogiaram o ProUni e o financiamento escolar. Mas a pergunta que deixou dirigentes do PT intrigados foi singela: "E além disso tem mais o quê?" A reação ocorreu em pesquisa quantitativa, que mede o humor dos eleitores. Depois do Mais Médicos, está em estudo no governo a ampliação da escola em tempo integral.
"Lula faz sombra para Dilma no Planalto", provocou Aécio, dois dias depois de comentários do ex-presidente, para quem o tucano e Marina também são "sombras" em seus respectivos partidos. Em Brasília, Lula procurou apaziguar divergências com o PMDB e conversou com Dilma sobre a reforma ministerial de janeiro de 2014.
"Enquanto os outros brigam como cão e gato, um tentando desfazer o que o outro faz, ele joga em todas as posições do campo", defendeu o senador Jorge Viana (PT-AC). "A Marina não é sombra. É uma árvore. Só que a visão ecológica dela não combina com o choque de gestão do Eduardo", disse o governador do Rio Grande do Sul e ex-presidente do PT, Tarso Genro.
Às vésperas de um ano eleitoral, sem disposição para reduzir gastos, déficit recorde nas contas públicas e uma tempestade à vista no cenário internacional, a equipe de Dilma também está preocupada em dissipar a desconfiança do mercado nos rumos da economia. Uma das propostas em estudo prevê um programa fiscal de longo prazo para o período 2015-2018.
Na função de "ouvidor-geral" do Palácio do Planalto, Lula faz reuniões periódicas, geralmente quinzenais, com empresários, banqueiros, investidores e representantes de multinacionais no Brasil. Nesses encontros, escuta sugestões e queixas de empresários, petistas e aliados de todos os partidos, do PMDB ao PC do B, sobre o estilo Dilma. As reclamações também atingem o secretário do Tesouro, Arno Augustin, que esteve por trás de todos os pacotes de concessões e é visto pelo mercado como um intervencionista contumaz.
Em agosto, o ex-presidente chamou Nelson Barbosa, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda e desafeto de Augustin, para o núcleo de conselheiros do Instituto Lula.
O grupo de economistas que se reúne com Lula e faz relatórios com propostas para o Brasil é composto, ainda, por Márcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, Luiz Gonzaga Belluzzo, Delfim Neto, Glauco Arbix e Jorge Mattoso. Os ex-ministros Antonio Palocci, que caiu após denúncias de multiplicação do patrimônio, e Franklin Martins, além de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, também compõem o time.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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