ZURIQUE - A
presidente Dilma Rousseff adiou para amanhã os encontros que teria hoje
em Zurique, na Suíça, com dirigentes de várias multinacionais. Ela
desembarcou às 4h30 (horário de Brasília) e seguiu direto para um hotel
em uma tranquila colina na cidade suíça, sem falar com a imprensa.
Segundo assessores, Dilma preferiu descansar e pediu para almoçar no
próprio quarto, de onde só pretende sair para um encontro na sede da
Fifa, com o presidente da entidade, Joseph Blatter. Na volta, deve dar
os retoques finais no discurso que fará amanhã, em Davos, em sessão
especial do Fórum Econômico Mundial. A previsão do Palácio do Planalto é
que cerca de 1,5 mil empresários e executivos globais estejam
presentes.
Dilma previa se encontrar hoje com dirigentes da Unilever, da
Novartis, da Saab, do Merrill Lynch e da InBev. As reuniões com os
presidentes Hakan Buskhe, da Saab, e Carlos Brito, da InBev, foram
inclusive confirmadas na agenda oficial de Dilma. Os compromissos foram
remarcados para amanhã, em Davos.
É possível que alguns deixem de ocorrer, por causa da agenda
sobrecarregada, mas a presidente faz questão de conversar com a Saab,
especializada em sistemas de defesa aeroespacial. Trata-se do primeiro
contato pessoal de Dilma com representantes da empresa sueca após o
anúncio, em dezembro, da escolha dos caças Gripen, da Saab, para a Força
Aérea Brasileira (FAB).
Na visita à Fifa, o objetivo dos dois lados é contornar o mal-estar
nas relações entre a entidade e o governo brasileiro, depois das
críticas de Blatter aos atrasos na construção dos estádios. Assessores
presidenciais descartam, no entanto, qualquer "lavação de roupa suja"
durante a conversa. Dilma pretende fazer um breve relato das ações do
governo em áreas como segurança e infraestrutura, mas sem entrar em
detalhes.
Da parte da presidente, está descartado abordar o atraso na conclusão
da Arena da Baixada, em Curitiba. O tema dever ser tratado pelo
ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e pela secretário-geral da Fifa,
Jérôme Valcke. A Arena da Baixada, com 90% das obras executadas, é a
mais atrasada entre todas as cidades-sedes. Valcke deu um ultimato, até
18 de fevereiro, para a demonstração de avanços que garantam sua
conclusão até abril. Caso contrário, Curitiba poderá ser excluída da
Copa do Mundo.
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