quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Brasil: Barreira cultural ainda precisa ser superada



Barreiras Culturais

O Brasil é reconhecido como uma nação amistosa e aberta a novas culturas. No entanto, a barreira da língua pode atrapalhar o desempenho de executivos nacionais em grandes corporações fora do País.

“Não há dúvida de que a melhoria dos níveis de competências em línguas estrangeiras é essencial para o crescimento internacional, especialmente o inglês. Infelizmente, o Brasil não figura bem no ranking mundial de proficiência nessa língua para negócios (o País está entre os dez últimos colocados em um ranking global de proficiência)”, diz Armen Ovanessoff, analista sênior da Accenture.

Segundo ele, não se pode subestimar a importância de outros idiomas, como espanhol e mandarim, mas a influência global de inglês é significativa. “Só a China tem mais alunos estudando inglês do que os que falam inglês no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá juntos.”

Executivos brasileiros que trabalham em corporações internacionais ou nacionais fora do País, inevitavelmente, precisam interagir mais com empresas estrangeiras ou seus acionistas. “Na verdade, vejo isso como oportunidade para o Brasil, mais do que como um desafio. A sociedade brasileira demonstra uma incrível capacidade de misturar diferentes culturas e comportamentos.”

Pesquisa recente da Economist Intelligence Unit, da revista Economist, citada pela Accenture, destacou as dificuldades que as empresas brasileiras enfrentam para lidar com as barreiras culturais e idiomáticas inerentes ao mundo corporativo. Oitenta por cento dos executivos brasileiros disseram que essas dificuldades afetam seus planos de expansão internacional, uma taxa maior do que a observada nas respostas obtidas em outros países.

“Executivos brasileiros não podem fazer com que a barreira da língua se transforme em um obstáculo no seu relacionamento com pessoas, fluxos globais de capacidades, recursos, tecnologia e inovação”, diz.

Mentalidade global. Mas a capacidade de trabalhar de maneira eficaz com pessoas de diferentes culturas não depende apenas do idioma. Trata-se de uma questão de mentalidade global. Estudo da Accenture analisou a mentalidade internacional de cerca de 200 líderes corporativos do Brasil, África do Sul, Alemanha, China, EUA, Índia, Reino Unido e Rússia.

Apenas 24% dos executivos brasileiros entrevistados acreditam que os líderes de suas empresas têm uma mentalidade global forte. A avaliação ficou muito abaixo do observado em outros países. Os executivos nacionais expressam ainda menos confiança nas credenciais internacionais da próxima geração de líderes – 7% deles acreditam que aqueles com alto potencial para assumirem cargos de gerência têm uma mentalidade global forte.

Fonte: Estadão

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,barreira-cultural-ainda-precisa-ser-superada-,1115321,0.htm

Brasil: Produtores de frutas buscam mercado no exterior


Fruit Logística - Feira recebe importadores de várias partes do mundo.
Fruit Logística – Feira recebe importadores de várias partes do mundo.
 
Grupo com 12 empresas brasileiras do segmento participa da Fruit Logistica, feira mundial que ocorre em fevereiro na Alemanha. Importadores do Oriente Médio visitam a mostra.


São Paulo – Um grupo com 12 empresas vai buscar mais mercado internacional para as frutas brasileiras em fevereiro. Elas participam da Fruit Logistica, uma das maiores feiras para frutas in natura do mundo, que ocorre em Berlim, na Alemanha, de 05 a 07 de fevereiro deste ano. A mostra costuma receber importadores do mundo todo, inclusive do mercado árabe.

De acordo com Paulo Filho, gerente de projetos do Brazilian Fruit, projeto de incentivo às exportações do setor, os importadores árabes participam da Fruit Logistica pela importância da feira. “A feira á um ponto de encontro entre a oferta e a procura, uma das maiores feiras do mundo”, afirma Paulo, ressaltando que ela atrairia importadores onde quer que fosse e que é um espaço importante para se conhecer as novidades do segmento, como está a concorrência em cada produto, o que está acontecendo no mercado, etc.

Na edição do ano passado, a participação brasileira rendeu contatos com 512 compradores da Europa, Ásia, Oriente Médio e América Latina, que resultaram em negócios de US$ 23 milhões e perspectivasde mais US$ 102 milhões em pedidos futuros. O projeto Brazilian Fruit é levado adiante pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).

Em 2014 participam da mostra em Berlim as empresas Agrícola Famosa, Caliman, Cutrale, Fermac, Itacitrus, Jaguacy Brasil, Rigesa, Salute, UGBP, GBI, HLB e Grupo JB. O mercado europeu representa 70% dos clientes das empresas integrantes do Brazilian Fruit, segundo Paulo. “Não há como ficar de fora”, diz o gerente. A mostra é voltada principalmente para frutas in natura e o Brasil levará produtos como limão, laranja, abacaxi, abacate e mamão.

No Oriente Médio, segundo Filho, entre as frutas que são mais vendidas estão o limão e o açaí. Mas a região também demanda produtos como água de coco, suco de laranja, mamão papaia e melancia. “Há uma participação forte do Oriente Médio, mas pela questão geográfica, a maior participação é europeia”, afirma o executivo. Outras regiões, no entanto, como as Américas do Norte e Latina, costumam estar representadas. “Há uma participação cada vez maior do Leste Europeu”, conta o gerente do Brazilian Fruit.

A Fruit Logistica espera receber 58 mil visitantes de mais de 130 países. Ela terá 2.500 empresas expositoras de cerca de 80 países. Além de exposição e negócios, a mostra promove prêmios e espaços para discussão de questões mundiais do segmento.


Fonte: ANBA – Agência de Notícias Brasil-Árabe

domingo, 22 de dezembro de 2013

Marcas de cachaça de MG se unem para elevar vendas



FELIPE MAIA
EDITOR-ADJUNTO DE "CARREIRAS"

Produtores de cachaça da região de Salinas, no norte de Minas Gerais, vão tentar convencer revendedores a pagar R$ 3.000 para serem distribuidores autorizados das bebidas feitas na área.

A intenção é ampliar no mercado a presença de pequenos produtores, que têm dificuldades para, sozinhos, encontrarem compradores. 

No ano passado, o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) decidiu que só as destilarias da região podem usar a marca Salinas.


Pedro Vilela/Divulgação/Agencia i7
Eilton Santiago Soares, produtor da Cachaça Canarinha
Eilton Santiago Soares, produtor da Cachaça Canarinha

Os revendedores poderão usar a identificação, mas terão de dedicar um espaço para a marca. Terão também de comprar um kit inicial com 12 garrafas de cada um dos 21 produtores –no total, o investimento será de até R$ 12 mil. Em troca, terão desconto de nas compras seguintes. 

O objetivo é fechar acordo com 80 revendedores –que terão exclusividade em uma área com até 2 milhões de habitantes. A meta é elevar a a produção atual em 40%, para 4,5 milhões de litros de cachaça, em 2015.
"O que queremos é posicionar melhor a cachaça no Brasil", afirma Filomeno Oliveira Junior, do Sebrae Minas, que prestou consultoria para a Apacs (Associação dos Produtores Artesanais da Cachaça de Salinas). 

José Lúcio Ferreira, presidente do Centro Brasileira de Referência da Cachaça, concorda que a distribuição é o maior gargalo dos produtores, mas diz que eles precisam investir mais em marketing. "Não adianta colocar o produto na prateleira e não fazê-lo girar."

sábado, 21 de dezembro de 2013

Crystal sugere cerveja na caixa d'água em novo comercial


Com criação da Y&R, a história cantada “Caixa d’Água” tem trilha sonora gravada pela dupla Marcos e Belutti

Divulgação
Comercial da Crystal, do Grupo Petrópolis

Comercial da Crystal: refrão “canta” a história de um grupo de amigos que arma uma grande festa, substituindo a geladeira pequena por uma caixa d’água

São Paulo - Com pouco tempo na rede, mas com muito buzz (mais de quatro milhões de views no YouTube), a megacampanha da cerveja Crystal, marca do Grupo Petrópolis, lança um novo “hit”. Com criação da Y&R, a história cantada “Caixa d’Água” tem trilha sonora gravada pela dupla Marcos e Belutti.

“Pega a caixa d’água e enche de cerveja, deixa vir rolando pela calha até a mesa. Problema resolvido, já dá pra começar, a festa só acaba quando a caixa d’água esvaziar.”
O refrão “canta” a história de um grupo de amigos que arma uma grande festa, substituindo a geladeira pequena por uma caixa d’água. O final feliz e geladíssimo vem com a assinatura “C de cerveja. C de Crystal”.
O hit “Caixa D´Água”, na voz de Marcos e Belutti, compõe uma trilogia com “Casamento do João” e “Himalaia” – o primeiro interpretado por Munhoz e Mariano e o segundo na voz de João Neto e Frederico.
Nos três casos, as músicas foram disponibilizadas primeiramente nas redes sociais das duplas, em formato de videoclipes, produzidos durante as gravações em estúdio.
“Essa foi uma das mais importantes ações de marketing já realizadas para a Crystal e é uma ótima forma de reforçar a lembrança da marca neste fim de ano”, comenta Douglas Costa, diretor de Mercado do Grupo Petrópolis.
A criação da campanha é de Flavio Casarotti, que também assina a direção de criação. A produtora é a Prodigo Films, com direção de cena de Caito Ortiz e Ricardo Carelli.

Confira o filme:

 http://www.youtube.com/watch?v=Bun5aII2z8w

Mães com mais de 30 anos vão dominar o país?


Se o padrão observado nos últimos 10 anos no país continuar, é provável. Do total de mulheres que se tornam mães anualmente, apenas o grupo daquelas com mais de 30 cresce


SXC
Mãe e filha

Mãe e filha: o único grupo em ascensão são das mães com mais de 30 anos

São Paulo – Em 2012, nasceram no Brasil 2,8 milhões de bebês, número praticamente estável em relação ao de 2011. O que mudou – e não para de mudar há uma década – é a idade das mães dessas crianças. O único grupo que vem ficando maior e mais representativo a cada ano são das mulheres com mais de 30, mostra o IBGE nas Estatísticas do Registro Civil 2012, divulgadas hoje.

Entre 2007 e 2012, as mães com menos de 30 anos perderam participação no total de nascimentos, enquanto cresceu quem decide ter filhos acima dessa idade (veja primeira tabela abaixo).

Em 2002, 14,4% das mães tinham entre 30 e 34 anos. Em 2012, elas passaram a representar 19% do total.
Enquanto isso, o grupo entre 15 e 19 anos diminuiu de 20,4% para 17,7%.

Essa reversão foi observada em todo o país, mas no Norte e Nordeste mães adolescentes ainda são mais numerosas (veja segunda tabela).

O Distrito Federal está entre as unidades da federação onde se tem filhos mais tarde. Lá, 11,9% das mães tem entre 35 e 39 anos (índice mais alto do Brasil) e 2,9%, entre 40 e 44 anos (2º maior). Faz dobradinha com o Rio Grande do Sul, com 11,3% e 3%, respectivamente.

Apesar de todo o crescimento, ainda é mais comum ser mãe entre 20 e 24 anos no país. Mas o futuro, dado o aprofundamento do processo em questão, pode trazer surpresas. 

Veja, a seguir, as tabelas que mostram a evolução nacional da maternidade.

Idade das mães 2002 (em %) 2007 (em %) 2012 (em %)
Menores de 15 anos 0,7 0,8 0,8
15 a 19 anos 20,4 19,3 17,7
20 a 24 anos 31,1 29 26
25 a 29 anos 23,3 24,8 24,6
30 a 34 anos 14,4 15,7 19
35 a 39 anos 7,1 7,6 9
40 a 44 anos 1,9 2 2,2

Bematech traça planos para 2014 e se prepara para a Copa


Empresa de soluções de tecnologia comemora o ano e pensa em estratégias para receber o campeonato da Fifa

A Magazine Luiza melhorou, mas não resolveu tudo


Após anos de expansão alucinada e maus resultados, o Magazine Luiza voltou a dar lucro em 2013. A má notícia é que a concorrência está mais forte do que nunca

Vicente Vilardaga, de
Germano Lüders/EXAME.com
Luiza Trajano, do Magazine Luiza

Luiza Trajano, do Magazine Luiza: lucro depois do crescimento acelerado

São Paulo - No início de dezembro, a varejista Magazine Luiza reuniu 160 analistas e investidores em sua sede, na zona norte de São Paulo, para um balanço de 2013. Luiza Helena Trajano, principal acionista e presidente do conselho de administração da empresa, era só sorrisos.

No meio da conferência, decidiu até sortear um televisor de 50 polegadas para a plateia. “É um produto que a gente vai vender muito por causa da Copa”, disse. A alegria tinha motivo. Após muito tempo precisando explicar maus resultados a seus investidores, o Magazine Luiza tinha, enfim, números favoráveis a apresentar.

Depois de fechar no prejuízo em 2012, voltou a dar lucro. Foram 80 milhões de reais até setembro — o melhor resultado desde a abertura de capital em 2011. As ações também estavam em alta — chegaram a 8 reais, depois de custar 5 reais no fim de julho, em sua mínima histórica. 

Esses números são resultado de uma transformação que se seguiu a um período de crescimento alucinante. De 2007 a 2010, o Magazine Luiza dobrou de tamanho. No início de 2011, levantou 880 milhões de reais na abertura de capital e acelerou ainda mais o ritmo.

Na sequência, pagou 383 milhões de reais por duas redes regionais, que aumentaram seu número de lojas em mais 50%: a Lojas Maia, no Nordeste, e o Baú da Felicidade, nas regiões Sul e Sudeste. Parecia o jogo a ser jogado na bolsa, repleta de investidores ansiosos por belas histórias de crescimento — mas essa pressa toda cobrou seu preço, e não foi barato.

A integração demorou mais do que o previsto, e a apertada margem de lucro, que não passava de 1% ao ano, virou prejuízo de 16 milhões de reais em 2012. Os investidores, como de costume, foram impiedosos. As ações da empresa chegaram a cair 68% até o piso. Mesmo com a alta recente, ainda estão valendo metade do que valiam na estreia na bolsa. 

As coisas começaram a melhorar quando a empresa pisou no freio. Pela primeira vez em oito anos, o Magazine Luiza vai terminar um ano sem aumentar o número de lojas — são 740. Em 2013, foram inauguradas 17 unidades, mas outras 17 foram fechadas. A empresa também organizou seus estoques, que eram separados para as vendas nas lojas e pela internet.

Os produtos foram agrupados em oito centros regionais, que atendem todos os canais. O custo com logística caiu, e a entrega dos produtos ficou 30% mais rápida. A empresa também conseguiu, finalmente, terminar a reforma das 240 unidades da Maia e do Baú. “As dificuldades foram maiores do que a gente esperava”, diz Luiza. “Agora, vamos continuar a crescer.” 

O otimismo de Luiza — bem a seu estilo — é parte do jogo. Mas, mesmo com todos os avanços, ainda há muito espaço para melhorar. Sua margem de lucro, de 1,3%, é 50% menor do que a da Viavarejo, líder no varejo nacional  (com as marcas Casas Bahia, Ponto Frio e Nova Pontocom).

Redes regionais de capital fechado conseguem margens superiores a 3%. Pode parecer pouco, mas num mercado com margens apertadíssimas, como o varejo, qualquer décimo pode ser a diferença entre sorrisos e lágrimas — e entre quem tem mais ou menos capacidade financeira para investir.
Azul
 
Um dos maiores entraves ainda está no desempenho das lojas adquiridas. Maia e Baú não alcançaram o nível de eficiência obtido nas lojas do interior de São Paulo, principal mercado da empresa. Após dois anos de reestruturação, a Viavarejo deu um salto e hoje alia crescimento acelerado (quase 14% ao ano) a lucros altos (a margem no terceiro trimestre foi recorde).

Olhado isoladamente, o trabalho do Magazine Luiza é motivo de celebração. Mas basta virar para o lado para concluir que a concorrência se mexeu mais depressa — e está mais forte do que nunca. 

Concorrente na bolsa

Os anos de crescimento acelerado deixaram o Magazine Luiza com menos dinheiro em caixa do que seu principal concorrente. São 260 milhões de reais, sem contar aplicações financeiras. A Viavarejo, pelo mesmo critério, tem 1,3 bilhão em caixa. E isso faz muita diferença no dia a dia: a Via Varejo ganha flexibilidade ao negociar prazos com fornecedores.

Quem tem menos caixa é forçado a comprar financiado pela indústria, com juros que chegam a 1% ao mês. Para o Magazine Luiza, em 2014 não será fácil recuperar o caixa. Pelo contrário. A empresa fará o maior investimento em marketing de sua história — que inclui uma cota de patrocínio para a Copa do Mundo na Rede Globo, avaliada em 180 milhões de reais.

Para quem comprou ações da empresa, a situação se complicou com a abertura de capital da Viavarejo em 16 de dezembro. Os investidores, que até 2013 não tinham outra varejista de móveis e eletrodomésticos para escolher, ganharam uma opção tentadora. A Viavarejo levantou 2,8 bilhões de reais ao ofertar suas ações.

Faturando três vezes mais do que o Magazine Luiza, a novata vale dez vezes mais. É uma evidência de como o mercado avalia o desempenho de cada empresa. O lucro da Via Varejo, que até setembro chegou a 375 milhões de reais, é quatro vezes superior. Um investidor presente no evento do Magazine Luiza, no início de dezembro, admitiu que considera trocar suas ações pelas da Viavarejo.

A maior ameaça, porém, está no mundo real. Endinheirada e vivendo um excelente momento, a Viavarejo prevê abrir 70 lojas em 2014, e elegeu o Nordeste como alvo. É a mesma região que o Magazine escolheu como prioridade. Outra empresa que deve dificultar as coisas por lá é a Máquina de Vendas, terceira maior do setor, com faturamento estimado em 7,5 bilhões de reais.

A empresa também passou por uma reestruturação em 2013 e, após um prejuízo de 68 milhões de reais em 2012, lucrou 40 milhões de reais no primeiro semestre. O ano de 2013 é de justa celebração no Magazine Luiza. Mas a partir de janeiro o trabalho vai ter de ser dobrado.