sábado, 21 de dezembro de 2013

A Magazine Luiza melhorou, mas não resolveu tudo


Após anos de expansão alucinada e maus resultados, o Magazine Luiza voltou a dar lucro em 2013. A má notícia é que a concorrência está mais forte do que nunca

Vicente Vilardaga, de
Germano Lüders/EXAME.com
Luiza Trajano, do Magazine Luiza

Luiza Trajano, do Magazine Luiza: lucro depois do crescimento acelerado

São Paulo - No início de dezembro, a varejista Magazine Luiza reuniu 160 analistas e investidores em sua sede, na zona norte de São Paulo, para um balanço de 2013. Luiza Helena Trajano, principal acionista e presidente do conselho de administração da empresa, era só sorrisos.

No meio da conferência, decidiu até sortear um televisor de 50 polegadas para a plateia. “É um produto que a gente vai vender muito por causa da Copa”, disse. A alegria tinha motivo. Após muito tempo precisando explicar maus resultados a seus investidores, o Magazine Luiza tinha, enfim, números favoráveis a apresentar.

Depois de fechar no prejuízo em 2012, voltou a dar lucro. Foram 80 milhões de reais até setembro — o melhor resultado desde a abertura de capital em 2011. As ações também estavam em alta — chegaram a 8 reais, depois de custar 5 reais no fim de julho, em sua mínima histórica. 

Esses números são resultado de uma transformação que se seguiu a um período de crescimento alucinante. De 2007 a 2010, o Magazine Luiza dobrou de tamanho. No início de 2011, levantou 880 milhões de reais na abertura de capital e acelerou ainda mais o ritmo.

Na sequência, pagou 383 milhões de reais por duas redes regionais, que aumentaram seu número de lojas em mais 50%: a Lojas Maia, no Nordeste, e o Baú da Felicidade, nas regiões Sul e Sudeste. Parecia o jogo a ser jogado na bolsa, repleta de investidores ansiosos por belas histórias de crescimento — mas essa pressa toda cobrou seu preço, e não foi barato.

A integração demorou mais do que o previsto, e a apertada margem de lucro, que não passava de 1% ao ano, virou prejuízo de 16 milhões de reais em 2012. Os investidores, como de costume, foram impiedosos. As ações da empresa chegaram a cair 68% até o piso. Mesmo com a alta recente, ainda estão valendo metade do que valiam na estreia na bolsa. 

As coisas começaram a melhorar quando a empresa pisou no freio. Pela primeira vez em oito anos, o Magazine Luiza vai terminar um ano sem aumentar o número de lojas — são 740. Em 2013, foram inauguradas 17 unidades, mas outras 17 foram fechadas. A empresa também organizou seus estoques, que eram separados para as vendas nas lojas e pela internet.

Os produtos foram agrupados em oito centros regionais, que atendem todos os canais. O custo com logística caiu, e a entrega dos produtos ficou 30% mais rápida. A empresa também conseguiu, finalmente, terminar a reforma das 240 unidades da Maia e do Baú. “As dificuldades foram maiores do que a gente esperava”, diz Luiza. “Agora, vamos continuar a crescer.” 

O otimismo de Luiza — bem a seu estilo — é parte do jogo. Mas, mesmo com todos os avanços, ainda há muito espaço para melhorar. Sua margem de lucro, de 1,3%, é 50% menor do que a da Viavarejo, líder no varejo nacional  (com as marcas Casas Bahia, Ponto Frio e Nova Pontocom).

Redes regionais de capital fechado conseguem margens superiores a 3%. Pode parecer pouco, mas num mercado com margens apertadíssimas, como o varejo, qualquer décimo pode ser a diferença entre sorrisos e lágrimas — e entre quem tem mais ou menos capacidade financeira para investir.
Azul
 
Um dos maiores entraves ainda está no desempenho das lojas adquiridas. Maia e Baú não alcançaram o nível de eficiência obtido nas lojas do interior de São Paulo, principal mercado da empresa. Após dois anos de reestruturação, a Viavarejo deu um salto e hoje alia crescimento acelerado (quase 14% ao ano) a lucros altos (a margem no terceiro trimestre foi recorde).

Olhado isoladamente, o trabalho do Magazine Luiza é motivo de celebração. Mas basta virar para o lado para concluir que a concorrência se mexeu mais depressa — e está mais forte do que nunca. 

Concorrente na bolsa

Os anos de crescimento acelerado deixaram o Magazine Luiza com menos dinheiro em caixa do que seu principal concorrente. São 260 milhões de reais, sem contar aplicações financeiras. A Viavarejo, pelo mesmo critério, tem 1,3 bilhão em caixa. E isso faz muita diferença no dia a dia: a Via Varejo ganha flexibilidade ao negociar prazos com fornecedores.

Quem tem menos caixa é forçado a comprar financiado pela indústria, com juros que chegam a 1% ao mês. Para o Magazine Luiza, em 2014 não será fácil recuperar o caixa. Pelo contrário. A empresa fará o maior investimento em marketing de sua história — que inclui uma cota de patrocínio para a Copa do Mundo na Rede Globo, avaliada em 180 milhões de reais.

Para quem comprou ações da empresa, a situação se complicou com a abertura de capital da Viavarejo em 16 de dezembro. Os investidores, que até 2013 não tinham outra varejista de móveis e eletrodomésticos para escolher, ganharam uma opção tentadora. A Viavarejo levantou 2,8 bilhões de reais ao ofertar suas ações.

Faturando três vezes mais do que o Magazine Luiza, a novata vale dez vezes mais. É uma evidência de como o mercado avalia o desempenho de cada empresa. O lucro da Via Varejo, que até setembro chegou a 375 milhões de reais, é quatro vezes superior. Um investidor presente no evento do Magazine Luiza, no início de dezembro, admitiu que considera trocar suas ações pelas da Viavarejo.

A maior ameaça, porém, está no mundo real. Endinheirada e vivendo um excelente momento, a Viavarejo prevê abrir 70 lojas em 2014, e elegeu o Nordeste como alvo. É a mesma região que o Magazine escolheu como prioridade. Outra empresa que deve dificultar as coisas por lá é a Máquina de Vendas, terceira maior do setor, com faturamento estimado em 7,5 bilhões de reais.

A empresa também passou por uma reestruturação em 2013 e, após um prejuízo de 68 milhões de reais em 2012, lucrou 40 milhões de reais no primeiro semestre. O ano de 2013 é de justa celebração no Magazine Luiza. Mas a partir de janeiro o trabalho vai ter de ser dobrado.

Diretora da dona do Vimeo cria polêmica com tuíte racista


Funcionária da IAC, empresa de internet dona de marcas como Vimeo e OkCupid, virou manchete internacional com comentário preconceituoso no Twitter

Recusa do Brasil a jato da Boeing abala fabricantes nos EUA


A recusa brasileira do Super Hornet e a perda de um grande contrato de F-15s com a Coreia do Sul no mês passado ameaçam as linhas de produção

Charles Crowell/Bloomberg News
Caça F-18 Super Hornet, da Boeing, em um porta-aviões dos Estados Unidos

Caça F-18 Super Hornet: modelo da Boeing era um dos favoritos para renovar a frota da FAB

A decisão do Brasil de não comprar o jato de combate norte-americano F/A-18 Super Hornet, e sim o projeto de seu rival sueco, atingiu nesta semana a cidade rural de Alton, no Missouri, onde a empresa familiar de Chet Sisco fabrica peças para aviões da Boeing há quase quatro décadas.

O Super Hornet, fornecido por vendedores de todo o Missouri, parecia prestes a obter o contrato de mais de 4 bilhões de dólares do Brasil. Mas as revelações de que a NSA (Agência Nacional de Segurança) espionou a presidente Dilma Rousseff ajudaram a matar o acordo no último minuto.

A recusa brasileira do Super Hornet e a perda de um grande contrato de F-15s com a Coreia do Sul no mês passado ameaçam as linhas de produção na área de St. Louis que empregam funcionários da Boeing, fornecedores e a qualidade do crédito do município.

Nos níveis de produção atuais, o Super Hornet sairia de linha em 2016, e os F-15 dois anos depois. A Boeing e seus fornecedores vinham contando com acordos militares no exterior para ampliar a vida dos dois aviões, mas as pressões orçamentárias estão atrasando os fechamentos de contrato em alguns mercados cruciais, além de reduzir compras nos Estados Unidos.

"Certamente estamos preocupados com o desfecho disso", declarou Chet Sisco, gerente-geral da Central Ozark Machine Inc., que emprega 25 pessoas e obtém cerca de 85 por cento de seu trabalho fabricando peças de alumínio e titânio para Super Hornets e F-15s.

O Super Hornet, cujo maior cliente é a Marinha dos EUA, sustenta cerca de um terço dos 15 mil empregados da Boieng no Missouri. O avião e outros negócios da empresa fornecem cerca de um bilhão de dólares em encomendas anuais para quase 700 fornecedores no Missouri.

Cade afirma que pode abrir novos processos sobre cartel


FERNANDO RODRIGUES
RENATA AGOSTINI
DE BRASÍLIA

Sob forte pressão política, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinicius Carvalho, afirma que podem ser abertos novos processos para investigar a possível formação de cartéis para a venda de trens em outros Estados além do caso que já está sendo analisado relacionado a São Paulo e ao Distrito Federal.





Como a Siemens participou de licitações para fornecer a governos de vários Estados e também para a administração federal, tucanos alegam que no atual episódio há um direcionamento político apenas contra o PSDB –conduta negada pelo Cade. 

Esta foi a primeira longa entrevista de Carvalho após a politização do caso dos cartéis dos trens. Ele relata que "existem outros processos no Cade envolvendo a Siemens". Pelo menos mais um "em outro setor, também de cartel". Não quis fornecer detalhes. "É só isso que eu posso dizer por enquanto". 

Carvalho estava disposto a sempre passar a mesma mensagem em suas respostas: há possibilidade real de mais investigações serem abertas. "O que eu estou dizendo é: se amanhã aparecer uma denúncia de um contrato em outro Estado da Federação, envolvendo essas empresas ou outras empresas, isso vai ser apurado. É nossa tarefa". 

O presidente do Cade tem 36 anos, é advogado formado pela USP e doutor em direito comercial pela Universidade Paris I, na França. No início da carreira, trabalhou no gabinete do deputado estadual Simão Pedro (PT), na Assembleia Legislativa paulista. Os dois mantêm contato até hoje.
"É minha função, como presidente do Cade, receber parlamentares. Ano passado, recebi uns quinze. Alguns vão fazer denúncias, outros vão perguntar sobre alguma questão específica. É natural, faz parte do processo democrático", afirma.
Carvalho nega ter vazado documentos do caso Siemens. Usa como argumento o fato de as reportagens com documentos terem sido publicadas depois que um juiz de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, ter retirado o sigilo do processo. 

Diz também não ter omitido de forma deliberada ou por razões políticas sua filiação ao PT quando foi nomeado para o cargo, em agosto do ano passado. Ele declara ter saído da legenda em 2008. Reclama dos ataques que sofreu de políticos de oposição. "Esse é o primeiro caso em que eu vejo a vítima se voltar contra o investigador". 

Quando vai terminar a análise dos documentos apreendidos no caso Siemens? "Acho que para o final de fevereiro. Fevereiro, talvez", responde Carvalho. Aí será o momento de instauração formal dos processos.
E se a Siemens não tiver contado tudo a respeito de conluio com outras empresas? "Ela corre o risco de não ter o benefício integral do acordo de leniência, que é a extinção da punibilidade. Ela tem, e estou falando em tese, uma redução disso. Isso valeria para qualquer empresa", responde o presidente do Cade. 

A autarquia tem aumentado sua atuação em casos de conduta anticompetitiva entre empresas. Em 2012, diz Carvalho, foram julgados 13 processos administrativos, com duas condenações. Neste ano, já houve 36 julgamentos, com 22 condenações. "Um salto bastante razoável e eu acho que vai aumentar de ano a ano", sugere Carvalho.

A seguir, trechos da entrevista concedida na última quinta-feira (19):
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Folha/UOL - Políticos da oposição acusam o Cade de "vazamento seletivo" de documentos no caso Siemens. Isso aconteceu?

Vinicius Carvalho - Não. A primeira matéria em que apareceram documentos do acordo de leniência [delação premiada] foi na Folha do dia 2 de agosto. Foi quando houve reação do governo de São Paulo e o secretário da Casa Civil acusou o Cade de vazamento seletivo e de polícia política. No dia 16 de julho, ou seja, 15 dias antes, o juiz da 3ª Vara da Justiça Federal de São Bernardo do Campo decretou a publicidade do processo. 

O juiz errou ao fazer isso?

Fomos notificados disso no dia 6 de agosto e pedimos imediatamente que ele voltasse atrás [o que não aconteceu]. Então, não faz sentido falar em vazamento. Juiz não vaza, ainda mais de forma seletiva. Acusar o Cade de vazamento é politizar uma investigação que estava sendo feita da maneira mais rigorosa possível do ponto de vista técnico.

Até que ponto um processo como esse tem de ficar sob sigilo?

Estamos falando de uma situação de delação premiada. As empresas têm um custo de imagem e cartel é crime. As pessoas que trabalhavam na empresa também têm de ser protegidas. Transparência é um valor constitucional importante, mas não é um valor absoluto. Há a defesa da integridade de um processo investigativo que pode ou não levar à condenação de empresas e pessoas. Você tem de criar incentivos para que as empresas venham e um deles é a manutenção do sigilo até o julgamento. 

Houve uma politização desse processo. Por que isso ocorreu?

A politização não veio do Cade. A atuação do Cade começou quando uma empresa, uma das maiores do mundo, nos procurou para fazer um acordo de leniência. Nesse contexto, quem é a vítima do cartel? É o Estado. Nesse caso específico, pelo menos no que apareceu no acordo de leniência, [as vítimas] são o Estado de São Paulo e o Distrito Federal. Esse é o primeiro caso em que eu vejo a vítima se voltar contra o investigador. 

O fato de o senhor ter sido filiado ao PT e ter trabalho com o deputado estadual Simão Pedro, do PT paulista, não contribuiu para que políticos de São Paulo tenham desconfiança?

Acho que contribuiu para esses sucessivos mal entendidos. Mas não vejo relação entre uma coisa e outra. 

Por que o senhor omitiu em sua sabatina no Senado essas informações?

Me desfilei do partido em 2008. Nem me passou pela cabeça que eu tivesse de colocar em um currículo profissional filiação. Fiz três sabatinas no Senado em quatro anos. Conselheiro, recondução para conselheiro e depois presidente. Na minha primeira sabatina havia menção ao meu trabalho na Assembleia Legislativa de São Paulo por dez meses. O deputado Simão Pedro não tinha, na época, nenhuma denúncia ou coisa parecida sobre Metrô ou trens. A minha relação com o PT apareceu na imprensa na época. Isso não foi omitido. É uma tentativa de contaminar uma investigação que o Cade tem feito de maneira técnica. 

O fato de o Cade receber ajuda por intermédio de um deputado estadual que é adversário de uma das partes do processo não revela uma imprudência no procedimento?

Não foi assim que aconteceu. A Siemens veio ao Cade e trouxe pessoas que achava necessárias para esclarecer a conduta. É minha função, como presidente do Cade, receber parlamentares. Ano passado, recebi uns quinze. Alguns vão fazer denúncias, outros vão perguntar sobre alguma questão específica. É natural, faz parte do processo democrático. 

O senhor acha que a Siemens contou tudo que sabe?

A empresa tem todos os incentivos para contar tudo que sabe, porque ela corre o risco, que não é pequeno, de perder parte da sua proteção caso o Cade, o Ministério Público ou a polícia ache no material apreendido outros contratos em que tenha participado. 

Mas tem de ser especificamente no caso apurado?

Não. Essas empresas atuam em vários setores da economia. Você pode achar material que possa ser indício ou prova de cartel nesses mercados e em outros. Se isso for encontrado, vai para o escopo da investigação. Mas não tenha dúvida de que será investigado. Até porque esse material está com outros órgãos [Ministério Público e Polícia Federal]. Então todo mundo vai ter o interesse de investigar. 

Quando a análise terminará e o processo será aberto?

A Superintendência-Geral do Cade está fazendo todo o esforço para tentar instaurar o quanto antes, porque processos que envolvem leniência são sempre prioritários. Mas não tenho como dar um prazo específico, até porque eu não sei. Há um prazo de seis meses do inquérito administrativo que pode ser renovado por 60 dias em 60 dias. 

Fica a impressão de que o processo foi todo direcionado contra governos que não são ligados à administração federal. Mas a Siemens também vende ao governo federal...

O Cade investiga empresa, não investiga governo. O governo é vítima. Se há envolvimento de agentes públicos específicos, o governo continua sendo vítima e o envolvimento desses agentes tem de ser avaliado pelos órgãos que avaliam isso: o Ministério Público, a polícia. Outra observação é: por que achar que uma empresa do porte da Siemens iria direcionar a sua denúncia para esses contratos específicos? Se ela deixou de denunciar cartéis ao Cade em outros lugares em que ela supostamente teria feito, o risco é todo dela. 

Em que momento o Cade poderá dizer "vamos investigar também contratos no plano federal e em outros Estados"?

Essa avaliação está sendo feita com base no material recolhido em todas essas empresas. O que tiver lá, se tiver, envolvendo contratos com o governo federal, ou com outros contratos, ou mais contratos em São Paulo ou no Distrito Federal, tudo vai entrar no escopo da instauração do processo. 

Se ficar comprovado que a Siemens não contou, eventualmente, tudo que poderia ter contado, o que acontece?

Ela corre o risco de não ter o benefício integral do acordo de leniência, que é a extinção da punibilidade. Ela tem, e estou falando em tese, uma redução disso. Isso valeria para qualquer empresa.
A análise do caso da Siemens deve terminar quando?
Acho que para o final de fevereiro. Fevereiro, talvez. 

É no final dessa fase, quando se instaura o processo, que se tomará a decisão de ficar só nos contratos citados pela Siemens ou se será ampliado para outros contratos?

Nessa investigação sim. Porque nada impede que se abram outras com base em novas denúncias ou em novos acordos de leniência. Existem outros processos no Cade envolvendo a Siemens, por exemplo. Que eu lembre, pelo menos mais um, em outro setor. 

Também de cartel?

Também de cartel. É só isso que eu posso dizer por enquanto. O que eu estou dizendo é: se amanhã aparecer uma denúncia de um contrato em outro Estado da Federação, envolvendo essas empresas ou outras empresas, isso vai ser apurado. É nossa tarefa. 

Com o governo federal, com qualquer governo?

Claro. O Cade é um órgão em que as pessoas trabalham com completa autonomia. A gente tem três coordenações de cartel lá. Todos os três coordenadores são gestores públicos, que fazem as suas investigações na medida em que eles acham que as investigações estão maduras, que cabe busca e apreensão. Não tem nenhum tipo de direcionamento político. Não existe isso, posso garantir. 

Ao assumir, o sr. estabeleceu como uma das metas do Cade zerar o estoque de casos de fusão e aquisição. Mas há ainda cerca de 300 casos de conduta, onde estão as infrações. Como resolver esse passivo?

As empresas têm direito de fazer fusões e aquisições e há essa cobrança sobre o Estado na aprovação delas. Elas estão só esperando a decisão para efetivar o negócio. Enquanto que, nas condutas anticompetitivas, depende muito mais de uma atuação investigativa do próprio Estado. Os processos são mais complexos, são mais densos. Muitas condutas envolvem buscas e apreensões ou investigações um pouco mais complexas. Até 2012 julgamos 13 processos administrativos somente. Condenamos dois. Esse ano conseguimos julgar 36, com 22 condenações. Um salto bastante razoável e eu acho que vai aumentar de ano a ano. 

O governo falou em investigar o cartel na venda de pacotes de hotéis e serviços para a Copa do Mundo. Essa investigação avançou?

Uma das coisas que foram detectadas foi uma situação específica de um contrato que a Match, que é a empresa contratada pela Fifa para fazer a venda dos hotéis, havia feito. Ela reservava uma parcela dos quartos e havia uma cláusula que estabelecia que o preço que o hotel venderia os 80% restantes seria o mesmo preço que ela venderia para o consumidor final. Pedimos explicações sobre isso e a Match abriu mão da cláusula imediatamente. O que se tem hoje é um monitoramento e um acompanhamento do que está acontecendo.
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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Desigualdade no saneamento básico no Brasil impressiona relatora especial da ONU


O Brasil está entre os dez países onde mais faltam banheiros, segundo a especialista Catarina de Albuquerque

Ana Cristina Campos, Agência Brasil,
 
 
Elza Fiúza / Agência Brasil


Após dez dias de visita ao Brasil, a relatora especial das Nações Unidas sobre Água e Saneamento, Catarina de Albuquerque, apresentou hoje suas conclusões preliminares e as recomendações iniciais ao governo brasileiro sobre as condições sanitárias do país. A relatora disse que ficou chocada com as desigualdades regionais no acesso ao saneamento básico, sendo a Região Norte a mais afetada.

“Vi muitos contrastes. Há regiões com nível de primeiro mundo, como os estados de São Paulo e do Rio, com cidades com taxa de tratamento de esgoto superior a 93%, e vi outras regiões, como Belém, em que essa taxa é 7,7%, e Macapá, 5,5%. São diferenças assustadoras. Também vi diferenças entre ricos e pobres. O que uma pessoa rica paga pela água e pelo esgoto não é significativo, mas, para uma pessoa pobre, essa conta é muito alta”, disse a relatora.

Catarina se reuniu com representantes do governo e de organizações internacionais, da sociedade civil e com membros de comunidades em Brasília, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Fortaleza e Belém. Em suas visitas, a relatora deu atenção especial aos moradores de favelas, de assentamentos informais e de áreas rurais, incluindo aquelas afetadas pela seca.

Segundo a especialista, o Brasil está entre os dez países onde mais faltam banheiros – 7 milhões de brasileiros estão nessa situação. Cinquenta e dois por cento da população não têm coleta de esgoto e somente 38% do esgoto é tratado. “A situação de falta de acesso a esgoto é particularmente grave na Região Norte, onde menos de 10% da população têm coleta de esgoto”, disse Catarina.

Ao visitar comunidades carentes no Rio de Janeiro e em São Paulo, a perita da ONU observou que as populações pobres se sentem invisíveis e esquecidas pelo Poder Público. “Fiquei chocada com a miséria e com a falta de acesso ao saneamento de pessoas que vivem em favelas e em assentamentos informais. Isto é inaceitável de uma perspectiva de direitos humanos. Ninguém pode excluir determinados segmentos da população porque não têm a titularidade da terra”, destacou.

Catarina visitou o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e ouviu reclamações dos moradores sobre a falta de continuidade nos serviços de abastecimento e da qualidade da água. “O Complexo do Alemão é uma preocupação enquanto houver pessoas que não têm acesso a esgoto e água.”

Segundo ela, os problemas criados pela falta de esgoto acentuam-se durante a temporada de chuvas, como a que ela presenciou na Baixada Fluminense, no Rio, na semana passada. “Pude observar a inundação de ruas e canais de dragagem e vi o esgoto inundando as casas das pessoas”, acrescentou.

Para a especialista, o baixo investimento em saneamento resulta em alto custo para a saúde pública, com 400 mil internados por diarreia, a um custo de R$ 140 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente entre as crianças até 5 anos. “As pessoas não associam a diarreia à falta de esgoto e de água potável. Em termos econômicos, investir na água e no esgoto é um ótimo negócio. Para cada R$ 1 investido, os custos evitados [com gastos em saúde] são da ordem de R$ 4”, estimou.

Outro ponto apontado pela relatora da ONU é a questão do alto custo das tarifas de água e esgoto para a população de baixa renda. “É um sufoco para essas pessoas pagar as tarifas. Essa conta não deveria ultrapassar 5% do orçamento familiar. As companhias estaduais decidem ter tarifas muito altas e dividem os lucros entre os acionistas. Deve haver mais pressão dos municípios e dos estados sobre as companhias para que elas reinvistam os lucros no setor.”

Catarina reconhece os avanços no setor e comemora a recente aprovação do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). “O Plansab é um avanço enorme, mostra que o país tem visão para o setor nos próximos 20 anos, com recursos financeiros muito significativos.” O plano, com investimentos estimados de R$ 508 bilhões entre 2013 e 2033, prevê metas nacionais e regionalizadas de curto, médio e longo prazos, para a universalização dos serviços de saneamento básico.

O relatório final será apresentado em setembro na próxima sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

BRASIL MIGRANTE: AVANÇOS, OBSTÁCULOS E SONHOS

Dia Internacional dos Imigrantes: Sonho e Direito não têm Fronteira!

Desde o ano de 1990, por ocasião da aprovação pela Organização das Nações Unidas/ONU, da Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros de suas Famílias, a data de 18 de Dezembro foi estabelecida como Dia Internacional dos Imigrantes. Segundo a ONU, a quantidade de pessoas que deixaram seus países de origem cresceu de 154 milhões em 1990, a 232 milhões este ano.

Estes números demonstram por si só a enorme dimensão e a importância que possui o tema das migrações. Deve-se ter especial atenção às condições de vida dos imigrantes e suas famílias nos países em que decidiram viver, para onde se deslocaram por um motivo ou outro, e se estabeleceram como pessoas que sonham e correm atrás da dignidade e, sobretudo, da felicidade!

O Brasil é hoje reconhecido como o país líder da América do Sul, pelo seu crescimento econômico, mas também por ter desenvolvido nos últimos tempos uma política exterior ativa, no marco das relações Sul-Sul, promovendo o desenvolvimento econômico e social. As migrações são um fenômeno histórico que ganharam força nos últimos tempos. O Brasil foi primeiramente um país emissor de migrantes, mas hoje a tendência está se revertendo: não só os expatriados estão retornando, mas novos fluxos migratórios tem como alvo o Brasil, especialmente de países da região (Argentina, Equador, Paraguai, Bolívia, Peru) e de casos pontuais do Caribe (Haiti), países africanos (Congo, Mali, Senegal, Angola, Guiné- Bissau) e recentemente uma expressiva migração de refugiados sírios e libaneses.

Segundo o Departamento de Estrangeiros do MJ, até junho de 2011 o Brasil tinha 1,466 milhão de estrangeiros. Este número representa um aumento de quase 65% (aproximadamente 500 mil imigrantes) sobre o número de imigrantes registrados no Brasil até 2009.  Não há estatísticas oficiais sobre a quantidade de imigrantes em situação irregular no país, mas, conforme estimam as principais organizações que trabalham sobre o tema migratório no Brasil os irregulares chegam a 600 mil, o que levaria o total de estrangeiros morando hoje no Brasil para mais de dois milhões.

Feita esta introdução, vale destacar alguns fatos, embora tenham ambiguidades na aplicação:
  • No plano regional, houve a adesão da maioria dos países da América do Sul ao Acordo de Livre Trânsito e Residência para Nacionais do Mercosul que estabelece os requisitos para a residência permanente e temporária, um avanço, mas com sérios entraves na prática diária, afetando principalmente alguns grupos como mulheres, adolescentes e trabalhadores imigrantes.  O Equador, um país marcado por ser de origem, trânsito e destino de imigrantes criou em 2007, a SENAMI – Secretaria Nacional de Imigração, contando inclusive com uma Ministra de Migração. A Argentina instituiu o programa Pátria Grande, com o qual regularizou a situação migratória de mais de 500 mil imigrantes em convênios países fora da UNASUL (União das Nações Sul-americanas de Nações), como Senegal e República Dominicana.
  • No plano nacional, infelizmente ainda vigora o Estatuto do Estrangeiro, da década de 70, baseado no controle policial do imigrante, que criminaliza a imigração e não dá acesso aos direitos básicos já alcançados pelos brasileiros (uma lei xenófoba que desrespeita os direitos humanos dos imigrantes e suas famílias). Prevalece a morosidade em sua revisão legislativa e formulação de uma política nacional, pois estamos desde 2005 sem avanços embora a Secretaria Nacional de Justiça ter se manifestado em Audiências e Seminários a favor de alterações e adequação deste marco legal, não se vê um indicativo que de esta mudança acontecerá.
  • A falta de adequação do marco legal federal faz com que o imigrante continue tendo a Polícia Federal como responsável por todo seu atendimento, com evidente despreparo para questões civis, culturais, de direitos humanos, incapacidade numérica e técnica. Defendemos havia muitos anos a criação de um órgão civil, federal, capaz de desempenhar este papel e formular políticas para a área, acompanhado de descentralização dos serviços.
  • Cabe ressaltar que a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e Membros de suas Famílias da ONU, ainda não foi ratificado pelo Governo do Brasileiro, apesar de inúmeras declarações favoráveis.
Alguns avanços, resultantes da luta organizada:

No ano 2013, nas diversas ações realizadas sobre a questão migratória no Brasil por parte das entidades, movimentos, grupos organizados e também por parte do Poder Público destacamos alguns avanços:
  • Exatamente um ano atrás, no dia 18 de dezembro de 2012, o Centro de Direitos Humanos e cidadania do Imigrante e o Instituto de Relações Internacionais da USP realizaram o Seminário “Por uma Política Municipal de Migração em defesa da Vida e da Dignidade dos Trabalhadores Imigrantes e suas Famílias”, com excelente participação de imigrantes. Duas propostas efetivas resultantes daquele encontro tornaram-se concretas: a criação da Coordenação de Políticas para Migrantes no âmbito da Prefeitura de São Paulo e a realização da I Conferência de Políticas para Imigrantes, realizada de 29/11 a 01/12.
  • Temas de extrema relevância ganharam destaque como é o caso da Educação, Acesso dos Imigrantes à Saúde Pública e atenção à questão de Gênero, crianças, e idosos, no contexto familiar dos imigrantes devem ser reconhecidos e priorizados. Salientamos que o papel da mulher migrante na construção e sua luta pelo seu espaço e reconhecimento tem se visto muito mais ativo principalmente nas organizações de base das comunidades migrantes em São Paulo.
  • É notório da sociedade brasileira expectativa pela cultura e pelas amostras artísticas diversificadas. Cabe ressaltar que o tema das migrações está adquirindo uma superação do “provincianismo” principalmente na cidade de São Paulo com a valorização cultural dos imigrantes, sua riqueza e diversidade exposta contribuindo para a integração dos povos.
  • A promoção dos espaços de participação cidadã, audiências públicas, debates e a visibilidade das reivindicações das comunidades ganharam força. Nessa linha, se destaca a Prefeitura de São Paulo que enfrentou a vulnerabilidade dos imigrantes com o Convênio com a Caixa Econômica, dando acesso a aberturas de contas e créditos.
  • A Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes e a convocação da Comigrar – Conferencia Nacional de Migrações e Refúgio a ser realizada em 2014, são ações positivas de 2013, que respondem cobranças históricas das entidades e das mobilizações populares. Diálogos institucionais e os casos concretos de participação social, da possibilidade de integrar formalmente o inédito Conselho Participativo das Subprefeituras promovido pela Secretaria de Direitos Humanos do Município de São Paulo, por meio do voto, fortalecem a defesa dos direitos políticos dos imigrantes.
Campanha pela aprovação da PEC do direito ao voto do imigrante:

O ano de 2014 se projeta como um ano de participação ativa dos imigrantes na vida política e social do país. Por isso, se faz urgente articular a Campanha Permanente ‘Aqui Vivo, Aqui Voto’ – Pelos Direitos Políticos dos Imigrantes residentes no Brasil, pela aprovação da PEC – Proposta de Emenda Constitucional 347/2013, que permitirá o imigrante votar e ser votado nas eleições brasileiras, sendo assim, politicamente visível e terá condições de lutar por suas reivindicações. Esta Campanha precisa se fortalecer e ganhar adeptos!

Porém, 2013 deixou evidente que o Brasil precisa se definir e dar uma resposta à altura de sua projeção internacional à pergunta: “Qual política migratória pretende desenvolver?” “Qual paradigma quer seguir?”. Para tanto, nosso país não pode retroceder quantos aos avanços já obtidos nos últimos anos, seja pelo Conselho Nacional de Imigração – CNIg-MTE, por meio de resoluções e portarias, assim como o Comitê Nacional para os Refugiados – CONARE e o Departamento de Estrangeiros/SNJ, que mesmo sem a necessária reformulação do marco legal, têm dado respostas a fatos suscitados, com base em direitos humanos dos imigrantes, embora deixam no ar muitas dúvidas ao entrelaçar uma parceria com OIM – Organização Internacional das Migrações, responsável a organizar a Conferencia Nacional de Migrações e Refúgio/MJ. A OIM é criticada a nível mundial sobre sua influência e comunhão com uma União Europeia e Estados Unidos da América, que tem constituído leis migratórias xenófobas e restritivas.
Sonho e direito não têm fronteira!

Alterar a legislação, garantir direitos a todos e todas, descentralizar serviços públicos, enfim, garantir oportunidades aos imigrantes e suas famílias são formas de enfrentar preconceitos que em 2013 todos nós tivemos contato: Médicos de diversas nacionalidades, especialmente cubanos tiveram manifestações de xenofobia por parte de segmentos reacionários; a mídia corporativista e sensacionalista insistiu em tratar a vinda de haitianos pela região norte do país como uma “invasão” ou “uma grande epidemia”; pessoas de referência ou comentaristas de programas jornalísticos trataram da Bolívia com desconhecimento e discriminação – estes e outros exemplos podem ser enfrentados com muito mais força e prevenidos se o Brasil amadurecer uma política migratória que abandone velhos conceitos e aponte para o novo: nenhuma pessoa é ilegal!
(CDHIC – 18/12/2013)

País tem a menor criação de empregos com carteira assinada em 10 anos


No acumulado do ano até novembro, o País criou 1,5 milhão de empregos com carteira assinada, segundo os dados do Caged


Anne Warth - Agência Estado
 
BRASÍLIA - No acumulado do ano até novembro, o País criou 1,5 milhão de empregos com carteira assinada, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta sexta-feira, 20, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O saldo líquido das demissões e contratações de janeiro a novembro deste ano é o menor dos últimos dez anos. O resultado só foi maior do que o verificado entre janeiro e novembro de 2003, quando foram gerados 1,1 milhão de empregos. 

De janeiro a novembro do ano passado, o saldo de empregos foi de 1,7 milhão. No mesmo período de 2011, foram 2,3 milhões de vagas. De janeiro a novembro de 2010, o saldo foi positivo em 2,9 milhões, o melhor resultado da série, iniciada em 2002. 

Novembro. O saldo líquido de empregos formais gerados em novembro foi de 47.486 vagas. O saldo do mês passado é resultado de 1.618.426 admissões e de 1.570.940 demissões.

O resultado ficou dentro do intervalo das previsões obtidas pelo AE Projeções, que iam de 35.464 a 75.000, sem ajuste sazonal, e abaixo da mediana de 51.500 postos, coletada com 12 instituições do mercado financeiro. 

A geração de empregos em novembro foi 37,65% menor do que em novembro do ano passado, quando ficou em 76.157 pela série ajustada. Já pela série sem ajuste, a alta foi de 3,02% na comparação com igual mês do ano passado, quando o volume de vagas criadas foi de 46.095. 

Na comparação com o mês de outubro, na série sem ajuste, a queda foi de 50%.
A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE e é a preferida do Ministério do Trabalho e Emprego. Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo. 

No mês passado, o setor de serviços foi responsável pela geração de 44.825 vagas. A indústria de transformação registrou um saldo negativo de 34.266 vagas. E a agricultura teve um saldo negativo de 33.183 vagas.


Saldo de emprego com carteira assinada, por setor

Indústria extrativa mineral Indústria de transformaçãoServiços Industriais de Utilidade PúblicaConstrução civilComércioServiçosAdministração públicaAgropecuária100000800006000040000200000-20000
1.546.999 vagasCriaçãolíquidadeempregosformaisaténovembrofoiamenorem10anos 47.486 vagasGeraçãolíquidadeempregosformaisemnovembrofoi3%maiordoquenomesmomêsde2012(semajuste)



Previsão para dezembro. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse acreditar que a quantidade de demissões em dezembro no País deve ser inferior ao registrado em dezembro do ano passado. Em dezembro de 2012, o saldo líquido de geração de empregos formais do Caged ficou negativo em 503.081, com ajuste sazonal. "Dezembro deve ser negativo, sempre é, mas esperamos que não tanto quanto no ano passado", afirmou

Segundo ele, o resultado do Caged nos últimos meses têm sido melhor que os verificados em igual período do ano passado. "O mercado tem sido melhor do que no ano passado, e a expectativa de investimento também é melhor para 2014." Dias não divulgou números preliminares relacionados ao mês de dezembro. Segundo ele, as empresas enviam os dados que abastecem o Caged ao Ministério do Trabalho entre os dias 1.º e 7 do mês seguinte.

Em 2014. Dias disse que a expectativa do governo é que o saldo líquido de geração de empregos formais em 2014 seja superior ao deste ano. De janeiro a novembro deste ano, foram gerados 1.546.999 empregos, número que deve cair devido às demissões que ocorrem em dezembro. "Nossa expectativa é gerar mais empregos em 2014. Seguramente", afirmou. O ministro, no entanto, evitou dar alguma previsão para o saldo do Caged deste ano e de 2014.