O Brasil é reconhecido como uma nação amistosa e aberta a novas culturas. No entanto, a barreira da língua pode atrapalhar o desempenho de executivos nacionais em grandes corporações fora do País.
“Não
há dúvida de que a melhoria dos níveis de competências em línguas
estrangeiras é essencial para o crescimento internacional, especialmente
o inglês. Infelizmente, o Brasil não figura bem no ranking mundial de
proficiência nessa língua para negócios (o País está entre os dez
últimos colocados em um ranking global de proficiência)”, diz Armen
Ovanessoff, analista sênior da Accenture.
Segundo ele,
não se pode subestimar a importância de outros idiomas, como espanhol e
mandarim, mas a influência global de inglês é significativa. “Só a
China tem mais alunos estudando inglês do que os que falam inglês no
Reino Unido, Estados Unidos e Canadá juntos.”
Executivos
brasileiros que trabalham em corporações internacionais ou nacionais
fora do País, inevitavelmente, precisam interagir mais com empresas
estrangeiras ou seus acionistas. “Na verdade, vejo isso como
oportunidade para o Brasil, mais do que como um desafio. A sociedade
brasileira demonstra uma incrível capacidade de misturar diferentes
culturas e comportamentos.”
Pesquisa
recente da Economist Intelligence Unit, da revista Economist, citada
pela Accenture, destacou as dificuldades que as empresas brasileiras
enfrentam para lidar com as barreiras culturais e idiomáticas inerentes
ao mundo corporativo. Oitenta por cento dos executivos brasileiros
disseram que essas dificuldades afetam seus planos de expansão
internacional, uma taxa maior do que a observada nas respostas obtidas
em outros países.
“Executivos
brasileiros não podem fazer com que a barreira da língua se transforme
em um obstáculo no seu relacionamento com pessoas, fluxos globais de
capacidades, recursos, tecnologia e inovação”, diz.
Mentalidade global. Mas
a capacidade de trabalhar de maneira eficaz com pessoas de diferentes
culturas não depende apenas do idioma. Trata-se de uma questão de
mentalidade global. Estudo da Accenture analisou a mentalidade
internacional de cerca de 200 líderes corporativos do Brasil, África do
Sul, Alemanha, China, EUA, Índia, Reino Unido e Rússia.
Apenas 24%
dos executivos brasileiros entrevistados acreditam que os líderes de
suas empresas têm uma mentalidade global forte. A avaliação ficou muito
abaixo do observado em outros países. Os executivos nacionais expressam
ainda menos confiança nas credenciais internacionais da próxima geração
de líderes – 7% deles acreditam que aqueles com alto potencial para
assumirem cargos de gerência têm uma mentalidade global forte.
Fonte: Estadão
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