sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Negociação Mercosul-UE é 'frustrante', diz britânica



Parlamentar afirma que lentidão nas conversas é 'muito preocupante'
Bloco sul-americano ficou de apresentar proposta até o fim do mês, mas enfrenta resistência argentina
 
PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO


Os europeus estão bastante "frustrados" com a lentidão na negociação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. "Em 13 anos, avançamos pouco; isso é muito decepcionante", disse à Folha a parlamentar Margot James, presidente do Grupo Parlamentar de Comércio e Investimento britânico. 

Segundo James, a lentidão "é muito preocupante", dado o ritmo em que a UE vem fechando acordos comerciais com outros países. O bloco acaba de se acertar com o Canadá. Em junho, começou a negociar o acordo comercial com os EUA, o TTIP. 

Já o Mercosul comprometeu-se a apresentar à UE sua proposta de liberalização comercial até o fim do mês. Mas a Argentina apresentou ao bloco só uma proposta parcial, que exclui áreas como serviços e investimentos, frustrando membros do Mercosul. 

Cresce a pressão para os negociadores apresentarem propostas de abertura em velocidades diferentes para cada país do Mercosul, a fim de que os países mais protecionistas não impeçam o acordo. Mas não está claro se a UE vai aceitar esse formato. 

O Brasil enviou o assessor de assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) a Buenos Aires nesta semana para negociar com o ministro da Economia do país, Axel Kicillof. 

Pimentel disse que a Argentina irá, sim, apresentar uma proposta completa. Mas ainda há dúvida sobre o grau de abertura, já que os europeus pressionam para que ao menos 90% das importações originárias do bloco europeu tenham suas tarifas eliminadas, porcentual considerado excessivo pelos argentinos. 

O Brasil entende que há espaço de manobra na linguagem do acordo, com a possibilidade de propor liberalização de "cerca" de 90%, por exemplo, e convencer a Argentina a ser mais ambiciosa. 

"Parece que a negociação UE-EUA está indo mais rápido do que UE-Mercosul, mas é cedo para fazer comparações", disse James, que está no Brasil com uma missão comercial do UK Trade & Investment representando empresas médias do Reino Unido. 

Segundo ela, essas empresas enfrentam dificuldades de acesso ao mercado brasileiro por causa da burocracia e das regras de conteúdo local. "O TPP, o acordo entre países asiáticos, alguns da América Latina e os EUA, já está bem avançado", diz. 

Para James, isso reforça a urgência de um acordo UE-Mercosul. "Estamos preocupados, precisamos ver algum movimento. É uma pena que UE-Mercosul esteja empacado, os dois perdem com isso."

Argentina promete liberar entrada de produtos brasileiros



Arial Palácios, correspondente - O Estado de S.Paulo
 
 
BUENOS AIRES - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil, Fernando Pimentel, afirmou ontem que na semana que vem os produtos brasileiros barrados na fronteira argentina por determinação do governo da presidente Cristina Kirchner começarão a ser liberados. "Os calçados, com certeza, serão liberados a partir de agora", afirmou Pimentel, em referência aos 742 mil pares de calçados brasileiros paralisados na alfândega por causa das medidas protecionistas argentinas. As barreiras aos calçados, segundo a Abicalçados, causaria prejuízos de US$ 13 milhões às indústrias brasileiras.

"Esse era um assunto que estava incomodando nossos exportadores, especialmente os gaúchos", disse Pimentel, em entrevista nos portões da Casa Rosada.

A entrada dos calçados brasileiros ocorrerá em cima da hora das vendas natalinas.
Na última década, mas principalmente desde 2009, o governo Kirchner aplicou duras restrições à entrada de produtos brasileiros. O autor de grande parte das barreiras foi o secretário de comércio interior, Guillermo Moreno, que deixou o governo na semana passada. 

Pimentel, avaliando a remoção de Moreno e sua substituição por Augusto Costa, tecnocrata sem as características de confronto de seu antecessor, afirmou que "está ocorrendo, a nosso juízo, uma mudança importante na condução da política econômica argentina". Pimentel sustentou que a nova fase que inicia "é uma mudança positiva. Acho que avançaremos muito a partir de agora nos diálogos com a Argentina".

Pimentel, acompanhado pelo assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio García, reuniu-se no Ministério da Economia com o chefe do gabinete de ministros, Jorge Capitanich, e o ministro da Economia, Axel Kicillof, que tomaram posse há duas semanas. 

Além deles, participaram do encontro a ministra da Indústria da Argentina Débora Giorgi, autora de diversas barreiras protecionistas contra a entrada de produtos brasileiros, e Carlos Zanini, secretário legal e técnico do governo, considerado o "cérebro" jurídico da presidente Cristina.


Hábito de comer fora de casa cresce e favorece franquias de alimentação


Dados da ABF revelam que o setor alimentício é o primeiro em número de redes no Brasil e possui o 2º maior faturamento, além de ser o que mais gera empregos

Redação, Administradores.compartilhar1
 
 
 

O hábito de se alimentar fora de casa durante a semana tem favorecido as franquias que atuam no setor alimentício. Pesquisa da consultoria GfK revela que 51% da população come fora de casa e 16% dos brasileiros almoçam em restaurantes durante a semana.

Além de ampliar a parcela da população que se alimenta fora de casa, cresce também a preocupação do consumidor com a alimentação saudável. “Notamos que o consumidor está ainda mais atento com sua saúde. Eliminar refeições gordurosas é um desejo comum, principalmente dos jovens quando o verão se aproxima”, enfatiza Roberto Silvestrini, diretor de expansão da Temakeria Makis Place.

Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) revelam que o setor alimentício, que cresceu 11% em 2012, é o primeiro em número de redes no Brasil (573) e possui o 2º maior faturamento (R$ 20 bilhões), além de ser o que mais gera empregos.

Naturalmente, com o crescimento na demanda, crescem também a quantidade de estabelecimentos comerciais para atender este público. Todavia, Silvestrini destaca que “até mesmo nas grandes capitais, há muitas regiões que são pouco exploradas e que possuem grande potencial de crescimento”.

Com a quantidade de centros empresariais e prédios comerciais sendo lançados, além da inauguração de novos shopping centers, é natural que os bairros tenham uma demanda ainda maior por serviços como alimentação e serviços. “Com estas opções, para o empreendedor, localizar locais atrativos se tornou uma tarefa menos árdua que alguns anos atrás”, finaliza o diretor.

Homem mais rico do país diz que contrata quem 'cria problemas'


| DE SÃO PAULO

Atualmente o homem mais rico do país, Jorge Paulo Lemann, com patrimônio estimado pela Bloomberg em US$ 21,5 bilhões, diz que busca contratar gente "que cria problemas", e não um "soldado" que obedece o que o superior comanda. 

"A gente gosta de pessoas que têm iniciativas próprias, atingem resultados. Tem gente que fala muito, mas não faz, não acontece", diz Lemann, que é um dos sócios do 3G Capital, que controla a Ambev, o Burger King, as Lojas Americanas e outras grandes empresas. 

Ele participou nesta terça-feira (26) de um bate-papo realizado pelo site Na Prática, da Fundação Estudar (que ele também mantém). 

Ele afirmou ainda que, hoje, os candidatos a uma vaga já chegam sabendo o que dizer. "Todo mundo que vem para a entrevista é escolado, sabe as respostas, vem preparado. O melhor mesmo é dar uma chance para botar para trabalhar, fazer algo, porque daí rapidamente se descobre quem é bom e quem não é." 

De acordo com o empresário, a cultura organizacional das empresas dele são "cópias" e uma "mistura" de coisas que ele e os sócios foram "vendo de vários lugares e misturando". 

As práticas de meritocracia, a cultura de dar uma parcela da empresa aos funcionários que se destacam para que as pessoas tenham a senso de serem donas, as avaliações constantes e operações com custos muito controlados foram classificados como não muito sofisticadas por Lemann. "São coisas simples", ele afirmou. 


Sergio Lima - 16.jan.13/Folhapress
o presidente do fundo Innova e da Fundação Lemann, Jorge Paulo Lemann
o presidente do fundo Innova e da Fundação Lemann, Jorge Paulo Lemann

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A moleza acabou na Heinz



SOPA DE TOMATE HEINZ: a empresa demitiu 1 300 funcionários

Desde que pagaram 23 bilhões de dólares para comprar a fabricante de alimentos americana Heinz junto com Warren Buffett, os executivos do fundo brasileiro 3G — criado por Jorge Paulo Lemann — se mantiveram em silêncio. No fim de novembro, o carioca Bernardo Hees, presidente da Heinz, deu as primeiras pistas de seu plano num evento fechado a clientes da consultoria Falconi. Desde sua chegada, a Heinz trocou 11 dos 12 principais executivos e demitiu 1 300 funcionários.

 Até a impressão de papéis foi limitada a 200 páginas por mês para cada funcionário. Tudo para pagar os 12 bilhões de dólares de dívidas que financiaram a aquisição. Mas Hees garante que vai deixar intactas as áreas de vendas e marketing. “Não entendo o suficiente desses setores”, disse Hees, que contratou a Falconi para elaborar um plano de melhoria de suas 72 fábricas. 

Nos últimos meses, 1 300 dos 31 000 funcionários da Heinz passaram a ter metas individuais. “Antes, todo mundo ganhava bônus, mesmo sem boa performance”, afirmou Hees. Esses tempos ficaram para trás.

Rede de lojas Aramis vende fatia minoritária



LOJA DA ARAMIS: empresa fechou negócio com 2bCapital

A rede de lojas de moda masculina Aramis, do empresário Henri Stad, assinou nesta quinta-feira a venda de uma participação minoritária de 30% para um fundo de private equity da gestora 2bCapital, controlada pelo banco Bradesco e pelo Banco Espírito Santo, segundo pessoas do mercado varejista. 

Com faturamento de cerca de 200 milhões, a empresa fundada em 1995 tem atualmente 34 unidades em 12 estados. O negócio foi assessorado pela boutique de investimento Target Advisor, que também intermediou a venda das varejistas VR Mensware, Bobstore e Mandi para a Inbrands, braço de moda da gestora Vinci Partners. Procuradas, a 2bCaspital, a Target e a Aramis não quiseram comentar.

Paraguai assina protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul


SÃO PAULO  -  O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, assinou nesta quinta-feira o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul e o enviou para que seja ratificado pelo Senado paraguaio, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Eladio Loizaga.

Jorge Saenz/AP 
 
O presidente do Paraguai, Horacio Cartes
 
 
"Com esse ato, vamos reinstitucionalizar o Mercosul. A decisão foi autônoma, pensada e discutida", afirmou o chanceler Loizaga à imprensa ao anunciar a assinatura.

A assinatura do presidente é uma etapa anterior à discussão da entrada da Venezuela no bloco regional por parte do Parlamento paraguaio.

O Paraguai havia sido suspenso como membro do Mercosul na cúpula de junho de 2012, por decisão dos outros sócios plenos - Argentina, Brasil e Uruguai -, em rejeição à destituição do ex-presidente Fernando Lugo em um julgamento político que durou apenas 48 horas.

Na mesma cúpula, a Venezuela obteve o status de membro pleno do bloco, já que a entrada do país estava sendo travada pelo Senado paraguaio desde 2006.

Assunção não aceitou a entrada da Venezuela e tampouco acatou sua suspensão, alegando que em nenhum momento descumpriu as cláusulas dos tratados que regem o Mercosul.

Antes de assumir a Presidência, em agosto deste ano, Cartes havia suspendido a reincorporação do Paraguai ao Mercosul por considerar que a Venezuela tinha sido admitida sem o consentimento e na ausência de Assunção, o que seria uma violação no tratado de criação do bloco.

Apesar de a Venezuela já fazer parte do Mercosul e exercer a Presidência temporária do bloco, o Senado paraguaio ainda não aprovou seu ingresso.

Já o Paraguai teve sua suspensão encerrada quando Cartes, eleito democraticamente em abril, assumiu a presidência.

No entanto, Assunção ainda não voltou a frequentar as cúpulas do bloco e não o fará até que o poder legislativo aprove a entrada da Venezuela, conforme Loizaga no mês passado.


Relações restabelecidas


Em outubro, durante a visita do chanceler venezuelano, Elías Jaua, a Assunção, os dois países chegaram a uma acordo para restabelecer as relações diplomáticas.

As embaixadas de ambos os países estão vazias desde julho de 2012, quando o Paraguai proclamou Nicolás Maduro (então chanceler) "persona non grata" por sua suposta ingerência durante a crise pela destituição do presidente Fernando Lugo.

(Folhapress)