Em Davos, o ministro da Fazenda atribuiu a desaceleração dos países à crise nos países desenvolvidos
Davos, Suíça - O ministro da Fazenda, Guido Mantega,
nega a avaliação de que os países emergentes dos Brics estão em "crise
de meia-idade". Em painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos,
na Suíça, nesta quinta-feira, 23, o ministro brasileiro atribuiu a
desaceleração dos países à crise nos países desenvolvidos, tradicionais
compradores de produtos das nações emergentes.
"Não há crise de meia-idade nos Brics, há uma crise mundial que afetou
os Brics. Houve redução da demanda internacional, do comércio exterior, o
que afetou os Brics", disse Mantega.
Para o ministro, os grandes emergentes continuarão a liderar o
crescimento da economia mundial pelos próximos anos. Mantega explica que
a recuperação das economias desenvolvidas e as reformas em emergentes
garantirão o papel deles no futuro da economia global.
"A economia mundial e os países avançados perto da recuperação. Essa
recuperação externa ainda é gradual, ainda é lenta. Mas com essa
recuperação teremos uma reativação do crescimento do comércio", disse
Mantega.
Na avaliação de Mantega, o comércio global, que crescia a um ritmo
anual entre 6% e 7%, deve desacelerar para um ritmo de até 5%. "O
comércio global crescia entre 6% e 7% ao ano antes da crise, sem contar
os preços das commodities.
Daqui para frente, o comércio global vai crescer 4% ou 5%. Não será o
mesmo do passado. Mas acho que os BRICS vão continuar liderando a
crescimento da economia mundial", disse.
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