sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Países bolivarianos rejeitam acordo de Bali e abrem nova crise na OMC

 
 
Por Assis Moreira | Valor
Divulgação OMC

BALI  -  (Atualizada às 19h10) Nova crise na conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) às 3h da madrugada de sábado: Cuba, Venezuela, Bolívia e Nicarágua, membros da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) rejeitaram o pacote inteiro do que deve ser o primeiro acordo comercial global em duas décadas.

Isso aconteceu pouco depois de os grupos de países da África, países árabes, dos mais pobres do mundo, do grupo ACP (África, Caribe e Pacífico) e outros terem endossado inteiramente o pacote que inclui medidas de facilitação de comércio, agricultura e medidas de desenvolvimento para os mais pobres.

As 4h45, a OMC suspendeu sua reunião final para continuar as consultas. As delegações dos 160 países-membros voltam a se reunir neste sábado, às 10h, na expectativa de que uma solução tenha sido alcançada. 

Parece claro que agora é a articulação política, com telefonemas para Havana, La Paz, Manágua e Caracas, que deve resolver o problema. Por outro lado, também se espera algum movimento dos Estados Unidos. O diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo, reuniu representantes de Cuba e EUA na madrugada, em busca de solução.


Revolta de Cuba


Antes de a reunião começar, Cuba reclamou que o processo de negociação não foi inclusivo. Isso irrita várias delegações, que consideram que nunca antes na história da OMC Cuba participou tanto das reuniões negociadoras em Genebra. Foi convidada inúmeras vezes para conversas e consultas com o diretor-geral.

Roberto Azevêdo agora vai engajar novas consultas com os países da Alba. As decisões na OMC sao tomadas por consenso.

Mais cedo, na reunião de apresentação do pacote de Bali, Azevêdo destacou que o acordo sobre segurança alimentar beneficiará todos os países em desenvolvimento, e ao final de sua exposição foi aplaudido por quase dois minutos, segundo participantes.

Foi quando a embaixadora de Cuba pegou a placa com o nome do país e começou a bater sobre a mesa, exigindo falar. O presidente da reunião, o ministro de Comércio da Indonésia, nao lhe deu a palavra, dizendo que ela podia então se manifestar mais tarde, na reunião na qual os paises vão opinar sobre os textos.

A representante cubana começou a gritar, enquanto Azevedo voltou a ser aplaudido pelas delegações.
A inquietação a partir daí aumentou sobre o que Cuba poderia fazer em seguida. Os cubanos reclamam que o embargo dos EUA contra a ilha não facilita o comércio, já que um navio que atraca em Cuba logo depois não pode atracar em território americano.

Já os grandes beligerantes da conferência ministerial, os Estados Unidos e a Índia, dizem estar satisfeitos com o acordo até agora obtido.

Acordo da OMC em Bali está perto de acontecer


Por Assis Moreira | Valor
Divulgação

BALI  -  O primeiro acordo comercial global em quase 20 anos está perto de ser adotado na conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), com base em textos apresentados pelo diretor-geral Roberto Azevêdo.

O dirigente destacou que o acordo sobre segurança alimentar beneficiará todos os países em desenvolvimento, e, ao final de sua exposição, foi aplaudido por quase dois minutos, segundo participantes.
No entanto, durante a ovação a embaixadora de Cuba pegou a placa com o nome do país e começou a bater sobre a mesa, exigindo falar. O presidente da reunião, o ministro de comércio da Indonésia, não lhe deu a palavra, dizendo que ela poderia falar mais tarde, na reunião em que os países vão se manifestar sobre os textos. A representante cubana começou a gritar, enquanto Azevedo voltou a ser aplaudido pelas delegações. 

A reação da representante do país centro-americano reacende uma inquietação que parecia ter ficado para trás: de Cuba bloquear todo o acordo de Bali. Os cubanos reclamam do embargo dos EUA contra a ilha. Dizem que não facilita o comércio, já que um navio que atraca em Cuba logo depois não pode atracar em território americano.

Já os grandes beligerantes da conferência ministerial, os Estados Unidos e a Índia, dizem estar satisfeitos com o acordo até agora obtido.

A conferência ministerial deveria ser concluída às 15h, mas vai continuar e novo encontro de chefes de delegação ocorrerá a meia-noite.

Negociação Mercosul-UE é 'frustrante', diz britânica



Parlamentar afirma que lentidão nas conversas é 'muito preocupante'
Bloco sul-americano ficou de apresentar proposta até o fim do mês, mas enfrenta resistência argentina
 
PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO


Os europeus estão bastante "frustrados" com a lentidão na negociação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. "Em 13 anos, avançamos pouco; isso é muito decepcionante", disse à Folha a parlamentar Margot James, presidente do Grupo Parlamentar de Comércio e Investimento britânico. 

Segundo James, a lentidão "é muito preocupante", dado o ritmo em que a UE vem fechando acordos comerciais com outros países. O bloco acaba de se acertar com o Canadá. Em junho, começou a negociar o acordo comercial com os EUA, o TTIP. 

Já o Mercosul comprometeu-se a apresentar à UE sua proposta de liberalização comercial até o fim do mês. Mas a Argentina apresentou ao bloco só uma proposta parcial, que exclui áreas como serviços e investimentos, frustrando membros do Mercosul. 

Cresce a pressão para os negociadores apresentarem propostas de abertura em velocidades diferentes para cada país do Mercosul, a fim de que os países mais protecionistas não impeçam o acordo. Mas não está claro se a UE vai aceitar esse formato. 

O Brasil enviou o assessor de assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) a Buenos Aires nesta semana para negociar com o ministro da Economia do país, Axel Kicillof. 

Pimentel disse que a Argentina irá, sim, apresentar uma proposta completa. Mas ainda há dúvida sobre o grau de abertura, já que os europeus pressionam para que ao menos 90% das importações originárias do bloco europeu tenham suas tarifas eliminadas, porcentual considerado excessivo pelos argentinos. 

O Brasil entende que há espaço de manobra na linguagem do acordo, com a possibilidade de propor liberalização de "cerca" de 90%, por exemplo, e convencer a Argentina a ser mais ambiciosa. 

"Parece que a negociação UE-EUA está indo mais rápido do que UE-Mercosul, mas é cedo para fazer comparações", disse James, que está no Brasil com uma missão comercial do UK Trade & Investment representando empresas médias do Reino Unido. 

Segundo ela, essas empresas enfrentam dificuldades de acesso ao mercado brasileiro por causa da burocracia e das regras de conteúdo local. "O TPP, o acordo entre países asiáticos, alguns da América Latina e os EUA, já está bem avançado", diz. 

Para James, isso reforça a urgência de um acordo UE-Mercosul. "Estamos preocupados, precisamos ver algum movimento. É uma pena que UE-Mercosul esteja empacado, os dois perdem com isso."

Argentina promete liberar entrada de produtos brasileiros



Arial Palácios, correspondente - O Estado de S.Paulo
 
 
BUENOS AIRES - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil, Fernando Pimentel, afirmou ontem que na semana que vem os produtos brasileiros barrados na fronteira argentina por determinação do governo da presidente Cristina Kirchner começarão a ser liberados. "Os calçados, com certeza, serão liberados a partir de agora", afirmou Pimentel, em referência aos 742 mil pares de calçados brasileiros paralisados na alfândega por causa das medidas protecionistas argentinas. As barreiras aos calçados, segundo a Abicalçados, causaria prejuízos de US$ 13 milhões às indústrias brasileiras.

"Esse era um assunto que estava incomodando nossos exportadores, especialmente os gaúchos", disse Pimentel, em entrevista nos portões da Casa Rosada.

A entrada dos calçados brasileiros ocorrerá em cima da hora das vendas natalinas.
Na última década, mas principalmente desde 2009, o governo Kirchner aplicou duras restrições à entrada de produtos brasileiros. O autor de grande parte das barreiras foi o secretário de comércio interior, Guillermo Moreno, que deixou o governo na semana passada. 

Pimentel, avaliando a remoção de Moreno e sua substituição por Augusto Costa, tecnocrata sem as características de confronto de seu antecessor, afirmou que "está ocorrendo, a nosso juízo, uma mudança importante na condução da política econômica argentina". Pimentel sustentou que a nova fase que inicia "é uma mudança positiva. Acho que avançaremos muito a partir de agora nos diálogos com a Argentina".

Pimentel, acompanhado pelo assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio García, reuniu-se no Ministério da Economia com o chefe do gabinete de ministros, Jorge Capitanich, e o ministro da Economia, Axel Kicillof, que tomaram posse há duas semanas. 

Além deles, participaram do encontro a ministra da Indústria da Argentina Débora Giorgi, autora de diversas barreiras protecionistas contra a entrada de produtos brasileiros, e Carlos Zanini, secretário legal e técnico do governo, considerado o "cérebro" jurídico da presidente Cristina.


Hábito de comer fora de casa cresce e favorece franquias de alimentação


Dados da ABF revelam que o setor alimentício é o primeiro em número de redes no Brasil e possui o 2º maior faturamento, além de ser o que mais gera empregos

Redação, Administradores.compartilhar1
 
 
 

O hábito de se alimentar fora de casa durante a semana tem favorecido as franquias que atuam no setor alimentício. Pesquisa da consultoria GfK revela que 51% da população come fora de casa e 16% dos brasileiros almoçam em restaurantes durante a semana.

Além de ampliar a parcela da população que se alimenta fora de casa, cresce também a preocupação do consumidor com a alimentação saudável. “Notamos que o consumidor está ainda mais atento com sua saúde. Eliminar refeições gordurosas é um desejo comum, principalmente dos jovens quando o verão se aproxima”, enfatiza Roberto Silvestrini, diretor de expansão da Temakeria Makis Place.

Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) revelam que o setor alimentício, que cresceu 11% em 2012, é o primeiro em número de redes no Brasil (573) e possui o 2º maior faturamento (R$ 20 bilhões), além de ser o que mais gera empregos.

Naturalmente, com o crescimento na demanda, crescem também a quantidade de estabelecimentos comerciais para atender este público. Todavia, Silvestrini destaca que “até mesmo nas grandes capitais, há muitas regiões que são pouco exploradas e que possuem grande potencial de crescimento”.

Com a quantidade de centros empresariais e prédios comerciais sendo lançados, além da inauguração de novos shopping centers, é natural que os bairros tenham uma demanda ainda maior por serviços como alimentação e serviços. “Com estas opções, para o empreendedor, localizar locais atrativos se tornou uma tarefa menos árdua que alguns anos atrás”, finaliza o diretor.

Homem mais rico do país diz que contrata quem 'cria problemas'


| DE SÃO PAULO

Atualmente o homem mais rico do país, Jorge Paulo Lemann, com patrimônio estimado pela Bloomberg em US$ 21,5 bilhões, diz que busca contratar gente "que cria problemas", e não um "soldado" que obedece o que o superior comanda. 

"A gente gosta de pessoas que têm iniciativas próprias, atingem resultados. Tem gente que fala muito, mas não faz, não acontece", diz Lemann, que é um dos sócios do 3G Capital, que controla a Ambev, o Burger King, as Lojas Americanas e outras grandes empresas. 

Ele participou nesta terça-feira (26) de um bate-papo realizado pelo site Na Prática, da Fundação Estudar (que ele também mantém). 

Ele afirmou ainda que, hoje, os candidatos a uma vaga já chegam sabendo o que dizer. "Todo mundo que vem para a entrevista é escolado, sabe as respostas, vem preparado. O melhor mesmo é dar uma chance para botar para trabalhar, fazer algo, porque daí rapidamente se descobre quem é bom e quem não é." 

De acordo com o empresário, a cultura organizacional das empresas dele são "cópias" e uma "mistura" de coisas que ele e os sócios foram "vendo de vários lugares e misturando". 

As práticas de meritocracia, a cultura de dar uma parcela da empresa aos funcionários que se destacam para que as pessoas tenham a senso de serem donas, as avaliações constantes e operações com custos muito controlados foram classificados como não muito sofisticadas por Lemann. "São coisas simples", ele afirmou. 


Sergio Lima - 16.jan.13/Folhapress
o presidente do fundo Innova e da Fundação Lemann, Jorge Paulo Lemann
o presidente do fundo Innova e da Fundação Lemann, Jorge Paulo Lemann

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A moleza acabou na Heinz



SOPA DE TOMATE HEINZ: a empresa demitiu 1 300 funcionários

Desde que pagaram 23 bilhões de dólares para comprar a fabricante de alimentos americana Heinz junto com Warren Buffett, os executivos do fundo brasileiro 3G — criado por Jorge Paulo Lemann — se mantiveram em silêncio. No fim de novembro, o carioca Bernardo Hees, presidente da Heinz, deu as primeiras pistas de seu plano num evento fechado a clientes da consultoria Falconi. Desde sua chegada, a Heinz trocou 11 dos 12 principais executivos e demitiu 1 300 funcionários.

 Até a impressão de papéis foi limitada a 200 páginas por mês para cada funcionário. Tudo para pagar os 12 bilhões de dólares de dívidas que financiaram a aquisição. Mas Hees garante que vai deixar intactas as áreas de vendas e marketing. “Não entendo o suficiente desses setores”, disse Hees, que contratou a Falconi para elaborar um plano de melhoria de suas 72 fábricas. 

Nos últimos meses, 1 300 dos 31 000 funcionários da Heinz passaram a ter metas individuais. “Antes, todo mundo ganhava bônus, mesmo sem boa performance”, afirmou Hees. Esses tempos ficaram para trás.